SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2018
Adultos - VALORES CRISTÃOS: Enfrentando as questões morais de nosso tempo
COMENTARISTA: DOUGLAS ROBERTO DE ALMEIDA BAPTISTA
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 6 – ÉTICA CRISTÃ E SUICÍDIO
[yt_youtube url="https://www.youtube.com/watch?v=nJ1UElWXYqs" width="600" height="400" responsive="yes" autoplay="no" ]INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre suicídio, assunto que recebe uma atenção especial dentro da Ética Cristã; veremos uma definição do termo e seu conceito básico; destacaremos algumas causas comuns que tem levado alguns a cometeremsse ato e suas falsas justificativas; será ressaltado sobre tudo, o que a Bíblia diz sobre esse assunto e qual a postura para se vencer esta terrível realidade social.
I – O QUE É SUICÍDIO
A palavra suicídio tem origem no âmbito secular, embora haja algumas versões da Bíblia onde encontramos a expressão como tradução dos termos gregos “apokteino”, que quer dizer: “matar o que seja de toda e qualquer maneira, destruir, punir com a morte” (Jo 8.22 – ARA); e, “anaireo”, que significa: “tirar do caminho, matar, assassinar um homem” (At 16.27 – ARA). O termo suicídio foi criado em 1651 pelo médico e filósofo inglês Walter Charleton (KAISER, 2016, p. 181), e significa basicamente: “O ato de tirar a própria vida de forma voluntária e intencional” (TYNDALE, 2015, p. 1726). De acordo com Durkheim sociólogo francês que escreveu o primeiro tratado sociológico sobre suicídio, diz que: “Pode se considerar suicídio todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato, positivo ou negativo, realizado pela própria vítima e que ela sabia que reproduziria este resultado” (DURKHEIM apud BAPTISTA, 2018, p. 88 – acréscimo nosso). Suicídio em termos práticos é assassinar a si mesmo, é dar fim a própri vida e isso de maneira consciente pelas mais variadas razões.
II – CAUSAS COMUNS E EXEMPLOS DA PRÁTICA DO SUICÍDIO NAS ESCRITURAS
Estudiosos na área tem destacado vários fatores ao se analisar pessoas que revelam comportamentos suicidas (fatores culturais, genéticos, psicossociais e ambientais) (BAPTISTA, 2018, p. 78); entre esses, dois motivos principais para o suicídio podem ainda ser destacado: o “heroísmo” e o desespero (ULRICH, 2009, p. 121 – acréscimo nosso). Nos casos encontrados na Bíblia sobre tirar a própria vida, na maioria das vezes a causa principal está vinculada ao fracasso espiritual, acompanhado de sentimentos como orgulho, frustração e desespero; vemos que seus protagonistas foram pessoas que deixaram de lado a voz do Senhor, e desobedeceram à sua Palavra. Vejamos:
O exemplo de Abimeleque. Um dos filhos de Gideão, Abimeleque ordenou ao seu escudeiro que o traspassasse com uma espada, para que ninguém dissesse que ele havia morrido por uma mulher (Jz 9.50-56).
O exemplo de Saul. Foi um rei fracassado, que deixou o Senhor, e foi em busca de uma médium espírita (1Sm 28.1-19; 31.1-4; 1Cr 10.13,14), e se suicidou para não morrer pelas mãos dos filisteus.
O exemplo de Aitofel. Foi um conselheiro de Absalão, orgulhoso, que se matou por ver que sua palavra fora suplantada por outro (2 Sm 17.23).
O exemplo de Zinri. Um rei sem qualquer temor de Deus, que usurpou o trono por traição e matança, e que por fim se matou, quando se viu derrotado pelo exército inimigo (1Rs 16.18,19).
O exemplo de Judas Iscariotes. Após trair Jesus, foi dominado por um profundo remorso, e, em vez de pedir perdão ao Senhor, foi-se enforcar (Mt 27.5; At 1.18).
III – FALSAS JUSTIFICATIVAS PARA O SUICÍDIO
3.1 Eliminação da dor pessoal. Os que advogam a favor do suicídio como eliminação da dor pessoal, procuram justificar tal ato como a única saída para as suas situações conflituosas. Diante do desespero, da falta de expectativa, etc, em todos esses casos dramáticos, o suicídio parece ser a única solução possível para a resolução de um grande problema, um pseudo ato redentor que acabaria com o pesadelo pessoal (At 16.27), no entanto, toda vida pertence a Deus, e apenas ele tem o direito de tomá-la (Dt 32.39; 2Rs 5.7). Sendo Ele o doador da vida (Jó 12.10), logo, é Deus quem controla a entrada do homem nesta terra (Gn 2.7; Sl 139.13-16; Jó 33.4), é lógico também, que Deus controla a saída do homem desta vida, por essa razão ninguém tem o direito perante Deus, de cometer suicídio.
3.2 O suposto “suicídio” de Sansão. Há muitos que buscam amparar nas Escrituras a prática do suicídio, reportando-se ao exemplo do personagem enigmático Sansão, que teria tirado a própria vida, e ainda sim, ter seu nome arrolado na “galeria dos Hérois da Fé” (Hb 11.32). Para estes, esta é a maior prova de que Deus está de acordo com o suicídio. Entretanto, segundo Geisler (2015, pp. 131,147) “Sansão não teria cometido suicídio, ele sacrificou-se por seu povo, há portanto uma grande diferença; o que Sansão fez foi entregar a sua vida pelos outros - pelo seu povo e não um suicídio propriamente dito. O soldado que se atira sobre uma granada para salvar a vida de seus companheiros não está tirando a sua vida, não está se suicidando; ele está dando a sua vida pelos outros”. Ele morreu na luta contra os inimigos de seu país, tal como um soldado numa batalha perdida (Jz 16.30) (BEACON, 2012, p.145). Sendo assim, o ato de Sansão não deveria ser considerado como suicídio e sim com um sacrifício de guerra. Portanto, usar o exemplo de Sansão para justificar o suicida é apenas uma falsa conjectura (BAPTISTA, 2018, pp. 70,76).
IV – O SUICÍDIO À LUZ DA ÉTICA CRISTÃ
4.1 Viola a sacralidade da vida humana. A vida é sagrada e somente Deus pode dar e tirá-la (Gn 2.7; Êx 20.13; Jo 10.18). Moisés pediu a Deus que tirasse a sua vida (Nm 11.15), o profeta Elias também fez o mesmo (1Rs 19.4) e da mesma forma o profeta Jonas (Jn 4.3). Nos momentos de grande desespero, esses nunca consideraram o suicídio como uma solução moralmente viável, embora tenham almejado que Deus tirasse suas vidas, não consideraram certo fazê-lo por si mesmos. Deus não os ouviu, pois a vida pertence a Ele, e não a nós. Ele sabe a hora em que a vida humana deve cessar, sendo soberano de toda a existência (Ec 3.1,2). Tirar a própria vida é, portanto, uma rejeição tanto da soberania de Deus sobre a vida quanto um ataque contra a santidade divina (GEISLER, 2010, p. 204).
4.2 Viola o sexto mandamento do Decálogo. O princípio orientador das Escrituras, expresso no sexto mandamento do Decálogo: “Não matarás” (Êx 20.13; Dt 5.17), condena claramente tanto a eliminação da vida de outra pessoa, como também da própria. Apesar da insustentável justificativa por parte de alguns, o suicídio é reprovado à luz da Bíblia e os que a descumprem prestarão contas diante do Autor da vida (1Jo 3.15).
4.3 Viola o propósito de Deus para vida do ser humano. Deus ao criar o ser humano, a coroa da criação, o fez à sua imagem e semelhança (Gn 1.27), sendo este objeto da bênção divina (Gn 1.28-a); estabelecendo princípios para vida humana (At 17.24-27), entre os quais, glorificar a Deus (1Co 6.20; Ef. 1.6). Somos propriedade de Deus, templo e morada do Espírito Santo (1Co 3.16; 6.19), portanto, devemos amar a Deus, ao próximo e a nós mesmos (Mt 22.38, 39;Mc 12.30,31; Lc 10.27). Não compete ao homem tirar sua vida, ao contrário, ele deverá fazer de tudo para protegê-la. Aos que assim não fazem, resta uma exortação: “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá [...]” (1Co 3.17).
V – ATITUDES BÍBLICAS PARA EVITAR O SUICÍDIO
5.1 Conviver positivamente com as tensões e angústias desta vida. A vida com Deus não nos isenta de enfrentarmos situações adversas (Jo 16.33; 1Pd 4.12); o patriarca Jó mesmo tendo perdido seu patrimônio, filhos e até a sua saúde (Jó 1.13-19; 2.7,8), e em momentos de grande pressão tenha dito que era melhor não ter nascido (Jó 3), e até pediu que Deus tomasse sua vida (Jó 6.8-9), no entanto, não procurou uma solução por meio do suicídio, antes, revelou sua fidelidade para com Deus (Jó 1.20-22), e expressou sua convicção na grandeza divina e que sua expectativa estava além da esfera física (Jó 19.25-27), nos ensinando que nossas aflições não devem ser motivos para recorremos ao suicídio.
5.2 Crer e confiar na providência divina. A recomendação das Escrituras é lançar em Deus e não na morte, a nossa confiança (Sl 18.2; 42.5,11;91.2; 84.12; 125.1; Nm 1.7; Lm 3.25,26; 1 Pd 5.7). Devemos enfrentar os problemas com fé em Cristo Jesus, e ele nos ajudará (Jó 13.15; Sl 9.10; 37.5; Pv. 3.5; Is. 12.2; Mc 9.22-24). O apóstolo João exorta que é possível vencer através da fé: “[…] e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1Jo 5.4). Diante das crises que nos cercam é natural nos preocuparmos como será o nosso futuro; a orientação do nosso Salvador é que não devemos estar ansiosos, mas, entender o cuidado do Pai Celestial para com seus filhos (Mt 6.25-34); bem como devemos lembrar de que Deus suprirá as nossas necessidades (Sl 10.14; 68.10; 132.15). A este respeito disse o salmista: “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele tudo o fará”; “Descansa no SENHOR, e espera nele […]” (Sl 37.5,7b); “caminho”, no texto, significa a vida, os problemas e as decisões a tomar, que muitas vezes são conflitantes, mas, o cristão é exortado a descansar no Senhor, e não ficar aflito e ansioso com as lutas da vida, pois, Deus é o nosso “Jeová Jiré”, que provê todas as coisas essenciais de que necessitamos para uma vida digna, de acordo com a sua vontade.
5.3 Manter a comunhão com a família e irmãos na fé. O suicídio geralmente resulta também de um alto nível de depressão, e esta por sua vez tem como característica o isolamento social (1Rs 19.3-4), e sabemos que todos estamos sujeitos a enfrentarmos momentos de perda, decepções, sentimentos de culpa, etc, que podem nos levar a ficar deprimidos, e nos tornarmos suscetíveis ao desejo pelo suicídio; em contra partida, a Bíblia nos ensina a importância da comunhão como forma de combater a tais sentimentos nocivos (Fp 2.1; Hb 10.25; 1Jo 1.7); sendo os crentes membros do mesmo corpo espiritual (Rm 12.5; 1Co 12.12,13), compartilhamos das necessidades uns dos outros (Rm 12.13), choramos com os que choram (Rm 12.15), e carregamos as cargas mutualmente (Gl 6.2).
CONCLUSÃO
A concessão da vida é de seu proprietário (Deus). Não é portanto da competência do homem decidir o momento em que a vida deve ser tirada. Só Deus tem o direito de determinar quando e como uma vida deve terminar.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos: Enfrentando as Questões de Nosso Tempo. CPAD.
BEACON. Comentário Bíblico Josué a Ester. Vol 2. CPAD.
Dicionário Bíblico Tyndale. GEOGRÁFICA.
GEISLER, N. HOWE, T. Manual de Dificuldades Bíblicas. MC.
KAISER, Jr. Walter. O Cristão e as Questões Éticas da Atualidade. VIDA NOVA
REIFLER, Hans Ulrich. A ética dos Dez Mandamentos. VIDA NOVA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL (FORNECIMENTO DO MATERIAL) - PROF. PAULO AVELINO