Adultos

Lição 2 - Somos cristãos VI

ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTà– Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência

COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva

COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 2 – SOMOS CRISTÃOS

Nesta lição, veremos o trabalho dos apóstolos para prevenir a igreja da tendência judaizante que predominava no primeiro século. Era um tempo em que os fundamentos apostólicos haviam sido lançados havia pouco tempo e a compreensão clara do Evangelho estava sendo desenvolvida progressivamente entre os judeus novos convertidos e os gentios. Nesse cenário, alguns grupos judaizantes que se autodenominavam enviados da igreja-mãe em Jerusalém causaram certo desconforto a Paulo, bem como tentavam distorcer a fé dos irmãos gentios recém-convertidos. Em síntese, eram legalistas que ensinavam que os gentios deveriam converter-se ao judaísmo, observar a Lei de Moisés e, somente então, poderiam desfrutar da graça do Evangelho.

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

PREVENINDO-SE CONTRA A TENDÊNCIA JUDAIZANTE

Quando lemos acerca da história da Igreja, percebemos que a sombra do judaísmo sempre estava à ronda dos irmãos que se decidiram pela fé cristã, principalmente para investir sobre os gentios convertidos, para que estes viessem a adotar as práticas oriundas da religião da qual haviam saído.

Tanto Paulo como os demais apóstolos viam em tudo isso dois problemas sérios: a ameaça à liberdade cristã e o perigo de o cristianismo tornar-se mera seita judaica. Estava em jogo a verdade do evangelho e o futuro do próprio cristianismo. Isso explica por que o apóstolo Paulo foi tão contundente com os judaizantes.

Quando lemos o texto, vemos que tais “irmãos” utilizaram de uma espécie de rapinagem para se infiltrados no meio cristão. Estes desejavam espiar a liberdade que os salvos possuem em Cristo, a fim de sujeitá-los novamente à servidão das muitas leis que havia à época.

Não é necessário muito esforço para se perceber o quanto Paulo e Barnabé foram pres- sionados pelos judaizantes diante dos demais apóstolos de Jerusalém. Parece que, dos após- tolos, somente João, Pedro e Tiago estavam presentes (G1 2.9). Os outros deviam estar em plena atividade missionária em outras regiões. Esses judaizantes, chamados de “falsos ir- mãos”, conseguiram “furar o bloqueio”, entrando sem serem convidados à reunião (G1 2.4). Eram inimigos da liberdade cristã, do evangelho, de Paulo e do próprio cristianismo. O pior de tudo é que essas pessoas estavam infiltradas na igreja e conseguiam até entrar em reuniões apostólicas.

Destaque

No texto aprendemos que o Evangelho não pertence a nós, mas a Deus, e que nós os homens somos apenas seus guardiães. Por esta razão temos que louvar a Deus. O apóstolo mostrou a sua disposição à caridade e o quão disposto estava para aceitar aos judeus convertidos como irmãos, ainda que muitos dos apóstolos dificilmente permitiriam igual favor a estes; porém, somente a diferença de opiniões não era um motivo justo para que não os ajudasse. Aqui está um padrão do amor cristão, que devemos sempre estender a todos os discípulos de Cristo.

A TENDÊNCIA JUDAIZANTE NO INÍCIO DA IGREJA

Os “da circuncisão” eram cristãos judeus, principalmente da igreja de Jerusalém, que criam que o sinal da circuncisão do Antigo Testamento era necessário a todos os crentes da Nova Aliança. Ensinavam, ainda, que os cristãos judaicos não deviam comer com crentes gentios não circuncidados e que não observassem os costumes e as restrições sobre os ali- mentos dos judeus. Pedro, embora soubesse que Deus aceitava os crentes gentios sem parci- alidade (At 10.34,35), opôs-se a suas próprias convicções por medo das críticas e da possível perda de autoridade na igreja judaica-cristã em Jerusalém.

A velocidade com que esse desvio atingiu os irmãos galácios foi estrondosa. O próprio apóstolo afirmou isso em sua carta destinada a eles (Gl 1.6). Fato é que muitos acabam se desviando muito rápido da centralidade do Evangelho, quando abrem seus ouvidos e corações a pessoas que apresentam os seus próprios interesses. Os judaizantes exigiam a circuncisão dos gentios convertidos ao Senhor Jesus (At 15.1,5). Isso significava minar a essência do cristianismo, reduzir a fé cristã a uma mera seita judaica. Os apóstolos tiveram que convocar uma assembleia para tratar o assunto. À luz de Atos 14.27 - 15.2, o Concilio de Jerusalém aconteceu depois dessa viagem em virtude do grande número de gentios convertidos e havia também muita controvérsia sobre o modus vivendi — “maneira de viver” — desses novos crentes. Havia judeus convertidos ao cristia- nismo que queriam impor aos gentios as práticas judaicas como condição para a salvação.

A estratégia dos judaizantes era pressionar aos presentes a estabelecerem um modo de viver onde saíam do meio judaico sem abandonar efetivamente suas práticas. Isso não é con- versão, mas sim adaptação. Um perigo e grande ameaça à pureza do Evangelho que veio como boas novas de salvação.
Houve grande debate logo na abertura da reunião em Jerusalém até que o apóstolo Pedro tomou a palavra (At 15.7), chamando a atenção dos ouvintes. Ele evocou a revelação que recebeu para ir à casa de Cornélio, lembrando que, com essa experiência, Deus o havia escolhido para falar aos gentios (At 10). Pedro, antes de qualquer outro apóstolo, foi o pri- meiro que Deus escolheu para pregar aos gentios, portanto, tinha autoridade para falar sobre o assunto.

Destaque

Paulo era gentil, tolerante e paciente com relação a muitas coisas (cf. 1Co 13.4-7), mas era firme e inflexível com respeito à “verdade do evangelho”. A revelação que ele recebera diretamente de Cristo (GI 1.12) é a única mensagem que possui o poder de salvar todos os que creem nela, receberam-na e reagem positivamente a ela (Rm 1.16). Paulo entendia que nunca se devem fazer concessões a este evangelho (isto é, as 'boas-novas'; veja Mc 14.9) em nome da paz, unidade ou da opinião da moda. Tanto a honra de Jesus Cristo como a salvação dos que estão espiritualmente perdidos (isto é, que não receberam o perdão de Deus e um relacionamento pessoal com Cristo) estavam em jogo. Se negligenciarmos ou abandonarmos qualquer parte do Evangelho, de acordo com a revelação do Novo Testamento, começaremos a destruir a única mensagem que nos pode salvar da destruição eterna (cf. Mt 18.6). A TENDÊNCIA JUDAIZANTE HOJE

Os gentios não aprenderam esses costumes porque nunca tiveram quem os ensinasse, por essa razão, o estilo de vida deles era discrepante. Aplicar essa conduta judaica aos gentios como exigência para a redenção era o mesmo que afirmar que a graça do Senhor não era suficiente. A lei de Moisés seria o complemento para a salvação. Isso reduziria o cristianismo a uma mera seita do judaísmo e, além disso, confundiria com a identidade judaica. Nesse caso, era como se os cristãos de hoje usassem Talit e kippar; seguissem a dieta khosher e fossem obrigados a guardar o sábado, além de outros ritos, como condição para serem salvos.

Não fomos convidados a viver em uma forma de “judaísmo adaptado”, mas sim em uma novidade de vida que tem as Sagradas Escrituras como a mensagem que nos convida para viver em uma liberdade com Cristo.

Outro ponto que caracteriza os judaizantes de hoje é a questão do sábado, que é o sétimo dia da semana no calendário judaico, marcado para repouso e adoração. Foi introdu- zido em Israel pela lei, isto é, é o sábado legal dado aos israelitas no Sinai. Nenhum outro povo na história recebeu a ordem para guardar este dia, é exclusividade de Israel. O sábado e a circuncisão são os dois sinais distintivos do povo judeu ao longo dos séculos (Gn 17.11). Duas vezes é dito que o sábado é um sinal distintivo entre Deus e a nação de Israel (Êx 31.13,17).

Servir a Cristo, com base no que nos transmite o Evangelho, é entender que não preci- samos de ritos ou rituais para estarmos mais próximos dEle, pelo contrário, o abandono dos ritos e dos rituais é que nos aproxima mais de Deus. Precisamos nos libertar da falsa aparência de piedade que tenta nos constranger.

Aqui podemos observar a falsa fé que muitos têm. A confissão deles está de acordo: têm a forma da piedade, mas sem o poder desta. Pensam que creem bem nos artigos da fé, mas estão enganados. Crer em Cristo crucificado não é somente crer que Ele foi crucificado, mas também crer que eu estou crucificado com Ele. Isto é conhecer a Cristo crucificado. Daí aprendemos qual é a natureza da graça. A graça de Deus não pode estar unida ao mérito do homem. Ele não é a graça a menos que seja de todas as formas livremente concedida. Quanto mais o crente confie em Cristo para tudo, mais devotamente andará diante dEle em todas as suas ordenanças e mandamentos. Cristo vive e reina nele, e ele vive aqui na terra pela fé no Filho de Deus, que trabalha em sua vida por amor, produz a obediência e muda a sua imagem. Deste modo, não abusa da graça de Deus nem a torna vã.

Destaque

Para combater as investidas dos falsos irmãos que tentavam ensinar um "falso evange- lho", somente ensinando o verdadeiro Evangelho. A fidelidade de Paulo, assim como dos demais apóstolos ao entendimento do Evangelho da graça que aponta Cristo como o cumpri- mento perfeito da Lei, não deixa espaço para legalismo ou comprometimento da liberdade cristã. Nesse sentido, a disposição dos apóstolos em rejeitar qualquer tentativa de alterar o cerne da mensagem do Evangelho era e continua sendo o melhor caminho.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA

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