SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2023
Adultos - ATÉ OS CONFINS DA TERRA: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo
COMENTARISTA: Wagner Tadeu dos Santos Gaby
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 4 – MISSÕES TRANSCULTURAIS EM O NOVO TESTAMENTO
INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, estudaremos a continuidade da história da salvação no Novo Testamento, a partir de Jesus, o primeiro missionário da Nova Aliança. Revisaremos, que mesmo após o cativeiro babilônico, Israel foi incapaz de compreender o plano missional de Deus em alcançar todos os povos, desenvolvendo uma visão missional etnocêntrica. O Novo Testamento nos revelará sua vocação natural de ser um livro mundial de missões, manifestando o amor e a graça de Deus em alcançar todos os povos, fato este, reverberado em todas as suas páginas.
I – CONTEXTO MISSIOLÓGICO JUDAICO DO NT
A história nos aponta que os judeus, mesmo após o cativeiro babilônico, não conseguiram assimilar a ideia da universalidade do evangelho, que contemplaria “todos os povos”, ao invés disso, segundo Verkuyl (2009, p.77), o judaísmo da Palestina exigia que os pagãos fossem assimilados à comunhão judaica e empreendiam todos os esforços para alcançar essa mudança. Já a comunidade judaica fora da Palestina, enfatizavam o monoteísmo. Ambos espiritualizaram a prática religiosa e censuravam a vida decadente do mundo gentílico, porém sua mensagem era em grande parte autossotérica, isto é, a pessoa podia salvar a si mesmo. Esse exclusivismo etnocêntrico missional judaico pode ser bem exemplificado na parábola do fariseu e publicano (Lc 18.9-17); e na parábola da ovelha perdida, onde esses religiosos são representados pelos “[...] noventa e nove justos que não precisam de arrependimento” (Lc 15.7); e o filho mais velho que ficou insatisfeito, evocando a auto-justicação (Lc 15.28-30).
II – ENTENDENDO A METODOLOGIA MISSIOLÓGICA DO NOVO TESTAMENTO
Enquanto o Antigo Testamento sustentava o método missiológico centrípeto, ou seja, Israel ao viver uma vida na presença de Deus, experimentando a totalidade de suas bençãos, as nações seriam despertadas e atraídas como íman para Jerusalém e para o Senhor (1Rs 8.41-43; Sl 66.1-4; 67.1-8; Sf 3.9,10; Ml 1.11). O Novo Testamento sustenta o método missiológico centrífugo, isto é, a igreja do Senhor Jesus Cristo, que foi comprada com o seu sangue, recebe dele a Grande Comissão de ir às Nações, levando a mensagem do reino a toda a criatura, sendo, portanto, designada como testemunha (At 1.8), sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, com a finalidade de proclamar as virtudes daquele que lhe chamou das trevas para sua maravilhosa luz (1Pd 2.9).
III – NOVO TESTAMENTO, LIVRO MUNDIAL DE MISSÕES
Do início ao fim, o Novo Testamento é um livro de Missões. Deve sua existência ao trabalho missionário das igrejas cristãs primitivas judaicas e gregas. Ele é mais a teologia em ação do que uma teologia em razão e conceito. “[...] Ele é em sua totalidade, uma teologia missionária, a teologia de um grupo de missionários e uma teologia em movimento missionário” (Peters, 2001, p.71).
3.1 Jesus, o primeiro missionário do NT. O início do ministério de Jesus caracterizou-se pela ênfase de que o Reino de Deus é para todos os povos. Em suas pregações na Galileia, ele fez uma referência favorável ao ministério de Elias para com a viúva de Sarepta, bem como a bênção, bem como a bênção oferecida a Naamã, o siro (Lc 4.25-27; v. 1Rs 17.8-24; 2 Rs 5.1-14). Não é de estranhar que a simples menção desses contatos transculturais tenha sido a razão de Jesus ter sido expulso da cidade (Lc 4.29). Jesus ministrava aos estrangeiros: a mulher samaritana ( Jo 4.1-42); a mulher siro-fenícia (Mt 15.20-28); elogiou a fé do centurião (Mt. 7.10). Seu ensino geralmente enfatizava o interesse de alcançar o mundo: Jesus falou sobre ser pastor de ovelhas de outro aprisco (Jo 10.16). Na parábola dos arrendatários da vinha, um ponto alto dos ensinos de Jesus nos evangelhos sinópticos (Mt 21.33-46; Mc 12.1-12; Lc 20.9-19), ele faz referência aos “outros lavradores” que deverão receber a vinha. A parábola do banquete do casamento (Mt 22.1-10; Lc 14.15-24), de igual modo, menciona os “estrangeiros” a quem Deus iria favorecer.
Segundo Bradford (2009, pp. 101,102) Jesus vence a barreira transcultural em pelo menos seis episódios de seu ministério, três com os samaritanos e três com gentios:
a) Mulher samaritana (Jo 4.1-42). Em sua abordagem, ele rapidamente a conduziu de um tema superficial a uma reflexão de seu estado moral e de suas práticas religiosas, demonstrando, de modo inequívoco, seu interesse na samaritana como pessoa.
b) Em outra ocasião, não interagiu diretamente com os samaritanos. Contudo, sua reação à hostilidade deles (Lc 9.53) é muito instrutiva. Ele não repreendeu os samaritanos por sua falta de hospitalidade, e sim, aos mal orientados discípulos (Lc 9.55,56). De modo sugestivo, Lucas registra a parábola de Jesus sobre o bom samaritano (Lc 10.30-37). Jesus não apenas enfrentou a rejeição transcultural, como também, mais tarde foi capaz de reagir a ela de forma generosa.
c) O leproso samaritano (Lc 17.11-19). O fato de o leproso samaritano ter voltado para agradecer (v. 16) expõe a universalidade da graça de Deus. O exercício poderoso da fé (v. 19) não estava de maneira alguma limitado a uma única cultura.
d) Centurião romano (Mt 8.5-13; v. Lc 7.1-10). Quando o centurião romano mandou chamá-lo e lhe contou sobre o servo doente, Jesus pôs-se a caminho e, ao que parece, teria entrado em sua casa. O interesse primordial de Jesus estava na pessoa necessitada de ajuda, sem importar com o contexto cultural.
e) A mulher cananeia (Mt 15.21-28; Mc 7.24-30). Neste caso, Jesus não atende prontamente a mulher cananéia, contudo, por reconhecer sua fé e humildade, concedeu-lhe o que desejava, apesar da resistência de seus discípulos (Mt 15.23). Ao fazê-lo, Jesus rompe com o costume da época ao estender suas bençãos a representantes de outras culturas.
f) André e Felipe, trouxeram os “gregos” até Jesus (Jo 12. 20-22). Esse fato parece implicar o reconhecimento de que o ministério de Jesus alcançara seu ápice (Jo 12.232,27; 13.1; v. 2.4; 7.6,8,30; 8.20). Poucos dias depois, uma missão cuja abrangência chegaria a todos os povos haveriam de ser revelados (Jo 12.19,32).
3.2 Os discípulos de Jesus (Mt 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16). Os Evangelhos relatam pouquíssimas declarações dos apóstolos. Aqui, eles eram observadores, seguidores, aprendizes, discípulos. Para conhecer sua mente e aprender sua teologia, devemos ouvi-los falar e ler seus escritos. Nossas fontes principais são o livro de Atos e as epístolas escritas pelos apóstolos. A grande linha divisória na vida dos doze é o Pentecostes, a linha divisória das missões evangélicas.
3.3 O mandato missionário nos Evangelhos – Abaixo segue um quadro expositivo e sintético da visão global da Grande Comissão nos evangelhos.
CONCLUSÃO
Concluímos que o Novo Testamento nos traz a continuidade do desenvolvimento da história da salvação, culminada na encarnação do verbo, Jesus, primeiro missionário da Nova Aliança. Vimos que nosso Senhor separou 12 discípulos, os ensinou, os treinou e os comissionou para levar as boas novas a todos os povos. A igreja nascente em At 2, expande suas atividades a partir de Jerusalém, Judeia, Samaria e, por fim, chega aos confins da terra.
REFERÊNCIAS
• CARRIKER, Timóteo. O propósito de Deus e a nova vocação. ULTIMATO.
• GOHEEN, Michael W. A igreja missional na Bíblia, luz para as nações. VIDA NOVA.
• PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões. CPAD.
• BRADFORD, D. Kevin; HAWTHORNE, C. Steven; WINTER, Ralph. Perspectivas no movimento cristão mundial. VIDA NOVA
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 17 de out de 2023