Adultos

Lição 10 - Renovação cotidiana do Homem interior V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2023

Adultos - A IGREJA DE CRISTO E O IMPÉRIO DO MAL: Como viver neste mundo dominado pelo espírito da Babilônia

COMENTARISTA: Douglas Roberto de Almeida Baptista

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 10 – RENOVAÇÃO COTIDIANA DO HOMEM INTERIOR

INTRODUÇÃO

Nesta lição, faremos a distinção entre homem interior e exterior, pontuaremos o significado do sofrimento na teologia paulina em 2 Corintios, mostraremos as causas pelas quais sofremos, além de indicar a perspectiva paulina sobre o consolo e a alegria em meio ao sofrimento, e por fim, mostraremos como manter a renovação cotidiana do homem interior.

I – DEFINIÇÃO DE “HOMEM INTERIOR” E “HOMEM EXTERIOR” Segundo Kistemaker (2004, p. 225), os dois termos que Paulo emprega são inclusidos e totalmente abrangentes. Incluem tudo o que é ligado à existência humana de todo crente. O ser exterior (homem exterior) está exposto a “tentações, perigos e putrefação”, enquanto o ser interior (homem interior) é renovado pela comunhão diária com Cristo, e é fortalecido pelo Espírito Santo. Esse processo de renovação tem seu início na regeneração e é completado na consumação. Para Paulo, a conversão na estrada de Damasco marcou o começo de seu novo eu (comparar com Rm 6.6; 7.22; Ef. 3.16). A passagem de 2 Cor. 4.16, se relaciona não apenas com Paulo e seus contemporâneos, mas também com cada crente. Criado à imagem de Deus, o novo eu é transformado progressivamente pelos princípios do conhecimento espiritual, da verdadeira justiça e de santidade (Ef. 4.24; Cl 3.10).

II – O SIGNIFICADO DO SOFRIMENTO EM 2 CORÍNTIOS

Para Schreiner (2020, pp. 86,90), Paulo começa essa carta explicando seus sofrimentos apostólicos. Deus permite aflições em sua vida e o fortalece para suportá-las, de forma que ele, como apóstolo, possa por sua vez fortalecer outros que estejam sofrendo(2 Cor 1.3-7). Paulo explica que Deus “nos consola na aflição”, de sorte que ele, como apóstolo, pode “confortar os que estiverem passando por aflições por meio do consolo com que somos confortados por Deus”( 2 Cor 1.4). As aflições de Paulo são para “consolo e salvação” deles (2 Cor 1.6). Deus consola Paulo em seu sofrimento e Paulo, por sua vez, consola os coríntios. Paulo com apóstolo transmite consolo e salvação a seus convertidos de modo sem igual através do sofrimento. Portanto, as dores do apóstolo são o meio pelo qual o Espírito de Deus é derramado na vida dos convertidos. Paulo atua como corolário da cruz de Cristo, no sentido que seu sofrimento é caminho da salvação para os coríntios, assim como o sofrimento é o caminho pelo qual o poder do salvador de Deus é liberado: “Porque ele foi crucificado na fraqueza, mas vive pelo poder de Deus”( 2 Cor 13.4) e, “Graças sejam dadas a Deus que sempre nos conduz à morte em Cristo e manifesta através dele o aroma do seu conhecimento por toda a parte”( 2 Cor 2.14).

A reflexão que o apóstolo faz sobre seu sofrimento, nos ajuda a compreender como ele pode dizem em Efésios que é o prisioneiro de Cristo por causa dos gentios (Ef. 3.1; Fl 1.7) e que seus sofrimentos são para a glória deles(Ef. 3.13), uma vez que Paulo entende suas aflições como um meio escolhido por Deus para a salvação dos gentios (2 Tm 2.9,10).

III – AS CAUSAS PELAS QUAIS SOFREMOS

Ressalte-se que nem todo sofrimento é resultado da perseguição por conta da nossa fé em Cristo, A Bíblia aponta diversas causas pelos quais sofremos, senão vejamos: 3.1 Por causa do pecado original. Deus criou tudo perfeito e bom. No entanto, por causa da Queda, uma das consequências do pecado foi que o sofrimento entrou na vida humana (Gn 3.17-19).

3.2 Por causa de pecado pessoal. Não podemos negar que também podemos sofrer pelas escolhas erradas que tomamos na vida. Israel por diversas vezes por causa das atitudes erradas que fez (Jr 25.14; Mq 7.13). Diversos personagens bíblicos colheram o fruto de suas obras (Nm 12.1-10; 2Cr 26.19; At 5.1-6). A lei da semeadura ainda está em vigor (Gl 6.7).

3.3 Porque estamos no mundo. O fato de estarmos no mundo, contaminado pelo pecado, também nos faz sofrer. Jesus conscientizou os seus seguidores desta árdua verdade: “[...] no mundo tereis aflições [...]” (Jo 16.33).

3.4 Porque somos crentes. Ser filho de Deus não dá imunidade ao sofrimento. Pelo contrário, há tribulações que são pertinentes a vida daqueles que servem a Deus (Mt 5.11,12; At 14.22; 2Tm 3.12), pelo fato de sermos santos num mundo perverso e por que somos provados para sermos aperfeiçoados (Sl 119.71; 1Pd 4.12), através do sofrimento tal qual Jó (Jo 23.10; 42.2).

3.5 Porque Deus permite para moldar nosso caráter. De certa forma a provação deve até ser acolhida com prazer (Rm 5.3), pois tais provações têm algumas finalidades. São elas: a) mostrar ao homem a sua própria fraqueza e conscientizá-lo de sua dependência divina (Dt 8.3,16); b) aperfeiçoar o seu caráter (Is 48.10); c) aprofundar o seu conhecimento em relação a Deus (Jó 42.5); d) conceder-lhe experiências (Rm 5.3; 2Co 1.3); e) provar e aperfeiçoar a sua fé (1Pd 1.7); e, f) corrigir os erros cometidos (Sl 119.67,71; Dt 8.5; Hb 12.6).

IV - PERSPECTIVA PAULINA SOBRE O CONSOLO E ALEGRIA EM MEIO AO SOFRIMENTO

A Bíblia nos mostra claramente que o servo de Deus não está imune às tribulações. Mas, ensina também que podemos obter regozijo e consolo divino, mesmo em meio às aflições da vida, como veremos a seguir:

4.1 Paulo sabia muito bem o que era padecer, pois, como vimos anteriormente, ele enfrentou diversos tipos de aflições. No entanto, tinha convicção que jamais seria desamparado: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Co 4.8,9);

4.2 Paulo ensina também que é possível o crente regozijar-se, mesmo em meio ao sofrimento: “Regozijo-me agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). A Epístola aos Filipenses, por exemplo, foi escrita quando Paulo estava preso em Roma (Fp 1.12,14). No entanto, ele não demonstra angústia, tristeza ou frustração; pelo contrário, é nesta carta em que ele mais demonstra o seu regozijo e alegria (Fp 1.4,18; 2.2,17; 3.1; 4.1,4,10);

4.3 O cristão que sofre por amor à Cristo, sem dúvida, experimentará também o consolo divino: “Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo” (II Co 1.5);

4.4 Mesmo em meio às tribulações, o apóstolo Paulo diz que estava cheio de consolação e transbordante de gozo: “Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações” (II Co 7.4).

V – MANTENDO A RENOVAÇÃO COTIDIANA DO HOMEM INTERIOR

A Palavra de Deus nos ensina, não apenas sobre a possibilidade das aflições na vida do servo de Deus, mas, também, como devemos nos portar em meio ao sofrimento. Vejamos:

5.1 Oração. A oração deve ser um hábito, um estilo de vida do crente (Sl 55.17; Dn 6.1; At 3.1). O apóstolo Paulo exorta: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17).

5.2 Leitura da Palavra. Priorizar a leitura e meditação das Escrituras (Dt 17.19; Js 1.8; 8.34,35; Sl 1.3; ver Sl 119.15,97). No N.T, o Senhor Jesus critica os religiosos de sua época porque “Não conheciam as Escrituras e nem o poder de Deus” (Mt 22.29).

5.3 Jejum. O jejum é uma prática bíblica (Sl 69.10; 2Sm 12.16). O próprio Cristo praticava a disciplina do jejum e ensinava que ela devia fazer parte da vida consagrada do cristão. A igreja do NT praticava o jejum (At 13.2,3; 14.23; 27.33).

5.4 Cantar Louvores. O louvor a Deus deve fazer parte da disciplina espiritual, pois o apóstolo Tiago nos diz “Se esta alguém alegre, cante louvores [...]” (Tg 5.13). Tanto no AT como no NT, a música esteve presente no culto de Israel e da Igreja primitiva (Nm 10.1-10; Jz 7.22; Jô 38:7; Ef 5.19; 1Tm 3.16; At 16.25).

5.5 Culto doméstico. O “culto doméstico” é definido como “uma reunião da família, sob a liderança dos pais cristãos, com a finalidade de cultuar a Deus no lar” (RENOVATO, 2013, p. 115). O culto doméstico se constitui uma importante disciplina, não só para a renovação cotidiana do homem interior, bem como, de toda família (Dt 6.5,7-9; 20.5; Js 7.14; 24.15).

5.6 Confiando em Deus. O patriarca Jó, apesar de todas as provações, demonstrou uma confiança inabalável em Deus, quando disse: “Ainda que ele me mate, nele esperarei... Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra... Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido” (Jó 13.15; 19.25; 42.2).

5.7 Reconhecendo que Deus está no controle de tudo. José, sabia que Deus estava no controle da situação “Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós” (Gn 45.5)

5.8 Sabendo que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus. O salmista disse que foi através da aflição que ele aprendeu a obedecer ao Senhor (Sl 119.67,71); Após a provação, Jó reconheceu que teve uma experiência mais profunda com Deus (Jó 42.5); Foi através do sofrimento que o filho pródigo lembrou-se da casa do pai (Lc 15.15-20); O apóstolo Paulo disse que a tribulação produz paciência (Rm 5.3); Tiago diz que a prova da fé produz paciência (Tg 1.2-4). Por estas e outras razões, o mesmo Paulo diz: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).

5.9 Tendo esperança que um dia todo sofrimento terá fim. O Senhor Jesus prometeu vir nos buscar (Jo 14.1-3); As aflições deste mundo não se comparam com a glória que nos será revelada (Rm 8.18); Aqueles que são participantes das aflições de Cristo, se alegrarão e se regozijarão na Sua vinda (I Pe 4.12,13); Quando Cristo voltar, seremos semelhantes a Ele, e teremos um corpo glorioso e incorruptível, imune às doenças (I Jo 3.1,2); Nós habitaremos com Cristo, onde “... não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor...” (Ap 21.4).

CONCLUSÃO

Concluímos que diante de tantos desafios propostos por uma sociedade relativista, hedonista e cética, manter-se renovado diariamente é uma condição inegociável. Só conseguiremos vencer todas as dificuldades e ataques sofridos no homem interior, com a ajuda do Espírito Santo e disposição pessoal em nos mantermos firmes, sem desanimar, sabendo que a nossa cidade está nos céus, de onde aguardamos o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Maranata, Ora vem Senhor Jesus.

REFERÊNCIAS

• BAPTISTA, Douglas. A Igreja e o Império do Mal. CPAD.

• BEACON, Comentário Bíblico. vol. 3. CPAD.

• KISTEMAKER, Simon. 2 Corintios. CULTURA CRISTÃ

• KRUSE, Colin. II Coríntios, Introdução e Comentário. VIDA NOVA

• SCHREINER, Thomas R. Teologia de Paulo. VIDA NOVA

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 30 de Ago de 2023

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