ASSEMBLEIA DE DEUS EM MACAÍBA/RN - IEADERN
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025
Jovens: A Verdadeira Religião - Um Convite à Autenticidade na Carta de Tiago
COMENTARISTA: Eduardo Leandro Alves
COMENTÁRIO: Pr. Erivandro Galdino
LIÇÃO 9 - AUTENTICIDADE E JULGAMENTO ALHEIO
INTRODUÇÃO
Todo o texto estudado nesta Carta demonstra a riqueza em conselhos práticos para a vida cristã, incluindo advertências sobre o julgamento alheio. Em Tiago 4.11,12, somos lembrados de que o julgamento pertence exclusivamente a Deus. Este capítulo examinará três pontos principais: a natureza do julgamento humano, a soberania de Deus como único juiz e a necessidade de praticar a humildade e a compreensão nas relações interpessoais. A Carta de Tiago é conhecida por sua abordagem prática e direta sobre como viver uma vida cristã autêntica. Ela aborda questões como fé e obras, a importância do controle da língua e a necessidade de viver de acordo com os princípios cristãos. Especificamente, em Tiago 4.11,12, vemos um foco particular na questão do julgamento alheio, um tem a que é tão relevante hoje quanto era na época em que foi escrito. Julgar os outros é um a tendência natural do ser humano, muitas vezes decorrente de um a necessidade de se sentir superior ou mais justo. No entanto, Tiago nos adverte contra essa prática, destacando que apenas Deus tem o conhecimento e a autoridade para julgar com justiça perfeita. Quando nos envolvemos em julgamento alheio, não estamos apenas usurpando o papel de Deus, mas também prejudicando nossas relações interpessoais e a unidade dentro da comunidade cristã. Neste estudo, vamos buscar compreender a profundidade desses versículos e entender por que é necessário para os cristãos evitarem o julgamento alheio. Ao refletirmos sobre a natureza do julgamento humano, a soberania de Deus como juiz e a impor¬tância da humildade e compreensão, podemos aprender a viver de m aneira que honre a Deus e promova a paz e a unidade entre os irmãos na fé.
I- A NATUREZA DO JULGAMENTO HUMANO.
Muitas vezes, julgamos precipitadamente e sem conhecer todos os fatos. Esse julgamento apressado pode levar a mal-entendidos e injustiças. O texto de Tiago 4.11 faz parte de uma seção maior (Tg 4.1-12) na qual o apóstolo aborda os conflitos e as brigas dentro da comunidade cristã. Ele identifica o orgulho e a cobiça como raízes desses conflitos e chama os crentes à humildade e à submissão a Deus. Dentro desse contexto, Tiago 4.11,12 se foca especificamente na fala prejudicial e no julgamento precipitado. A frase “não faleis mal uns dos outros” é um chamado claro à comunidade para evitar qualquer forma de difamação ou crítica destrutiva. No original grego, a expressão utilizada é katalaleite, que pode ser traduzida como caluniar ou difamar pessoas ausentes, que não podem se defender das injurias.1 Falar mal dos outros não apenas prejudica a reputação alheia, mas também mina a unidade e o amor dentro da comunidade cristã. Com os seres humanos, somos limitados em nosso conhecimento. Quando julgamos os outros, frequentem ente baseamo-nos em informações incompletas ou errôneas, o que pode distorcer a realidade e prejudicar nossos relacionamentos. Tiago prossegue dizendo que quem fala mal e julga a seu irmão, na verdade, fala mal da lei e julga a lei. Aqui, “lei” provavelmente se refere à “lei régia” mencionada em Tiago 2.8: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Criticar e julgar outras pessoas é, portanto, uma violação direta desse mandamento de amor. Ao julgar a lei, a pessoa se coloca acima dela, assumindo um a posição de autoridade que pertence exclusivamente a Deus. Tiago está enfatizando a presunção e a arrogância de quem se acha no direito de julgar os outros. Isso é particularmente grave porque a função do cristão é observar e obedecer a lei, não a julgar.
Nosso julgamento é frequentem ente influenciado por orgulho e autojustificação. Ao julgar os outros, tentamos nos elevar, mostrando-nos melhores ou mais justos, ignorando nossos próprios defeitos e falhas. O julgamento motivado pelo orgulho não só nos prejudica espiritualmente como também nossas relações com os outros, um a vez que cria divisões, ressentimentos e impede a verdadeira comunhão. O orgulho é um a condição do coração que nos faz sentir superiores aos outros, criando uma falsa sensação de autossuficiência e meritocracia. Essa atitude é cega para nossas próprias falhas e limita nossa capacidade de introspecção e arrependimento. Em vez de reconhecer nossos próprios erros e fraquezas, o orgulho nos leva a focar nas falhas alheias, julgando e criticando os outros de m aneira desproporcional. No contexto bíblico, o orgulho é repetidamente condenado como um pecado grave que nos afasta de Deus. O orgulho é mais do que apenas uma atitude negativa; é uma barreira espiritual que impede nosso relacionamento com Deus. Em Provérbios 16.18, lemos: “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda” (NVT). Essa advertência sublinha o perigo do orgulho, pois ele precede a ruína tanto moral quanto espiritual. Quando estamos cheios de orgulho, nos colocamos no centro de nossas vidas, desconsiderando a soberania de Deus e a importância da comunidade cristã. Além disso, quando julgamos os outros com base em nossas percepções, estamos basicamente dizendo que somos melhores ou mais justos do que eles. Esse é um ato de presunção que contraria a humildade que Deus exige de nós. Em Lucas 18.9-14, Jesus conta a parábola do fariseu e do publicano para ilustrar a diferença entre o orgulho e a humildade. O fariseu, orgulhoso, agradece a Deus por não ser como os outros homens, enquanto o publicano, humilde, clama por misericórdia. Jesus conclui que o publicano foi justificado diante de Deus, e não o fariseu, destacando que “quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado” (NVT). O orgulho também nos impede de ver o valor e a dignidade dos outros, pois cria divisões e conflitos. Já a humildade nos permite confiar em nossa dependência de Deus e na necessidade de sua graça em nossas vidas. A humildade nos auxilia a ver os outros como iguais, dignos do mesmo amor e respeito que desejamos para nós mesmos. Resistir o orgulho é essencial para uma vida cristã. Como fazemos isso? Desenvolvendo a humildade, corrigindo nossas próprias falhas e buscando a transformação por meio da graça de Deus. Ao fazer isso, evitamos a armadilha de julgar os outros e construímos relacionamentos com base no amor, na compreensão e no respeito mútuo. Essa atitude nos aproxima de Deus e reflete o caráter de Cristo em nossas vidas diárias.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. ERIVANDRO GALDINO