ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
COMENTARISTA: Elienai Cabral
COMENTÁRIO: Pr. Caramuru Afonso Francisco
LIÇÃO Nº 12 – DO JULGAMENTO À RESSURREIÇÃO
João foi testemunha privilegiada do processo da paixão, morte e ressurreição de Jesus
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do Evangelho segundo Jesus, analisaremos a narrativa da paixão, morte e ressurreição de Cristo neste livro.
- João foi testemunha privilegiada do processo da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
I – JESUS NO GETSÊMANI
- Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, analisaremos hoje a narrativa este evangelho sobre a paixão, morte e ressurreição de Jesus.
- É evidente que esta narrativa está presente em todos os evangelhos, até porque Jesus veio ao mundo para morrer por nós, é esta a razão de ser de Sua peregrinação terrena, de forma que não poderia qualquer evangelho omitir estes fatos.
- Tal tema, ademais, é um dos que mais demonstram como devem ser estudados e compreendidos os evangelhos, a saber, como um conjunto, em que cada um dos livros mostra uma faceta, um perfil de todo o processo.
- Cada evangelista vai trazendo um aspecto de todo este processo, de modo que somente temos condição de avaliar todo ele através de uma leitura conjunta, que abranja todas as narrativas ao mesmo tempo.
- Como exemplo disso, podemos identificar as chamadas “sete palavras da cruz”, as sete afirmações dadas pelo Senhor Jesus enquanto estava na cruz do Calvário, palavras estas que são mencionadas separadamente nos evangelhos. Senão vejamos:
"Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc.23:34);
"Hoje mesmo estarás comigo no paraíso" (Lc.23:43);
"Mulher, eis o teu filho. Eis a tua mãe" (Jo.19:26);
"Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" (Mt.27:46; Mc.15:34);
"Tenho sede" (Jo.19:28);
"Está consumado" (Jo.19:30);
"Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito" (Lc.23:46).
- Daí porque ser importante que sempre se estude a chamada “Harmonia dos Evangelhos”, que é a tentativa de unir os quatro evangelhos canônicos em uma única narrativa, cujo objetivo é compreender a unidade e coerência do testemunho bíblico sobre Jesus.
- As narrativas sobre a paixão, morte e ressurreição de Jesus são, assim, diferentes em cada evangelho, como, aliás, nos deixou bem claro o exímio músico e compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), que compôs as “paixões”, conhecidíssimas obras, a saber, a “Paixão segundo São João”, composta em 1724 e a “Paixão segundo São Mateus”, composta em 1729 (que, aliás, é a sua mais longa composição).
- A narrativa de João tem, em relação às demais, um fator diferencial: João foi uma testemunha privilegiada de todo o processo. Era discípulo do chamado “círculo íntimo” de Jesus, formado por ele, Pedro e Tiago. Como tal, participou mais diretamente da agonia de Jesus no Getsêmani, que é o início da paixão propriamente dita (Mt.26:37; Mc.15:33).
- Como se não bastasse isso, era pessoa conhecida do sumo sacerdote (Jo.18:15) e, como tal, pôde assistir à sessão do Sinédrio e acompanhar os atos relativos ao julgamento de Jesus, tendo, ademais, sido o único discípulo que acompanhou o Senhor até o Calvário (Jo.19:26).
- Tem-se, portanto, que se tratou de uma testemunha privilegiada de todos estes acontecimentos e, por tê-los registrado quando já escritos os demais evangelhos, pôde complementar a narrativa e com nuanças que somente alguém que tudo presenciou poderia trazer.
- Por fim, o evangelho segundo João já é totalmente construído dentro da perspectiva do que denominou de “a hora de Jesus”. Em todo o evangelho, vemos que havia “a hora” em que Jesus seria glorificado (Jo.2:4; 7:30; 8:20; 12:23,27; 13:1; 16:32; 17:1).
- Em João, portanto, fica bem explícito, desde a narrativa do primeiro sinal, a transformação da água em vinho, que haveria uma “hora” e que se teria a consumação da obra que Jesus viera fazer.
- Esta hora, como diz o próprio evangelista, iniciou-se com a oração de Jesus pelos Seus discípulos, a chamada “oração sacerdotal de Jesus”, estudada na lição anterior, que, como visto, é um paralelo do rito do dia da expiação, quando o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo para expiar o pecado do povo.
- O sumo sacerdote, naquela ocasião, entrava primeiro no lugar santíssimo única e exclusivamente para encher o ambiente de incenso (Lv.16:12,13). Como se sabe, o incenso simboliza a oração (Ap.5:8) e, portanto, ao mostrar que todo o processo de paixão, morte e ressurreição começa com a oração, João mostra claramente como Cristo é o sumo sacerdote e a vítima que tinha vindo para entregar Sua vida e obter a remissão da humanidade, como, aliás, havia sido admitido pelo próprio sumo sacerdote Caifás (Jo.11:49-53).
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO