Adultos

Lição 1 - A origem da Igreja V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2024

Adultos - O CORPO DE CRISTO - origem, natureza e vocação da Igreja no mundo

COMENTARISTA: José Gonçalves

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 1 – A ORIGEM DA IGREJA

INTRODUÇÃO

Nesta lição traremos a definição da palavra “Igreja”; discorreremos sobre sua origem, edificação e inauguração. Elencaremos as bases teológica e bíblica de sua origem , refletindo sobre uma das mais belas doutrinas das Escrituras, a doutrina da igreja.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA IGREJA

Eclesiologia é a disciplina da Teologia que estuda a igreja, sua fundação, símbolos e missão, conforme as Escrituras. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus (2017, p. 120) define que: “A palavra ‘igreja’ significa, literalmente, ‘chamados para fora’ e era usada para designar ‘assembleia’ ou ‘ajuntamento’ dos cidadãos de uma localidade na antiguidade grega”. O vocábulo igreja é formado por duas palavras gregas: pelo prefixo “ek”, “a partir de, dentro de” ou “para fora de”; e, “klesis”, que significa “chamada, convocação, convite”. Literalmente quer dizer “chamados para fora”. O termo ainda é usado para designar um “grupo local de cristãos” (Mt 18.17; At 5.11; Rm 16.1,5); ou a Igreja universal à qual todos os servos de Cristo em todos os tempos estão ligados (At 9.31; 1Co 12.28; Ef 1.22). Podemos dizer que a Igreja do Senhor Jesus foi fundada durante o seu ministério (Mt 16.18), e inaugurada no dia de Pentecostes (At 2) (BERGSTÉN, 2005, p. 214).

II - A IGREJA: SUA ORIGEM, EDIFICAÇÃO E INAUGURAÇÃO

2.1 Deus Pai, o projetista da Igreja (Ef 3.1-12). Quanto a Igreja o apóstolo diz que era um mistério que estava oculto em Deus na eternidade, mas que foi revelado pelo Espírito na dispensação da graça (Ef 3.3,4). “A Igreja foi, desde a eternidade, concebida na mente de Deus. Isso, por si só, explica a sua peculiar natureza como povo adquirido, que não se verga diante das pressões do mundo. Deus a projetou em toda a sua dimensão divina e histórica, prevendo cada detalhe desde a sua concepção até ser inaugurada no dia de Pentecostes, para dai seguir a sua trajetória através dos tempos” (GILBERTO, 2008, p. 382).

2.2 Deus Filho, o edificador e o fundamento da Igreja (Mt 16.18). Quando Jesus disse “[...] edificarei a minha igreja [...]” estava afirmando que Ele era o edificador da igreja. A palavra “edificar” segundo o Aurélio significa: “construir, levantar; fundar, instituir, criar” (FERREIRA, 2004, p. 714). Cristo iniciou essa obra amando a Igreja e se entregando por ela (Ef 5.25). Ela tornou-se propriedade exclusiva do Senhor, pois Ele cumpriu todas as exigências quanto à forma de resgatá-la (1 Co 6.20). A Igreja, portanto, é um povo adquirido (1 Pe 2.9). cujo preço pago não pode ser avaliado em ouro ou prata (1 Pe 1.18). Mas, além de edificá-la, a Igreja encontra-se também alicerçada em Cristo (I Co 3.11; Ef 2.20).

2.3 Deus Espírito Santo, o inaugurador e mantenedor da Igreja (At 2.1-4). Com a ascensão de Cristo, inicia-se o processo de inauguração da Igreja, que culminou no dia de Pentecostes. Existem diversas opiniões sobre a inauguração da Igreja, todavia, segundo Horton (2006, pp. 538,539), “a maioria dos estudiosos, acreditam que as evidências bíblicas são favoráveis ao dia de Pentecostes, em Atos 2, para a inauguração da Igreja. É fato que Lucas não emprega o termo ekklesia no seu evangelho, mas a palavra aparece 24 vezes em Atos dos Apóstolos. Este fato sugere que Lucas não tinha nenhum conceito da presença da Igreja antes do período abrangido em Atos. No entanto, imediatamente após àquele grande dia em que o Espírito Santo foi derramado sobre os crentes reunidos, Ele desceu para inaugurar a igreja e permanecer com ela (Jo 14.17; Ap 22.17).

III – A BASE TEOLÓGICA PARA A ORIGEM DA IGREJA

Segundo Geisler (2010), a origem da igreja, como todas as outras doutrinas, está enraizada na natureza de Deus e em diversos atributos de Deus:

3.1 A Eternidade de Deus como base para a origem da Igreja – uma vez que a igreja estava pré-determinada desde toda eternidade, sendo escolhida “antes da fundação do mundo” (Ef.1.4), a eternidade de Deus é a âncora desta doutrina. Tendo criado o tempo, Deus está além do tempo; consequentemente, todas as suas decisões, incluindo a de edificar sua igreja, são eternas (Ap. 13.8; 1 Pe 1.2; Rm 828,29; Ef 1.11).

3.2 A Imutabilidade de Deus como base para a origem da Igreja – A origem da Igreja também está enraizada na imutabilidade de Deus, pois se ele pudesse mudar de idéia, não haveria segurança de que a igreja que Ele escolheu antes
dos tempos não seria descartada mais tarde. Ele não pode mudar (2 Tm 2.13). A vontade eterna de Deus também é a sua vontade imutável (Hb 6.13-15;17,18),

3.3 A Onisciência de Deus como base para a origem da Igreja – As Escrituras declaram que seu conhecimento é infinito (Sl 139.2-4; 147.4,5; Is 40.10; Mt 6.8; 10.29,30; Hb 4.13), portanto, Ele tinha a presciência de todos os atos espontâneos futuros, incluindo os atos espontâneos daqueles que mais tarde escolheriam (de acordo com a sua presci-ência) ser parte do corpo de Cristo.

3.4 A Onibenevolência de Deus como base para a origem da Igreja – A raiz da existência da igreja está no amor de Deus, pelo qual nós fomos eleitos em Cristo antes da fundação do mundo, para que “fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade (Ef. 1.4; 5.25; Jo 10.15; 3.16).

3.5 A Onissapiência de Deus como base para a origem da Igreja – A igreja, um dos grandes mistérios de Deus, depende da infinita sabedoria de Deus; sem ela, o grande mistério antes oculto e agora revelado (Ef. 3.3-5; Cl 1.26,27), não teria sido possível. Sua onissapiência se manifestou no plano redentor de Deus pelo qual Ele, sem romper as suas promessas incondicionais a Israel, foi capaz de permitir que a cegueira sobreviesse a Israel para que a luz do evangelho pudesse brilhar para os gentios (Rm 11.15; 20-25; Cl 1.26,27).

3.6 A Soberania de Deus como base para a origem da Igreja – Assim como a onissapiência de Deus planejou o grande mistério da igreja, em conformidade com a sua vontade eterna e imutável, a sua soberania e providência serão capazes de realizá-lo. A
Soberania é o governo universal de Deus, e a providência é a maneira como ele realiza (Is 14.24,27; 55.11; Mt 16.18).

IV – A BASE BÍBLICA PARA A ORIGEM DA IGREJA

4.1 O Fundamento do AT para a igreja – Embora que, terrenamente, a igreja tenha iniciado no dia de Pentecostes, o AT fez preparativos para ela (Gl 4.4,5).

4.2 O AT prediz um tempo vindouro de bençãos para os Gentios – A igreja envolve um mistério que não foi com-preendido no AT (Ef 3.1-5; Cl 1.26) Deus haveria de abençoar a todas as famílias da terra através da nação de Israel (Gn 12.1-3; Is 11.10; 62.2).

4.3 O AT prediz a semente espiritual de Abraão (Gn 12.1-3; Rm 4.13-16; Gl 3.7-14).

4.4 O AT prediz um Novo Conserto (Jr 31.31-33; Hb 8.3; 2 Tm 1.14; Is 42.6,7; 49.28).

4.5 A igreja envolveu um mistério não conhecido nos tempos do AT (Ef. 3.1-6);

4.6 Cristo predisse que sua igreja seria uma instituição futura em relação ao seu tempo (Mt 16.17,18; conf. At. 1.5; 2.1-5);

4.7 A Igreja começou depois da morte e ressurreição de Cristo (At 20.28; Ef. 4.8-11; 1.22,23).

4.8 A igreja começou no Pentecostes (At. 1.5; 2.1; Jo 7.39; 1Co 12.13, 27; Rm 12.5).

4.9 Referências posteriores ao crescimento da igreja indicam que o Pentecostes foi sua origem (At. 5.14; 4.44; 2.470.

4.10 Pedro aponta o Pentecostes como o início da Igreja (At. 11.15; 10.46).

4.11 Os Dons não forma dados a Igreja antes do Pentecostes ( Ef. 4.11,12; 1 Co 12.4ss; At. 1.5,10,11).

CONCLUSÃO

Concluímos que a igreja é uma instituição de origem divina, criada com o propósito de glorificar a Deus, e fazer o seu reino conhecido em toda a Terra. Sua origem evidencia o grande amor de Deus para com a humanidade Perdida, que apesar de distante de Deus, Ele tomou a iniciativa ao enviar seu filho ao mundo, morrendo por nós, para que mediante o mérito de Seu Filho, pudéssemos ser reconciliados por Deus.

REFERÊNCIAS

• BARBOSA, José Roberto Alves. O Cremos da Assembleia de Deus. Reflexão Editora.

• BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.

• COSTA, Paulo R. F. da. Manual de Doutrina das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD.

• GEISLER, Norman. Teologia Sistemática vol. 2, CPAD.

• SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 05 de Jan de 2024

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