ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
COMENTARISTA: Elienai Cabral
COMENTÁRIO: Pr. Caramuru Afonso Francisco
LIÇÃO Nº 3 – A VERDADEIRA ADORAÇÃO
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, estudaremos o diálogo entre Jesus e a mulher samaritana.
- Jesus trouxe a verdadeira adoração.
I – O DIÁLOGO COM A MULHER SAMARITANA
- Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, estudaremos hoje mais um diálogo registrado pelo apóstolo do amor, desta feita travado entre Jesus e uma mulher samaritana.
- Temos aqui mais um diálogo que não foi registrado nos outros evangelhos. Além de ter sido um diálogo reservado, como o travado com Nicodemos, tratou-se de um episódio de difícil assimilação entre os discípulos, já que se teve uma situação que rompia com arraigados preconceitos culturais da época.
- Diante disto, temos mais uma circunstância em que o Espírito Santo deixou para momento oportuno o registro do episódio, o que se fez quando o povo judeu já vivia um estado adiantado de diáspora e quando necessitava a Igreja de demonstrações eloquentes do amor de Jesus e de Sua humanidade e deidade, que se mostram bem evidenciadas neste encontro do Senhor com aquela mulher.
- A narrativa do Evangelho começa com a informação de que Jesus resolveu deixar a Judeia em meio a uma intriga que se queria criar entre ele e João Batista e os respectivos discípulos de cada qual.
- Após ter iniciado Seu ministério, inclusive com o apoio de João Batista, que, por duas vezes, deu testemunho de que Jesus era o Cristo, Jesus permitiu que Seus discípulos batizassem, assim como fazia o Batista.
- Não demorou muito para que se iniciasse uma discussão, fomentada pelo povo, a respeito de quem deveria ser seguido: João Batista ou Jesus. Em momento algum, João Batista quis se contrapor a Cristo, reafirmando ser Jesus o Messias e não ele.
- Jesus, porém, percebendo que este clima em nada beneficiaria o desenvolvimento de Seu ministério, como também o próprio trabalho do Batista, resolveu voltar para a Galileia.
- Temos aqui uma importante lição: devemos evitar intrigas e contendas entre os que realizam a obra de Deus, ainda que tenham pleno discernimento espiritual de que um determinado trabalho está para se findar, passou o seu tempo. As inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas e dissensões são obras da carne (Gl.5:20) e tudo devemos fazer sem contendas (Fp.2:14).
- Nos dias em que vivemos, muitos são os que querem se projetar mediante polêmicas e contendas, notadamente nas redes sociais. Jesus estava no início de Seu ministério e uma situação deste tipo bem poderia gerar “engajamento”, mas não era este o comportamento do Senhor e não pode ser também o nosso.
- Normalmente, os judeus, quando iam da Judeia, situada na região sul de Israel, para a Galileia, que ficava ao norte, atravessavam o rio Jordão em Jericó e transitavam pela Pereia, tornando a atravessar o rio para ingressar na Galileia, tudo para que não passassem por Samaria, a região que ficava entre Judeia e Galileia.
- Isto era consequência da rivalidade e verdadeiro ódio que havia entre judeus e samaritanos. Os samaritanos eram estrangeiros que tinham vindo habitar aquela região depois que o reino de Israel, o reino das dez tribos, havia sido levado cativo pelos assírios em 722 a.C. Eles passaram a ter uma vida religiosa misturada, servindo a Deus e também aos seus deuses, o que, evidentemente, gerou a repulsa dos judeus, ou seja, os habitantes do reino de Judá (II Rs.17:31,32).
- Como se não bastasse isso, em retaliação pelo fato de não lhes ter sido permitido ajudar os judeus a reconstruírem o templo quando do retorno do cativeiro da Babilônia, passaram sistematicamente a se opor ao povo judeu, seja tentando impedir a reconstrução do templo (Ed.4:1-5), seja, posteriormente, opondo-se à própria reedificação de Jerusalém (Ne.2:10; 4:1-3).
- No período intertestamentário, os samaritanos não perderam oportunidade de se oporem aos judeus, seja construindo um templo rival no monte Gerizim, seja instigando Alexandre, o Grande a marchar contra Jerusalém, que se livrou de destruição pela estratégia do sumo sacerdote Jado,
- Instaurou-se uma grande inimizade entre os dois povos, como atesta o historiador judeu Flávio Josefo: “…Os descendentes desses judeus fizeram contínua guerra aos samaritanos, porque nem uns nem outros queriam deixar seus costumes. Os de Jerusalém sustentavam que somente o templo de Jerusalém era santo e que não se devia fazer sacrifícios em outros lugares. Os samaritanos sustentavam, ao contrário, que era preciso ir oferecê-los no monte Gerizim…” (Antiguidades Judaicas XII.1.453. In: História dos hebreus. Trad. de Vicente Pedroso. Rio de Janeiro: CPAD, 1990. V.1, p.251).
- A rivalidade cresceria ainda mais no reinado de Hircano I, um dos reis macabeus, que destruiu o templo do monte Gerizim por volta dos anos 129/128 a.C., bem como a própria cidade de Samaria, que foi, posteriormente, reconstruída por Herodes, o Grande, mas não o templo.
- Entretanto, apesar de todo este histórico, o texto bíblico diz que era necessário que Jesus passasse por Samaria (Jo.4:4). A necessidade, como se verá ao longo do texto, dizia respeito à salvação da mulher samaritana e da população da sua cidade, como da própria elucidação a respeito da natureza da obra salvífica de Cristo, que não se circunscrevia a Israel e que tinha em vista a restauração de uma verdadeira comunhão entre Deus e a humanidade e a instauração de uma verdadeira adoração.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO