Adultos

Lição 3 - O corpo e as consequências do pecado V

ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - GUARULHOS

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 3 – O CORPO E AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

INTRODUÇÃO

Deus criou o ser humano para viver em paz e harmonia com Ele, com o próximo, com a natureza e consigo mesmo. Porém, por causa da Queda, o homem herdou a natureza caída e pecaminosa, além de uma série de consequências maléficas que lhe sobreveio por causa de sua transgressão contra o Criador. Nesta lição, veremos o significado do termo corpo e pecado; explicaremos a origem do pecado, tanto na esfera angelical como na esfera humana; citaremos algumas consequências do pecado; e, finalmente, elencaremos o plano de Deus para restauração do homem.

I – DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS CORPO E PECADO

1.1 Corpo. “Do grego soma, o corpo, como já definido, é a parte material do ser humano, comumente chamado de invólucro do espírito e da alma” (Queiroz, 2025, p. 25). “O corpo é o invólucro do espírito e da alma. É a parte física, o homem exterior, que se corrompe, ou seja, envelhece e é mortal. O homem é carne como criatura perecível: “porque toda a carne é como erva” (1 Pd 1.24). Rejeitamos a ideia de ser o corpo a prisão da alma e do espírito ou de ser inerentemente mau e insignificante, pois ele é templo do Espírito Santo e templo de Deus, um a vez que o Espírito Santo habita em nós. O corpo é importante, pois Deus o ressuscitará: “Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção” (1 Co 15.42)” (Soares [Org.], 2017, p. 78).

1.2 Pecado. “Do hebraico hattah do grego hamartios e do latim peccatum. É a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por Deus. Errar o alvo estabelecido pelo Criador ao homem: O pecado mortal é a deliberação consciente e intencional de se resistir a vontade de Deus. Não se trata de um simples pecado ou de uma transgressão ordinária; é uma rebeldia movida pelo orgulho e pelo não reconhecimento da soberania divina” (Andrade, 2019, p. 295). Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Gl 5.19-21).

II – A ORIGEM DO PECADO

Ao menos três verdades devem ser ditas acerca da origem do pecado: a) Deus não é o autor do pecado; b) o pecado teve origem no reino angelical quando um querubim ungido rebelou-se e levou após si a terça parte dos seres angelicais; e, c) o pecado entrou no mundo por conta da desobediência de Adão, e, consequentemente, passou à toa humanidade, como veremos a seguir:

2.1 Deus não é o autor do pecado. A Bíblia diz que Deus é Santo e Puro: “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a opressão não podes contemplar” (Hc 1.13); Deus é luz: “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1Jo 1.5); Ele é justo e reto: “Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade e não há nele injustiça; justo e reto é” (Dt 32.4). Sendo Ele santo, puro, justo e reto, não poderia ser o autor do mal moral. Além disso, a Bíblia afirma que Deus criou todas as coisas boas e perfeitas: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1.31) e criou o homem reto: “Eis o que tão somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele buscou muitas invenções” (Ec 7.29). Atribuir a Deus a origem do pecado torna-se uma blasfêmia contra o seu caráter moral, que é absolutamente perfeito (Dt 32.4; 2Sm 22.31; Jó 34.10; Sl 18.30), sendo um erro gravíssimo afirmar como fazem alguns, que o Senhor decretou o pecado. Pois afirma Tiago: “[…] Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13).

2.2 O pecado no mundo angelical. De acordo com a Bíblia um número incontável de anjos foram criados por Deus (Hb 12.22), e estes eram bons por natureza, assim como tudo o que Senhor criou (Gn 1.31). Mas ocorreu uma Queda no mundo angélico, no qual, vários anjos se apartaram de Deus (Jd 6). Pouco se diz sobre o que ocasionou essa Queda, mas pelo que encontramos em alguns textos, podemos concluir que foi o orgulho e a cobiça de desejar ser semelhante a Deus, fez com que Lúcifer (nome tradicional dado a este arcanjo tirado de Is 14.12, da expressão ‘estrela da manhã’, na tradução latina da Bíblia – Vulgata Latina) fosse banido e destinado ao inferno (Is 14.11-23; Ez 28.11-19; Lc 10.18; 1Tm 3.6; Ap 12.9). Como alguém acertadamente ressalta: “Deus criou Lúcifer, mas, Lúcifer fez-se Satanás” (Chaves, 2015, p. 133).

2.3 O pecado na história da humanidade. No que diz respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia nos informa que se deu pelo ato deliberado, perfeitamente voluntário de Adão e Eva (Gn 3; Rm 5.12,19). Pelo fato de Adão ser o cabeça e o representante de toda a raça humana, seu pecado afetou a todos (Rm 3.23; 5.12-19), por isso que todos possuímos a “natureza pecaminosa”, herança que recebemos de nossos pais Adão e Eva (Rm 6.6,12, 19; 7.5,18; 2Co 1.17; Gl 5.13; Ef 2.3; Cl 2.11,18), dessa forma todos somos por natureza, culpados diante de Deus (Ef 2.1-3). Até um bebê recém-nascido (Sl 51.5), antes mesmo de cometer o seu primeiro pecado, já é pecador por natureza (Sl 58.3; Pv 22.15); no entanto, as crianças apesar de nascerem com natureza pecaminosa ainda não conhecem experimentalmente o pecado. Elas não são responsabilizadas por seus atos antes de terem condições morais e intelectuais para discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado (Is 7.15; Jn 4.11; Rm 9.11). O sacrifício de Jesus proveu salvação a todas as pessoas, até mesmo às crianças que falecerem na fase da inocência (Soares [Org.], 2017, p. 92 – grifo nosso).

III - AS CONSEQUÊNCIA DO PECADO

A Queda do primeiro homem no Éden legou uma natureza pecaminosa que escravizou não somente Adão, mas toda humanidade. Vejamos:

3.1 O homem herdou a natureza pecaminosa. Quando Adão pecou toda humanidade pecou nele (Rm 5.12), pois ele era o representante de toda raça humana (Rm 3.23; 5.12-19). Logo, a herança que recebemos de nossos primeiros pais foi a natureza pecaminosa, de forma que todos somos pecadores e culpados diante de Deus (Sl 51.5; Rm 6.6,12, 19; 7.5,18; 2Co 1.17; Gl 5.13; Ef 2.3; Cl 2.11,18). O que se entende por natureza no contexto desse estudo? É aquilo que é inato em cada pessoa, isto é, nasce com ela [...]. Portanto, não há criatura humana neste mundo que não tenha nascido com uma “natureza corrompida”. Por isso, toda criatura constitui-se pecadora diante de Deus, visto que o pecado em si é herança comum de todas as criaturas sobre a terra (Gilberto, 2008, p. 319). Até um bebê recém-nascido (Sl 51.5), antes mesmo de cometer o seu primeiro pecado, já é pecador (Sl 58.3; Pv 22.15); no entanto, as crianças apesar de nascerem com natureza pecaminosa ainda não conhecem experimentalmente o pecado. Elas não são responsabilizadas por seus atos antes de terem condições morais e intelectuais para discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado (Is 7.15; Jn 4.11; Rm 9.11). O sacrifício de Jesus proveu salvação a
todas as pessoas, até mesmo às crianças que falecerem na fase da inocência (Soares [Org.], 2017, p. 92 – grifo nosso).

3.2 O pecado “manchou” a imagem e semelhança de Deus no homem. O homem foi criado reto (Ec. 7.29), porém o pecado maculou essa natureza criada por Deus de maneira que a “corrupção do gênero humano atingiu o homem em toda a sua composição: corpo (Rm 8.10), alma (Rm 2.9) e espírito (2Co 7.1). Isso prejudicou todas as suas faculdades, quais sejam: intelecto (Is 1.3), emoção (Jr 17.9), vontade (Ef 4.18), consciência (1Co 8.7), razão (Tt 1.15) e liberdade (Tt 3.3)” (Soares [Org.], 2017, p. 101). Por isso, a Bíblia descreve o estado do ser humano como: (a) mortos em ofensas e pecados (Ef.2.1); (b) andando segundo o curso perverso de mundo (Ef. 2.2); (c) entenebrecidos no entendimento (Ef. 4.18); (d) cegos (2 Co 4.4); (e) preso pelos laços do Diabo (2Tm 2.26); e, (f) impossibilitado de salva-se pelos seus próprios esforços (Jo 8.34; Rm 6.16), pois tornou-se escravo do pecado. Esse triste estado espiritual é retratado pelo profeta Isaías como um corpo todo ferido com chagas (Is 1.6) e reafirmado pelo apóstolo Paulo quando escreveu aos Romanos (Rm 3.11-18). Essa é a razão da palavra do Senhor dizer que “não há nenhum justo sobre a Terra” (Sl 14.2,3), e que “todas as nossas justiças humanas são consideradas como trapos de imundícias” (Is 64.6). Somente o Senhor Jesus pode retirar o homem desse estado caído e degradante (Mt 18.11; Mt 20.28; Lc 19.10; 26.26-28; Jo 3.16,17; 15.13).

3.3 O pecado afetou todas as áreas da vida do ser humano. A Bíblia mostra que o pecado trouxe sérias consequências à humanidade, afetando todas as áreas da vida: espiritual, física, emocional e social. Desde a queda de Adão e Eva, o mundo passou a experimentar os frutos amargos da desobediência (Gn 3.14-24).

3.3.1 O pecado trouxe a morte física, espiritual e eterna. O primeiro e mais grave resultado do pecado foi a separação entre o homem e Deus. Essa morte envolveu tanto a separação espiritual de Deus (Ef 2.1) quanto o processo da morte física, que passou a ser uma realidade para toda a humanidade (Gn 3.19; Rm 5.12) e também a morte eterna (Dn 12.2; Mt 25.46).

3.3.2 O pecado trouxe enfermidades, dores e sofrimentos. Ainda que nem toda enfermidade seja resultado direto de um pecado pessoal (Jo 9.3), a origem última da doença no mundo está ligada à queda. O corpo humano, criado para a vida plena, tornou-se sujeito à fraqueza, dor e enfermidade (Gn 3.16).

IV - A RESTAURAÇÃO DO HOMEM A DEUS

Devido à pecaminosidade do homem, este estava destinado a condenação eterna (Jo 3.18; Rm 3.23; Ef 2.3). Mas, apesar dessa condição, Deus por sua graça e misericórdia (Ef 2.4,5) estabeleceu um projeto salvífico para restaurar o homem (Jo 3.16,17; Rm 5.8). O projeto de restauração do homem, tem como fonte a pessoa de Deus (Is 45.22; Jn 2.9; Tt 2.11). Na condição de pecador, o homem jamais por si só produziria a sua salvação (Rm 3.10,11; Tt 3.5), por essa razão vemos partindo sempre de Deus a iniciativa de restauração humana (Gn 3.9;15,21). A Bíblia diz que “Deus amou”; “Deus deu”; “Deus enviou” (Jo 3.16,17). Paulo diz ainda que “[...] a graça de Deus se manifestou [...] (Tt 2.11); e que: “tudo isto provém de Deus” (2Co 5.18-a); e ainda: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo […]” (2Co 5.19). Assim como a extensão do pecado (Rm 5.12), a Bíblia também trata sobre o alcance da graça divina “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm 5.18). Neste plano da salvação, Deus em Sua soberania incluiu a responsabilidade do homem em crer no Seu Filho (Mc 16.15,16; Jo 3.16-18; Rm 10.11-14) para desfrutar de todos os benefícios da salvação eterna.

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, Deus criou todas as coisas boas e perfeitas, inclusive o homem que foi criado com a capacidade de viver infinitamente em paz e em harmonia com a criação e o Criador. No entanto, por causa da Queda, o homem teve a sua imagem e semelhança com o Criador manchada, herdou a natureza pecaminosa e tornou-se sujeito a dores, sofrimentos, inclusive a morte física, espiritual e eterna. Mas, Deus, que nunca é pego de surpresa, já havia planejado a salvação da humanidade (Ap 13.8), através da qual o homem pode ser restaurado em todas as suas dimensões: física, espiritual, emocional e social.

REFERÊNCIAS

• ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.

• CHAVES, Gilmar, Vieira. Temas Centrais da Fé Cristã. CENTRAL GOSPEL.

• GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

• QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. A restauração Integral do Ser Humano. CPAD.

• SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.

Fonte: https://redebrasiloficial.com.br/licao_ebd.php Acesso em 14 de Out de 2025

Copyright © 2003 - 2025 Portal Escola Dominical todos os direitos reservados.