ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo
COMENTARISTA: Silas Queiroz
COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 5 – A ALMA: A NATUREZA IMATERIAL DO SER HUMANO
Nesta lição, estudaremos sobre a alma, parte imaterial que constitui o ser humano. A alma é o centro da razão, da emoção e da vontade. Tudo o que somos, pensamos e fazemos é decorrente da nossa alma. Isso inclui a formação do nosso caráter. Além de compreendermos os atributos da alma, precisamos nos ater aos cuidados que devemos ter com a saúde dela.
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
ATRIBUTOS DA ALMA
A palavra "alma", no Antigo Testamento, é nepesh. No Novo Testamento é psyche, que tem o sentido de "alma" e de "vida"; está ligada ao termo psíquicos, que tem o sentido de "pertencente a esta vida". E a base das experiências conscientes.
Estamos falando da sede dos pensamentos e das emoções do ser humano. Em linhas gerais a alma representa a própria vida, sendo a parte imaterial responsável por ser a personalidade do homem, determinando assim as suas emoções, sentimentos, sua razão, seu intelecto; ou seja, a alma determina como o nosso ser exterior irá proceder.
No sentido impessoal, a alma equivale à própria vida. No sentido de ser "parte interior do homem", refere-se à sua personalidade, ou à pessoa (cf. 2 co 1.23). [ . . . Tanto nepesh (hb.) como psyche (gr.) indicam o princípio vital da vida humana, física ou animal. Quando Deus disse que o homem fora feito "alma vivente" e, em relação aos animais, que a terra produzisse "alma vivente", usou a mesma expressão — hb. nepesh hayya. No entanto, o homem é distinto do animal, por várias razões: autoconhecimento e autodeterminação, por exemplo. Assim, a alma do homem é profundamente diferente da alma do animal.
Por isso a nossa criação se distingue a dos animais. A alma do homem tem como características intrínsecas que o difere dos animais, tendo em vista que a sua alma apresenta qualidades jamais encontradas em nenhum animal criado. O homem, além do mais, tem a possibilidade de relacionar-se com os demais segundo os sentimentos demonstrados pela sua alma.
Em sentido teológico, a alma é a sede das emoções e dos sentimentos. Jesus disse: "A minha alma está profundamente triste até a morte" (Mc 14.34). A alma se entristece. "E a parte sensível da vida do ego, a sede das emoções — do amor (Ct 1.7), do anseio(SI 36.62) e da alegria (Sl 86.4)
Destaque
Diferentemente dos animais, que foram criados cada um segundo a sua espécie (Gn 1.24,25), o homem é um ser pessoal, criado à imagem e semelhança de Deus. Portanto, o estudo da alma humana está diretamente relacionado ao tema da "imagem de Deus", considerando as suas faculdades específicas e as que desempenha junto e através do espírito. O homem foi criado com autoconsciência e autodeterminação, que é a capacidade "de dar respostas a Deus, de perguntar a Deus, e ter comunhão com Deus e de amar a Deus".
A NATUREZA DA ALMA: IMATERIALIDADE E IMORTALIDADE
A alma junto com o espírito compõe a parte imaterial do homem, sendo caracterizadas pelo aspecto "imortal" que possui, ou seja, o corpo pode até ser destruído na hora da morte, mas a alma recebe a sua destinação conforme aquilo que o corpo praticou.
O texto que melhor distingue alma de espírito é I Tessalonicenses 5.23: "e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo". Aqui temos a palavra "alma" significando a parte interior do ser, distinta do espírito, porém, intrinsecamente a ele ligada, formando o "homem interior" (Rm 7.22).
A questão principal do que precisamos destacar neste ponto é o fato de que muitos pensamentos têm buscado afastar o ser humano de Deus, fazendo o ser humano acreditar que a sua alma jamais perecerá no inferno.
Ao tratar do perecimento da alma e do corpo no Inferno, Jesus refuta as concepções antropológicas materialistas existentes desde a Antiguidade, como as mencionadas anteriormente. O que é relevante ressaltar aqui é o reflexo dessas concepções em movimentos modernos, como o marxismo, que, pregando que o homem resume-se à matéria, ignora a existência de uma alma consciente após a morte (Lc 16.19-31). Isso faz dessa corrente mais do que uma ideologia política, uma vez que o seu ateísmo nega a pecaminosidade e a responsabilidade moral do indivíduo. Considera que o mal é estrutural; que a culpa é da sociedade; que as pessoas individualmente são vítimas de estruturas opressoras. Os marxistas identificam pecados sociais, mas não individuais.
A medida que avança na política secular, a visão antropológica materialista também se infiltra e molda teologias, alterando, e muito, as concepções relativas principalmente ao que é a missão da Igreja, a ortopraxia, a prática correta a ser adotada pelos seguidores de Jesus. [ . . . ] Toda negação da condição pecaminosa do homem é, no mínimo, um ateísmo prático, independentemente do viés que assuma (Lm 3.39; Tt 1.16).
Destaque
A igreja deve se expandir pelo poder do Espírito e pela essência da Palavra de Deus, e não por modismos ou aconselhamentos de coachs das redes sociais, como se a vida se resumisse a um grande empreendimento terreno. Sabemos que uma vida próspera espiritualmente é resultado da obediência aos princípios e valores da Palavra de Deus. Se a igreja na atualidade quiser experimentar novamente do poder de Deus nos moldes da igreja primitiva, será necessário voltar às práticas das primeiras obras (Ap 2.5).
ALMA RENOVADA E SUBMISSA A DEUS
Conhecer os atributos da alma, a sua importância e natureza deve estimular-nos a dar-lhe mais valor e devotar-lhe o devido cuidado. Jesus contou a parábola do rico insensato, que se preocupou com o ajuntamento de bens materiais, mas descuidou-se do cuidado da alma (LC 12.13-21). A corrida desenfreada às coisas da vida é um dos fatores de frieza e adoecimento espiritual. Para não ser vítima desse terrível mal, é preciso fazer escolhas certas, renunciar aos tesouros da terra e trabalhar para ajuntar tesouros no céu (Mt 6. 19).
Precisamos cuidar da nossa parte imaterial com ações que nos aproximam de Deus. Oração, leitura da Palavra de Deus e jejuns, são práticas necessárias para que a nossa alma seja fortalecida no Senhor e possa desfrutar de um processo de santificação junto ao Pai.
Uma condição fundamental para uma vida cristã dinâmica é o cristão apresentar a sua alma diariamente a Deus para que seja purificada e viva em constante renovação. E, para conservar a alma pura e renovada, precisamos cuidar das fontes às quais diariamente expomos nossos sentidos. O que falamos, o que ouvimos, o que lemos e vemos pode determinar nosso estado interior.
Destaque
A Palavra de Deus nos adverte: "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida" (PV 4.23). Nesta passagem, como em outras do Antigo Testamento, a expressão "coração" vem do hebraico "leb" e significa o ser interior, a mente, o lugar dos desejos, das emoções e paixões humanas. O conselho de Provérbios para o servo de Deus é ter cautela e não permitir que os enganos da natureza humana superem o compromisso com a Palavra de Deus. Nesse sentido, todo aquele que deseja fazer a vontade de Deus, deve submeter sua alma (coração) à disciplina pautada pelas Escrituras Sagradas, e não por sua vontade própria. Jesus ensinou: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me" (Lc9.23). Logo, a alma humana, enquanto local de vontades e desejos, tenderá a buscar as coisas que mais lhe agradam e trazem conforto. Isso, muitas vezes, entra em oposição com a vontade de Deus, que é boa, agradável e perfeita (cf. Rm 12.2).
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