Adultos

Lição 12 - O papel da pregação no culto II

ASSEMBLEIA DE DEUS CELEBRANDO AO REI - AMERICANA/SP

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O CORPO DE CRISTO - origem, natureza e vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA: José Gonçalves

COMPLEMENTOS, ILUSTRAÇÕES E VÍDEOS: PR. LUIZ HENRIQUE DE ALMEIDA SILVA

LIÇÃO Nº 12 – O PAPEL DA PREGAÇÃO NO CULTO

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Pregação

O motivo comum, presente em todas as referências bíblicas sobre a pregação, diz respeito a uma proclamação pública. A palavra mais característica no NT é kerusso (mais de 60 vezes), que significa “proclamar como um arauto”. No mundo da Antiguidade o arauto era a figura principal para transmitir informações oficiais e todos os decretos reais. Uma segunda palavra, euaggelizomai (mais de 50 ocorrências) enfatiza a boa qualidade da mensagem (da primitiva palavra eus) e das boas notícias.

A natureza da pregação bíblica depende de seu conteúdo específico e da audiência à qual ela é dirigida. Considera-se que, normalmente, o conteúdo da pregação das epístolas seja o “evangelho” (Rm 1.15; 15.20; 1 Co 1.17) com algumas variações, como “CRISTO” (1 Co 15.12), “CRISTO crucificado” (1 Co 1.23) ou a “palavra da fé” (Rm 10.8), que são mensagens para o mundo não cristão.

Entretanto, Paulo e seus companheiros também pregavam para assembleias de crentes e essa pregação consistia de uma mistura de instruções e discipulado, exortação ética e encorajamento escatológico. Nos estudos bíblicos atuais esse último tipo de discurso público é chamado didaehe (ensino), que se distingue, de forma um pouco categórica, de kerygma (pregação). Embora essa diferenciação seja válida, ela não deve ser levada a extremos. Os Sinóticos mostram uma superposição de termos (cf. Mt 4.23, com seus paralelos), e em Atos 15.21 Tiago faz referência a uma leitura semanal da Torá, na Sinagoga, como pregação.

Talvez fosse de maior utilidade subdividir a pregação em termos de audiência. Quando um pregador coloca-se à frente de seus ouvintes ele proclama a morte, ressurreição e exaltação de CRISTO. Esta é uma resposta à definição de C.H. Dodd sobre pregação como “a proclamação pública do cristianismo para o mundo não cristão” (The Apostolic Preaching and Ita Deuelopments, Nova York. Harper, 1949, p. 7), que atualmente corresponde ao que chamamos de “pregação evangélica”. Mas, quando o pregador coloca-se ao lado de seus ouvintes, sua mensagem toma a forma do habitual sermão das manhãs de domingo.

De acordo com esse princípio, o primeiro tipo tem poucos antecedentes no AT sendo que, em um certo sentido, os oráculos proféticos contra os inimigos de Israel (por exemplo, Obadias) e o ministério de Jonas em Nínive foram seus precursores.

A pregação, no sentido de instrução e exortação, pode ser traçada até Esdras, que lia as Escrituras e, em seguida, expressava uma livre interpretação para que as pessoas pudessem entender (Ne 8.8). Na época do NT essa prática havia se transformado em uma parte importante do serviço da Sinagoga. Filo informa que o conteúdo de tais sermões era “o que havia de melhor e certo, e comprovadamente aproveitável”, e que seu propósito era “fazer com que a vida como um todo crescesse e se tornasse algo melhor” (de spectalibus legibus, ii.62). O sermão de JESUS de Nazaré (Lc 4.16ss.) foi proclamado em uma ocasião semelhante, como aconteceu com muitos sermões de Paulo (cf. At 13.14ss.).

Um dos avanços mais importantes do recente estudo do NT foi a cristalização da proclamação apostólica primitiva - do kerygma, como agora é chamado (a transliteração do grego não deve nos levar à interpretação errada de que kerygma tenha sido seu nome técnico naqueles tempos). O professor Dodd, de Cambridge, abriu-nos o caminho. Acompanhando sua abordagem (comparando os primeiros discursos de Atos com os fragmentos pré-paulinos embutidos nas epístolas), mas alterando ligeiramente sua ênfase, entendemos o kerygma apostólico, como “a proclamação da morte, ressurreição e exaltação de JESUS que levou a uma avaliação de sua pessoa, tanto como Senhor quanto como o CRISTO, confrontou o homem com a necessidade do arrependimento e prometeu o perdão dos pecados” (R. H. Mounce, The Essential Nature of New Testament Preaching, Grand Rapids. Eerdmans, 1960, p. 84).

Essa proclamação, feita dentro de um sentido de urgência (1 Co 9.16), apelava para a consciência de cada homem através de uma clara afirmação da verdade (2 Co 4.2) que, na maioria das vezes, encontrou uma certa oposição (cf. 2 Co 11.23-28). Como ela exigia a fé por parte do ouvinte, tomava o cuidado de não obscurecer sua mensagem pelo uso de palavras arrogantes, ou por uma eloquente sabedoria (1 Co 1.17; 2.1-4).

O kerygma, ou mensagem do evangelho do NT, surgiu conforme o que poderíamos chamar de três estágios. Primeiro, apareceu em cena João Batista como um arauto messiânico proclamando; “Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3.2), A ele coube a tarefa de preparar a nação para a vinda daquele que batiza com o ESPÍRITO SANTO (Mc 1.8). Depois veio o Senhor JESUS proclamando a chegada do reino de DEUS. Aquele momento tão aguardado, previsto pelos profetas de antigamente, havia agora repentinamente irrompido na história. O “ano aceitável do Senhor” (Lc 4.19) havia chegado, e o reino já era uma realidade presente (Lc 11.20; 16.16). Essa verdade básica representava o fundamento de todos os ensinos do Senhor JESUS.

Podemos observar uma mudança na terminologia quando passamos dos Evangelhos para o livro de Atos e para as epístolas. A mensagem do “reino de DEUS”, de repente, transforma-se em “CRISTO crucificado” (1 Co 1.23; 15.12) ou “CRISTO JESUS, o Senhor” (2 Co 4.5). Entretanto, a continuidade dessa mensagem permanece imperturbável porque CRISTO é o reino. E é dentro e através desse grande ato de redenção, centrado em JESUS CRISTO, que DEUS estabeleceu a sua soberania na história. Embora esse reino agora exista sob uma forma espiritual, chegará o dia em que ele manifestar-se-á abertamente a toda criação (Fp 2.9-11). Por isso, somos incentivados a orar (Mt 6.10).

Esse grande evento ainda representa a responsabilidade da pregação bíblica. Não será um desmistificado kerygma que trará a redenção, mas a proclamação do seu CRISTO motivada e dirigida pelo ESPÍRITO. A fidelidade a essa mensagem essencial caracteriza o verdadeiro arauto de DEUS em nosso cenário contemporâneo.

No AT, a palavra “pregador” ou “pregar” é empregada com dois sentidos: (1) Em Eclesiastes 1.2, ela é a tradução de uma palavra que significa “agrupador”, isto é, aquele que se dirige a uma assembleia pública, (2) Em Neemias 6.7, Sambalate acusa Neemias: “Puseste profetas para pregarem de ti em Jerusalém”; esta expressão significa divulgar ou proclamar Neemias como rei. Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD

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COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. LUIZ HENRIQUE DE ALMEIDA SILVA

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