ASSEMBLEIA DE DEUS DE MOEMA - MINISTÉRIO DO BELÉM - Setor 124 / SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2024
Juvenis: FALSO OU VERDADEIRO – como combater as ideologias do nosso tempo
COMENTARISTA: Verônica Araújo
COMENTÁRIO: PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA
LIÇÃO Nº 9 - CONSUMISMO x MINIMALISMO
O texto bíblico do nosso texto áureo é mais que sugestivo para iniciarmos este comentário: “"Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?” (Is 55.2) O consumidor inveterado gasta o seu dinheiro sem nenhuma reflexão proveitosa, de fato. Age impulsivamente e nunca está satisfeito. Sempre está à busca de novas de novas aquisições porque há, no seu interior, uma insatisfação crescente que nunca contenta.
Biologicamente e socialmente somos sempre levados a consumir produtos para nossa alimentação, para nosso vestuário, para nossas exposições sociais, para nos sentirmos inseridos num grupo etc. Foi assim desde o princípio: no Jardim do Éden, o homem consumia os seus frutos e quando se apossou do produto proibido (ops.) do produto que não podia comprar (ops.) do fruto proibido, percebeu que estava nu e necessitou de mais um item: do vestuário. Somente assim, satisfaria a necessidade de estar em grupo. O vestuário era essencial. Comer os diversos frutos e vestir-se era atividade de consumo. Estavam desfrutando de algo que era essencial. O Consumismo nasceu da concupiscência (desejo carnal) dos olhos e da carne, do mover da natureza tendenciosa à pecaminosidade, da necessidade de consumir o que não se precisa (o fruto proibido, por exemplo)
E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. (Gn 3.6,7)
Assim também ocorre em nossos dias. Somos movidos pelos mesmos desejos quando sentimos a necessidade de consumir. O homem consome produtos para a sua sobrevivência. A questão mais séria é que ele é estimulado pelos meios mediáticos a consumir cada vez mais, sendo convencido de que, para sobreviver, ele necessita de todos aqueles apetrechos. Esta pseudonecessidade criada, por todos os tipos de propaganda, só promove comercialmente o vendedor e o produto, deixando o comprador endividado. Ou até se questionando sobre o real motivo daquela compra.
Muitos produtos são apresentados como itens que garante os melhores lugares na corrida pela distinção social. Seus promotores vendem a ideia de juventude, que surge como uma representação, um simulacro, uma falsa realidade.
A ideia de juventude é uma construção social que existe mais como representação social do que como realidade. As ideias atribuídas a eles, de revoltados, descolados, viris são construções sociais nas quais alguns se reconhecem como parte delas e outros não. Esta representação social de juventude é fruto do capitalismo. Buscar a juventude e um corpo perfeito é uma estratégia de marketing para consumir mais produtos. Quanto mais consumo, mais lucro.
As crianças e os jovens também são vítimas de campanhas publicitárias nas quais são estimulados a usar os produtos que lhes garantam uma posição de destaque, eles sentem a necessidade de ser vistos, mas preferem o caminho mais curto. Ao invés de procurar demonstrar quem SÃO, o que podem FAZER pelo próximo, preferem mostrar o que TÊM. Deixam de cultivar boas amizades, conhecer pessoas interessantes, dar-se a conhecer, estabelecer diálogos proveitosos etc. para se unir a grupos que mantém o visual, usa as mesmas marcas de roupas, utiliza o mesmo linguajar. Assim, satisfaz a necessidade de pertencimento e os produtos utilizados são apenas símbolos, modismos, marcas de uma geração.
Os jovens sofrem influência da grande mídia e das redes sociais, onde se configuram e fortalecem estilos de vida. Há uma corrida pela posse de determinados bens que dão distinção aos indivíduos em uma espécie de concurso promovido pela própria concorrência que ele produz. O valor do produto, uma roupa de marca, por exemplo, não está baseada apenas no custo de produção, distribuição e de marketing, mas também pela própria corrida para obtê-lo e o valor simbólico distintivo que ele possui, como bem abordou o sociólogo francês Pierre Bourdieu. Questionar sua utilidade entre os amigos seria uma barbárie e um risco de ser excluído do grupo social. [...] recentemente a mídia tem dado atenção ao que se denominou rolezinhos. O jovem de classe C quer alcançar o que a sociedade de consumo sempre esfregou em sua cara. Criou-se, por muito tempo, o desejo de consumo, mas não foi dado a uma parcela significativa da sociedade as condições para suprir esse desejo. Nesse sentindo, o shopping center tornou-se um espaço de distinção social bastante emblemático, local que agora os jovens da classe C querem ocupar. O estar nesse espaço usando roupas de marcas famosas é uma forma de se mostrar como alguém, sobretudo, onde o distanciamento entre ricos e pobres é tão abismal. (Bodart, 2020)
A vida útil dos produtos tem diminuído desde o séc. XX. E qual é o propósito disto? Está claro que é para aumentar as vendas, gerando considerável evolução nos lucros. É neste contexto que o marketing feito através da internet, TV, rádios, revistas impressas, jornais, os quais são os meios de comunicação coletiva, contribuem para a divulgação de novos produtos. São apresentados o design, a beleza do produto, diante de uma luz especial incidindo sobre ele. Além de haver uma celebridade usando-o e falando das vantagens de possuí-lo. Uma celebridade que, para muitos consumidores, tornou-se um referencial, despertando nos consumidores o desejo de ser a imagem de quem faz a divulgação. Ninguém atenta para a efemeridade de tudo aquilo. Deixa-se conduzir pelo encantamento, pelo êxtase, pelo anseio de se apossar de produtos novos e aperfeiçoados, quando a aquisição é facilitada pelo simples “click” e informação do número do cartão ou envio de um pix.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA