Adultos

Lição 10 - Espírito — O âmago da vida humana V

ASSEMBLEIA DE DEUS - IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 10 - ESPÍRITO – O ÂMAGO DA VIDA HUMANA

INTRODUÇÃO

Nas lições anteriores nós estudamos sobre o corpo e a alma. A partir desta lição, estudaremos sobre o espírito humano, sua importância e papel na vida do ser humano, principalmente na vida do cristão. Nesta lição, traremos a definição dos termos espírito e âmago; explicaremos por que o espírito é o âmago da vida humana; veremos a diferença do espírito do não crente para o crente; citaremos as atribuições do espírito humano; citaremos alguns pecados cometidos pelo espírito humano; veremos o que acontece quando o espírito humano é dominado pela natureza pecaminosa; e, finalmente, observaremos que o processo de santificação tem início no espírito humano.

I – DEFINIÇÕES

1.1 Espírito. “Quanto ao espírito (ruah no hebraico e pneuma no grego), é a principal dimensão do ser humano, a parte mais íntima do ser. É por meio dele que mantemos comunhão com o Criador, o Pai dos espíritos, e também o adoramos (Jo 4.23,24; Hb 12.9). Como entidade espiritual, é inseparável da alma. Paulo menciona essa parte imaterial do ser humano como “homem interior”, em contraste com o corpo, o “homem exterior” (Rm 7.22-25; 2 Co 4.16-18). (Queiroz, 2025, p.24).

1.2 Âmago. De acordo com o dicionarista Houass, “âmago” significa: “parte que fica no centro de qualquer coisa ou pessoa; parte central, parte mais íntima ou fundamental; a parte mais profunda de um ser.” (Houass, 2001, p. 176). Assim, falar do espírito como o âmago da vida humana significa dizer que o espírito é a parte mais importante, mais especial e mais essencial à vida do ser humano, pois é a través do espírito que podemos conhecer a Deus e obter comunhão com Ele. É por meio do espírito que adoramos ao Senhor (Jo 4.23,24), pois ele é o centro da devoção a Deus (1Co 14.15).

II – A DIFERENÇA DO ESPÍRITO DO NÃO CRENTE PARA O CRENTE

O Pr. Eurico Bergstén, em sua Teologia Sistemática explica a diferença do espírito do não crente e do crente, da seguinte maneira:

2.1 O espírito do não-crente. “O espírito do homem não-crente é morto, inativo, isto é, separado de Deus (cf. Ef 2.1-5; Lc 15.24,32; Cl 2.13; 1Tm 5.6). Ele é dominado pelos seus pecados e concupiscências (cf. Ef 4.17-22; Tt 1.15), sem possibilidade de ver a glória de Deus (cf 2Co 4.4).” (Bergstén, 2006, p. 132).

2.2 O espírito do homem no processo de salvação. “Na salvação, o espírito do homem é vivificado (cf. Ef 2.5; Cl 2.13). Um despertamento começará no seu espírito (cf. Ed 1.1) quando o Espírito Santo o convencer do seu pecado, e da justiça e do juízo de Deus (cf. Jo 16.8-10). Quando o homem aceita Jesus como salvador, recebe a vida eterna (cf. Rm 6.23) e, então ‘o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus’ (Rm 8.16). (Bergstén, 2006, p. 132).

III - AS ATRIBUIÇÕES DO ESPÍRITO HUMANO

O espírito é aquilo que faz o homem diferente de todas as demais coisas criadas. é dotado de vida humana e inteligência, que se distingue da vida dos irracionais. Os irracionais não podem conhecer as coisas de Deus e não podem ter relações pessoais com Ele. Acerca deste tema, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus diz: “Ensinamos que o espírito, como parte integrante do ser humano, é distinto da alma, que, às vezes, é confundido com ela porque os dois elementos são inseparáveis e de substância imaterial. O espírito foi colocado por Deus no interior de Adão quando este foi criado (Gn 2.7); o espírito humano está em todos os seres humanos (Zc 12.1). O espírito está dentro do corpo (Dn 7.15). É por meio dele que se adora a Deus (Jo 4.23,24) e que ele se torna também o centro da devoção a Deus (1Co 14.15). Quando passa a ser morada do Espírito Santo: ‘O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus’ (Rm 8.16). Do espírito humano, provém o desejo de buscar as coisas espirituais (Tt 2.11)” (Soares, 2017, p. 79). Vejamos algumas atribuições do espírito humano:

3.1 O espírito humano pode ser renovado: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova em mim um espírito reto.” (Sl 51.10).

3.2 Por intermédio do espírito podemos nos alegrar em Deus: “Disse, então, Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.” (Lc 1.46,47).

3.3 Por intermédio do espírito podemos adorar a Deus: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (Jo 4.23,24).

3.4 Por intermédio do espírito humano, o Espírito Santo testifica que somos filhos de Deus: “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Rm 8.16). 3.5 Por intermédio do espírito podemos servir a Deus: “Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós,” (Rm 1.9).

3.6 Por intermédio do espírito podemos orar a Deus: “Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.” (1Co 14.15).

IV - OS PECADOS DO ESPÍRITO

“As Escrituras geralmente apresentam um conceito geral de pecado, principalmente porque a transgressão é um ato da pessoa como um todo, e as suas consequências afetam todo o ser. Contudo, é possível extrair também referências específicas em relação a pecados que envolvem diretamente: o corpo, como a prostituição; a alma, como os maus pensamentos; e o espírito, como o orgulho, a soberba, a vangloria, a arrogância e a inveja (Pv 16.18; 1 Tm 3.6).” (Queiroz, 2025, p. 119,120). Vejamos, então, alguns deles:

4.1 Orgulho. “É o mesmo que soberba ou presunção. Teologicamente, foi o primeiro sentimento pecaminoso a ser introduzido no universo. Através dele, o ungido querubim exaltou-se sobremaneira, julgando-se superior ao mesmo Deus (Ez 28).” (Andrade, 2019, p. 286). A Bíblia traz uma série de advertências sobre o perigo do orgulho (Pv 8.13; 11.2; 16.18; Tg 4.6; 1Pe 5.5).

4.2 Inveja. “É o sentimento de antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos.” (Stamps, 1995, p. 1802). É uma das obras da carne, relacionadas em Gl 5.21. A Palavra de Deus nos adverte sobre o perigo da inveja, bem como das consequências dela (Pv 14.30; 24.1; Tg 3.14-16; 4.1,2; 1Pe 2.1,2).

4.3 Vanglória. A palavra ‘vanglória’ significa literalmente “glória vazia”, ou seja, vanglória é uma “glória sem valor”, um sentimento de exaltação pessoal que não tem fundamento verdadeiro. Nesse sentido, a vanglória se opõe à humildade, pois leva o indivíduo a querer ser visto, admirado ou exaltado, esquecendo que toda glória pertence a Deus. Escrevendo aos filipenses, o apóstolo Paulo diz: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.”(Fp 2.3).

V - O QUE ACONTECE QUANDO O ESPÍRITO É DOMINADO PELA NATUREZA PECAMINOSA

“O espírito humano, representando a natureza suprema do homem, rege a qualidade de seu caráter. Aquilo que domina o espírito toma-se atributo de seu caráter. Por exemplo, se o homem permitir que o orgulho o domine, ele tem um "espírito altivo" (Pv 16.18). Conforme as influências respectivas que o dominem, um homem pode ter um espírito perverso (Is 19.14); um espírito rebelde (Sl 106.33); um espírito impaciente (Pv 14.29); um espírito perturbado (Gn 41.18) [...]. Pode estar sob um espírito de servidão (Rm 8.15), ou ser impelido pelo espírito de inveja (Nm 5.14). Assim é que o homem deve guardar o seu espírito (Ml 2.15), dominar o seu espírito (Pv 16.32), pelo arrependimento tornar-se um novo espírito (Ez 18.31) e confiar em Deus para transformar o seu espírito (Ez 11.19).” (Pealrman, 2006, p. 110).

VI - O PROCESSO DE SANTIFICAÇÃO TEM INÍCIO NO ESPÍRITO

“O texto de 1 Tessalonicenses 5.23 ajuda-nos nessa reflexão. Ao referir-se à santificação do espírito, da alma e do corpo, Paulo expõe um processo de santificação que não se contenta com o exterior. Pelo contrário! Começa no âmago de nosso ser, no espírito, onde estão escondidas nossas mais profundas motivações [...] O ensino de Paulo está em consonância com esse princípio, que enfatiza a santificação total, que, iniciada no espírito, deve atingir o ser humano por inteiro. A ordem apresentada por ele em 1 Tessalonicenses 5.23 — espírito, alma e corpo — não é aleatória. Enquanto o ato de criação deu-se do corpo ao espírito (Gn 2.7), a Redenção acontece do espírito ao corpo (Rm 8.23; 1 Pe 1.23) [...] Por tudo isso, a verdadeira santificação é gerada no interior do ser humano e expressa-se em toda a sua maneira de viver (Ez 36.26,27; Rm 8.10-13; G1 5.22).” (Queiroz, 2025, p. 121).

CONCLUSÃO

Deus criou o homem como um ser tricótomo. Com o corpo nós conhecemos o mundo; com a alma conhecemos a nós mesmos e com o espírito podemos conhecer a Deus e manter comunhão com Ele. É por intermédio do espírito que nós adoramos e servimos a Deus. No entanto, devemos estar vigilantes, pois alguns pecados podem ser cometidos pelo espírito, tais como orgulho, soberba e inveja. Como cristãos, não devemos ser dominados pela natureza pecaminosa, mas, viver em santidade no corpo, na alma e no espírito.

REFERÊNCIAS

• BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.

• GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

• PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.

• QUEIROZ, Silas. Corpo, Alma e Espírito. A restauração Integral do Ser Humano. CPAD • SOARES, Esequias. Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.

Fonte: https://redebrasiloficial.com.br/licao_ebd.php Acesso em 04 de Dez de 2025

Copyright © 2003 - 2025 Portal Escola Dominical todos os direitos reservados.