Reflexões

Páscoa e seu significado

Pastor José Fernandes

São Paulo, 29 de Março de 2024.

Clínica de Nefrologia (Hemodiálise) Fresenius Medical Care!!!

REFLEXÃO

TEMA: "Páscoa e seu significado"

TEXTOS: Ex 12:11;Nm 28:16; Ex 12:12;Ex 12:26-27;Mt 26:17-Mc 14:12-16; Lc 22:7-13 I Co 11:26; I Co 5:7;Jo 1:29; Êx 12:2-8-15; Ex 12:3;Ex 12:43,47;Nm 9:13; Dt 14:7;Gl 4:9-10;I Co 11:26;

Ex 12:11; Nm 28:16 Assim, pois, o comereis: os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a Páscoa do SENHOR.Porém, no primeiro mês, aos catorze dias do mês, é a Páscoa do SENHOR.

Estamos na época em que comemoramos a Páscoa. Ainda que um pouco equivocado. Páscoa não é coelhinho, nem tão pouco ovo de chocolate, ou mesmo lautos banque. Páscoa! Festa de ressurreição de JESUS CRISTO.  Como que por unanimidade, muitos fazem essa declaração…

Infelizmente poucos sabem a completa origem dessa festa. Por falta de informação muitos acreditam que a Páscoa é somente comemoração da ressurreição do Senhor.

Origem do nome (páscoa)

Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pesah, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito.

A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário.

Se fôssemos ver a origem da páscoa, isto é, a verdadeira páscoa, que é bíblica, ela se encontra no livro de Êxodo, capítulo 12, onde o Senhor declara uma série de ordenanças ao seu povo, Israel, para ser lembrada à posteridade, e cumprida. Isto é, a páscoa foi instituída por Deus para Israel. E o significado desta festa se encontra no versículo 12, onde se diz o seguinte:

Ex 12:12 "Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor”.

Tem-se aí portanto, o motivo da páscoa: A morte dos primogênitos dos egípcios, e a execução do juízo de Deus sobre todos os deuses egípcios. E em outras passagens, são reforçadas o sentido da Páscoa:

“Quando, pois, tiverdes entrado na terra que o Senhor vos dará, como tem prometido, guardareis este culto. E quando vossos filhos vos perguntarem:
Que quereis dizer com este culto?

Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriram os Egípcios, e livrou as nossas casas.”

Ex 12:26,27 E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este vosso? Então, direis: Este é o sacrifício da Páscoa ao SENHOR, que passou as casas dos filhos de Israel no Egipto, quando feriu aos egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo inclinou-se e adorou.

O significado da páscoa também é a da libertação do jugo dos egípcios (Êxodo 12:42): “Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito…”. Como se vê, o seu significado é bem diverso daquele que o mundo vê: a ressurreição do Senhor Jesus;  visto que a ressurreição foi uma conseqüência da perfeição do Senhor Jesus, uma vez que ele não cometeu nenhum pecado, portanto, não poderia permanecer morto. E também, a garantia da Sua vitória sobre a Morte, fazendo valer assim a Sua promessa de vida eterna, a plena, para todos aqueles que creram e se entregaram a Ele.

Portanto, ao se tratar de definir um sentido diferente daquilo que Deus estabeleceu para uma festa por Ele ordenado, é o mesmo que estivesse torcendo e distorcendo a Sua Palavra. Sejam quais os motivos apresentados.

E uma das evidências dessa distorção é pelo fato de que a páscoa católica – hoje oficialmente adotada no mundo, inclusive no meio evangélico – jamais deva coincidir com a páscoa judaica. No entanto, isso nem sempre acontece, pois: “O Concílio Eclesiástico de Nicéia (325) reajustou o calendário numa tentativa de evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach,” (a páscoa judaica)…“o que entretanto vez por outra ainda ocorria”.

(1). Se apelou inclusive, ao matemático Gauss, para estabelecer uma fórmula simples e prática no cálculo da data da páscoa, visto que todas as festas móveis católicas, dependiam do dia da páscoa.

(2). A razão de tudo isso é pelo fato de que o calendário hebraico é lunar, isto é, baseado no ciclo da Lua; enquanto que o calendário dos católicos – o gregoriano – é solar. Trazendo assim complicações no estabelecimento de datas, visto que a páscoa judaica “moveria” dentro do calendário gregoriano, podendo coincidir dessa forma, com a páscoa dos católicos. Principalmente levando em conta de que a páscoa judaica duraria uma semana, tornando mais fácil essa coincidência. E é o que eles não querem. Pois, senão, de outra forma, não teria justificativa, visto que é mais fácil adotar a páscoa dos judeus. Isto é, aparentemente fizeram a questão de não seguir os preceitos bíblicos da páscoa, pois, teriam de respeitar rigorosamente a data, e o motivo da comemoração (e que é bem diferente a da tradição católica, onde a páscoa é somente a ressurreição, e não a morte do Cordeiro, nem tão pouco era considerado a saída do Egito).

Outra coisa a ser considerada é de que a igreja católica, permitiu a matança dos judeus, nas festas das páscoas, sob uma falsa acusação de que estes usavam o sangue das crianças “cristãs” para a confecção dos pães ázimos .

(3). Os pães ázimos – isto é, pães sem fermentos – fazem parte do preceito bíblico para a comemoração da verdadeira páscoa, que é judaica.

Para esse caso, reparamos um odioso anti-semitismo, bem evidente na Idade Média, onde não somente desprezaram os preceitos bíblicos da páscoa, estabelecendo os seus próprios, como também ignoram o sentido dos pães ázimos, dando uma versão pervertida ao povo, que crê cegamente nas suas doutrinas.

O antissemitismo pode perfeitamente bem explicar todas essa distorções.

PÁSCOA, OU A CEIA DO SENHOR?

O próprio Senhor Jesus, quando instituiu a Ceia do Senhor, se deu no dia da páscoa.

Mt 26:17-19 E, no primeiro dia da festa dos pães asmos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que façamos os preparativos para comeres a páscoa? E ele disse: Ide à cidade a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa com os meus discípulos. E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa.

Mc 14:12-16; Lc 22:7-13 E não foi pela Sua ressurreição que ELE a instituiu, e sim, em memorial a Ele, e anunciando a Sua morte, até que Ele venha a nos buscar.

I Co 11:26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálix anunciais a morte do SENHOR, até que venha.

Isto é, a Ceia do Senhor se deu justamente na páscoa porque, a verdadeira páscoa era Ele.

I Co 5:7 Alimpai-vos pois do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.

O SENHOR que estava preparado para morrer pelos nossos pecados – a de ser crucificado. Por isso que foi chamado de Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

Jo 1:29 No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.

Isto porque Ele é o Cordeiro a ser sacrificado, a páscoa, para derramar o Seu sangue pelos nossos pecados; pois, sem tal sacrifício, nenhum homem poderia aproximar de Deus, e entrar em comunhão com Ele, ganhando assim a vida eterna.

Razão pelo qual, uma vez feito tal sacrifício, o único verdadeiro e perfeito, deixaria de ter sentido a páscoa, uma vez que o antigo pacto foi consumado. Foi por essa razão que o Senhor Jesus se reuniu com os seus discípulos, para realizar a última páscoa – a válida – e estabelecer o novo pacto, mais abrangente, e debaixo da graça: a Ceia do Senhor.

Ora, se o irmão pretende celebrar a páscoa, ele deverá seguir à risca os mandamentos que Deus deu a Moisés!

Terá de deixar de participar da Ceia do Senhor periodicamente (geralmente mês a mês), pois, a páscoa só se dá por volta dos meses de março/abril de cada ano. Visto que era celebrada no mês de abibe, no dia 14 por diante, e deverá imolar um cordeiro, e comer por sete dias, pães ázimos e ervas amargas…

Ex 12:2-8-15 Não imolando o cordeiro, mesmo assim, teria de ser com pães ázimos, e já terá transgredido a Lei de Deus!

Mas acontece que a páscoa é um mandamento somente para o povo de Israel, e não para os outros povos, quanto mais para a Igreja de Cristo, pois senão teriam de seguir à risca, todos os preceitos que Deus deu a este povo.

É uma celebração exclusiva do povo de israel, pois nós temos o seguinte:

Ex 12:3 “Falai a toda a congregação de Israel dizendo: Aos dez deste mês, tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada casa.

É uma festa que deve ser guardada por todos os filhos de Israel por memória.

Ex 12:47Toda a congregação de Israel o fará.

Ordem determinante do SENHOR E mais, o estrangeiro não deve comer dela.

Ex 12:43 Disse mais o SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa; nenhum filho de estrangeiro comerá dela.

Se por acaso, um estrangeiro, um gentil, quiser participar da páscoa, deve ser circuncidado.Circuncidará um salvo em Cristo Jesus para participar da páscoa? É estar debaixo da Lei, e não da graça! E tanto pelo fato de estar debaixo da Lei que, caso um homem, filho de Israel, se não comemorou a páscoa, deve ser extirpado do povo de Deus; em outras palavras, executado

Nm 9:13 Porém, quando um homem for limpo, e não estiver de caminho, e deixar de celebrar a Páscoa, tal alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta do SENHOR a seu tempo determinado; tal homem levará o seu pecado.

Era portanto, um mandamento severo, um pacto feito entre Deus e Israel, assim como o mandamento de guardar o sábado. Logo, se nós fossemos comemorar a páscoa, nos colocaríamos ao mesmo pé de igualdade com os adventistas do sétimo dia.

 

A ORIGEM PAGÃ DA PÁSCOA ATUAL

A páscoa que se comemora no dia de hoje, não se assemelha nem um pouco com a páscoa bíblica, e que faz parte da Lei que Deus ordenou a Moisés, e que era destinada a todo o Israel. Pelo contrário, essa páscoa que conhecemos é completamente estranha aos preceitos bíblicos, e que se reveste de outros valores sob o disfarce do cristianismo nominal.

Acima de tudo, o seu paganismo que se demonstra em duas evidências:

O ovo e o coelho, são símbolos que vieram dos antigos povos, como os egípcios e os persas, além de outros. Nesse caso, os ovos eram tingidos, e dados aos amigos, e os chineses as usavam nas festas de renovação da natureza.

(4). E como peças decorativas pagãs, chegaram a nós, proveniente de regiões como a Ucrânia, sob o nome de pessankas.

( 5) É rica as simbologias pagãs relacionadas com os ovos. Segundo Cirlot, são emblemas da imortalidade, encontrados nos sepulcros pré-históricos da Rússia e da Suécia. E também é usado como escrita hieroglíficas dos egípcios, considerado como o que é potencial, o princípio da geração, o mistério da vida; sendo usado pelos alquimistas. Enfim, o ovo é o símbolo cósmico na maioria das tradições, desde a Índia até aos druidas celtas

(6). Para os egípcios, o deus Re nasceu de um ovo; para os hindus, Brahma surgiu de um ovo de ouro – Hiranyagarbha – e que depois, com a casca, fez o Universo. Para os chineses, P’an Ku, nasceu de um ovo cósmico. (7). Ele é o símbolo de fertilidade, usado como talismã pelos agricultores. E tem diversas superstições ligadas ao seu uso (8). Na mitologia grega, os gêmeos Castor e Pólux, nasceram de ovos “botados” (pasmem!) por uma mortal, Leda, quando fora seduzida por Zeus, que lhe apareceu sob a forma de um cisne!

(9) . O ovo era, na verdade, considerado por diversos pagãos, como a origem dos seres humanos.

(10).Quanto ao coelho da páscoa, provém da lebre sagrada da deusa Eastra, uma deusa germânica da primavera.

(11). Era ela, a lebre, quem que trazia os ovos; e que em outras regiões, como na Westphalia (Alemanha), tal papel era exercido pela “raposa da páscoa”; ou, na Macedônia (Grécia), por “Paschalia” o espírito do dia.

(12). Porém, prevaleceu como símbolo da fertilidade, a lebre (ou o coelho), porque já era conhecida como tal durante muitos anos. E, em várias regiões, a lebre era considerada uma divindade. Ela está relacionada com a deusa lunar Hécate na Grécia; e, além daEastra, tem-se o equivalente que é a deusa Harek dos germanos, que era acompanhada por lebres.

(13). Considerados como símbolos da fertilidade, devido à grande capacidade de se reproduzir, e, segundo os anglo-saxões, como também os chineses, associada à Primavera(14).

É interessante notar que a lebre (ou o coelho) é considerado como um animal imundo.

Dt 14:7 Porém estes não comereis, dos que somente remoem ou que têm a unha fendida: o camelo, a lebre e o coelho, porque remoem, mas não têm a unha fendida; imundos vos serão.

E que só recentemente é que a páscoa está sendo comemorada como uma festa em homenagem à primavera, em Israel, (ligada portanto, com os ritos da fertilidade)

(15). Isto é, já se tem uma contaminação pagã na páscoa judaica, e que outrora era considerada bíblica. E com muita razão:

A páscoa judaica já há muito tempo deixou de ser bíblica visto que não tem mais eficácia, pois, a verdadeira páscoa – o Senhor JESUS CRISTO – já foi consumado lá na cruenta cruz. Por esse motivo é que Deus permitiu a destruição do Templo de Salomão, cerca de 70 d.C., para que fosse impedido a comemoração da páscoa. Pois, tal comemoração, juntamente com outros preceitos, prenderiam os judeus à Lei, ao antigo pacto, e que deixou de ser válido. Além disso, os sacrifícios de holocausto (que fazem parte da Lei), só poderiam ser realizados no Templo, e não em outro lugar.

Tendo isso em conta: de que a própria páscoa, instituída por Deus, deixou de ser válida; quanto mais não seria anti-bíblica a comemoração da páscoa do mundo, cuja procedência é claramente pagã?

CONCLUSÃO

A páscoa que se comemora atualmente faz parte das chamadas festas cíclicas pagãs, onde se presta grande importância na guarda das datas, dias, meses, etc. E para esse caso, é bom nos lembrarmos da advertência data pelo apóstolo Paulo:

Gl 4:9-10…”agora, porém, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos”… 

A verdadeira páscoa foi consumada quando o nosso Mestre, Senhor e Salvador foi crucificado na cruenta e ignominiosa cruz.

O nosso alvo é a importância da morte do Senhor JESUS CRISTO, e devemos nos lembrar disso, até a volta d’Ele, para nos buscar; isto é, devemos lembrar da Sua morte na Ceia do Senhor.

I Co 11:26 Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálix anunciais a morte do SENHOR, até que venha.

Por conseguinte ELE Voltará, tão somente vamos esperar à ciosamente o dia Esplendoroso e Faustoso. Celebrando a Páscoa Do SENHOR!

Passamos por cima do pecado; das intempéries; percalços e agruras angustiosas. Vamos vencendo!

Meu cordial, fraternal e afetuoso abraço. Auguro à nobreza e digníssima família, semana de incontáveis vitórias, permeada por copiosas e perenes bênçãos.

Debaixo da graça, e, multidões das misericórdias do ALTÍSSIMO!

Pelos Laços do Calvário!

Shalom Aleikhen 🙌🏻🇧🇷

JFernandes 🤝😍📖✝️⚔️

OBS: Pastor José Fernandes faz estas reflexões enquanto se submete a sessões de hemodiálise. É pastor jubilado do Ministério do Belém - São Paulo/SP, foi secretário adjunto da CONFRADESPE.

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