Adultos

Lição 12 - O banquete de Ester: denúncia e livramento VI

ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração

COMENTARISTA: Silas Queiroz

COMENTÁRIO: PB. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO Nº 12 – O BANQUETE DE ESTER: DENÚNCIA E LIVRAMENTO

Nesta lição, temos o desfecho dessa história, que mostra as consequências que a ganância e a fome de poder podem trazer à vida de uma pessoa. Hamã ultrapassou todos os limites e teve um triste fim. Sua esperança não estava no Deus Eterno, mas no materialismo e egocentrismo humanos. Ele só pensava em si, não teve respeito nem mesmo por sua própria família. Observe como as decisões precipitadas de um líder familiar podem trazer graves consequências para sua esposa e filhos.

O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.

O BANQUETE E A DENÚNCIA

No segundo banquete, para o qual Ester convidou o rei e seu vizir Hamã, outra oportunidade lhe foi dada para realizar seu tão importante pedido. Ela o fez com palavras que trouxeram fúria e perturbação ao rei, e terror ao coração de Hamã. Na sua resposta ao monarca, ela se identificou pela primeira vez como pertencente à raça condenada dos judeus (sem realmente usar esta palavra) e pediu que sua vida e a de seu povo fosse poupada. Estamos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e lançarem a perder (4). Se ainda fôssemos simplesmente como servos e servas, como era feito com as nações dominadas antigamente, teriam poupado suas vidas. Eles esperavam cair nas mãos de chefes generosos, onde cujas vidas seriam pelo menos toleráveis. Nesse caso, Ester disse que não teria reclamado, mas teria aceitado sua sorte em silêncio, ainda que o opressor não recompensaria a perda do rei (4), a fim de dizer que ele perdeu muito mais do que poderia ter lucrado em tal transação.

Ester desde o primeiro momento agiu com total sabedoria. Ela sabia de todos os riscos que estava diante da sua frente, e por isso temia por sua vida, mas entendia que deveria ser ferramenta de Deus para a libertação dos Judeus. Ela soube conduzir todos os passos com temor, tremor e através de sua grande fé no Senhor, e no momento certo suplicou apenas pela sua vida. A súplica de Ester deixou claro para o rei que um crime havia sido cometido, que envolvia suborno e ameaça à vida de sua amada rainha. Mas o criminoso ainda não havia sido identificado. Quem é esse? E onde está esse cujo coração o instigou a fazer assim? (5) perguntou o rei, em uma onda de erupção em sua voz. E agora chegava o momento que Ester havia planejado cuidadosamente. Hamã estava perante ela na presença do rei e aparentemente não tinha percebido, até então, a sua conexão com os judeus. Ester era a pessoa mais importante do mundo para Assuero; e, junto com o rei, a pessoa mais importante no reino persa. Pelo que ela declarava agora, Hamã e o rei perceberam que ela também era um membro da odiada raça dos judeus. Portanto ela estaria envolvida, com toda a sua família, na trama que havia sido decretada por Hamã, o vizir, com a autoridade do rei. O homem, o opressor e o inimigo é este mau Hamã (6), disse Ester, enquanto apontava o dedo, para acusar o companheiro e primeiro-ministro do rei. Então, Hamã se perturbou (“ficou aterrorizado”) perante o rei e a rainha. Ele se deu conta de que seu ato contra os judeus fora dirigido, na verdade, embora sem querer, contra a rainha, e colocou-o em uma situação difícil perante o rei.

Hamã, em um só dia, saiu da posição de homem de confiança do rei, para a condição de inimigo mortal da rainha, que detinha o coração do rei para si. Quem intenta o mal contra o povo de Deus pode até imaginar que está em posição favorável, contudo, o juízo divino virá ao tempo determinado.

Quando a Igreja corre perigo, é hora de sermos fervorosos. Ester, ainda que estivesse a salvo, prostrou-se e rogou a favor da libertação de seu povo. Não lemos que ela chorara quando rogava por sua vida; porém, ainda que estivesse segura, chorou por seu povo. As lágrimas de compaixão e ternura são as que mais se parecem com as de Cristo.

Destaque

Na presente ocasião, a maldade arquitetada por Hamã contra os judeus e, consequentemente, contra Mardoqueu foi desmascarada. Mas, para que a justiça divina se concretizasse, Ester teve de se mostrar destemida e, sobretudo, sábia, como das outras vezes. A estratégia de promover um banquete com a presença do rei Assuero e de seu arquirrival Hamã foi uma excelente oportunidade para elucidar todo o mal que se consumaria sobre os judeus. Deus opera de diversas maneiras, inclusive por meio dos recursos que Ele mesmo nos concedeu. Como dito anteriormente, o Senhor havia elevado Ester ao cargo de rainha porque tinha planos para preservar Seu povo (Et 4.14). Esses planos estavam prestes a se concretizar na ocasião do banquete, quando toda a trama seria desfeita e os judeus estariam livres da condenação armada contra eles. Sabendo do seu triste fim, Hamã tentou suplicar a misericórdia de Ester.

A FÚRIA DO REI CONTRA A INJUSTIÇA

Os episódios subsequentes a revelação da rainha Ester foram aterrorizantes para o grão-vizir. A confiança do rei estava abalada contra ele, bem como a fúria de Assuero estava em seu pico máximo pelo relato ouvido: alguém estar intentando contra a vida de sua esposa, a mulher que arrebatou o seu coração com sabedoria.

Vários comentaristas nos informam que quando um rei oriental se levanta da mesa com fúria não havia misericórdia para aquele que causou aquele gesto. Hamã vê que sua maldição estava lançada e tira proveito do último recurso que lhe resta. Hamã se pôs em pé para rogar à rainha Ester pela sua vida (v. 7). Poucos minutos depois, quando o rei retorna do jardim do palácio, onde estava a considerar as atitudes a serem tomadas contra Hamã, o monarca o encontra caído sobre o divã em que se achava a rainha Ester. Ao entender este ataque como um ato imoral contra a rainha (ou pelo menos usando esta desculpa para descarregar a sua ira sobre ele), o rei gritou: “Porventura quereria ele também forçar a rainha perante mim nesta casa? (v. 8)”.

O rei saiu para caminhar no jardim do palácio, quem sabe para refletir qual seria suas atitudes a partir daquele momento. Quando retornou, encontrou Hamã lançado sobre o assento de Ester, e sua interpretação da cena foi diferente da realidade. Enquanto Hamã foi clamar pela sua vida à rainha, o rei entendeu que a loucura do seu grão-vizir chegara ao ponto de ele também querer desonrá-la.

Destaque

Observe que o remorso de Hamã, assim como foi o de Judas por haver traído o Senhor Jesus, não foi suficiente para recuperar seu status de homem de confiança. Aprendemos uma importante lição nesta história: a confiança e a honra tão dificilmente alcançadas por poucos, pode ser facilmente quebrada por causa das ambições de um coração enganoso (Jr 17.9,10). Portanto, peçamos a Deus que nos conceda um coração de servo, que não ambicione coisas altas, mas se acomoda às humildes (Rm 12.16).

O GRANDE LIVRAMENTO

A morte de Hamã, arqui-inimigo dos judeus, não invalidou o decreto feito contra eles. A escritura que se escreve em nome do rei e se sela com o anel do rei não é para revogar (8; cf 1.19; Dn 6.8,12,15). A prova disso é que nem mesmo o próprio rei poderia revogar o decreto que fora feito e selado em seu nome pelo mau ministro. Mas havia uma forma pela qual a maldade de Hamã (3) (o efeito do decreto) poderia ser anulada. Em resposta ao desejo de Ester de salvar o seu povo, o rei deu a Mardoqueu o poder de primeiro-ministro, para fazer um decreto em favor dos judeus. Esta proclamação permitiu que usassem qualquer meio necessário para se protegerem contra os seus inimigos, se fossem atacados. Escreveu-se um edito aos sátrapas, e aos governadores, e aos maiorais das províncias (9) - os oficiais em todas as 127 províncias do império persa. Sivã corresponde a junho em nosso calendário, oito meses antes do ataque marcado contra os judeus. Neste novo decreto os judeus ganharam um direito para o dia estabelecido para a destruição: “O rei concedia aos judeus... que se reunissem, e se dispusessem para defenderem as suas vidas, e para destruírem, e matarem, e assolarem a todas as forças do povo e província que com eles apertassem” (11). O versículo: “mulas, camelos e dromedários jovens” (10) pode ser traduzido melhor como “que cavalgavam sobre ginetes, que eram das cavalariças do rei”. A velocidade com que o novo decreto foi preparado e despachado aos pontos mais distantes do império e a alegria trazida aos judeus são descritas de forma bastante clara.

O livramento chegara por intermédio de Ester, assim como Mardoqueu havia falado. Ela foi a ferramenta divina para uma grande provisão de livramento aos judeus, e com sabedoria soube conduzir todas as suas ações em uma terra estranha as suas origens.

Diante dessa linda história, somos convidados a refletir sobre o nosso papel no tempo presente. Será que estamos cumprindo o nosso papel de ferramentas divina para o tempo presente? Ou estamos agindo de maneira acovardada, diante daquilo a que fomos chamados a fazer? Que venhamos a refletir nisso.

Referências:

1 – Revista o Ensinador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD, Ano 25, nº 98.

2 – Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.

3 – HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Matthew Henry. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

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