Adultos

Lição 11 - Uma igreja hebreia na casa de um estrangeiro V

ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - GUARULHOS

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições

COMENTARISTA: José Gonçalves

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 11 – UMA IGREJA HEBREIA NA CASA DE UM ESTRANGEIRO

INTRODUÇÃO

O livro de Atos é o registro da expansão do evangelho, mostrando que o plano de Deus não se limitava a Jerusalém nem à tradição judaica. Em Atos 10, vemos um marco histórico: a conversão de Cornélio, um centurião romano, estrangeiro aos olhos dos judeus, mas alvo da graça de Deus. Esse episódio nos ensina que a salvação em Cristo não está presa a fronteiras, etnias ou culturas. A casa de Cornélio torna-se, pela presença do evangelho, um lugar de culto, comunhão e transformação, mostrando que a Igreja de Cristo ultrapassa barreiras humanas.

I – DEUS INCLUIU OS GENTIOS EM SEU PLANO DE SALVAÇÃO

1.1 Cornélio: Um Gentio Alcançado pela Graça de Deus. Em Atos 10 encontramos a narrativa da conversão de Cornélio, um episódio marcante na história da Igreja primitiva. Cornélio era centurião da corte chamada italiana, um oficial romano, estrangeiro e, portanto, gentio. O texto bíblico o descreve como um homem “piedoso e temente a Deus com toda a sua casa, que fazia muitas esmolas ao povo e de contínuo orava a Deus” (At 10.2).

Ele não era judeu de nascimento, mas demonstrava respeito pelo Deus de Israel, vivendo em devoção e praticando boas obras.
Contudo, apesar de sua religiosidade e generosidade, Cornélio ainda não havia experimentado a plenitude da salvação em Cristo. Isso nos lembra que as boas obras não são suficientes para salvar o homem; elas são fruto da fé, mas não a causa da salvação (Ef 2.8-10).

Foi então que o Senhor, em sua soberania, interveio. Um anjo apareceu a Cornélio e o orientou a mandar chamar Pedro, que lhe anunciaria palavras pelas quais seria salvo. Ao mesmo tempo, Deus preparava o coração de Pedro, mostrando-lhe numa visão que o evangelho não era exclusivo para os judeus, mas também para os gentios (At 10.9-20).

Quando Pedro entrou na casa de Cornélio, proclamou a mensagem de Cristo crucificado e ressurreto. E enquanto ele ainda falava, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra (At 10.44). Assim, Cornélio e sua casa creram em Jesus e foram batizados.

Este episódio marca um divisor de águas: a salvação não está restrita a um povo, cultura ou tradição, mas foi aberta a todos, judeus e gentios, ricos e pobres, homens e mulheres. Como o próprio Pedro declarou: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; mas que, em toda a nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável.” (At 10.34-35).

1.2 Aplicação bíblica. O encontro na casa de Cornélio mostra que a promessa feita a Abraão (“em ti serão benditas todas as famílias da terra” – Gn 12.3) estava se cumprindo. A aplicação deste episódio é que Deus não faz acepção de pessoas. Deus não vê barreiras sociais, culturais ou raciais. A Igreja deve ser um lugar para todos. Além disso, esse episódio e toda a narrativa e comportamento desenvolvido por Cornélio nos ensina que: 1) A busca sincera por Deus sempre será respondida. Deus vê o coração e conduz ao evangelho aqueles que o procuram de todo o coração; 2) Nossas obras não nos salvam, mas a fé em Cristo sim. Cornélio era piedoso, mas precisou ouvir sobre Jesus; e, 3) A salvação em Cristo é para todos. Não importa origem, história ou condição social. O evangelho é o poder de Deus para todo aquele que crê (Rm 1.16).

Hoje, nós também somos fruto disso. Se o evangelho tivesse permanecido apenas entre os judeus, estaríamos de fora. Mas em Cristo, fomos feitos um só povo, reconciliados com Deus pela cruz (Ef 2.13-16). Portanto, Cornélio é um lembrete vivo de que o amor de Deus rompe barreiras e que a Igreja deve proclamar este evangelho a todas as pessoas, sem distinção.

II - A SALVAÇÃO É OFERECIDA A TODOS OS QUE CREEM EM JESUS

2.1 Salvação só em Jesus. A Bíblia nos ensina que a salvação é um presente gracioso de Deus, oferecido a todo aquele que crê em Jesus Cristo como Senhor e Salvador. O apóstolo Paulo declara: “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se faz confissão para salvação” (Romanos 10.9-10).

Esse texto nos lembra que a salvação não é resultado de esforços humanos, nem de méritos pessoais, mas um ato de fé. A fé em Jesus é o caminho que nos conduz ao perdão dos pecados, à reconciliação com Deus e à vida eterna. Cristo morreu na cruz por todos, sem distinção de raça, cultura, posição social ou passado. A mensagem da cruz alcança tanto o judeu como o gentio, o rico como o pobre, o letrado e o simples, pois em Cristo não há acepção de pessoas (Atos 10.34).

Essa verdade nos traz duas reflexões importantes: 1) A salvação é universal em seu convite, pois Deus deseja que todos sejam salvos (1 Tm 2.4), e não há limites geográficos, sociais ou culturais para a graça de Cristo. O evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16); e, 2) A salvação é pessoal em sua aceitação. Cada pessoa precisa responder ao chamado do Senhor. Não é suficiente apenas ouvir, é preciso crer. Não basta apenas simpatizar com Jesus, é necessário entregar-lhe a vida (Lc 9.23; Rm 12.1).

2.2 Aplicação bíblica. Pedro declarou: “Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que o teme e faz o que é justo lhe é aceitável” (At 10.34-35). A mensagem central do sermão de Pedro foi Jesus: Sua vida, morte e ressurreição (At 10.38-41). A promessa é clara: “Todo aquele que nele crê receberá remissão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43). A salvação não depende de cultura, tradição ou obras, mas da fé em Cristo. Todos podem ser alcançados – vizinhos, colegas, povos distantes. Isso nos leva a dois compromissos: 1) Anunciar com amor que Jesus é o único caminho para Deus, pois a igreja não pode guardar para si a boa nova da salvação, porque somos enviados ao mundo como embaixadores de Cristo (II Co 5.20,21), levando esperança aos corações aflitos; e, 2) Viver com gratidão pela graça recebida. Ou seja, quem foi alcançado por tão grande amor é chamado a refletir esse amor em sua vida diária, sendo testemunha viva de que Jesus salva, liberta e transforma (Mt 5.16; Gl 2.20).

III – A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA CONVERSÃO DE QUALQUER PECADOR

3.1 Na conversão de Cornélio. O relato da conversão de Cornélio, registrado em Atos 10, é um marco na história da Igreja, pois revela o agir soberano do Espírito Santo na inclusão dos gentios no plano da salvação. Cornélio, apesar de sua religiosidade (At 10.1,2), ainda não havia experimentado a salvação em Cristo. Aqui vemos que boas obras e devoção, por si sós, não podem salvar. Era necessário o novo nascimento, que só o Espírito Santo realiza (Jo 3.1-5). O Espírito Santo começa a obra movendo Cornélio à busca de Deus e preparando seu coração para ouvir a mensagem do evangelho. Enquanto isso, o mesmo Espírito também age em Pedro, quebrando preconceitos culturais e religiosos, para que ele estivesse disposto a levar a mensagem da cruz à casa de um gentio. Assim, percebemos que a conversão não é fruto apenas da disposição humana, mas é conduzida pelo Espírito, que alinha circunstâncias, toca corações e abre caminhos para que a Palavra chegue ao pecador.

Quando Pedro anuncia a Jesus como Senhor e Salvador, “ainda Pedro falava estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra” (At 10.44). O Espírito não apenas convence do pecado e revela a Cristo, mas também sela os que creem, concedendo-lhes vida nova e testemunho visível, como aconteceu com Cornélio e sua família, que falaram em línguas e glorificaram a Deus. Aquele Pentecostes particular em Cesaréia demonstrou que não havia distinção entre judeus e gentios: todos são alcançados pela graça mediante a fé em Cristo. Portanto, a conversão de Cornélio nos ensina que a obra do Espírito Santo é completa: Ele desperta a sede de Deus, conduz ao encontro com a Palavra, convence do pecado, revela Cristo, gera fé e transforma vidas (Jo 16.8-11). 3.2 A igreja que nasceu em Jerusalém perseverava em oração. Antes da descida do Espírito Santo, a igreja estava em constante oração: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas [...]” (At 1.14). Após as primeiras conversões, Lucas atesta que a igreja continuava vivendo em oração (At 2.42; 3.1; 6.4; 12.5). Isso foi essencial e continua sendo um recurso indispensável para os cristãos enfrentarem as aflições (Jo 16.33), resistirem às tentações e manterem a comunhão com Deus. A oração é um mandamento bíblico (1Cr 16.11; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24) e é o meio pelo qual recebemos as bênçãos de Deus (Lc 11.5-13; At 1.14). Além disso, é na oração que Deus se faz presente (Dt 4.7).

3.2 Aplicação bíblica. A reflexão que fica para nós é: temos permitido que o Espírito Santo nos use como instrumentos para levar o evangelho além de nossas fronteiras culturais, sociais e pessoais, assim como fez com Pedro? E, como Cornélio, temos aberto o coração para obedecer prontamente à voz do Espírito? O Espírito Santo não fez distinção: Ele selou os gentios como parte da Igreja. A conversão não é obra humana, mas do Espírito Santo. O papel da Igreja é anunciar; o papel do Espírito é convencer, regenerar e selar.

CONCLUSÃO

O que podemos aprender com o episódio bíblico da conversão de Cornélio? Entendemos que dentre os diversos ensinos apreendidos nesta lição, podemos destacar que: 1) ser religioso não garante a salvação de uma pessoa diante de Deus; 2) o Evangelho precisa ser anunciado a todos, independentemente de serem religiosos ou não (Rm 3.23; 10.17); e 3) o derramamento do Espírito Santo sobre Cornélio, familiares e amigos gentios corrobora que a salvação que Deus oferece na pessoa de Jesus Cristo é universal, ou seja, é destinada a todos os seres humanos, e não apenas aos judeus (Jo 3.16; I Tm 2.4).

A conversão de Cornélio e sua casa foi um divisor de águas na história da Igreja. A partir dali, ficou claro que: a) O evangelho é para todos os povos; b) A salvação é pela fé em Jesus Cristo; c) O Espírito Santo é quem gera vida nova em cada crente. A “igreja hebreia na casa de um estrangeiro” mostra que o evangelho derruba barreiras.

REFERÊNCIAS

• Bergstén, Eurico. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

• Stamps, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 10 de Set de 2025

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