ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2022
Adultos - OS ATAQUES CONTRA A IGREJA DE CRISTO - As sutilezas de Satanás nestes dias que antecedem a volta de Cristo
COMENTARISTA: JOSÉ GONÇALVES DA COSTA GOMES
COMENTÁRIO: EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS
LIÇÃO Nº 4 – A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO
Texto: Mateus 19.1-9
Introdução: O padrão bíblico para o casamento é que ele seja heterossexual, monogâmico e indissolúvel.
I – O DIVORCIO NO CONTEXTO BÍBLICO
1- O divórcio no contexto do Antigo Testamento.
1.1. O plano de Deus para a raça humana é que o casamento fosse monogâmico e vitalício (Gn 1.27,28; 2.22-25).
. Deus odeia o divórcio (Ml 2.16 – NAA)
1.2. Em certos casos, o divórcio era previsto e em outros aparece como uma permissão (Dt 24.1-4).
. Uma das condições do divórcio era o marido encontrar ‘coisa feia’ na esposa (Dt 24.1-4)
(1)‘Coisa feia’ (Hb ‘erwat dãbãr): “nudez ou coisa vergonhosa”. Isso deu margem para uma série de debates pelas escolas rabínicas, que a interpretavam de diferentes modos.
(2) Não se tratava do adultério, que no tempo de Moisés era punido com a morte (Dt 22.22).
(3) Em outras palavras, em tal circunstância, o seu segundo casamento era legítimo.
(4) Mas, seu primeiro marido, de quem ela havia se divorciado, não poderia se casar novamente com ela
2- O divórcio no contexto do Novo Testamento
2.1. Jesus mostra que o plano original de Deus é que o casamento dure para toda a vida (Mt 19.4-6)
2.2. Jesus também rejeita todas as outras razões ou motivos dados pelos Fariseus (Mt 19.7-9) para justificar o fim do casamento, inclusive a “coisa feia” citada na lei de Moisés, ou “coisa indecente” (Dt 24.1-4 – NAA)
2.3. De acordo com Jesus, o único motivo que justifica a separação (Gr: Apolyo, divórcio) é se um dos cônjuges praticou “relações sexuais ilícitas”
. A expressão “relações sexuais ilícitas” traduz o termo ‘grego moichaomai’, que significa “adulterar” (Mt 5.32; Jo 83; Mt 5.27; Rm 13.9).
(1) Jesus estava dizendo que o divórcio feito por razões outras que não o adultério não dissolve o casamento aos olhos de Deus
(2) Alguém que sofreu uma traição conjugal tem direito a um novo casamento.
(3) Se a motivação não foi a infidelidade conjugal e ele se “casar com outra comete adultério”.
2.4. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus reconhece a legitimidade de um novo casamento quando o motivo do fim do primeiro casamento foi o adultério
2.5. Nas cartas de Paulo, o casamento também é para a vida toda
2.6. Paulo, também, se refere ao casamento entre cristãos e a casamentos mistos, quando um crente era convertido ao Evangelho e o outro não
. No caso de crentes.
(1) Paulo diz que se o casal venha a se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie (1 Co 7.10,11).
. No caso de casais mistos
(1) Paulo diz que se o cônjuge descrente abandonasse a esposa esta não estaria sujeita à servidão (1 Co 7.15).
(a) A maioria dos intérpretes entende que essa expressão “não está sujeito à servidão” (gr. dedoulotai) significa que o cônjuge crente que foi abandonado está livre para se casar novamente.
Esse entendimento é seguido pela Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Contudo, somente no caso de o abandono partir do cônjuge não crente.
II – A SUTILEZA DA NORMALIZAÇÃO DO DIVÓRCIO
1- O divórcio no seu aspecto legal.
1.1. A Legislação brasileira já foi muito mais rígida com respeito ao divórcio
1.2. A partir da Constituição de 1988, passou-se a permitir divorciar-se e recasar quantas vezes fosse preciso
2- O divórcio no seu aspecto moral
2.1. Além do aspecto legal do divórcio, como cristãos necessitamos saber do seu aspecto moral
. Para um descrente qualquer razão ou motivo justifica a prática do divórcio e um novo casamento (cf. Dt 24.1-4), mas o cristão deve perguntar se isso é moral.
. O Estado garante o seu aspecto legal, mas, a Escritura define seu aspecto moral (Mt 19.4-6).
(1) Trocar a esposa por uma mais jovem ou abandonar o marido por um mais rico e famoso são práticas normais no mundo, e que contam com o amparo legal do Estado. Contudo, isso é moral para o cristão? O crente pode fazer isso?
(2) No caso de pastores, além do aspecto legal, deve-se levar em conta, sobretudo, o aspecto moral do divórcio (Ml 2.15). Alguns se divorciam, mas nunca deveriam ter feito (Ml 2.16)
III – O DIVÓRCIO E A PRÁTICA PASTORAL
1- A pessoa do divorciado.
1.1. O (A) divorciado(a) é uma pessoa e como tal deve ser vista
1.2. O divórcio deixa marcas traumáticas na vida
. Sentimento de rejeição, medo e abandono muitas vezes continuam presentes na vida de quem passou por uma separação.
. A situação fica mais complexa quando há filhos gerados no relacionamento
. A alienação parental é uma tentação, mas nunca a forma mais adequada a ser buscada
1.3. Divorciados devem obter aconselhamento pastoral e, concomitantemente, o acompanhamento psicológico não deve ser negligenciado.
2- O divorciado como cristão.
2.1. Outra coisa acerca de quem passou por um processo de divórcio diz respeito a sua condição de membro da Igreja.
. Talvez esse seja um dos principais desafios pastorais da atualidade
. Os pastores são desafiados dia a dia a tratar com essa questão.
. Os casos de divórcio se multiplicam e as razões que os motivaram nem sempre são bíblicas.
2.2. Cada situação deve ser analisada com cuidado, de forma que o divorciado não deixe de ser visto como alguém amado por Deus.
. Que esse amor não sirva de justificativa para anular a justiça de Deus que exige uma vida que se orienta por sua Palavra.
Conclusão: O casamento é uma instituição divina, que reflete o ideal de Deus. Portanto, e devido nossa condição de pecadores, o divórcio deve ser visto como uma anormalidade desse ideal divino.
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