Adultos

Lição 9 - O primeiro projeto de globalismo V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2020

Adultos - A RAÇA HUMANA: origem, queda e redenção

COMENTARISTA: CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 9 – O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO

INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos a diferença dos termos globalismo e globalização; pontuaremos sobre o primeiro globalismo e a torre de babel; analisaremos o sonho globalista do ímpio Ninrode; e por fim; citaremos a ação de Deus diante da construção da torre de babel.

I – DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS GLOBALISMO E GLOBALIZAÇÃO

1.1 O conceito de globalismo. O termo globalismo é empregado para referir-se a uma conjuntura econômica, religiosa, científica e política mundialmente unificada. Para alguns sociólogos, jornalistas e especialistas políticos, o termo pode referir-se a um “sistema anticristão” e que ameaça a soberania de alguns países. Segundo Houaiss (2001, p. 1457), globalismo é: “a condição de interligação planetária que envolve redes de comunicação entre os continentes; internacionalismo; imperialismo; uma influência política mundial”. Para Andrade, globalismo é: “ […] a doutrina que, apesar de possuir variadas matrizes, tem como objetivo dominar todas as instituições humanas e, em seguida, congregar toda a humanidade em torno de um governante mundial […] que o globalismo vem trabalhando, sutil e habilmente, a política, a religião, a economia e a cultura, visando dominá-las a fim de apressar a ascensão do personagem que, na Bíblia, aparece como o homem do pecado (2Ts 2.3) […] homens ímpios e dissolutos incitaram a descendência de Noé a aglomerar-se num só lugar (torre de Babel), sob um único governante. Foi assim que nasceu o globalismo: uma doutrina contrária ao propósito divino quanto à povoação e ao governo da Terra”. “A civilização iniciada por Noé dispunha de todos os fatores para criar uma sociedade ímpia e globalizada: uma só língua, um só povo, uma só cultura [e um só líder]” (ANDRADE, 2019, pp. 105,107,113 – grifo nosso).

1.2 O conceito de globalização. Segundo os especialistas das ciências políticas e econômicas e das relações internacionais, “globalismo” não é o mesmo que “globalização”. Globalismo é um conceito político, enquanto globalização é conceito econômico (comercial). Segundo Houaiss (2001, p. 1457), globalização é: “o intercâmbio econômico e cultural entre diversos países; mercado financeiro mundial; interação entre empresas; livre-comércio”. A globalização econômica é a abertura comercial dos países para exportar e importar bens, serviços e tecnologias. Um exemplo interessante é o de uma simples camisa fabricada na Malásia, utilizando máquinas feitas na Alemanha, algodão proveniente da Índia, forros de colarinho do Brasil, tecido de Portugal, e vendida no varejo no Canadá e outros países.

II – O PRIMEIRO PROJETO DE GLOBALISMO

2.1 O globalismo e a torre de Babel (Gn 11.3). Os homens estavam unidos entre si em um verdadeiro modelo de globalismo com uma só língua, um só povo, uma só cultura, uma só religião, e um só líder (Gn 11.1-4). Mas essa unidade conferiu-lhes a ambição de fazer coisas proibidas. A torre que construíram em Babel era uma estrutura conhecida como zigurate. Arqueólogos já escavaram várias dessas estruturas enormes construídas principalmente para fins religiosos. Um zigurate era como uma pirâmide [...] Ali ficava um santuário especial consagrado a um deus ou deusa. Ao construir essa estrutura, as pessoas [...] esperavam que o deus ou a deusa que adoravam descesse do céu para encontrar-se com elas. Tanto a estrutura quanto a cidade eram chamadas de “Babel”, que significa “portal dos deuses” (WIERSBE, 2010, p. 77).

2.2 A desobediência e a torre de Babel (Gn 11.4). Segundo Matthew Henry (2010, p. 71 – acréscimo nosso), foram três os motivos da construção da Torre de Babel: (a) destinar-se a uma afronta ao próprio Deus (Gn 11.4-a), pois eles desejavam construir uma torre cujo “cume tocasse nos céus”, o que evidencia um desafio contra Deus, ou pelo menos, uma rivalidade com Ele, pois eles desejavam ser “como o Altíssimo”; (b) esperavam fazer um “nome para si” (Gn 11.4-b). Eles desejavam deixar este monumento do seu orgulho, e ambição, e tolice; e, (c) fizeram isto para impedir a sua dispersão (Gn 11.4-c). Para que pudessem estar unidos em um império glorioso, eles decidiram construir esta cidade e esta torre, para que fossem a metrópole do seu reino, e o centro da sua unidade.

2.3 A rebelião e a torre de Babel (Gn 11.1-4). Deus ordenou que os povos fossem férteis, que se “multiplicassem e que se espalhassem por toda a Terra”, mas decidiram mudar para a cidade de Ninrode, na Babilônia, e “assentar-se ali” (Gn 11.8-12). Essa mudança representou uma rebelião explícita contra a ordem de Deus para que o povo se espalhasse. Ao que parece, Ninrode desejava tê-los em sua cidade e sob seu domínio; uma pré amostra do que hoje chamamos de “globalismo”. Eram, verdadeiramente, um conjunto de “nações unidas”, um só povo (Gn 11.6) que falava a mesma língua e usava um único vocabulário e dicionário. Era motivado por um só espírito de orgulho e pelo desejo instigante de se tornar célebre (WIERSBE,2010, pp. 77,78 – grifo nosso).

2.4 A arrogância e a torre de Babel. Nas Escrituras, a Babilônia (Sinar seu nome mais antigo) simboliza o orgulho perverso, a corrupção moral e a rebeldia contra Deus. A Babilônia representa o sistema do mundo que se opõe a Deus. Aquela primeira unificação mundial (globalismo) que Ninrode desejava para a Babilônia de Gênesis um dia será obtida pelo sistema mundial perverso de Satanás (Ap 18.3,9,11,23). Esse projeto odioso foi uma declaração arrogante de guerra contra Deus, não muito diferente da rebelião descrita no Salmo 2.1-3. Para começar, o povo estava resistindo à determinação divina para que se espalhasse e repovoasse a Terra. Motivados por orgulho, decidiram construir uma cidade e um grande zigurate e ficar todos juntos. Porém, mais do que isso, desejaram tornar célebre seu nome, de modo que outros os admirassem e, talvez, até se juntassem a eles. Ao declarar seu propósito, repetiam a mentira do diabo no Éden: “como Deus sereis” (Gn 3.5) (WIERSBE,2010, pp. 77,78 – grifo nosso).

III – O SONHO GLOBALISTA DE NINRODE

Ninrode foi o primeiro, depois do dilúvio, a fundar um reino, a unir os espalhados e a consolidá-los sob si próprio como único cabeça e senhor; e tudo isso em desafio a Deus (Gn 10.8-12; Mq 5.6). Vejamos o projeto globalista de Ninrode:

3.1 A família de Ninrode (Gn 10.8). De acordo com o texto bíblico, Ninrode é filho de Cuxe, filho de Cam (1Cr 1.10). “Embora seu nome não aparece na lista dos filhos de Cuxe em Gênesis 10.7. Ao que parece, neste caso o verbo “gerar” não define Cuxe como seu pai, mas sim como seu antepassado”. Ninrode foi o primeiro na história das civilizações a tentar implantar um tipo de globalismo no mundo (ADEYEMO, 2010, p. 27 – acréscimo nosso).

3.2 O caráter de Ninrode (Gn 10.8,9). Os escritos rabínicos derivaram o nome Ninrode do verbo hebraico “marádh”, que significa “rebelar, rebelde”. Assim, o Talmude Babilônico declara: “Então, por que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou todo o mundo a se rebelar contra a soberania de Deus” (KASHER, vol. II, 1955, p. 79). “A Bíblia fornece-nos algum relato relativo a Ninrode. Ele era o tipo de rei que Deus jamais aprovaria. Em Gênesis 10.8,9, Ninrode é chamado “gibbor”, que significa “guerreiro”. Os escritos de Josefo e também o contexto do capítulo 10 de Gênesis sugerem que Ninrode era poderoso caçador em desafio a Jeová (CHAMPLIN, 2005, p. 508). Ninrode destaca-se na antiguidade como o primeiro “dos grandes homens que há na terra”, rememorado por duas coisas que o mundo admira: bravura pessoal e poder político.

3.3 O projeto de Ninrode (Gn 10.10). No começo, o reinado de Ninrode incluía as cidades de Babel, Ereque, Acade e Calné, todas na terra de Sinar (Gn 10.10). Foi provavelmente sob a sua direção que começou a construção de Babel e da sua torre. Tal conclusão está também de acordo com o conceito judaico tradicional. Josefo escreveu: “Pouco a pouco, [Ninrode] transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a Deus era fazê-los continuamente dependentes do seu próprio poder. Ele ameaçou vingar-se de Deus, se Este quisesse novamente inundar a terra; porque construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água e vingaria a destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho de [Ninrode], achando ser escravidão submeter-se a Deus” (WIERSBE, 2010, p. 77).

3.4 O reino de Ninrode (Gn 10.10). “A conexão entre Ninrode e a torre de Babel é evidente pela prioridade cronológica de Gênesis 11 a Gênesis 10 e pelo fato de que um dos centros do reino de Ninrode era a Babilônia (ou seja, Babel). Muito provavelmente o próprio Ninrode era um dos construtores da torre de Babel” (ZUCK, 2009, p. 38). Flávio Josefo, judeu, historiador do primeiro século, relatou a participação direta dos homens liderados por Ninrode na construção da Torre em Babel: “Ninrode, neto de Cam, um dos filhos de Noé, foi quem levou os homens a desprezar a Deus. Ao mesmo tempo valente e corajoso, persuadiu-os de que deviam unicamente ao seu próprio valor, e não a Deus, toda a sua boa fortuna. E, como aspirava ao governo mundial (globalismo) e queria que o escolhessem como chefe, abandonando a Deus, ofereceu-se para protegê-los contra Ele, construindo uma torre para esse fim, tão alta que não somente as águas não poderiam chegar-lhe ao cimo como ainda ele vingaria a morte de seus antepassados” (JOSEFO, 2004, p. 28 – acréscimo nosso).

IV – A AÇÃO DE DEUS DIANTE DA DO GLOBALISMO DA TORRE DE BABEL

4.1 Deus desceu (Gn 11.5,7-a). “O Deus do céu jamais fica perplexo nem paralisado com aquilo que as pessoas fazem aqui na Terra. A arrogante exclamação de Babel 'Subamos!' foi respondida com tranquilidade pelo céu: 'Desçamos!'. É claro que Deus não precisa realizar uma investigação para saber o que está acontecendo em seu Universo; a linguagem usada serve apenas para dramatizar a intervenção divina” (WIERSBE, 2010, p. 78 – grifo nosso).

4.2 Deus confundiu (Gn 11.7-b). A Bíblia diz que Deus desceu para embargar o projeto da construção dessa Torre, confundindo-lhes a língua ao ponto de não se entenderem para não levar adiante aquele projeto. “A palavra Babel (Babilônia) dava-se a si própria o nome de “Bab-ili”, “portal de Deus”. Mas, mediante um jogo de palavras, a Escritura sobrepõe o rótulo mais verdadeiro, “bãlal” que significa “ele confundiu”. Na Bíblia, esta cidade veio a simbolizar crescentemente a sociedade ateísta, com suas pretensões (Gn 11), perseguições (Dn 3), prazeres, pecados e superstições (Is 47.8-13), suas riquezas e sua eventual ruína (Ap 17,18)” (KIDNER, 2001, p. 103). Aprendemos com isso que, todo e qualquer projeto a ser realizado alienado de Deus, mais cedo ou mais tarde sucumbirá (Sl 127.1-3; Mt 7.24-27).

4.3 Deus espalhou (Gn 11.8). Aquilo que o povo havia temido lhes sobreveio devido a seus atos quando Deus “os dispersou dali pela superfície da terra” (Gn 11.8). Impossibilitados de se comunicar de forma apropriada, os trabalhadores tiveram de interromper a construção da torre. “Não sabemos o que Deus fez com a Torre, uma tradição judaica diz que o fogo desceu do céu a consumiu até os alicerces. Outra tradição afirma que ela foi derrubada pela força do vento” (PFEIFFER, 2007, p. 249).

CONCLUSÃO

Aprendemos nesta lição, que a ideia de construir uma cidade e uma “torre cujo cume toque nos céus” foi uma clara demonstração de rebelião do homem que tentou se colocar no lugar de Deus. É fato que uma moderna torre de Babel está sendo construída atualmente através do globalismo com propostas de implantação de um governo único no mundo. No entanto, temos a certaza a luz das Escrituras Sagradas, que, mais uma vez, o Senhor Deus triunfará.

REFERÊNCIAS

 CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.

 JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus. CPAD.

 KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.

 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

 PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.

 ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO

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