ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - GUARULHOS
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
COMENTARISTA: Elienai Cabral
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 3 – A VERDADEIRA ADORAÇÃO
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição do termo adoração e seu conceito bíblico; pontuaremos o que é adoração segundo a Bíblia; veremos alguns elementos da verdadeira adoração; e por fim, elencaremos as características da genuína adoração.
I – DEFINIÇÃO DE ADORAÇÃO
1.1 Definição do termo. A palavra portuguesa “adoração, adorar” é derivada do latim: “adoratione, adorare” que significa: “ato de adorar, reverenciar com muito respeito, render culto, reconhecimento outorgado ou devido a alguém, prestar homenagem ou respeito” (Tenney, pp. 101,102). Uma das palavras usadas no AT relacionada a adoração, é o termo hebraico “shahâ” traduzido por: “prostrar-se, curvar-se ou inclinar-se”, refere-se ao ato de um indivíduo inclinar-se diante de uma autoridade (Gn 18.2; 19.1; 37.7; Êx 34.8; Rt 2.10; 1Sm 24.8), nesses casos, o ato de inclinar-se é um sinal de respeito e honra e não adoração no sentido de culto. Quando “shahâ” se refere à adoração que é oferecida a Deus, pode indicar um ato individual ou coletivo (Gn 22.5; Jó 1.20; Sl 29.2), e sua tradução literal seria: “beijar a mão ou o chão diante de”. O fato de que esta palavra ocorre mais de 170 vezes na no AT mostra sua importância (Vine, 2002. p. 31). Essa palavra também quer dizer: “veneração elevada que se presta a Deus, reconhecendo-lhe a soberania sobre o universo” (Andrade, 2006, p. 33).
1.2 Conceito bíblico. Adoração em seu sentido bíblico é a expressão máxima de obediência e reverência ao Senhor. É o ato de reverenciar e obedecer a Deus (Vine, 2002, p. 31). O verbo grego empregado no NT é “proskyneo” e significa: “homenagear e reverenciar”. É o reconhecimento direto a Deus, da sua natureza, atributos, caminhos e reivindicações, quer pela saída do coração em louvores e ações de graças, quer por ações feitas em tal reconhecimento (Vine, 2002, p. 375). No mundo religioso, o termo adoração, é usado para a “devoção reverente, serviço ou honra prestada a Deus, quer pública quer individual” (Gn 24.26; 2Sm 12.20; Sl 66.4) (Dyrness, apud Jones, pp. 269,270). A rigor, segundo as Escrituras, o adorador não é, necessariamente, um músico ou cantor, mas um servo do Senhor, que reconhece, ao mesmo tempo, a sua própria pequenez e a grandeza do Todo-poderoso (Jn 1.9; At 16.14).
II – O QUE É ADORAÇÃO SEGUNDO A BÍBLIA
2.1 Adorar é um ato de rendição a Deus. Nas línguas bíblicas, o sentido do termo adoração é “chegar-se a Deus de modo reverente, submisso e agradecido, a fim de glorificá-lo”. Adorar é um ato de total rendição, gratidão e exaltação jubilosa a Deus (Sl 95.6; 2Cr 5.13,14; 29.30; Mt 2.11; Mc 7.25). É o Espírito Santo que habilita o crente a adorar com profundidade e temor a Deus (Jo 4.23,24; Ef 5.18,19; 1Co 14.15; At 10.46; Fp 3.3).
2.2 Adorar é um ato de serviço a Deus. O servir a Deus tem relação direta com o adorá-lo (Mt 4.10; Ap 2.19). O serviço que fazemos para Deus por amor e gratidão é uma forma de adoração. Em 2 Coríntios 9.12, a palavra adoração é traduzida por “serviço”. A oferta apresentada como gratidão a Deus, para o sustento de sua obra, é um ato de adoração (2Co 9.7-12). O termo também é empregado em Filipenses 2.17,30, descrevendo o “serviço da fé”, isto é, o esforço pessoal empreendido pelo servo de Cristo a favor de sua obra. Portanto, essa palavra tem uma relação direta com o culto que fazemos a Deus, seja no serviço da adoração, contribuição financeira ou realização da obra do Senhor (Mt 4.10; Jo 16.2; Hb 9.9; Ap 2.19).
2.3 Adorar é um ato de reverência a Deus. Deus é infinitamente sublime em majestade, poder, santidade, bondade, amor e glória. Por isso, devemos adorá-lo e servi-lo com toda reverência, fervor, zelo, sinceridade e dedicação (Hb 12.28). Portanto, adoração e reverência são elementos inseparáveis em nosso culto a Deus. Adorar é também exaltar e reconhecer que Deus é o Senhor, Criador de todas as coisas (Sl 95.3-6). O apóstolo Paulo nos ensinou a louvarmos com cânticos espirituais (Cl 3.16). Louvar a Deus com uma vida que não esteja em acordo com a sua Palavra é o mesmo que oferecer fogo estranho ao Senhor.
2.4 Adorar é um ato de experiência interior. E sendo Deus infinito, há muitas maneiras de adorá-lo (Sl 95.6,7). A adoração a Deus, no qual vivemos, nos movemos e existimos, é, acima de tudo, uma atitude interior do ser humano, imagem e semelhança do Criador (At 17.28). Faz parte da estrutura espiritual de quem crê, teme, ama e serve ao Eterno, a necessidade interior de adorá-lo (Ef 1.6,12,14). A experiência pessoal na adoração é algo que flui do coração grato (Ne 12.43).
III - ELEMENTOS DA ADORAÇÃO
3.1 A oração é um elemento da adoração. Ao dobrarmos nossos joelhos estamos adorando ao Senhor. A oração é um princípio de adoração e comunhão constante com o Senhor que necessitamos para sermos vitoriosos e mantermos seguros que Ele nos escuta sempre (Sl 3.4; 30.8; 120.1; Jn 2.2; Mt 6.6; 1Jo 5.14). O crente deve estar confiante que Deus se importa com ele e sente profundamente as suas aflições (Sl 34.18; Is 57.15). A Bíblia nos exorta a adorarmos a Deus apresentando nossas queixas e ansiedades através da oração a fim de repousarmos nEle (Sl 4.1; 18.6; Fp 4.6; 1Pd 5.7).
3.2 O louvor é um elemento da adoração. O verbo louvar deriva-se de “laudare” em latim, que é uma declinação do verbo “laudo”. Segundo o dicionário, laudo é um parecer ou documento descrevendo uma decisão. Quando louvamos alguém estamos dando um parecer de que aquele alguém merece ser elogiado. Nosso Criador espera que reconheçamos a grandeza dos seus feitos e entreguemos a Ele o nosso laudo de louvor (Êx 15.11; Lv 22.29). No Evangelho de Lucas encontramos importantes cânticos como: a) O cântico de Maria “magnificat” (Lc 1.46-55); b) O cântico de Zacaria “benedictus” (Lc 1.68-79); c) O cântico dos anjos “Glória in excelsis Deo” (Lc 2.13,14); e, d) O cântico de Simeão “nunc dimittis” (Lc 2.29-32). O louvor é a expressão, a verbalização, a exteriorização, do que pensamos e sentimos acerca do Senhor (Sl 108.1). O louvor não se limita ao cântico, mas abarca tudo o que há em nós (Sl 103.1,2; 149.1) (Wiersbe 2010, pp. 226-227).
3.3 A confissão de pecados é um elemento da adoração. A Igreja tem um papel relevante no que diz respeito à obra redentora de Jesus. A Igreja não salva, mas é através dela que a salvação é difundida e recebida através da confissão de pecados e arrependimento sincero. O crente, que foi salvo da condenação do pecado, deve aqui viver em santidade prática, liberto do poder do pecado, e vencedor por Cristo, mediante a fé (Hb 11.17-39).
3.4 A pregação da Palavra é um elemento da adoração. Em toda a Bíblia e principalmente no livro dos Salmos encontramos belos hinos de adoração a Deus (Êx 15.1-19; Is 6.3; 12.1-6; Sl 23; 91; 139; Rm 11.33-36; Fp 2.6-11; 1Tm 3.16; Ap 4.8; 5.9,10). Na adoração e ministração da Palavra de Deus, a ignomínia do pecado é revelada e a necessidade de salvação é demonstrada (Sl 51.10-12,17; 32.5-7). O homem sob o poder do pecado não é capaz de avaliar o perigo eterno que aguarda aquele que é escravo do pecado. Mas, uma vez remido e salvo do pecado, o crente deseja adorar ao Senhor que o salvou (Sl 32.1,2; 34.15-22).
IV – CARACTERÍSTICAS DA VERDADEIRA ADORAÇÃO
4.1 A verdadeira adoração é sincera. A verdadeira adoração deve partir do nosso desejo de fazer tudo para que Deus seja glorificado (Sl 103.1-2). Uma das verdades mais impressionantes que encontramos na Bíblia é que Deus procura os verdadeiros adoradores (Jo 4.23), pois, existem aqueles que o adoram desinteressadamente, na maioria das vezes estão em busca de algo de Deus e não em busca da presença de Deus. Muitos cantam, mas não louvam nem adoram ao Senhor (Am 5.23; Is 29.13). Adoração não deve ser mecanizada, ela deve ser do mais íntimo do coração (Is 1.11-14). Adoração que não é sincera não é adoração, só é apenas um ritual sem valor (Is 1.11; Jo 4.23). A adoração se inicia no coração. É o amor a Deus expressado em louvor e agradecimento. Adoração não é um sentimento sem expressão ou uma formalidade vazia (Is 29.13; Mc 7.6,7).
4.2 A verdadeira adoração é teocêntrica. Como a Bíblia nos ensina a verdadeira adoração é teocêntrica, pois, na verdadeira adoração não há espaço para o espelho. O verdadeiro louvor não pode ser antropocêntrico (homem no centro), mas teocêntrico (Deus no centro) (Sl 115.1; 2Cr 20.18,19,21; Mt 4.10), pois ela prioriza Deus e não as nossas necessidades (Jó 1.20-22; Mt 15.25).
De acordo com o AT, a adoração tem uma característica marcante que é a prostração reverente diante do Senhor (Gn 24.26; Êx 12.27; 34.8,9; 2Cr 20.18; 29.29; Ne 8.6; Jó 1.20: Sl 95.6). Essa mesma característica distintiva, a prostração referente, é reafirmada no NT (Mt 2.11; At 10.45; 1Co 14.25; Ap 1.17; 19.1-4). Até no céu a marca da verdadeira adoração permanece (Ap 19.4). Deus convida-nos a adorá-lo, reconhecê-lo como único Senhor (Sl 29.2; 150.6; Is 55.6). Logo, a adoração concentra-se em Deus e não no homem ou qualquer outro ser (Is 42.8; Mt 4.10; Ap 19.10; 22.9).
4.3 A verdadeira adoração é cristocêntrica. A adoração ao Pai está centrada na pessoa bendita de Jesus Cristo (Rm 11.33-36). Nesse sentido, não é o ritualismo ou o simbolismo que pauta a adoração, mas a pessoa de Jesus. Ele é o centro. Ele é o tudo. Ele é o nosso Salvador. O louvor para o cristão só terá um verdadeiro sentido se este for endereçado a Cristo, não existe outro que tenha esta preeminência. O louvor cristocêntrico é aquele que reconhece em Cristo Jesus o centro da adoração. O Senhor Jesus revelou ao apóstolo João que o conteúdo da adoração deve ser cristocêntrico (Ap 4.8-11; 5.9-14; 7.9-12). Em Filipenses 3.17 o apóstolo “Paulo trata agora de motivações; seja em ação, seja por palavras, tudo precisa ser feito em nome de Cristo, com atitude”. Quando Cristo é o centro de nossa adoração o louvor é utilizado para expressar exatamente isto. A Igreja primitiva aprendeu logo cedo a exaltá-lo, e usar o momento de louvor no culto para evidenciar a soberania de Cristo (BRUCE, 2010, p. 2026).
4.4 A verdadeira adoração é ultracircunstancial. A verdadeira adoração vem do coração, não é só um ato exterior. A adoração ao Senhor deve brotar de um coração pronto e agradecido (Sl 57.7) que não adora apenas nos momentos de abundância e felicidade, mas também nas horas de escassez e tristeza (2Cr 20.3,4; At 16.25; Fp. 4.12,13). A adoração genuína é ultracircunstancial (2Cr 20.2,12,15; Hc 3.17,18); ou seja, não se limita às circunstâncias favoráveis. A adoração ultracircunstancial é um estado de consciência onde se reconhece simultaneamente a grandiosidade de Deus e a efemeridade da condição humana (Jo 4.23). É a busca insaciável por mais da pessoa de Deus, sem nenhum interesse alheio a esse fim. Não é fácil esquecer-se das lutas e dificuldades que enfrentamos no nosso dia a dia, em que muitas delas são embates tenebrosos contra o inimigo. Porém, crente que confia e obedece ao Senhor aproveita estes momentos difíceis para adorar ao Senhor em gratidão pelos grandes livramentos alcançados (Sl 18.3).
CONCLUSÃO
Na mordomia da adoração, precisamos saber que Deus não vê apenas o gesto exterior como expressão de louvor, mas também a motivação do coração (1Sm 16.7). Com base no Antigo e no Novo Testamento, a adoração é a veneração elevada que se presta ao Deus único e Criador.
REFERÊNCIAS
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. SP: HAGNOS. 2002.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD. 1997.
• JONES, Landon. O Deus de Israel. Na teologia do Antigo Testamento. SP: HAGNOS. 2018.
• VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR., William. Dicionário Vine. RJ: CPAD, 2007.
• JEREMIAH, D. O desejo do meu coração. RJ: CPAD, 2006.
• WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. vol. 5. SP: GEOGRÁFICA, 2010.
• BRUCE, F.F. Comentário Bíblico NVI. SP: VIDA, 2010.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 13 de Abr de 2025