ASSEMBLEIA DE DEUS DE INDIANÓPOLIS - Sede do Setor 6 / SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2023
Juvenis: CONHECENDO OS FUNDAMENTOS DA FÉ CRISTÃ NAS EPÍSTOLAS GERAIS
COMENTARISTA: SAMUEL DE OLIVEIRA MARTINS
COMENTÁRIO: PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA
LIÇÃO Nº 5 - FÉ E OBRAS
Prosseguindo nossos estudos na epístola de Tiago, trataremos de um tema que foi motivo de polêmicas entre alguns, no que diz respeito à posição de Paulo e Tiago acerca da fé e das obras. Lutero asseverou que a carta de Tiago podia ser considerada uma carta de palha por afirmar que as obras salvam e não a fé, como Paulo deixa claro em suas epístolas de Gálatas e Romanos:
Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. (Gl 2.16).
Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei. (Rm 3.28)
Além disso, ambos apresentam o mesmo personagem bíblico para tratar da mesma questão, manifestando-se de forma contraditória. No entanto, será que há contradição. Ou apenas dois lados de uma moeda, apresentando o mesmo conteúdo? Uma fé que se manifestava em obras, na tomada de decisões que impulsionavam os homens de Deus a agirem de modo extraordinário:
Que diremos, pois, ter alcançado Abraão, nosso pai segundo a carne? Porque, se Abraão foi justificado pelas obras, tem de que se gloriar, mas não diante de Deus. Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. (Rm 4.1-4)
Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada. E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. (Tg 2.21-23)
Sendo assim, a fé não estava associada a obras, mas a uma decisão interna de crer no Senhor Jesus para ser salvo, o que se contrapõe aos fariseus, por exemplo, que demonstravam por suas obras, que eram “santos, separados”, mas internamente, não estavam comprometidos com o Senhor. Para explicar estas atitudes, o Senhor Jesus nos orientou: “Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem;” (Mt 23:3). O que fazer, portanto, em relação, ao texto de Tiago que nos diz que a fé sem obras é morta? Haja vista que o Senhor condena apenas a prática de obras? Como vimos, no caso de Abraão, fé e obras caminharam juntas e apontaram qual foi a motivação interna (fé) que levaram o amigo de Deus a oferecer o seu filho em sacrifício a Deus (obra).
É preciso analisar o pensamento de Tiago no contexto de sua carta, da forma que foram ditas. Já destacamos que a epístola enfatiza a prática do Cristianismo, daí a ênfase às obras. No entanto, isto não quer dizer que as tais obras devem ser avaliadas apenas em seu aspecto visível, mas deve-se considerar o discurso, a prática e, principalmente, as volições que conduzem às práticas. Ou seja, por que as pessoas tomaram as atitudes. Isto precisa ser analisado para se valorizar o efeito de tal prática. Exemplifiquemos: uma pessoa que distribui marmitex para os necessitados e faz a divulgação de seus feitos nas redes sociais. Perguntamos: Qual é a sua verdadeira intenção ao proclamar que está fazendo caridade? Por que as pessoas precisam saber que está fazendo algo diferenciado? Por acaso há motivações para promoção da auto-imagem? Cristo deixou bem explícito nos Seus ensinos: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita.” (Mt 6.3)
A ética do Cristianismo está repleta de preceitos morais que consideram o próximo em suas peculiaridades, por isto deve-se dar a devida consideração ao nosso irmão. Crer no Evangelho (fé) é viver o evangelho (obras), é compartilhar sem esperar nada em troca, sem buscar os galardões deste mundo. Muitos estão vivendo do evangelho, buscando galardões do evangelho, querendo ser premiados pela causa do evangelho....Podem ficar ricos aqui...No entanto, são tesouros que a traça e a ferrugem corroem e não durabilidade (Mt 6.19,20). Estamos em busca da vida eterna e do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus (Fp 3.14).
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA