SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2024
Adultos - O CORPO DE CRISTO - origem, natureza e vocação da Igreja no mundo
COMENTARISTA: José Gonçalves
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 9 – O BATISMO — A PRIMEIRA ORDENANÇA DA IGREJA
INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre uma das principais ordenanças deixadas pelo Senhor Jesus à sua Igreja, a saber: o batismo em águas; veremos o seu conceito bíblico e a sua finalidade para a vida cristã; e por fim, confrontaremos à luz das Escrituras as falsas concepções existentes sobre esta ordenança.
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA ORDENANÇA
1.1 Definição. Segundo Houaiss (2001, p.2077), ordenança quer dizer: “ato ou efeito de ordenar, de organizar, de dar arrumação a; ordenação, organização; ordem, lei ou decisão que provém de autoridade”. Podemos definir ordenança como um rito externo ordenado por Cristo para ser administrado na Igreja, como um sinal visível da verdade salvadora da fé cristã (THIESSEN, p .303). Ordenança pode ser ainda entendido como: “um rito simbólico que põe em destaques as verdades centrais da fé cristã, e que é obrigação universal e pessoal” (THIESSEN apud STRONG, p. 303).
II – DEFINIÇÃO E SIGNIFICADO DO BATISMO EM ÁGUAS
2.1 Definição do termo batismo. A expressão batismo do grego: “baptisma” é usado para designar tanto o batismo de João (At 1.5; 11.16; 19.4) como o batismo cristão (Mt 28.19). Tal termo advém do verbo: “baptizo” que quer dizer: “imergir, mergulhar, imersão”; usado primariamente entre os gregos significando o ato de tingir roupa ou a ação de tirar água imergindo uma vasilha em outra (VINE, p. 430).
2.2 O significado do batismo em águas. Na declaração de Fé das Assembleias de Deus, sobre o batismo em águas encontramos: “Cremos, professamos e ensinamos que o batismo em águas é uma ordenança de Cristo para sua Igreja, dada por ordem específica do Senhor Jesus (Mt 28.19). Reconhecemos esse ato como testemunho público da experiência anterior, o novo nascimento, mediante a qual o crente participa espiritualmente da morte e da ressurreição de Cristo (Cl 2.12)” (SOARES, 20107, p.127). Quando o crente é imerso no batismo e seu corpo coberto pela água, simboliza que ele morreu para a vida velha de pecados, e quando é levantado, está ressurgindo para uma nova vida em Cristo (Rm 6.3-6). O cristão está testemunhando que recebeu pela fé a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida e se arrependeu de seus pecados (At 2.38). Por isso batismo em água inclui o compromisso permanente de virar as costas ao mundo e a tudo quanto é mau, e viver uma nova vida no Espírito (Cl 2.6-8,12). O batismo em águas significa que a pessoa pertence agora a Cristo e compartilha de sua vida, do seu Espírito e de sua filiação com Deus (Rm 8.14-17).
2.3 Jesus e batismo em águas. Se o batismo era uma confissão pública de arrependimento de pecados, e o Senhor Jesus não tinha pecados para confessar, é de se deduzir que Ele não precisava se batizar. Eis aí a razão pela qual João quiz se recusar (Jo 1.14). Por qual razão, então, Jesus se submeteu ao batismo? Vejamos:
2.3.1 Para cumprir toda a justiça: Como Jesus viera sob a Lei (Gl 4.4), teria de dar exemplo de plena obediência à Lei diante da nação israelita. Por esta razão Ele foi circuncidado (Lc 2.21); foi apresentado no Templo e consagrado ao Senhor (Lc 2.22,23); aos doze anos, foi à Jerusalém, para participar da Páscoa (Lc 2.41,42), e também se submeteu ao batismo (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34).
2.3.2 Para se identificar com os pecadores: Embora Jesus não precisasse do arrependimento de pecado (1Pd 2.24), foi batizado como nosso representante, assim também como nosso representante seria crucificado. Vejamos o que a Bíblia nos diz: “E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus” (Lc 3.21). “Aquele que não conheceu pecado ele o fez pecado por nós; para que fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).
2.3.3 Para confirmar e anunciar seu ministério: Assim como o batismo representa o fim de uma velha para uma nova vida, o batismo de Jesus também representa o fim de uma vida normal, de um simples carpinteiro (Mt 13.55; Mc 6.3), para tornar-se um homem público, e dar início ao seu ministério, com uma missão específica, sob o poder do Espírito Santo (Mt 4.23; 9.35). Isto porque não há registro algum que Ele tivesse pregado ou curado antes desse período. Até então, Ele estava em Nazaré esperando a hora que o Pai determinara para início do Seu ministério.
2.3.4 Para endossar a autoridade de João: Ao ser batizado por João, Jesus queria endossar, também pelo exemplo, ser o Ministério de João proveniente do Céu (Mt 21.25). Jesus estava demonstrando que reconhecia a autoridade e missão de João Batista. III – A IGREJA E A ORDENANÇA DO BATISMO EM ÁGUAS
Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam além de ensinar, deveriam também batizar (Mt 28.19; 26.29), como ensina a Bíblia Sagrada. Vejamos:
3.1 O batismo como uma ordenança. Os discípulos saíram e pregaram por toda a parte, batizando em cumprimento à ordem recebida (Mc 16.16,20; At 2.41; 8.12; 10.47). Uma ordem dada pelo Senhor é realmente para ser cumprida (SI 119.4), pois a desobediência significa rejeição do conselho de Deus (Lc 7.29,30; Jo 14.21,23). Batizavam-se pessoas que se haviam arrependido (At 2.38), pessoas que de bom grado recebiam a Palavra (At 2.41; 8.12), os que criam em Jesus (Mc 16.16; At 8.12,37; 18.8: 16.33,34), pessoas que já eram discípulos (At 19.1-6). Observamos, assim, que não existe na Bíblia nenhum exemplo de batismo de crianças recém-nascidas (BERGSTÉN, 2016, p. 242).
3.1.1 O batismo por imersão. Os candidatos eram imersos totalmente nas águas: “Desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). Sobre o batismo de Jesus, a Palavra afirma que Ele, depois do seu batismo: “saiu logo da água” (Mt 3.16). Era costume realizarem os batismos em Enom: “porque havia ali muitas águas” (Jo 3.23).
3.1.2 O batismo e a forma trinitária. O batismo era sempre ministrado após a experiência da salvação, nunca antes. Ninguém era batizado para ser salvo, mas porque já era salvo. Essa ordem de Jesus jamais foi revogada, portanto, ninguém tem o direito de desprezá-la (Mt 5.18,19). O batismo bíblico é: “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Assim, torna-se impossível afirmar, pelo que se lê em Atos 2.38; 8.16; 10.48 e 19.5, que os apóstolos batizavam apenas em nome de Jesus. Essas passagens significam apenas que os discípulos batizavam autorizados por Jesus (BERGSTÉN, 2016, p. 243).
IV – FALSAS CONCEPÇÕES SOBRE O BATISMO EM ÁGUAS
4.1 O batismo em águas é condição para salvação. Um dos grandes erros no que diz respeito a finalidade do batismo em águas, é afirmar que ele uma condição para a salvação. Os que defendem esse conceito, se reportam ao texto da grande comissão registrado pelo Evangelista Marcos, quando menciona a seguinte expressão: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo [...]” (Mc 16.15,16). Certamente, Jesus não está dizendo que o batismo é necessário para a salvação, mas a pessoa que é salva deve ser batizada. É a rejeição de Cristo que traz a condenação eterna. Jesus foi claro, quando disse: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). Aquele que crê deve ser batizado e introduzido na comunhão da igreja. A fé, porém, precede ao batismo. O batismo não faz o cristão, mas demonstra-o. Uma pessoa pode ser salva sem o batismo, como o foi o ladrão que se arrependeu na cruz, mas jamais alguém pode ser salvo sem crer em Jesus (Rm 10.9-13; Ef 2.8). É a descrença e não a ausência do batismo a razão da condenação: “[...] mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Nós somos batizados porque já somos salvos e não para sermos salvos!
4.2 Crianças devem ser submetidas ao batismo em águas. Aqueles que argumentam em prol do batismo infantil dizem ser o batismo o substituto da circuncisão, que era feita quando os meninos israelitas tinham oito dias de idade. Entretanto, quando o Novo Testamento aborda a questão, não diz: “Pois nem a circuncisão é cousa alguma, nem a incircuncisão, mas o que vale é o batismo em águas”, e sim, “o ser nova criatura” (Gl 6.15). Quando, mediante a fé e arrependimento, estamos em Cristo, então somos novas criaturas (2Co 5.17). Os infantes são incapazes de arrependimento, fé ou testemunho público da salvação recebida. De fato, eles não têm consciência do pecado dos quais possam se arrepender. Isso significa que as crianças que morrem antes da idade da responsabilidade são salvas através da redenção por Cristo: “Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino de Deus” (Lc 18.16). Esses fatos, portanto, não deixam margem para o batismo infantil!
4.3 Não há necessidade de ser batizado em águas. Um outro erro comum, é imaginar que pelo fato de ser a fé em Cristo o meio para a salvação, dizem alguns: “não preciso ser batizado nas águas”. O que se constitui uma má compressão sobre esta ordenança bíblica. O batismo por imersão é ordenado nas Escrituras. Todos quantos se arrependem e creem em Cristo como Salvador e Senhor, devem ser batizados. Assim fazendo, estarão declarando ao mundo que morreram com Cristo e foram ressuscitados com Ele para andar em novidade de vida (Mt 28.19; Mc 16.16; At 10.47,48; Rm 6.4).
CONCLUSÃO
Ser batizado nas águas é uma das experiências mais marcantes para a vida cristã; embora não seja uma condição para a salvação, mas, todo aquele que é salvo naturalmente tem o desejo de obedecer a tal ordenança.
REFERÊNCIAS
• BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
• SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
• GEISLER, Norman. Teologia Sistemática vol. 2, CPAD.
• MENZIES, William,W. HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 26 de Fev de 2024