Adultos

Lição 2 - Somos cristãos V

SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTà– Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência

COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 2 – SOMOS CRISTÃOS

INTRODUÇÃO

Na lição definiremos o termo “cristão”; estudaremos o contexto dos judaizantes no período de Paulo; veremos que a prática da circuncisão não é necessária para salvação, mas sim, a fé; falaremos sobre os judaizantes e a guarda da lei para a salvação; pontuaremos as razões por que não guardamos o sábado para salvação; e por fim; veremos que em Jesus não há diferença entre circuncisão e incircuncisão.

I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA CRISTÃO

1.1 Definição do termo cristão. O dicionário Houaiss (2001, p. 874) define cristão como: “aquele que professa o cristianismo; o que é compatível com os princípios do cristianismo”. É o nome dado às pessoas que seguem os ensinamentos e doutrinas deixados por Jesus Cristo. Esse termo surgiu no livro de Atos dos Apóstolos: “E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (At 11.26).

II - ENTENDENDO O CONTEXTO DOS JUDAIZANTES

Os judaizantes desencadearam um poderoso ataque contra a autoridade do evangelho de Paulo. Eles contestavam o evangelho da justificação pela fé somente, insistindo na necessidade da circuncisão e na observação de certos preceitos da lei para a salvação (At 15.1,5). Tendo atrapalhado a pregação do evangelho de Paulo, continuavam minando também a sua autoridade. Em Gálatas 2.1-9, Paulo relata um episódio importante na história da Igreja Primitiva, onde ele subiu a Jerusalém para discutir com os outros apóstolos a questão da justificação pela fé e a questão da observância da Lei por parte dos gentios. Paulo já havia pregado o evangelho da graça, mas os judaizantes estavam causando confusão, dizendo que a salvação também dependia da observância da Lei.

2.1 O evangelho que Paulo pregava (Gl 2.1-6). O propósito da viagem era reafirmar a essência do evangelho pregado por Paulo entre os gentios. Destacamos aqui quatro pontos importantes. O evangelho pregado aos gentios é o mesmo pregado aos judeus. “... e lhes expus
o evangelho que prego entre os gentios...” (Gl 2.2). A tese de Paulo é que não havia conflito entre o evangelho da circuncisão (judeus) e
o evangelho da incircuncisão (gentios); entre o evangelho pregado entre os judeus e o evangelho pregado entre os gentios; entre o evangelho pregado pelos apóstolos de Jerusalém e o evangelho pregado por ele. A mensagem que Paulo pregou aos crentes da Galácia foi: “Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste; e, por meio dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés” (At 13.38,39). Só existe um evangelho e um evangelho diferente seria “outro evangelho” (Gl 1.9), um falso evangelho, um evangelho que deveria ser anátema (maldição) (Lopes, 2011. p. 81 – grifo e destaque nosso).

2.2 A prática da circuncisão não é necessária para salvação (Gl 2.3). Tito era um gentio que estava sendo provado (Gl 2.1). O termo circuncidar-se introduz um tema central dos falsos mestres judaizantes, que Paulo discute repetidamente em Gálatas (Gl 5.2,3,6). Ao contrário de Timóteo, a quem Paulo circuncidou porque a mãe de Timóteo era judia, Tito não foi circuncidado. Circuncidá-lo teria sido um sinal para todos os outros gentios de que o homem deveria seguir a Lei judaica para se tornar cristão. Como Paulo explica nesta carta, isso seria uma rejeição das boas-novas de que a salvação é dom de Deus para aqueles que creem em seu Filho, Jesus Cristo. Essa decisão refutou a ideia de que os cristãos gentios precisariam seguir as práticas da Lei mosaica para serem salvos. Paulo defendia que a graça de Deus, e não as obras da Lei, é o que justifica o ser humano, como enfatizado em Efésios 2.8-9: “Pois pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus”.

2.3 A prática da circuncisão não justiça ninguém, mas sim, a fé. Paulo ensinou isso aos romanos quando disse: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente. Visto que Deus é um só, que justifica pela fé a circuncisão, e por meio da fé a incircuncisão. Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei” (Rm 3.28-31).

III - OS JUDAIZANTES E A GUARDA DA LEI PARA A SALVAÇÃO

O termo judaizante vem do verbo grego ioudaizõ que significa: “viver como judeu, adotar costumes e ritos judaicos. Eles apareceram no seio da igreja, e nem mesmo a decisão do Concílio de Jerusalém, em Atos 15, foi suficiente para detê-los, pois continuavam insistindo na necessidade de os gentios convertidos à fé cristã viverem como judeus. Os seus discípulos ainda estão por aí, defendendo a guarda do sábado, as leis dietéticas prescritas por Moisés e ritos judaicos. Foram eles os principais perseguidores do apóstolo Paulo durante toda a sua vida, pois o acusavam de pregar contra a lei, tantos os de fora como os falsos irmãos (At 21.28. Gl 2.4, 5).

3.1 A Lei não foi dada para salvar, mas para revelar o pecado. A interpretação equivocada da Lei de Moisés pelos judaizantes e outros legalistas que se opunham ao apóstolo Paulo causou grandes problemas para a Igreja nos tempos apostólicos. No entanto, os judaizantes de hoje ainda não compreendem o verdadeiro propósito da Lei: ela foi dada por causa da transgressão. A Bíblia afirma em Romanos 3.20 que “pela lei vem o conhecimento do pecado”, pois se não há Lei, não pode haver pecado. O homem não teria conhecido pecado, se não fosse pela Lei (Rm 4.15; 7.7. Gl 3.19).

3.2 A Lei foi dada para demonstrar a necessidade da graça divina. A Lei não veio como solução final, mas para conscientizar os homens do pecado e da necessidade da graça de Deus, de algo que transcendesse à própria lei (Gl 3.22). A Bíblia diz que: “Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se tu guardares a Lei; mas, se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão se torna em incircuncisão” (Rm 2.25-29).

IV - RAZÕES DE NÃO GUARDARMOS O SÁBADO PARA SALVAÇÃO

4.1 O sábado faz parte da Lei e esta foi totalmente abolida por Cristo. (Ef 2.14,15; Cl 2.14; 7.18; 8.13; 10.9). O que está evidente nos textos citados? Ao cumprir Cristo a Lei, esta foi por ele: Desfeita; Riscada; Tirada de nosso meio; Cravada na cruz; Ab-rogada; Acabada por envelhecer; Tirada para dar lugar à graça. A complicação com as coisas simples do Evangelho gera a confusão doutrinária, e esta conduz à heresia; daí surgirem aqueles que dizem que, para ser salvo, o homem tem que guardar o sábado, e que, quem guarda o domingo tem o sinal da besta.

4.2 Os grandes acontecimentos do cristianismo não se deram no sábado, mas no domingo. Podemos citar os seguintes: a) Jesus ressuscitou dentre os mortos no domingo (Jo 20.1; Mc 16.5-11); b) Jesus apareceu a dez de seus discípulos no domingo (Jo 20.19); c) Jesus esperou uma semana, e no primeiro dia da semana apareceu aos onze discípulos (Jo 20.26); d) Jesus apareceu no domingo a vários outros discípulos (Mt 28.1-10; Lc 24. 13-35; Jo 20.11); e) A promessa da vinda do Espírito Santo cumpriu-se no domingo, no dia de Pentecoste, que pela Lei caía no primeiro dia da semana (Lv 23.16; At 2.1-13); e, f) Nesse primeiro dia da semana os três mil conversos foram unidos à primeira igreja neo-testamentária (At 2.41).

4.3 A igreja primitiva guardava o domingo e não o sábado. A verdadeira Igreja do Senhor nasceu no primeiro dia da semana; guardou esse dia, e ainda o guarda até hoje (At 20.6-7; 1Co 16.1-2). Paulo chama a guarda do sábado de rudimento fraco e pobre. Rudimento fraco e pobre, no dizer de Paulo, é algo sem muita importância, alguma coisa para a qual não se deve dar muito valor (Gl. 4.9-11). As colunas da igreja, Pedro, Tiago e João, e Paulo, doutor dos gentios, não guardavam o sábado; pelo contrário, foram duros e rigorosos no combate às doutrinas sabatistas (At 15.1-2,4-11; Gl 5.1-4). Se homens de Deus, considerados “colunas da Igreja” não guardaram o sábado, por não receberem tal preceito de Jesus e do Espírito Santo, por que nós deveríamos guardá-lo?.

4.4 Durante sua vida na terra, Jesus fez diversos trabalhos no sábado. Foi no sábado que Jesus fez as seguintes obras, segundo relato das Escrituras: a) A libertação do endemoninhado (Lc 4.31-37); b) A cura da sogra de Pedro (Lc 4.38-39); c) A cura do homem da mão mirrada (Lc 6.6-11); d) A cura da mulher paralítica (Lc 13.10-17); e) A cura de um hidrópico (Lc 14.1-6): f) A cura do paralítico de Betesda (Jo 5.5-16) Jesus não só curou como mandou o homem carregar a sua cama, provocando protestos. g) A cura de um cego de nascença (Jo 9. 1-41); h) A pregação aos espíritos em prisão (I Pe 3.18-20; 4.6).

V – EM JESUS NÃO HÁ DIFERENÇA ENTRE CIRCUNCISÃO E INCIRCUNCISÃO

Através da pessoa de Jesus “[...] nem circuncisão nem incircuncisão têm efeito algum, mas sim a fé que atua pelo amor” (Gl 5.6). A verdadeira circuncisão é a do coração: “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, pela circuncisão de Cristo” (Cl 2.11). Em Jesus: “[...] não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos” (Cl 3.11).

5.1 A salvação é para os circuncidados do coração. A Bíblia diz que em Jesus: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). A verdadeira circuncisão é a do coração e Paulo reforça este ensino aos romanos: “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.28,29). “A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos mandamentos de Deus” (1Co 7.19). Paulo ainda afirmou aos gálatas que: “Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma; mas sim a fé que opera por caridade” (Gl 5.6). “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” (Gl 6.15).

CONCLUSÃO

Após estudarmos a questão dos judaizantes e a verdade bíblica sobre a observância do sábado, ficou claro que a salvação e a verdadeira adoração não dependem de rituais ou práticas externas, mas da graça de Deus em Cristo. A Igreja deve se manter firme na liberdade que Cristo conquistou, sem ceder às distorções que tentam substituir a obra redentora do Senhor. Como Paulo nos ensina “Cristo é o fim da lei para todo aquele que crê” (Rm 10.4). Portanto, não precisamos de rituais no culto, pois o que Deus busca é um coração sincero, rendido à Sua graça.

REFERÊNCIAS

• HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.

• ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.

• LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. HAGNOS

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

• SOARES, Esequias. Heresias e Modismo. CPAD

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 09 de Jan de 2025

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