ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - GUARULHOS
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - A IGREJA EM JERUSALÉM: Doutrina, comunhão e fé: a base para o crescimento da Igreja em meio às perseguições
COMENTARISTA: José Gonçalves
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 10 – A EXPANSÃO DA IGREJA
INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição que, após o martírio de Estêvão, deu-se início a uma grande perseguição contra a igreja de Jerusalém, e os discípulos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria, anunciando a Palavra de Deus, não apenas aos judeus, mas, também aos gentios. Veremos nesta lição a definição do termo “expansão” e as evidências do crescimento da igreja; explicaremos como o martírio de Estêvão contribuiu para a expansão da igreja; e, finalmente, veremos que o segredo para a expansão da igreja é a evangelização.
I – DEFINIÇÃO DO TERMO “EXPANSÃO” E AS EVIDÊNCIAS DO CRESCIMENTO DA IGREJA
Antônio Houaiss (2011, p. ____) define o termo “expansão” como “ação de expandir, de aumentar, de alargar algo; aumento, alargamento (como em expansão territorial, comercial, econômica).” O livro de Atos dos Apóstolos registra de forma clara e progressiva o crescimento da Igreja primitiva, tanto em número de convertidos quanto em alcance geográfico. Eis alguns textos importantes que evidenciam esse crescimento:
➢ “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.” (At 2.41).
➢ “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” (At 2.47).
➢ “Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.” (At 4.4). ➢ “E a multidão dos que criam no Senhor, tanto de homens como de mulheres, crescia cada vez mais.” (At 5.14).
➢ “E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé.” (At 6.7).
➢ “Assim, pois, as igrejas em toda a Judeia, Galileia e Samaria tinham paz, eram edificadas e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.” (At 9.31).
➢ “E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor.” (At 11.21). ➢ “De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia cresciam em número.” (At 16.5).
Esses textos mostram que o crescimento da Igreja em Atos não foi apenas numérico, mas também espiritual, com a expansão da Palavra, a ação do Espírito Santo e a perseverança dos discípulos.
II - O MARTÍRIO DE ESTÊVÃO E A EXPANSÃO DA IGREJA
A morte de Estêvão, diácono da igreja, cheio de fé e de poder (At 6.8), trouxe inúmeros benefícios espirituais, bem como abriu ocasião para o cumprimento dos propósitos divinos para com Sua noiva. Ele foi uma fiel e verdadeira testemunha do evangelho de Cristo, pregando-o com ciência e unção, não podendo ser refutado pelos perseguidores (At 6.10). Cumpriramse nele as palavras de Jesus (Mt 10.16-20). O sangue de Estêvão, entretanto, serviu como uma semente que germinou, tornando-se numa árvore que deu muitos frutos. Vejamos:
2.1 “E também Saulo consentiu na morte dele” (At 8.1a). “Parece que Saulo foi o líder da primeira perseguição em grande escala contra a igreja (At 8.1-3; 9.1), perseguição essa intensa e severa . Homens e mulheres eram encerrados na prisão (At 8.3) e açoitados (At 22.19), e muitos foram mortos (At 22.20; 26.10,11). Deus, porém, transformou essa perseguição em início da grande obra missionária da igreja (At 8.4).” (STAMPS, 1995, p. 1646).
2.2 “E fez-se naquele dia uma grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém” (At 8.1b). “A igreja expande-se, mas não de forma voluntária e organizada. Até então, nenhum plano de evangelismo ou implantação de igreja havia sido discutido com vistas ao cumprimento da Grande Comissão. O projeto “confins da terra” (At 1.8) ainda não havia saído do papel. Tudo isso mudou com a morte de Estêvão e o consequente aumento e expansão da perseguição. Aqui, precisamos chamar a atenção para um fato: embora a incursão evangelística dos cristãos que saíram de Jerusalém não tenha sido organizada nem planejada, mas motivada pela perseguição, não há nenhuma dúvida de que Deus usou essa circunstância para a expansão do seu Reino.” (GONÇALVES, 2025, p. 120).
2.3 “e todos foram dispersos pelas terras da Judeia e da Samaria” (At 8.1c). Até então Jerusalém já havia sido alcançada: “Eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina” (At 5.28). Mas, como os cristãos não cumpriram Atos (1.8) “...ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria até aos confins da terra”, houve a necessidade de sobrevir a perseguição, para que eles fossem até as terras da Judeia e da Samaria. Embora o alvo da perseguição fosse intimidar os cristãos e exterminar o cristianismo, ela serviu, na verdade, de uma estratégia divina para a propagação do Evangelho a outros povos, pois “os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a Palavra.” (At 8.4).
2.4 “E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” (At 8.5). A centralização em Cristo do ministério de Filipe é claramente demonstrada no texto bíblico em Atos 8.5 “E, descendo Filipe à cidade de Samaria, lhes pregava a Cristo” e em Atos 8.12 “Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do [...] nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres”. Pregar a Cristo e o nome dEle é pregar tudo o que Cristo é e representa. A pregação no contexto da Igreja Primitiva era centrada na cruz de Cristo e tinha como tema central a sua morte, ressurreição e glorificação. Tanto os apóstolos como os demais crentes demonstravam nas suas vidas e testemunhos que Jesus Cristo continuava vivo! A cura dos doentes e a libertação dos oprimidos pelo Diabo em solo samaritano por meio da pregação de Filipe eram uma prova incontestável de que Jesus Cristo havia ressuscitado.” (GONÇALVES, 2025, p. 124). “Muitos samaritanos receberam a Palavra de Deus (At 8.14), creram em Jesus (At 8.12), foram curados e libertos de espírito imundos (At 8.7) e batizados nas águas (At 8.12,13). Assim experimentaram a salvação, a obra regeneradora do Espírito Santo e o poder do reino de Deus (At 8.12)” (STAMPS, 1995, p.
1646).
III - O SEGREDO PARA O CRESCIMENTO E A EXPANSÃO DA IGREJA: A EVANGELIZAÇÃO
Segundo Horton (2006, pp. 299,300), “a Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom do Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus”. Muitos itens podem ser incluídos tais como: a evangelização, a adoração, a edificação e a responsabilidade social. Mas, em se tratando especificamente da evangelização, há cinco textos onde o Senhor Jesus comissiona seus discípulos para esta sublime tarefa, são eles: (Mt 28.18-20; Mc 16.15-20; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22 e At 1.8). Esta missão que tem por objetivo proclamar o evangelho, seguida da mensagem de fé e arrependimento visando o homem em sua plenitude. Ela representa a responsabilidade da Igreja em promover o reino de Deus em meio à sociedade. Como representante do reino nesse mundo, a Igreja deve utilizar todos os meios legítimos para expansão do reino de Deus.
3.1 A Igreja existe para evangelizar. Acerca de um dos propósitos pelo qual a igreja existe, afirmou o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe 2.9). A Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização. Segundo Horton (2006, p. 300), “na adoração, a Igreja volta-se para Deus; na edificação, atenta (corretamente) para si mesma; e, evangelização, a Igreja focaliza o mundo”.
3.2 A Igreja é ordenada a evangelizar. A palavra “ordenar” segundo o Aurélio significa: “mandar, decretar”. A tarefa de evangelizar é uma ordenação divina a todo discípulo de Cristo e não somente aos apóstolos (Mt 28.19; Mc 16.15). “A ordenança bíblica da proclamação do Evangelho em todo o mundo (Mt 28.19,20; Mc 16.15) sinaliza o seu caráter universal, ou seja, o direito que todos os povos têm de ouvi-lo de forma clara e consciente para crerem no Senhor Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e ter a certeza da vida eterna” (GILBERTO, 2008, p. 418).
3.3 A Igreja se realiza evangelizando. Pedro não podia deixar de falar daquilo que tinha visto e ouvido, mesmo sofrendo afronta e açoites do Sinédrio (At 4.20; 5.40-42). Paulo tinha a evangelização como uma obra que lhe foi imposta (I Co 9.16). Ele se realizava em pregar o evangelho ainda que lhe custasse à vida (At 20.24). “O verdadeiro movimento pentecostal, missionário, ora pelas missões; contribui para as missões; promove as missões! É um movimento que vai ao campo missionário. A igreja que não evangeliza, muito breve deixará de ser evangélica” (ibidem, 2008, p. 184).
3.4 A Igreja só pode continuar a existir se evangelizar. Como a Igreja poderá crescer em número senão evangelizar? Sua existência depende da prática da evangelização, do contrário não irá perdurar. No livro dos Atos dos apóstolos, percebemos claramente os apóstolos inflamados pelo poder pentecostal, pregando o evangelho e o pequeno grupo de quase cento e vinte discípulos aumentando de forma extraordinária. Na primeira pregação do apóstolo Pedro, por ocasião do Pentecostes, quase três mil almas se decidiram por Cristo (At 2.41). Já na segunda mensagem mais de cinco mil pessoas se converteram (At 4.4). O relato de Lucas disse que a igreja tinha um crescimento extraordinário, porque o evangelismo se tornara uma prática constante (At 5.14,42).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, após a morte de Estêvão, deu-se início a uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém, dispersando os cristãos pelas terras da Judeia e da Samaria. Saulo se destaca como perseguidor, na tentativa de exterminar o crsitianismo, prendendo homens e mulheres. Contudo, essa dispersão resultou na propagação do evangelho fora das cercanias de Jerusalém. Filipe, um dos sete diáconos, desce à cidade de Samaria, anuncia Cristo e realiza sinais e maravilhas extraordinárias, resultando em muitas conversões e trazendo grande alegria ao povo. Assim, a perseguição, em vez de sufocar a igreja, contribuiu para sua expansão.
REFERÊNCIAS
• GILBERTO, Antonio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.
• BÍCEGO, Valdir. Manual de Evangelismo. CPAD.
• BOYER, Orlando. Esforça-te para Ganhar Almas. Vida.
• GONÇALVES, José. A Igreja em Jerusalém: Doutrina, Comunhão e Fé. CPAD.
• HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 02 de Set de 2025