ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - GUARULHOS
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
COMENTARISTA: Elienai Cabral
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 5 – A VERDADE QUE LIBERTA
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição do termo “verdade”; notaremos a dimensão da verdade na Bíblia; pontuaremos que Jesus, a verdade que liberta na questão da mulher adultera e a verdade; e por fim, notaremos sobre Jesus como a verdade que liberta do julgo da Lei.
I - DEFINIÇÃO DO TERMO “VERDADE”
1.1 Definição do termo “verdade” na Bíblia. Por definição, a “verdade” na Bíblia carrega um peso muito mais profundo do que a
simples conformidade com os fatos. A verdade, nas Escrituras, está diretamente relacionada ao caráter de Deus, à Sua Palavra, e à revelação plena em Jesus Cristo. No Antigo Testamento, a palavra hebraica para “verdade” é [’emet], que também significa “fidelidade, constância”. Deus é a fonte absoluta da verdade, e tudo que dEle emana é verdadeiro: “Ele é a Rocha, suas obras são perfeitas, e todos os seus caminhos são justos. É Deus fiel, que não comete erros; justo e reto é Ele” (Dt 32.4), “Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me redimiste, SENHOR, Deus da verdade” (Sl 31.5); “Porque o SENHOR é bom, e eterna é a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração” (Sl 100.5), “De modo que aquele que se abençoar na terra será abençoado pelo Deus da verdade...” (Is 65.16). A verdade em Jesus não é apenas um conceito, mas uma realidade viva e divina. Ele é a manifestação visível do Deus verdadeiro (Jo 1.18; Cl 1.15). A verdade deixou de ser abstrata e se tornou relacional, acessível, salvadora. “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17). O conhecimento da verdade não é apenas intelectual, mas transformador. O termo grego para “conhecer” [ginosko] implica em experiência íntima. Jesus não apenas fala a verdade — Ele é a Verdade. Ele nos liberta da culpa, do pecado, da escravidão espiritual, da ignorância, e nos conduz a uma vida plena com Deus.
II - A BÍBLIA E A DIMENSÃO DA VERDADE
2.1 A Verdade como Palavra de Deus. A Palavra de Deus é descrita como verdadeira porque reflete a realidade conforme a mente divina: “A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade” (Sl 119.142), “A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre” (Sl 119.160), “Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam” (Pv 30.5). A verdade de Deus está relacionada com sua imutabilidade. Ele é verdadeiro porque é confiável e fiel à sua aliança (Sl 89.14).
2.2 A verdade revelada em Jesus Cristo. A verdade em Jesus não é apenas um conceito, mas uma realidade viva e divina. Ele é a manifestação visível do Deus verdadeiro (Jo 1.18; Cl 1.15). A verdade deixou de ser abstrata e se tornou relacional, acessível, salvadora. No Novo Testamento, a palavra grega para “verdade” é [aletheia], significando aquilo que é real, autêntico e revelado plenamente em Jesus Cristo: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós... cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14), “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17), “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6), “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32), “Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17), “Se é que de fato o ouvistes, e nele fostes ensinados, conforme é a verdade em Jesus” (Ef 4.21). Cristo não apenas fala a verdade, Ele é a própria verdade encarnada. Conhecer Jesus é entrar em contato com a verdade última da realidade espiritual e do propósito eterno de Deus.
2.3 A Verdade como Obra do Espírito Santo. O Espírito Santo é chamado de “Espírito da Verdade”, pois conduz os crentes ao entendimento pleno da vontade de Deus: “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós” (Jo 14.17), “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade...” (Jo 16.13), “Este é aquele que veio por água e sangue, Jesus Cristo... e o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espírito é a verdade” (1Jo 5.6). O Espírito Santo ilumina a mente e o coração do crente para compreender e viver na verdade revelada em Cristo.
2.4 A Verdade como Conduta do Crente. A verdade não é apenas algo que se conhece, mas algo que se vive. Os seguidores de Cristo devem andar em verdade: “Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo...” (Ef 4.5), “Porque muito me alegrei quando os irmãos vieram e testificaram da tua verdade... Não tenho maior gozo do que este: o de ouvir que os meus filhos andam na verdade” (3Jo 1.3-4), “Tendo purificado as vossas almas na obediência à verdade...” (1Pd 1.22). A verdade deve moldar a vida moral e ética do cristão, refletindo o caráter do próprio Deus.
2.5 As dimensões da verdade. A verdade Ontológica: Deus é a verdade absoluta (Dt 32.4; Sl 31.5), a verdade revelacional: A Palavra é a verdade escrita (Sl 119.142,160), a verdade cristológica: Jesus é a Verdade encarnada (Jo 14.6; 1.14), a verdade pneumatológica: O Espírito conduz à verdade (Jo 16.13), e, a verdade é praticada: A verdade deve ser vivida (Ef 4.25; 3Jo 1.3). Vivemos em uma sociedade em que a palavra "liberdade" é exaltada, mas muitas vezes mal compreendida. Para muitos, ser livre é poder fazer o que quiser; para outros, é ser independente de qualquer autoridade. No entanto, Jesus Cristo apresenta uma visão totalmente diferente: a verdadeira liberdade está em conhecer e viver na verdade — e essa verdade é Ele mesmo.
III - JESUS, A VERDADE QUE LIBERTA: A QUESTÃO DA MULHER ADULTERA E A VERDADE
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). Em um mundo marcado por meias-verdades, enganos sutis e
ideologias contraditórias, a pergunta de Pilatos continua ecoando nos séculos: “Que é a verdade?” (Jo 18.38). A resposta não está em sistemas filosóficos, nem em teorias humanas, mas em uma Pessoa: Jesus Cristo. Ele mesmo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Jesus viu-se novamente em conflito com os líderes religiosos judeus; dessa vez, porém, prepararam uma armadilha para ele na esperança de conseguir provas suficientes para prendê-lo e se livrar dele. Sua conspiração não deu certo, mas foi seguida de uma controvérsia. No capítulo 8 de João, há uma série de contrastes que revelam a bondade de Cristo e a perversidade humana.
3.1 Um projeto contra Jesus. Jesus não apenas frequentava o templo, como ensinava publicamente naquele local (ver Lc 21.37), no pátio das mulheres, onde ficava a tesouraria do templo (Jo 8:20). Os escribas e fariseus sabiam onde ele estaria, de modo que se uniram para tramar contra ele. Dificilmente um casal era pego no ato de adultério. Imaginamos se o homem (que, em momento algum, foi acusado!) fazia parte da conspiração. De acordo com a Lei, ambas as partes culpadas deveriam ser apedrejadas (Lv 20.10; Dt 22.22) e não apenas a mulher. E um tanto suspeito que o homem tenha sido liberado. Os escribas e fariseus trataram a questão de maneira brutal, interrompendo Jesus enquanto ensinava e empurrando a mulher para o meio do povo.
3.2 Pecadores exigindo justiça. É evidente que os líderes judeus tentavam colocar Jesus em uma situação sem saída. Se ele dissesse que a mulher deveria ser apedrejada, perderia sua reputação de "amigo dos publicanos e pecadores". Sem dúvida, o povo o abandonaria e não aceitaria sua mensagem bondosa de perdão. Mas, se dissesse que a mulher não deveria ser apedrejada, estaria transgredindo a Lei abertamente e poderia ser preso. Em mais de uma ocasião, os líderes religiosos tentaram jogar Jesus contra Moisés e, nessa situação, pareciam ter encontrado uma provocação perfeita (Jo 5.39-47; 6.32; 7.40).
3.3 Jesus ensina como se deve aplicar a lei. Em vez de julgar a mulher, Jesus julgou os juízes! Certamente se indignou com a maneira como a trataram e com o fato de esses hipócritas condenarem outra pessoa em lugar de julgarem a si mesmos. Não sabemos o que estava escrevendo no chão de terra do templo. Será que simplesmente lembrava àqueles homens que os Dez Mandamentos haviam sido escritos "pelo dedo de Deus" (Êx 31.18), e que ele era Deus? Ou, quem sabe, os lembrava da advertência em Jeremias 1 7.13?
3.4 Uma lição e uma nova chance. De acordo com a Lei judaica, os acusadores deveriam atirar as primeiras pedras (Dt 17.7). Jesus não pedia que homens sem pecado julgassem a mulher, pois ele era a única Pessoa sem pecado ali presente. Se nossos juízes tivessem de ser perfeitos, os bancos dos tribunais estariam vazios. Antes se referia ao pecado específico da mulher, que poderia ser cometido tanto com o corpo quanto com o coração (Mt 5.27-30). Condenados pela própria consciência, os acusadores saíram de cena em silêncio, deixando Jesus a sós com a mulher. Ele a perdoou e advertiu a que não pecasse mais (Jo 5.14) (Wiersbe, 2007, pp. 411-412).
IV - JESUS A VERDADE QUE LIBERTA DO JULGO DA LEI
4.1 Conhecendo a verdade. Jesus quer dizer com conhecer a “verdade” não o mero saber de fatos e a constatação de acertos, mas referese à verdade essencial, viva, que nos mostra quem Deus é realmente e quem nós seres humanos somos de fato. Ela nos revela como chegamos à vida eônica, que alvos gloriosos Deus tem com toda criação, e como Deus concretiza esses seus alvos. Toda essa verdade não pode ser apreendida com a força do próprio intelecto, mas é revelada cada vez mais pelo Espírito Santo (Jo 16.13) àqueles que permanecem na palavra de Jesus. Jesus mais tarde dirá a seus discípulos que ele em pessoa é essa verdade (Jo 14.6). Permanecendo na palavra dele, portanto, eles entram em conexão essencial com a verdade viva de Deus (Boor, 1997, p. 410).
4.2 Libertados pela verdade. A pior escravidão é aquela em que o cativo não reconhece sua situação. Pensa ser livre, quando, na verdade, é escravo. Os fariseus e outros líderes religiosos acreditavam ser livres, mas, na verdade, estavam sujeitos a uma terrível escravidão espiritual, servindo ao pecado e a Satanás. Negavam-se a encarar a verdade e, no entanto, somente a verdade poderia libertálos. É o que Jesus está oferecendo a eles e a todos nós. Somente a verdade tem o poder de libertar. Os Fariseus e Escribas não aceitaram a verdade, mas Ela continua sendo verdade.
CONCLUSÃO
A verdade para nós transcende o físico. Não se limita a conceitos, ideias ou fatos que correspondem à realidade. A verdade é
uma pessoa: Jesus Cristo. Ele é a revelação visível do Deus invisível, a expressão perfeita da vontade, do caráter e do amor divinos. Em Cristo, a verdade deixou de ser apenas conhecida e passou a ser vista, tocada, ouvida. Ele mesmo declarou: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim" (Jo 14.6).
REFERÊNCIAS
• BOOR, Werner. Comentário Esperança, evangelho de João. ESPERANÇA
• GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD
• GEISLER, Norman. TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. VIDA
• WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Novo Testamento. GEOGRAFICA
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 27 de Abr de 2025