ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ – Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência
COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva
COMENTÁRIO: EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS
LIÇÃO Nº 2 – SOMOS CRISTÃOS
Texto: Gálatas 2.1-9,14
Introdução: O Cristianismo é uma religião de relacionamento pessoal com o Cristo ressuscitado e não um conjunto de regras e ritos.
I - PREVENINDO-SE CONTRA A TENDÊNCIA JUDAIZANTE
1. Subindo outra vez a Jerusalém (Gl 2.1,2)
1.1. Catorze anos depois da sua conversão a Cristo, Paulo sobe pela segunda a vez a Jerusalém.
a. Essa segunda visita foi por revelação (Gl 2.2; At 11.27-30)
b. Não foi uma convocação feita pelos apóstolos para prestação de contas.
1.2. Não podemos confundir essa visita de Paulo com a sua ida ao Concilio de Jerusalém, registrado em Atos 15
a. Infere-se que a Epístola aos Gálatas foi escrita antes do referido Concilio
. Não há menção dele na carta, visto que o Concilio tratou do mesmo assunto (At 15.5,6).
1.3. Somando os anos mencionados em Gálatas
a. Podemos afirmar que essa visita aconteceu antes de sua Primeira Viagem Missionária
2. Objetivo da reunião
2.1. É bom lembrar que essa reunião não foi um concilio nem um sínodo.
2.2. É possível que essa segunda visita tenha ligação com Ágabo, pois a missão de Paulo, pelo que parece, foi levar donativos para os irmãos pobres da Judeia (At 11.27-30).
2.3. Aproveitando a ocasião, o apóstolo expôs o Evangelho que vinha pregando aos gentios há catorze anos (Gl 2.1,2).
a. Ele tinha convicção de que recebeu esse Evangelho de Deus
b. Estava consciente de que a sua subida a Jerusalém era em obediência a uma ordem divina
3. Tito e a circuncisão (Gl 2.5)
3.1. Barnabé era judeu (At 4.36)
a. Seu nome aparece três vezes nesse capítulo (Gl 2.1,9,13);
b. Sua presença na reunião em Jerusalém não seria um problema.
3.2. Tito era grego
a. Foi um risco que Paulo correu, mas não foi provocação
b. Paulo introduziu um incircunciso no seio dos judeus.
c. Os judaizantes queriam que Tito fosse circuncidado.
3.3. Nessa reunião em Jerusalém, onde expôs o Evangelho que pregava aos gentios, ele não cedeu nem um pouco, “nem por uma hora” (Gl 2.5).
a. Isso por três razões:
. Tito era grego
. Porque estava em jogo a verdade do Evangelho
. Porque estava em jogo o futuro do próprio Cristianismo
II - A TENDÊNCIA JUDAIZANTE NO INÍCIO DA IGREJA
1. O espanto do apóstolo
1.1. Paulo ficou sabendo que os irmãos da Galácia estavam vivendo outro evangelho, (Gl 1.6)
a. Isso deixou o apóstolo estarrecido e atônito pela rapidez do desvio deles
b. O verbo grego metatithesthe, “deixar, abandonar, desertar, mudar de pensamento, virar a casaca”
. Era usado na antiguidade quando alguém desertava do exército ou se rebelava contra ele.
. Isso significa também mudança de partido político, filosofia e religião.
1.2. Em outras palavras, aqueles irmãos gálatas estavam abandonando a fé.
2. Quem eram os judaizantes (Gl 2.4)?
2.1. O termo judaizante vem do verbo grego ioudaizõ:
a. (significa) “viver como judeu, adotar costumes e ritos judaicos”,
b. Aparece uma única vez no Novo Testamento (Gl 2.14)
2.2. Eles eram os opositores de Paulo identificados também como “falsos irmãos” (Gl 2.4)
a. Se apresentavam como enviados por Jerusalém, a igreja-mãe (Gl .17)
b. Na verdade, esses homens saíram de Jerusalém por sua própria conta.
c. Tiago negou formalmente as declarações deles, dizendo que não os havia enviado (At 15.24).
d. Eram legalistas dentre os judeus, e por isso chamados de judaizantes.
2.3. Eram judeus, convertidos ao Senhor Jesus e ensinavam que:
a. Os gentios deveriam observar a Lei de Moisés como condição para salvação (At 15.1)
3. O clima de tensão (Gl 2.3-5)
3.1. Não é necessário muito esforço para perceber o quanto Paulo e Barnabé foram pressionados pelos judaizantes diante dos demais apóstolos de Jerusalém.
3.2. À luz de Gálatas 2.9, parece que somente João, Pedro e Tiago estavam presentes.
a. Os outros apóstolos deviam estar em plena atividade missionária em outras regiões.
3.3. Os judaizantes conseguiram “furar o bloqueio” e entraram sem serem convidados à reunião (Gl 2.4).
a. Eram inimigos da liberdade cristã,
b. Eram inimigos do Evangelho,
c. Eram inimigos de Paulo
d. Eram inimigos do próprio Cristianismo
3.4. O pior de tudo é que essas pessoas estavam infiltradas na igreja, e conseguiam até entrar em reuniões apostólicas.
III - A TENDÊNCIA JUDAIZANTE HOJE
1. O mesmo Evangelho (Gl 2.7-9)
1.1. O Evangelho é um só, não há dois
1.2. O Evangelho de Pedro e o de Paulo
a. Chamado de Evangelho da Circuncisão (Pedro)
b. Chamado de Evangelho da Incircuncisão (Paulo)
1.3. O Evangelho de Pedro e o de Paulo são meras formas de apresentação, pois o conteúdo é o mesmo.
a. Ambos receberam uma incumbência da parte de Deus, mas com audiências diferentes.
1.4. O compromisso de Paulo era com os gentios:
a. Ele foi constituído, por Deus, apóstolo e doutor dos gentios (1Tm 2.7; 2Tm 1.11)
b. Ele foi constituído por Deus para pregar aos não judeus (Rm 11.13)
1.5. O compromisso de Pedro era com os judeus, mas a mensagem é a mesma
2. O perigo da doutrina judaizante
2.1. Os apóstolos viam em tudo isso dois problemas sérios:
a. A ameaça à liberdade cristã
b. O perigo de o Cristianismo se tornar uma mera seita judaica
2.2. Os cristãos judaizantes alteravam o cerne do Evangelho
a. Colocavam a Lei como complemento da obra que Jesus efetuou no Calvário
b. Era, de fato, “outro evangelho”, por isso o apóstolo Paulo os amaldiçoou (Gl 1.8,9)
2.3. Na verdade, quem tem o Espírito Santo vive pelo Espírito
a. Contra a tendência judaizante é preciso aprender:
. A viver na dependência do Espírito e não da Lei
. Lutar contra os vícios da carne e buscar as virtudes do fruto do Espírito
3. As práticas judaizantes atuais.
3.1. Elas são basicamente:
a. A guarda do sábado
b. A observância rigorosa do kashrut (termo hebraico para as leis dietéticas do judaísmo)
c. A liturgia da sinagoga
d. O uso do shofar, “trompa”, geralmente feito de chifre de carneiro
e. O uso de talit, o manto ou xale usado para oração
f. O uso do kippar, o solidéu que os judeus religiosos usam sobre a cabeça
3.2. Quanto aos judeus messiânicos
a. Os judeus messiânicos, principalmente em Israel, seguem a tradição judaica
. É para preservar a identidade cultural deles
. Tem amparo neotestamentário (1Co 7.18a)
b. Na conversão a Cristo do judeu, ele não precisa mudar a sua tradição e cultura.
3.3 Quando aos não judeus
a. Ele não precisa se judaizar. (1Co 7.18b)
b. É erro o não judeu adotar práticas judaicas na liturgia e no dia a dia para imitar o Judaísmo.
c. Paulo conclui: “Cada um fique na vocação em que foi chamado” (1Co 7.20).
Conclusão: O resultado da reunião foi desfavorável aos judaizantes. Só o fato de os apóstolos, sendo judeus, concordarem com a explicação sobre a especificidade de cada grupo dada por Paulo, já apontava o engano desses legalistas sobre a obra salvífica em Cristo. Esse resultado serviu tanto aos gálatas como a todo o Cristianismo nesses mais de vinte séculos de história. Assim, a diferença entre os judeus messiânicos e os cristãos judaizantes atuais é que os judeus estão preservando uma cultura hereditária do seu povo e os judaizantes colocando “remendo novo em pano velho” (Mt 9.16).
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