ANTONIO VITOR LIMA BORBA*
O CRESCIMENTO DO REINO DE DEUS
Hoje desfrutamos do crescimento do reino de Deus de modo real e visível através dos números. Contudo, houve uma época que ela era mínimo, e para muitos insignificantes.
Porém Deus deu o crescimento desta obra, de modo que hoje passamos dos milhões comente no Brasil.
Neste comentário abordaremos a cerca do conteúdo e significado desta maravilhosa parábola, sobre a expansão do reino de Deus e quem são os participantes deste reino. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
A INTERPRETAÇÃO DAS PARÁBOLAS SOBRE O REINO DE DEUS
Ao lermos o texto bíblico em classe nos deparamos com duas parábolas a cerca do reino de Deus, que estão ligadas entre si. A parábola do Grão de Mostarda vem tratar de um início tímido e pouco aparente, contudo com um resultado gigantesco e considerável. Já a parábola do fermento, trata a cerca das doutrinas falsas e malignas que entram no reino visível de Deus. Contudo o contexto da lição gira em torno apenas de uma parábola, conforme abordaremos aqui.
O grão de mostarda referido por Jesus aqui, é de um tipo específico dessa planta, conhecida como Brassica nigra (ou mostarda negra), que por ser a menor de todas as sementes, pode ser até desprezada quanto ao seu florescer, que surpreende a todos com uma hortaliça de cerca de 3 a 3,5 metros de altura, com um grosso tronco principal, que possui galhos fortes que suportam até uma criança.
Quando Cristo nos conduziu a esta comparação, ele estava tratando a cerca do seu reino em questão a seu desenvolvimento. Ela traduz o fato de que o reino de Deus se propagaria rápido, de modo que muitos não ligariam para o seu tímido começo, a ponto de até sem menosprezado por alguns líderes religiosos (At 5.33-40), contudo esta semente floresceu, de modo a atingir os continentes do globo Terra.
Esta parábola ilustra o rápido desenvolvimento do reino, desde seu ínfimo começo, que era tão insignificante para as autoridades do mundo, tanto políticas como religiosas, até o grande e notável lugar que veio a ocupar no mundo.(CHAMPLIN 2014, vol 1, p. 425)
Dentro do contexto desta parábola ainda, podemos analisar de modo rápido o seguinte: A semente é a mensagem do Evangelho, que fora ensinada aos seus discípulos por início, e através da obra realizada por eles, floresceu, e fez-se grande, pois puderam alcançar de início a 120 no pentecostes (At 1.15), que logo após a descida do Espírito Santo passou a ser quase 3.000 almas (At 2.41), passando em nossos dias a milhares de pessoas em todo o mundo.
A parábola do grão de mostarda fala do pequeno começo desse reino e seu desenvolvimento subsequente no decurso do tempo. Ele começou apenas com Jesus e um grupo de discípulos dedicados […] No entanto, a manifestação atual e visível do reino crescerá até tornar-se grande, organizado e poderoso.(STAMPS 1995, p. 1536)
O objetivo principal desta parábola é ensinarmos a não importarmos com as aparências, de modo a não tratarmos com insignificância certas situações, pois um dia ela pode florescer, de modo a chegar a um crescimento estrondoso e poderoso, como aconteceu com a semente do Evangelho.
Jesus ensina nesta parábola a importância das pequenas ações ou iniciativas, demonstrando que o Reino de Deus, sua dimensão inicial não precisava ser expressiva, porque Ele se responsabiliza pelo crescimento. (GABY 2018, p. 46)
A EXPANSÃO DO REINO DE DEUS
Quando vamos ler esta parábola nos textos que a relatam nos evangelhos, encontramos aquilo que aparenta ser uma contradição. Muitas pessoas se prendem a detalhes que não acrescentam em nada no resultado final da aplicação do texto. Devemos também analisar que o mesmo texto são descrito por três pessoas diferentes, em três evangelhos diferentes, com destino a pessoas diferentes, por isto o fato de um identificar como “campo”, outro como “terra” e outro como “horta”, o que parece ser um erro aparente, nada mais é o do que três pontos de vista diferentes.
Contudo, um fator que merece destaque, é o fato das aves estabelecerem os seus ninhos nos galhos da grande árvore que brotou da sementinha. Pelo contexto da mensagem de Cristo, entendemos que como ilustração, Ele estava a narrar o fator abrigo que muitos viriam a encontrar na igreja.
Hoje, muitas pessoas podem se “abrigar” espiritualmente em nossas igrejas através da propagação do reino de Deus, de modo que a segurança de estar num lugar que nos transmite a paz, faz com que muitas outras “aves” venham buscar abrigo seguro, nos ramos firmados num tronco seguro, que é a igreja. A igreja é como uma grande árvore, em que os pássaros do céu se abrigam; o povo de Deus tem, nela, um grande auxílio para a obtenção de alimento, repouso, proteção e abrigo. Em algumas pessoas em particular, o princípio da graça, se for verdadeiro, perseverará e será finalmente aperfeiçoado. A graça que cresce será uma graça forte, e fará com que muitas coisas aconteçam. Os cristãos mais maduros devem ter o anseio de serem úteis aos outros, assim como o grão de mostarda que, quando crescido, é útil para os pássaros. (HENRY 2008, p. 171)
Por fim, não devemos desconsiderar o crescimento e propagação do reino de Deus aqui na terra, e um fator que as vezes desprezamos, o início de pequenas igrejas que em seu princípio parecem serem insignificantes, contudo em meios as lutas deste mundo poderá florescer.
Aprendamos com o exemplo da igreja da era apostólica, onde teve um início de lutas e perseguições, porém não negaram sua fé, a ponto do que aquilo que fora desprezado por alguns no começo, hoje soma milhões somente no Brasil.
QUEM PARTICIPA DO REINO DE DEUS?
Para se tornar um participante do Reino de Deus, primeiramente precisamos nos tornar um discípulo. Discípulo é “aquele que se coloca sob a tutela de um mestre a fim de aprender uma arte ou ofício, ou para enfronhar-se nas lides de um ministério bíblico” (ANDRADE 1996, p. 146).
Ao aceitarmos verdadeiramente o convite de Cristo, passamos então a sermos discípulos seus. Contudo não é simplesmente estar com uma vida aparente, de conduções de Bíblias debaixo do braço, de modo a estarem camuflados por detrás de uma cortina chamada congregação. Nossas atitudes de renúncia devem ser diárias, de modo que a cada dia venhamos aprender como ser verdadeiros discípulos de Cristo (Mc 8.34).
A Grande comissão pressupõe um discipulado permanente na Igreja de Cristo. Aliás, a igreja é uma comunidade de discípulos que tem a Cristo como o Mestre Supremo; e, a Bíblia como única regra de fé e conduta. (ANDRADE 1996, p.146)
Hoje, infelizmente, vemos a muitos que não desejam formarem discípulos em suas igrejas, mas sim seguidores e admiradores. Servir a Cristo vai muito além do que correr atrás de milagres ou “respostas”, requer uma vida diária de dedicação, e de negação da própria carne, para que possamos conduzir a nossa cruz diariamente, até o dia da alegria eterna com Ele. A cruz é símbolo de sofrimento (1 Pe 2.21; 4.13), morte (At 10.39), vergonha (Hb 12.2), zombaria (Mt 27.39), rejeição (1 Pe 2.4) e renúncia pessoal (Mt 16.24). (STAMPS 1995, p. 1477)
Somos convidados a perder todos os dias nesta vida, a renunciar prazeres, a abdicar de falsas alegrias, a negar a si mesmo, para recebermos alegria eterna nos céus, pois a promessa nós temos, contudo enquanto ela não chega, vivamos cada dia na esperança de a qualquer momento ela se cumprir.
Esperando Jesus voltar hoje!
Referências:
- CHAMPLIN, Russel Normam. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo, volume 01. Hagnos, 2014;
- ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD, 1996;
- GABY, Wagner Tadeu e Eliel dos Santos. As Parábolas de Jesus. CPAD, 2018;
- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995;
- HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento, Mateus a João, Edição Completa. CPAD, 2008.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - DC. ANTONIO VITOR LIMA BORBA
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* Diácono da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Estado do Rio Grande do Norte - Setor Mário Lira I - Natal/RN