Adultos

Lição 6 - O livro de Ester V

SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 6 – O LIVRO DE ESTER

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a estrutura do livro de Ester; notaremos os principais personagens deste livro; e por fim, pontuaremos o contexto histórico do livro de Ester.

I – A ESTRUTURA DO LIVRO DE ESTER

Passar do estudo de Rute para Ester importa numa radical mudança de cenário. É sair de Belém, na Judeia (atual Cisjordânia, em Israel) e transportar-se para Susã, na Pérsia (atual Irã); é saltar dos dias dos juízes para o período pós-exílio, registrado em cinco dos 12 livros históricos do Antigo Testamento: 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester (Queiroz, 2024, p. 67).

1.1 A data do livro de Ester. Os fatos registrados no Livro de Ester se passam na capital do Império Persa, Susã, entre o primeiro e o segundo retorno dos judeus para Jerusalém. A história pertence cronologicamente ao período entre o retorno de Zorobabel e Esdras, ou seja, entre o sexto e o sétimo capítulo de Esdras. Os estudiosos chegaram à conclusão de que o rei Assuero a que se refere, é identificado como Xerxes. O banquete de casamento em que Ester tomou posse como rainha, ocorreu no sétimo ano do reinado de Assuero (479 a.C.), quatro anos depois da celebração que resultou no divórcio de Vasti. “Os acontecimentos indicados no livro variam do terceiro ao décimo segundo ano do reinado de Xerxes, ou de 483 a 474 a.C.” (Beacon. vol. II, 2005, p. 543).

1.2 O contexto histórico do livro de Ester. O livro tem muitos aspectos poéticos, incluindo aliteração, paralelismo, hipérbole, ironia e também construções quiasmáticas. O nome da festa (Purim ou Festa das Sortes), uma das duas festas não estabelecidas no Pentateuco (Êx 34.18-27; Lv 23.1-44; 25.1-17). Foram designados dois dias para as celebrações: os judeus em Susã tiveram dois dias para matar seus inimigos (Et 10.18) e descansaram no dia 15 de adar e, por conseguinte, a celebração deles foi designada para esse dia. Os judeus nas províncias remotas tiveram apenas o dia 13 de adar para responder a seus inimigos, e eles celebraram no dia 14 de adar (Et 9.19). O dia 13 de adar também é celebrado por alguns judeus como a Festa de Ester, por causa da menção de comemorar as práticas do jejum e do seu clamor (Et 10.31) (Patterson; Kelley 2022, pp. 897-98).

1.3 A categoria do livro de Ester. Da mesma forma como Rute, Ester pertence aos Escritos, os 11 livros que compõem a terceira seção da Bíblia Hebraica. E, nessa seção, também ao lado de Rute, integra os Megillot, os cinco livros curtos lidos anualmente nas festas judaicas. As categorizações de Rute e Ester também são semelhantes na Bíblia Cristã, em que figuram entre os livros históricos, como já mencionado. Pela sua reconhecida canonicidade, Ester compõe o conjunto da revelação divina escrita, completa e perfeita (2Tm 3.16,17) (Queiroz, 2024, p. 67).

1.4 A características literárias do livro de Ester. O Livro de Ester tem 10 capítulos. Dentre suas características literárias destaca-se sua objetiva historicidade, vista na expressa referência ao rei persa Assuero (Et 1.1) e em vários outros detalhes factuais, além de seu caráter de fonte primária para a Festa de Purim, anualmente celebrada pelos judeus (Et 9.20-32). O estilo narrativo é menos dialógico que o de Rute. O texto é mais do narrador que dos personagens (Queiroz, 2024, p. 68).

1.5 Autoria e data do livro de Ester. O autor de Ester é desconhecido. Muitos estudiosos consideram que o livro foi escrito por um judeu que viveu na Pérsia, pelo fato de o autor demonstrar amplo conhecimento da cidade de Susã e de sua estrutura, e de importantes documentos do Império Persa. Considerando essa possível autoria e algumas evidências internas, acredita-se que o livro seja datado ainda do século V a.C. (por volta de 460 a.C.), logo após a morte de Assuero, ocorrida em 465 a.C. Outro fator levado em conta para essa datação é de ordem linguística: o autor empregou algumas palavras persas em meio ao hebraico, mas não fez uso algum de expressões originárias do grego, o que revela um estilo anterior à ascensão da Grécia sobre a Pérsia, que se deu com Alexandre, o grande, em 330 a.C (Queiroz, 2024, p. 69).

II – PRINCIPAIS PERSONAGENS DO LIVRO DE ESTER

O livro de Ester descreve a soberania e o cuidado de Deus para com o seu povo. Ele relata o grande livramento dado por Deus ao povo judeu na Pérsia. Embora o nome de Deus não seja mencionado no livro, cada página está cheia dEle. Mattew Henry, um dos grandes comentaristas da Bíblia, diz: “Se o nome de Deus não está aqui, Seu dedo está”. Vejamos os principais personagens do livro:

2.1 Assuero (Et 1.1). Rei da Pérsia, mais conhecido como Assuero (chamado de Xerxes em algumas versões bíblicas) é mencionado no livro de Ester e em Esdras 4.6. Um dos maiores reis do Império Persa, governou de 486 a 465 a.C. Era filho de Dario I, o Grande. No livro de Ester, Assuero é retrato como um rei poderoso, com um grande império “que reinou desde a Índia até Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et 1.1-b).

2.2 Vasti (Et 1.9). Rainha da Pérsia, esposa do rei Assuero. No último dia do banquete oferecido por este monarca, Vasti foi convocada para mostrar sua beleza diante dos convidados. Ela recusou o convite e essa atitude gerou controvérsias entre os conselheiros do rei. Receosos de que a desobediência da rainha desacreditasse todos os homens do reino diante de suas esposas. Eles aconselharam o rei que depusesse Vasti do cargo e mandasse trazer as donzelas do reino para delas escolher uma nova rainha. O rei anuiu ao conselho e assim o fez (Et 1.9-22; 2.1-4). 2.3 Mardoqueu (Et 2.5). Da tribo de Benjamin, filho de Jair, pai adotivo de Ester, também chamado Mordecai em algumas versões bíblicas. Vivia na fortaleza de Susã durante o exílio do povo judeu, reinado de Assuero, onde criou Ester como se fosse sua própria filha (Et 2.5-7).

2.4 Ester (Et 2.7). O livro recebe o título de Ester que significa “estrela” por causa de sua principal personagem. Uma órfã judia, que se tornou rainha da Pérsia. O nome hebraico dessa mulher era “Hadassah”, que significa “murta”, o nome de uma planta. Ester era o nome persa que lhe foi dado, quando ela se tornou parte do harém real. Era uma jovem judia, da tribo de Benjamin, cujos pais morreram na época do exílio babilônico. Foi criada por seu primo Mardoqueu (Et 2.5-7). Estavam entre os judeus que habitavam na fortaleza de Susã, sob o reinado de Assuero. A vida de Ester mudou, quando foi levada para o harém real junto com outras donzelas de Susã. Depois de um ano de embelezamento, ela foi eleita pelo rei como a mais linda jovem entre todas as que foram apresentadas (Et 2.8-17).

2.5 Hamã (Et 3.1). Era Filho de Hamedata e tinha um alto cargo político no reinado de Assuero, na Pérsia. Josefo, historiador judeu, diz que Hamã era um amalequita (2004, p. 522). “Ele é descrito como 'agagita', talvez por causa da sua descendência de Agague, o rei amalequita (1Sm 15.8,33)” (BEACON, p. 550 – acréscimo nosso). Ele desfrutava de muita confiança do rei (Et 3.10). Hamã tinha um grande ódio de Mardoqueu, bem como de todos os judeus (Et 3.5-6;10).

III – CONTEXTO HISTÓRICO DO LIVRO DE ESTER

O livro de Ester inicia com uma recepção do rei Assuero aos nobres e príncipes do seu reino, no palácio de Susã (residência de inverno dos reis da Pérsia); para mostrar-lhes a grandeza e a riqueza do seu reino. O banquete durou 180 dias (Et 1.4). Os homens se banqueteavam nos jardins do palácio, enquanto as mulheres eram hospedadas pela rainha Vasti, em seus aposentos particulares.

3.1. A Rejeição de Vasti (Et 1.10-22). Quando o rei e os príncipes estavam embriagados, o monarca mandou que seus eunucos fossem buscar a rainha Vasti, para exibir sua beleza diante dos povos e dos príncipes. Como Vasti recusou-se comparecer à presença do rei, foi destituída do reinado, perdendo a elevada posição de rainha da Pérsia.

3.2. A coroação de Ester (2.1-17). Passada a fúria do rei Assuero, ele tomou conselho com seus servos e enviou um mandato às províncias, para que lhe trouxessem todas as virgens formosas do seu reino, e fossem levadas ao harém real, para que dentre elas escolhesse uma substituta para a rainha Vasti. Ester, uma órfã judia, que fora criada por seu primo Mardoqueu foi uma das escolhidas. O monarca ficou tão encantado com a beleza de Ester que a escolheu para ser rainha no lugar de Vasti.

3.3. A conspiração de Hamã (Et 3.1-15). Quando Hamã aparece no livro de Ester, ele acabara de ser elevado ao mais alto posto do reino da Pérsia (Et 3.1). A grande honra transtornou-o. Ele encheu-se de vaidade e sentiu-se profundamente humilhado, quando Mardoqueu não lhes prestou homenagem. Mardoqueu, sendo judeu, não podia prestar honras divinas a um homem. Hamã ficou tão furioso que resolveu promover um massacre de todos os judeus (Et 3.6). Hamã procurou provar ao rei que todos os judeus eram súditos desleais. Prometeu pagar ao rei um suborno de dez mil talentos de prata (Et 3.9). O monarca, então, assinou um decreto determinando que todos os homens, mulheres e crianças que fossem judeus, fossem mortos e seus bens confiscados.

3.4. Ester toma conhecimento do decreto (Et 4.1-17). Quando os judeus tomaram conhecimento do decreto assinado pelo rei, se puseram a orar, jejuar e lamentar, deitando-se em pano de saco e cinza. Quando Ester viu aquilo, procurou saber do próprio Mardoqueu o porquê daquela atitude. Ele deu a ela uma cópia do decreto assinado pelo rei e mandou dizer-lhe: “... quem sabe se para tal tempo como este chegas-te a este reino?” (Et 4.14).

3.5. Ester se dispõe a interceder pelo povo judeu (Et 4.16-5.8). Quando Ester tomou conhecimento do decreto que estava assinado pelo rei, se dispôs a ir à presença do rei, mesmo sem ser chamada; o que significa dizer que ela pôs a sua própria vida em risco. Ela se vestiu com trajes reais, e se pôs no pátio interior da casa do rei. Vendo o rei à rainha Ester, estendeu para ela o cetro de ouro, que tinha na sua mão. Quando ela foi recebida pelo monarca, convidou-o para um banquete e denunciou o plano diabólico de Hamã (Et 7.1-6).

3.6. O livramento dos Judeus (Et 8 e 9). Quando o rei Assuero tomou conhecimento dos planos de Hamã, tomou o seu anel e o deu a Mardoqueu; e chamou os escrivães para que escrevessem um edito, concedendo aos judeus o direito de se reunirem para defender as suas vidas, bem como para matar a todos os que os afligissem ou saqueassem os seus bens. O livro de Ester termina com a narrativa do livramento dos judeus e o estabelecimento da festa de Purim, onde os judeus comemoram este grande livramento.

CONCLUSÃO

O livro de Ester nos ensina que o povo de Deus não está a deriva neste mundo tenebroso. O Senhor, Deus único e verdadeiro intervém na história, de forma que, antes mesmo do mal ser planejado para prejudicar os seus servos, Ele dispõe previamente do livramento. Diante desta verdade, devemos descansar no cuidado providencial de Deus.

REFERÊNCIAS

• COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON. vol. II. CPAD, 2005.

• GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.

• PATTERSON, D. K, KELLEY, R. H. Comentário Bíblico da Mulher – Antigo Testamento. CPAD.

• HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.

• HENRY, Matthew. Comentário Bíblico. CPAD.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 09 de Ago de 2024

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