ASSEMBLEIA DE DEUS DE MOEMA - MINISTÉRIO DO BELÉM - Setor 124 / SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2023
Juvenis: CONHECENDO OS FUNDAMENTOS DA FÉ CRISTÃ NAS EPÍSTOLAS GERAIS
COMENTARISTA: SAMUEL DE OLIVEIRA MARTINS
COMENTÁRIO: PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA
LIÇÃO Nº 12 - O CUIDADO COM O EGO E SUAS AMBIÇÕES
Nosso estudo, desta semana, será na epístola de 3 João que está baseada em três temas: hospitalidade, orgulho e fidelidade. Falaremos sobre tais proposições no decorrer do comentário.
Em nossos tempos, precisamos cultivar os valores cristãos aprendidos e apreendidos por meio das Escrituras. Devemos agir de forma contrária à cultura de nossa época pós-moderna que está fincada no tripé do individualismo, instrumentalismo, relativismo, narcisismo. Época na qual os jovens são orientados a atuar de forma egoísta, na qual tudo vale para ser bem-sucedido, sem dar o devido valor a padrões morais. Período no qual se apregoa que podem fazer o que quiserem, qualquer coisa para se darem bem, pois acreditam que não há sanções para os maus atos, tal como Protágoras afirma: “O homem é a medida de todas as coisas”, declaração na qual o homem é destacado como senhor de si, não subordinado a um Ser Superior que lhe aplique Leis a seguir. Desta forma, Dostoiewski destaca: “Se Deus não existe, tudo é permitido.”, o que nos faz refletir acerca da importância da subordinação humana ao Seu Criador. Quando o homem se distancia de Deus e rejeita os seus mandamentos, está fadado ao egocentrismo. É nesta situação que vemos milhares de jovens:
Individualismo – quando tudo gira em torno de si, quando muitos se tornam escravos das redes sociais e apenas se preocupam em ostentar, mostrar o que não são e não tem. Não apenas nas redes, mas no cotidiano, nas vestes e nas conversas. Vale qualquer coisa para mentir, para mostrar-se. É possível ser influencer para ensinar a consumir? O individualista faz até isto para aparecer e tornar-se conhecido.
Instrumentalismo – quando se usa alguém para se obter o que se quer; quando apenas se trata bem uma pessoa quando precisa dela e trata mal aquelas das quais não dependem.
Relativismo – o que é anormal e antiético pode ser bom se trouxer benefícios, o momento é o que importa. O conceito de pecado não existe. O que vale é a diversão. Por isto romantizam algumas situações que são danosas ao ser humano. O relativista procura convencer os ouvintes a aceitar o “errado” como “certo” Vejamos o que a Bíblia diz: “Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e inteligentes em sua própria opinião!” (Is 5.20,21)
Narcisismo – semelhante ao individualismo, o narcisista está centrado em si mesmo e nas qualidades que são enfatizadas ao máximo por ele mesmo, mesmo que não sejam verdadeiras. Sua finalidade é levar o grupo a acreditar que é uma pessoa incrível, imprescindível, inesquecível. Nas conversas em grupo, sempre enfatiza a sua pessoa como o centro dos temas a serem tratados. Ele quer plateia, quer ser tratado como alguém extremamente importante e não admite que se fale bem de alguém.
Retomando o tema da composição da epístola, Correia (2023) informa sobre o período da escrita que “não se sabe ao certo quando e onde foi escrito. João residiu por muito tempo em Éfeso, então, é possível que ele tenha escrito essa epístola de lá, entre 70 e 100 d.C.”.
O propósito do discípulo amado foi elogiar o trabalho de Gaio, um servo de Deus que não atuou segundo os “ismos” acima, porque ele cuidou dos missionários que estavam se dedicando à propagação do Evangelho. Ele, certamente, era daqueles que faziam muito e falavam pouco, pois o evangelho está alicerçado na prática e não no discurso. De acordo com Barclay (2023)
Segundo a tradição, este Gaio foi mais tarde ordenado bispo de Pérgamo pelo mesmo João. Aqui se nos descreve isso como um homem sempre disposto e sempre preparado a oferecer seu lar. [...]Aqui chegamos ao propósito principal da Carta. Um grupo de missionários itinerantes está no caminho rumo à Igreja a qual pertence Gaio, e João pede a ele que os receba, dê-lhes todo tipo de cuidados e os encaminhe como é digno de sua responsabilidade cristã. No mundo antigo a hospitalidade constituía um dever sagrado.[...] As pousadas eram notavelmente sujas e infestadas de pulgas [...] Se os pagãos reconheciam a obrigação da hospitalidade, era de esperar-se que os cristãos tomassem ainda mais a sério. Lembremos a recomendação de Pedro: “Sede, mutuamente, hospitaleiros, sem murmuração” (1 Pedro 4:9). “Não se esqueçam da hospitalidade”, diz o autor da Carta aos hebreus, e logo acrescenta: “foi praticando-a que, sem o saber, alguns acolheram anjos” (Hebreus 13:2, NVI). Nas epístolas pastorais, uma viúva deve ser honrada “se exercitou hospitalidade” (1Timóteo 5:10). Paulo roga aos romanos que “praticai a hospitalidade” (Romanos 12:13). A hospitalidade devia especialmente caracterizar os líderes da Igreja. Um bispo devia ser uma pessoa disposta a hospedar (1 Timóteo 3:2). Tito é chamado a ser “hospitaleiro” (Tito 1:8). Quando nos aproximamos da época de Justino Mártir (170 d.C.) encontramos que no Dia do Senhor os acomodados contribuíam conforme a sua vontade, e o presidente da congregação tinha o dever de "socorrer os órfãos e as viúvas, e àqueles que por enfermidade, ou por qualquer outra causa, padeçam necessidade, e aqueles que estão presos, e aos forasteiros que estão temporariamente entre nós" (Justino Mártir, Primeira Apologia, 1:67). Na Igreja primitiva, o lar cristão era, como deveria sê-lo sempre, o lugar de portas abertas e amorosas boas-vindas. (Barclay, 2023)
Por tais motivos, podemos inferir que este servo de Deus sabia como era difícil a obra missionária, como os missionários precisavam de abrigo, de apoio e de ser acomodados, haja vista que tinham deixado suas comodidades. O servo do Senhor sabia como eram perseguidos por amor ao Evangelho e, de modo algum, deixaria de garantir-lhes hospedagem, demonstrando o seu amor cristão.
Diferentemente de Gaio, havia Diótrefes, um crente egoísta que promovia dissensões na igreja e impedia que os crentes tivessem comunhão. Sentia-se senhor da igreja, agindo de forma autoritária e deixando de ser receptivo aos trabalhadores da seara do Senhor. Tais crentes que, assim atuam, são contenciosos e não mantém a comunhão no corpo de Cristo, achando que a sua denominação, o seu nicho, são os únicos dignos da salvação, achando que a redenção está na igreja e nas obras, esquecendo-se que Cristo morreu para salvar todo o mundo.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA