ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2024
Adultos - A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA - o caminho da salvação, santidade e perseverança para chegar ao céu
COMENTARISTA: Osiel Gomes da Silva
COMENTÁRIO: Pr. Caramuru Afonso Francisco
LIÇÃO Nº 7 – O PERIGO DA MURMURAÇÃO
A murmuração pode nos impedir de chegar ao céu.
INTRODUÇÃO
- Na sequência da reflexão da vida cristã como “o Caminho”, trataremos da murmuração.
- A murmuração pode nos impedir de chegar ao céu.
I – O QUE É A MURMURAÇÃO
- Prosseguindo o estudo da vida cristã como “o Caminho”, abordaremos a questão da murmuração.
- Eufrosyne Katsberg (1900-1988) e Emílio Conde (1901-1971), autores do hino 302 da Harpa Cristã, iniciam este poema dizendo: “No mundo, murmura-se tanto, entre os cristãos dizem ser; em vez de louvores há pranto, fraqueza em lugar de poder. Murmuram — assim no deserto, em Mara, Israel murmurou. Oh, não veem que Deus está perto, jamais Seu auxílio negou”.
- Neste poema, os poetas já identificam, de pronto, que a murmuração não é algo que se deveria encontrar em que os que se dizem cristãos, sendo uma demonstração de pranto, fraqueza, sensação injustificada e sem base de lonjura de Deus e descrença na ajuda divina.
- A palavra “murmurar” surge no texto sagrado relacionado com as reações que tiveram os israelitas em sua jornada pelo deserto. Em Ex.15:24, temos a primeira “murmuração”, precisamente em Mara, como mencionado por Emílio Conde em seu poema, quando, após três dias de jornada no deserto, após terem atravessado o Mar Vermelho, ao encontrarem águas, elas eram impróprias para beber.
- A palavra aqui empregada é a palavra hebraica “lûn” (לון) ou “lin” (לץ), “…parar normalmente toda a noite); (por implicação) ficar permanentemente; donde (num mau sentido) ser obstinado (especialmente em palavras, queixar-se):— permanecer (a noite toda), continuar, habitar, suportar, resistir, passar a noite, ser deixado, ficar toda a noite, (fazer) alojar (-se, a noite toda, esta noite), (fazer) murmurar, ficar, demorar-se (a noite toda, aquela noite)…” (Bíblia de Estudo Palavras-Chave. Dicionário do Antigo Testamento, verbete 3885, p.1721).
- O que se percebe por esta palavra, que há uma “parada”, uma “permanência” e “durante toda a noite”. “Murmurar” é, pois, manter-se numa posição, num estado de escuridão, uma obstinação que foge à luz. Ora, sabemos que “Deus é luz e não há n’Ele trevas nenhumas” (I Jo.1:5) e, portanto, a “murmuração” nada mais é que uma recusa a ir ao encontro de Deus, uma persistência em se manter distanciado do Senhor.
- Trata-se de uma atitude de quem, julgando ter o poder de decidir ou opinar sobre algo, de fazer uma apreciação independentemente de Deus ou da ação divina, entende que algo está errado e que precisa ser mudado pelo Senhor. É um inconformismo com alguma atitude tomada por Deus, como se o Senhor não fosse o Ser Supremo, o Soberano, Aquele que é Todo-Poderoso.
- A murmuração, portanto, é resultado de uma insubmissão aos desígnios divinos, uma consideração de que algo está errado e tem de ser alterado por Deus, um inconformismo.
- A primeira manifestação de murmuração dos filhos de Israel foi uma contestação ao caminho determinado por Deus para ir a Canaã. O texto sagrado é explícito em dizer que, aparentemente, o caminho mais fácil seria o “caminho da terra dos filisteus”, ou seja, a ida a Canaã na faixa litorânea do Mar Mediterrâneo, mas determinou que se tomasse o “caminho do deserto” (Ex.13:17,18).
- A murmuração do povo, porque não encontraram, em Mara, águas para beber depois de três dias de jornada, era uma consideração de que Deus os guiara pelo caminho errado, que não era certo o que Deus estava a fazer. É esta a verdadeira essência da murmuração – uma queixa diante de uma determinação divina.
- Ora, sabemos que dois não andam juntos se não estiverem de acordo (Am.3:3) e alguém que viva a murmurar, a sempre discordar do que Deus fez ou mandou, naturalmente não poderá andar junto com o Senhor e, como sabemos que quem não anda com o Senhor não chegará aos céus, já percebemos que a murmuração nos priva da vida eterna.
- A murmuração não é, pois, atitude própria de um filho de Deus, porquanto os filhos de Deus são guiados pelo Espírito Santo (Rm.8:14) e o Espírito nunca fala de Si mesmo, mas diz tudo o que tem ouvido e nos anuncia o que há de vir, glorificando a Cristo (Jo.16:13,14).
- Deste modo, evidentemente, quem é guiado pelo Espírito Santo jamais questiona ou se insurge contra uma determinação divina, pois o Espírito tão somente nos orienta a obedecer e a seguir o que Cristo nos diz.
- Toda e qualquer murmuração, portanto, é uma atitude que se faz fora da orientação do Espírito Santo, daí porque Emílio Conde ter dito que os murmuradores são sedizentes cristãos, mas, ao murmurarem, não estão a se comportar como tal.
- O nosso maior exemplo é o Senhor Jesus, que jamais murmurou, tendo, inclusive, nos momentos mais cruciantes de Sua paixão e morte, nem sequer aberto a Sua boca (At.8:32).
- Como podemos ser “cristãos”, ou seja, “parecidos com Cristo”, “pequenos cristos” murmurando? Impossível.
- Mas a murmuração, também, é uma demonstração de pranto. O murmurador é alguém que vive “chorando as mágoas”, reclamando da situação, lamentando, queixando-se das circunstâncias.
- Ora, ainda que seja certo que, enquanto estivermos nesta peregrinação terrena, teremos aflições, dores e razões para chorar, o fato é que, uma vez alcançando a salvação, somos envolvidos pela “alegria da salvação” (Sl.51:12) e a qualidade do fruto do Espírito que se segue ao amor, derramado em nós pelo Espírito Santo (Rm.5:5) é, precisamente, o gozo, ou seja, a alegria (Gl.5:22).
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO