Adultos

Lição 13 - Assembleia de Jerusalém VI

ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições

COMENTARISTA: José Gonçalves

COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 13 – A ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM

Nesta última lição, veremos detalhes da assembleia geral realizada pela Igreja Primitiva em Jerusalém (At 15.1-35). Este concilio ficou marcado na história cristã porque definiu quais seriam as exigências impostas aos gentios para ingressarem na plena comunhão com a igreja de Cristo. A questão foi levantada por um grupo de judeus convertidos ao Cristianismo que entedia ser necessário dar continuidade à observância de preceitos da Lei, mesmo após aceitarem a fé em Jesus.

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

A QUESTÃO DOUTRINÁRIA

No contexto do primeiro Concilio ou Assembleia da igreja de Jerusalém, o problema foi causado por crentes judeus, zelosos e observadores da Lei. Esses crentes tinham ido até Antioquia visitar os novos crentes da igreja que havia sido implantada pelos cristãos dispersos. O texto deixa claro que eles foram até ali por conta própria e sem autorização dos líderes da igreja-mãe. Ao chegarem a Antioquia e vendo uma igreja formada por gentios, logo apregoaram que eles deveriam circuncidar-se e guardar a Lei de Moisés.

O objetivo do grupo judaizante era apregoar a necessidade dos cristãos convertidos de origem gentílica em aplicarem a Lei de Moisés em suas vidas. Isso é um absurdo, pois praticamente estavam negando a eficácia do sacrificio de Cristo, em função de preceitos religiosos que foram encerrados na cruz.

Os indivíduos que desceram de Jerusalém para Antioquia, do grupo dos fariseus, não são mencionados por nome. Eles não desceram para se alegrarem com a igreja pelas boas novas dos campos missionários. Ao contrário, o intuito era jogar um balde de água fria na fervura e dizer que os gentios não poderiam ser salvos a menos que se circuncidassem (15. l) e observassem a lei de Moisés (1 5.5).

Essas questões legalistas não acrescentam em nada ao crescimento da igreja, pelo contrário, impõem cargas pesadas demais àqueles que buscam à salvação através da sua fé no Cristo Ressurreto.

O problema era grave e tanto Barnabé como Paulo, juntamente com os demais crentes antioquenos, acharam por bem apresentar o problema à liderança da igrej a-mãe em Jerusalém.

O que estava em jogo era a salvação pela graça ou pelas obras da Lei. Esse problema com os judaizantes também vai surgir posteriormente com os cristãos da Galácia. Ali foi necessário o apóstolo Paulo escrever uma carta dura, condenando a prática dos judaizantes. [...] A questão era de natureza doutrinária e precisava de um posicionamento não apenas firme da liderança, mas que o seu conteúdo refletisse com precisão as Escrituras.

Destaque

Dentre as práticas que deveriam ser preservadas estava a da circuncisão. No entanto, o entendimento dos apóstolos era de que os gentios foram chamados por Deus para a liberdade cristã. Impor aos gentios práticas que faziam parte da religião judaica não fazia sentido algum. Por essa razão, o Concilio foi de fundamental importância para que o Evangelho continuasse a ser pregado entre os gentios.

O DEBATE DOUTRINÁRIO

O apóstolo Pedro foi uma peça fundamental no esclarecimento da verdade. Era um líder na igreja. Sua palavra tinha muito peso. Pedro já enfrentara um sério problema em Antioquia, quando deixou de ter comunhão com os crentes gentios e foi duramente exortado por Paulo (Gl 2.11-14). Agora, revelando humildade, posiciona-se firmemente contra a bandeira levantada pelos fariseus.

O apóstolo Pedro reconheceu o erro que cometeu, e, guiado pelo Espírito Santo, agora estava expondo questões e experiências pessoais que refletem o erro dos judaizantes. Ele fez questão de destacar a grandeza da salvação que também foi ofertada aos gentios.

Essa exposição apostólica tinha um propósito claro: mostrar que Deus, ao aceitar os gentios na Igreja, não exigiu deles nada além de demonstração da fé em Cristo Jesus. Pedro lembra que esse fato já havia sido mostrado na conversão do gentio Cornélio da cidade de Cesareia. A prova cabal de que isso era verdade foi o fato de o Senhor ter derramado o seu Espírito sobre os gentios sem a necessidade de cumprirem preceito algum da Lei. Deus não exigiu a circuncisão ou qualquer outra prática cerimonial mosaica por parte dos gentios em Cesareia; então, por que iria exigir dos cristãos de Antioquia? O argumento de Tiago vai na mesma direção. Tiago lembra as profecias do Antigo Testamento em que estão previstas a inclusão dos gentios à fé.

Destaque

Pelo contexto, depreende-se que houve no debate a participação de outros membros da Assembleia presentes. Isso fez com que a decisão ali tomada tivesse a aceitação não apenas da lide rança, mas de toda a igreja, e servisse de parâmetro para as demais igrejas cristãs já implantadas. Deve ser observado, contudo, que a resolução, embora evitasse impor aos gentios o legalismo judaico, trouxe algumas recomendações que iriam ajudar na convivência de judeus e gentios. Dessa forma, a Resolução de Jerusalém orientou as igrejas a: "Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; destas coisas fareis bem se vos guardardes" (At 15.29).

A DECISÃO DA ASSEMBLEIA DE JERUSALÉM

As restrições impostas visaram acalmar o coração dos inflamados na igreja. Eles entenderam que as quatro questões apresentadas eram suficientes para introduzir os cristãos de origem gentílica ao seu meio.

[...] somente quatro restrições foram colocadas para os gentios cristãos (v. 20). Eles deveriam se abster das contaminações dos ídolos, isto é, das coisas oferecidas aos ídolos (cf. v. 29; 21.25) e da prostituição, do que é sufocado e do sangue. A primeira destas restrições se referia a uma preocupação real da Igreja Primitiva, da qual Paulo tratou em toda a sua extensão (l co 8.1-10; 10. 19).

Essas questões indiretamente apresentam sua importância quando olhadas através do seu contexto geral. Elas foram colocadas com o objetivo de preservar os novos crentes e a igreja, a fim de que a comunhão entre os irmãos e com o Senhor fosse mantida.

Os animais eram sacrificados aos deuses pagãos e depois a sua carne era vendida nos mercados. Alguns entenderam que, de acordo com a decisão do concilio, os gentios convertidos eram proibidos de comer esta carne conscientemente, e que Paulo adotou a mesma posição. A prostituição era um pecado extremamente comum entre os pagãos, e praticado muitas vezes como parte do seu culto. Os judeus se orgulhavam dos seus elevados padrões morais e a igreja, naturalmente, tinha toda razão de fazer esta exigência aos seus membros. Comer o que era sufocado era evidentemente proibido principalmente porque o sangue não era retirado da carne. Portanto, esta exigência estava muito ligada a quarta proibição de comer sangue. Este mandamento vem desde o tempo de Noé, quando os homens tiveram a primeira permissão de comer os animais (Gn 9.4), e foi repetido na lei mosaica (LV 3.17; 7.26; 17.10, 14; 19.26).

Destaque

Uma vez acordada a decisão em relação aos gentios, importava agora que estes vivessem uma vida sossegada e temente a Deus. O Senhor nos chama para viver na mesma liberdade do Espírito, adorando em servindo a Deus por meio dos dons espirituais e ministeriais, a fim de que o Evangelho continue a ser proclamado até os confins da Terra.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA

Copyright © 2003 - 2025 Portal Escola Dominical todos os direitos reservados.