Adultos

Lição 6 - O Filho é igual com o Pai VII

ASSEMBLEIA DE DEUS EM MACAÍBA/RN - IEADERN

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2025

Adultos - EM DEFESA DA FÉ CRISTà– Combatendo as antigas heresias que se apresentam com nova aparência

COMENTARISTA: Esequias Soares da Silva

COMENTÁRIO: Pr. Erivandro Galdino

LIÇÃO Nº 6 – O FILHO É IGUAL COM O PAI

INTRODUÇÃO

O conceito de “filho” na Bíblia é muito diversificado e merece atenção especial, principalmente quando aplicado a Jesus. O desconhecimento desse assunto e mais o emprego de uma exegese ruim já levaram muita gente a uma cristologia inadequada. O exemplo clássico disso é visto em Ário e mantido ainda hoje pelas testemunhas de Jeová. Isso se resolve e evita toda a confusão quando se descobre que “filho”, quando se refere a Jesus, é título, e não uma descendência.

Em João 1o.3o-18, essa porção bíblica do Evangelho de João é uma das mais contundentes em mostrar que o Filho é igual ao Pai. Afirmar que Iesus é o Filho de Deus, mas não o próprio Deus, é uma contradição em si mesma. O embate de Jesus com os religiosos do templo de Jerusalém revela essa verdade.

I- A DOUTRINA BÍBLICA DA RELAÇÃO DO FILHO COM 0 PAI.

1- SIGNIFICADO BÍBLICO GERAL.

O Antigo Testamento emprega dois termos para “filho”, um hebraico bên: “filho, neto, membro de um grupo”, e outro aramaico, bar. A palavra hebraica apresenta um sentido mais amplo do que nas línguas modernas do Ocidente. Não indica apenas descendente como filho, neto, bisneto etc. É empregado à cria de animais (SI 147.9), 0 termo bên aparece, também, como ramo ou broto de árvores, como em Gênesis 49.22, duas no singular e uma no plural: “José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro”. É usado para representar um grupo, como “filhos de Israel, filhos de Sião (SI 149.2), filhos de Babilônia (Ez 23.15); serve para indicar o gênero, como “filho do homem”, representar o gênero humano: “que é o homem, para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites?” (SI 8.4) e também para indicar uma classe, como os filhos dos profetas (1 Rs 20.35; Am 7.14).

O Novo Testamento emprega cerca de dez termos gregos para filho: huios, “filho”, que aparece trezentas e setenta e nove vezes, está presente em quase todos os livros do Novo Testamento, exceto em Efésios, nas epístolas pastorais, em Filemon, 3 João e Judas; em segundo lugar, vem teknon, “filho, criança”, noventa e nove vezes; em terceiro, paidion, “criança pequena”, cinquenta e duas vezes; em seguida, pais, “criado, criança, filho”, vinte e quatro vezes; as demais aparecem de uma a duas vezes.

A expressão “filho(s) de Deus”, bên ’èlóhim, em hebraico, aparece em Gênesis 6.2,4 e Jó 1.6; 2.1; 38.7, ou, ’êlim, plural de el, “Deus” (SI 29.1; 89.6), traduzido por “poderosos” na ARC e a ARA traduz por “Deus” (SI 29.1) e “seres angelicais” (SI 89.6). A forma aramaica é bar-elãhim, “filho de deus” (Dn 3.25). Em todas essas passagens, a expressão é de significado incerto. Em Gênesis, há os que defendem a ideia de anjos, nós entendemos tratar-se dos descendentes de Sete; em Jó, uns afirmam que são anjos, outros, de humanos tementes a Deus e alegam que Deus nunca chamou anjo de filho: “Pois a qual dos anjos Deus em algum momento disse: ‘Você é meu Filho, hoje eu gerei você’?” (FIb 1.5). Porém, Jó 38.7 parece retroceder a um período anterior à criação do homem. O conceito de filhos de Deus no Antigo Testamento, com respeito aos filhos de Israel, denota relação mediante aliança, concerto, de maneira coletiva, a Israel como um todo (Os 1.11). O hebreu devoto, naquela época, não se apresentava individualmente como filho de Deus. Os judeus não ousam chamar a Deus de Pai, embora o Antigo Testamento apresente Deus como o Pai de Israel (Êx 4.22; Jr 31.9). Os muçulmanos prostram-se diante de Alá, sua divindade, como escravos e não como filhos. Dizem que é blasfêmia chamar Deus de Pai.

No Novo Testamento, essa filiação é por adoção e é individual, por isso clamamos “Aba, Pai” (Rm 8.15), ou seja, “Papai”; é a relação espiritual de Deus com os seres humanos mediante o sacrifício do Calvário. Não é uma filiação de maneira coletiva, como Israel, nos tempos do Antigo Testamento. A expressão “Filho de Deus”, aplicada a Jesus, tem um sentido diferente de quando se aplica a nós. Temos tal posição por adoção, e não se trata de uma questão de substância ou essência. Deus concedeu-nos essa posição pelo mérito da obra redentora de Cristo “a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: ‘Aba, Pai!’” (Gl 4.5,6).

2- FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA.

Isaías 9.6. “Um menino nos nasceu, um filho se nos deu”. Note que o menino nasceu, mas o Filho, segundo a palavra profética, não nasceu, mas “se nos deu”. O nascimento desse menino aconteceu em Belém, mas o Filho já existia desde a eternidade. O Senhor Jesus disse: “E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17.5). Jesus está se referindo a Deus como Pai e fala do seu relacionamento com ele na qualidade de Filho eterno, antes que o mundo existisse. O verbo grego “enviar” usado no perfeito, apéstalken, de apostéllo, em “Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos” (1 Jo 4.9) indica que o nosso Salvador já era Filho Unigênito quando foi enviado ao mundo (o perfeito grego não é usado para indicar uma ação passada, mas o estado presente é resultante da ação passada), não é o mesmo tempo verbal grego de João 3.17.

Lucas 1.35. “O anjo respondeu: — O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”. Essa passagem é usada por aqueles que acreditam que a filiação de Jesus começou na encarnação. Se a filiação tivesse começado no nascimento de Jesus, então, ele seria Filho do Espírito Santo; além disso, está escrito: “apareceu em sonho um anjo do Senhor, dizendo: — José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20). A Bíblia ensina que Ele já era Filho antes de vir ao mundo. Além disso, a Escritura é clara em afirmar que Jesus é “o Filho do Pai” (2 Jo 1.3). Isso mostra que a filiação não começou na sua encarnação. O anjo não está dizendo que o nosso Salvador se tornaria Filho de Deus na encarnação, mas que o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus, isso é muito diferente. Ele não está dizendo que a natureza humana dessa santa criança se tornaria divina, mas que ela seria reconhecida como o Filho de Deus. A natureza humana de Jesus nunca é chamada de Filho de Deus no Novo Testamento. Em nenhum lugar as Escrituras afirmam que Deus enviou o Verbo ao mundo para ser Filho, mas, todas as vezes que mencionam esse envio, se referem ao Salvador como “Filho” (Jo 3.18; Rm 8.3; G1 4.4).

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