Reflexões

A missão do professor de EBD neste tempo do fim

A MISSÃO DO PROFESSOR DE EBD NESTE TEMPO DO FIM

Caramuru Afonso Francisco*

15 de outubro é a data em que, no Brasil, é celebrado o Dia do Professor, data que foi escolhida porque foi nela que, em 1827, o Imperador D. Pedro I editou a primeira lei de nosso país a tratar da questão educacional, determinando que, em todas as vilas e cidades do país, houve escolas de ensino elementar e dando as primeiras regras para a profissão de professor.

A função de professor é extremamente importante para a vida humana. O homem, criado por Deus para ser a coroa da criação terrena, foi feito um ser que precisa aprender. Sendo o único ser terreno racional, tem de ser ensinado para que possa utilizar esta capacidade racional.

Por isso mesmo, o próprio Deus visitava o primeiro casal no Éden a cada viração do dia, para que pudesse ensinar o homem que havia criado a poder administrar a criação terrena e a ter um relacionamento com seu Criador.

Deus, então, é o primeiro professor e dá aos pais esta sublime tarefa divina quando determina que sejam os pais os primeiros mestres dos filhos (Dt.6:6,7; 11:18,19; Sl.78:2-4).

Mas, depois dos pais, temos na figura do professor aquele que é incumbido de prosseguir com esta tarefa do ensino para que haja o desenvolvimento da pessoa humana, a fim de que ela possa cumprir os propósitos divinos.

Neste passo, assume grande importância o papel do professor da Escola Bíblica Dominical, instituição que tem o atual formato precisamente desde o instante em que se iniciou a urbanização da população do planeta com a Revolução Industrial, o que representou uma profunda alteração do papel paternal na educação.

Diante desta transformação, a Divina Providência fez surgir a Escola Dominical que permitiu que as crianças e adolescentes tivessem acesso aos conhecimentos básicos e fundamentais, como também a uma formação espiritual.

A Escola Dominical, portanto, exsurge como o principal veículo para que haja a formação espiritual da membresia, o “crescimento em sabedoria, e em estatura e em graça para com Deus e os homens” (Cf. Lc.2:52), que foi o desenvolvimento ocorrido na vida de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Homem perfeito.

Nos dias hodiernos, o espaço da educação familiar ainda mais se tem estreitado, com a inserção das mulheres no mercado de trabalho, fazendo com que tenha a Escola Dominical ainda mais necessidade de promover a formação espiritual de crianças, adolescentes e jovens.

Como se isto fosse pouco, o sistema educacional público, que teve sua origem precisamente na Escola Dominical, como afirma o historiador inglês John Richard Green (1837-1863), na atualidade, lamentavelmente se transformou numa cidadela diabólica, que procura disseminar valores anticristãos, distanciar as crianças, adolescentes e jovens de Deus.

Diante deste quadro, a Escola Dominical assume, então, o papel de ser a “farinha que tira o veneno da panela” (Cf. II Rs.4:40,41).

O papel do professor de Escola Bíblica Dominical, como se pode observar, nestes nossos dias trabalhosos, no tempo do fim da nossa atual dispensação, é extremamente importante, pois é ele a pessoa incumbida pelo Senhor de impedir que a falta de educação doutrinária familiar bem como a doutrinação anticristã do sistema educacional atual venham a comprometer o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens, como também a desvirtuar ou manter desvirtuados os que, já na idade adulta, estão a servir o Senhor Jesus.

Desde o início do atual formato da Escola Dominical, o professor sempre foi alguém que, além de ter um chamado para tal tarefa, recebendo seja o dom assistencial de ensino (Rm.8:7), seja o dom ministerial de mestre ou doutor (Ef.4:11), tem de demonstrar profunda dedicação e amor fraternal, porquanto é alguém que tem de estar diuturnamente estudando, preparando e depois ministrando aulas, não raras vezes tendo de dar uma assistência espiritual a alguns de seus alunos.

É trabalho que não encontra remuneração material e que, por vezes, encontra incompreensão e resistência e, por incrível que pareça, de parte da própria membresia e da igreja local.

Como bem ensinou o saudoso pastor Antônio Gilberto (1927-2018), o principal fomentador da Escola Dominical nas Assembleias de Deus, “...haverá, nesse tempo do fim, muito desinteresse pelos cultos e pelo estudo da Palavra de Deus, na igreja e nos lares, dentro do Cristianismo…” e aponta ele as causas de tal desinteresse, “...’multiplicação da iniquidade entre os crentes (...) esfriamento entre os crentes, aumento constante de ‘joio’ do Maligno no meio do ‘trigo’ do Senhor, crescente insubmissão do crente a Cristo como seu Senhor, em tudo, na sua vida (...), diminuição de conversões profundas (...), crentes que só querem ouvir quem e o que lhes agradam…” (O preparo de estudos bíblicos e mensagens. In: Bíblia com comentários de Antonio Gilberto, p.2174).

O professor de Escola Bíblica Dominical é, portanto, um dos que mais estará a “navegar contra a corrente, contra a maré” deste tempo do fim (Cf. Ef.2:1-3), mas deve se esforçar mais e mais, pois sua tarefa é mui sublime e não é à toa que as Escrituras afirmam que “…os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” (Dn.12:3b).

Que nesta luta diária, em que o professor de EBD tem de se dedicar ao ensino ao mesmo tempo em que luta contra a incompreensão e as investidas malignas, ele lembre que é uma estrela que brilhará sempre e eternamente na glória do Senhor por ter se esmerado em ensinar a justiça.

Feliz Dia do Professor!

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