SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2024
Adultos - O DEUS QUE GOVERNA O MUNDO E CUIDA DA FAMÍLIA: os ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração
COMENTARISTA: Silas Queiroz
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 7 – A DEPOSIÇÃO DA RAINHA VASTI E A ASCENSÃO DE ESTER
INTRODUÇÃO
Nesta lição, exploraremos a história de Ester, considerando o contexto em que ela se insere. Focaremos na análise dos conceitos de arrogância e obediência, e discutiremos como a arrogância pode levar a decisões precipitadas. Veremos também que, mesmo diante dessas falhas, Deus continua no controle e sempre oferece soluções para aqueles que buscam viver com humildade. E por fim, examinaremos como esses princípios se refletem na narrativa de Ester e em suas lições para nós.
I - DEFINIÇÃO DAS PALAVRA CHAVES
1.1 Definição do termo arrogância. O dicionário Houaiss (2001, p. 303) define arrogância como: “orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas”. O termo deriva-se do hebraico zadôn e significa “altivez”, “orgulho” ou “soberba” (Ml 3.15; 4.1; Sl 119.51,69,78,122; Jr 43.2). O orgulho é um pecado (Pv 21.4) e é abominável diante de Deus (Pv 6.16). No NT o termo é alazonia, que é traduzido por “soberba” (1Jo 2.16) ou “orgulho” (1Tm 3.6). O orgulho foi o principal fator na queda de Lúcifer (Is 14.12) e é uma das características dos ímpios nos últimos dias (2Tm 3.2).
1.2 Definição do termo obediência. A palavra obediência vem do latim “obedientia” e significa: “sujeição, submeter à autoridade; agir de acordo com as ordens recebidas”. É o mais forte indício da fé em Deus. A obediência é imposta pelo Senhor a todos aqueles que lhe servem (Dt 13.4); é essencial à fé (Hb 11.6); é o resultado para quem dá credito à voz de Deus (Êx 19.5,6).
II - UMA DISCUSSÃO EM FAMÍLIA SE TRANSFORMA EM CRISE NACIONAL
Assuero, conhecido em grego como Xerxes, era filho de Dario I e neto de Ciro, o Grande, pertencendo a uma família persa
de grande prestígio. Ele governou o império persa de 486 a.C. a 465 a.C. O império estava subdividido em vinte “satrápias”, que, por sua vez, eram divididas em “províncias”, nas quais o rei exercia controle absoluto. Como a maioria dos monarcas da época, Assuero demonstrava um grande orgulho; e, neste capítulo, observamos três indícios desse orgulho (Wiersbe, 2010, p. 692).
2.1 A arrogância trás muitos males. Se houve um homem que deveria ter aprendido a verdade expressa em Provérbios 16.18, foi Assuero: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda”. Os reis do Oriente gostavam de oferecer banquetes suntuosos, pois, nessas ocasiões, tinham a oportunidade de impressionar seus convidados com o poder e a riqueza do reino [um banquete de 180 dias, ou seja, uma festa de seis meses]. Durante seis meses, as demonstrações e troféus alardeavam a majestade e a glória do rei Assuero. As exibições eram de toda espécie, desde escravos que o rei fizera dentre os povos conquistados, até as riquezas que ele acumulara. Neste capítulo, são mencionados três banquetes: a) um para os oficiais militares e políticos mais importantes (Et 1.14); b) um para os homens de Susã, local do palácio de inverno do rei (Et 1.5-8); e, c) outro para as mulheres de Susã (Et 1.9), oferecido pela rainha Vasti.
2.2 Um líder embriagado (Et 1.10). No final do banquete de sete dias “estando já o coração do rei alegre do vinho” (Et 1.10), Assuero ordenou que sua rainha exibisse sua beleza aos convidados ali reunidos (Et 1.11). A resposta dela foi, sem dúvida, uma ofensa tripla contra o rei. Como mulher, Vasti desacatou a autoridade de um homem; como esposa, desobedeceu às ordens do marido e, como súdita, desrespeitou seu rei. Em decorrência disso, “o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira” (Et 1.12). Assuero era capaz de exercer domínio sobre tudo e todos, menos sobre si mesmo. Assuero era facilmente influenciado pelos seus conselheiros; tomava decisões precipitadas das quais se arrependia depois, e, quando não conseguia as coisas a sua maneira, ficava furioso.
2.3 A lei dos persas e dos medos, que não podia ser revogada, podia, porém, ser recusada (Et 1.10-12). A rainha Vasti, que, de acordo com o costume persa vinha dando uma festa separada para as mulheres (Et 1.9), recusou-se a atender as exigências sem sentido de Assuero. A lei podia ser capaz de obrigar as pessoas a beberem quanto quisessem, mas não podia afinal obrigar a esposa do rei a ser tratada como um objeto sexual. Uma simples mulher se ergueu e disse “não” e sacudiu as bases do império com sua recusa.
2.4 Seu espírito vingativo (Et 1.13). Quando o ego é ferido, libera um veneno poderoso que leva as pessoas a fazerem coisas que jamais fariam se fossem humildes e se sujeitassem ao Senhor. Todo chefe de estado tem à sua volta pessoas que não querem senão agradá-lo, não importa o que isto exija, e Assuero não era exceção a essa regra. Se Assuero tivesse esperado até ficar sóbrio e pensado sobre o assunto com cuidado, jamais teria deposto a esposa. Afinal, ela demonstrou mais caráter do que ele. O rei persa contava com sete conselheiros que o orientavam nas questões de Estado e que tinham o direito de se aproximar de seu trono.
Também sabiam muito bem como lisonjear o rei a fim de garantir seus cargos e de obter dele o que desejavam. A expressão “entendiam dos tempos” (Et 1.13) indica que eram astrólogos, que consultavam as estrelas e usavam outras formas de adivinhação.
2.5 Conselho sem conhecimento é apenas desorientação disfarçada (Et 1.16). O Aurélio define conselho como “advertência que se emite; aviso; admoestação; censurar ou repreender com brandura” (Ferreira, 2004, p. 528). Já o Houaiss (2001, p. 807) define a palavra conselho como “opinião”, “parecer”, “sabedoria”, “bom senso”. O dicionário vine diz que do grego “gnome” relacionado a “gnosko”, quer dizer: “opinião sobre algo que deve ser feito”, “saber, conhecer, perceber”, “julgamento”, “conselho” (Vine, 2002, p. 495). Vasti havia insultado não apenas o rei, mas todo o império. Assim, quando os convidados voltassem para casa, contariam a todos como a rainha era desobediente ao marido, e as consequências seriam desastrosas. Assim, Vasti foi despojada do seu título. Na verdade, o edito se auto desconstrói. Ele serve apenas para publicar por todo o vasto império e na língua de todos os grupos de pessoas a falta de autoridade de Assuero na sua própria casa. Se o objetivo era inspirar respeito pelos maridos e por Assuero, o verdadeiro efeito foi exatamente o contrário. Se ele temia que a fofoca sobre sua impotência se espalhasse, o seu edito agora garantiria que todos ouviriam a história.
III – O TEMPO ESTÁ NAS MÃOS DE DEUS
Quase quatro anos haviam se passado desde a deposição de Vasti. Nesse meio-tempo, o rei havia comandado a campanha frustrada contra a Grécia e voltado para casa, não coberto de honras, mas humilhado. A ideia original, quando Vasti foi deposta e banida da presença do rei, era encontrar uma mulher melhor para assumir a posição real dela (Et 1.19).
3.1 A escolha de Ester (Et 2.5-18). Segundo o Aurélio a palavra escolha significa: “ato ou efeito de escolher, preferência, eleger, opção, discernimento, capacidade de avaliar, selecionar uma coisa entre duas ou mais opções” (Ferreira, 2004, p. 792). Levou um ano inteiro para preparar aquelas mulheres, a fim de serem apresentadas ao rei. Quantos cosméticos de alto preço devem ter sido gastos nesse período (Et 2.12). Os planos de Deus não são prejudicados quando os eventos deste mundo são carnais ou seculares. A sua presença penetra de qualquer modo, até mesmo nos salões dos banquetes pagãos da Pérsia antiga. Ele não fica limitado a operar na família cristã. Trabalha tanto no gabinete do governo, como no meio da igreja (Wiersbe, 2010, p. 694).
3.2 Ester demonstrou discrição e controle extraordinários (Et 2.10). Ester não contou a ninguém que era judia, Por quê? Porque Mardoqueu lhe dera instruções nesse sentido. Nem mesmo os esplendores estranhos do harém que poderiam tê-la facilmente seduzido, a fizeram quebrar sua promessa a Mardoqueu. É bem provável que essa atitude de Mordecai tenha sido motivada pelo desejo de preservar a própria segurança, mas Deus usou os dois para preservar o povo judeu. A discrição verbal está se tornando rapidamente uma virtude esquecida (Swindoll, 2020, p. 61).
3.3 Ester não pediu além do necessário (Et 2.12-15). Ester não sucumbe à tentação ao seu redor , à superficialidade, egoísmo, sedução, egocentrismo. Ela se porta com modéstia desinteressada, mantendo a sua autenticidade em meio a toda aquela incomparável extravagância. Ester apresentou-se ao rei sem medo, pois não tinha qualquer ambição desenfreada de ser rainha. Sua vida não girava em torno da sua aparência ou de agradar ao rei. Só se encontrava ali por uma razão: ela sabia que a mão de Deus estava sobre a sua vida. Ester sabia de onde viera e sabia quem era, bem como sabia no que acreditava. E sabia que a mão de Deus se achava sobre a sua vida (Swindoll, 2020, p. 65).
3.4 Ester demonstrou respeito e humildade pela autoridade (Et 2.18,20). Muitos pensam que depois de casar-se a pessoa não precisa mais dos conselhos dos pais. Ou que, ao tornar-se independente, o indivíduo fica totalmente por sua própria conta. Você decide as coisas sozinho e faz o que quer. Todavia, vemos aqui que Ester, mesmo depois de ser coroada rainha daquela terra, lembrou-se da sabedoria do seu protetor e aceitou de bom grado o seu conselho. A graça da mulher lhe concede um lugar de honra. A esposa virtuosa confere ao marido uma posição importante, em público e pessoalmente (Pv 31) (Swindoll, 2020, p. 66).
CONCLUSÃO
Assim, ao refletirmos sobre a história de Ester, compreendemos que a arrogância frequentemente nos conduz a decisões apressadas e prejudiciais, enquanto a obediência e a humildade nos orientam na direção de escolhas sábias e bem fundamentadas. Apesar das nossas falhas e das armadilhas da soberba, é reconfortante saber que Deus está sempre no controle de toda a história. Ele tem a capacidade de transformar situações desafiadoras e oferecer soluções divinas para aqueles que se entregam com um coração humilde e obediente, buscando Sua orientação e sabedoria em cada etapa da vida.
REFERÊNCIAS
• HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA
• HUBBARD JR, Robert L. Comentário do Antigo Testamento. CULTURA CRISTÃ • NETO, Emilio Garofalo. Ester na Casa da persia. FIEL.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
• WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA
• SWINDOLL, Charles R. Ester: uma mulher de sensibilidade e coragem. MUNDO CRISTÃO
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 11 de Ago de 2024