ASSEMBLEIA DE DEUS DE INDIANÓPOLIS - Sede do Setor 6 / SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2023
Juvenis: CONHECENDO OS FUNDAMENTOS DA FÉ CRISTÃ NAS EPÍSTOLAS GERAIS
COMENTARISTA: SAMUEL DE OLIVEIRA MARTINS
COMENTÁRIO: PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA
LIÇÃO Nº 8 - O PROPÓSITO DO SOFRIMENTO
O sofrimento sempre fez parte da existência humana e o seu propósito principal é nos aproximar do Senhor. A que se refere o propósito? À motivação, ao que nos impulsiona, à razão da existência, ao que nos conduz a tomar certas decisões na vida. As Escrituras nos ensinam acerca da vontade de Deus que é “boa, perfeita e agradável” (Rm 12.2). É imperativo que o cristão conheça esta vontade para que se conduza prudentemente, de forma segura, ciente de que o Senhor está dirigindo os seus passos, tal como na canção nº 141, da Harpa Cristã: “Guia-me me sempre meu Senhor! / Guia meus passos Salvador / Tu me compraste sobre a cruz / Rege-me em tudo meu Jesus.” O Salmista também refere-se ao Senhor como seu Pastor que o guia pelas veredas da justiça e o protege em toda a trajetória, mesmo que tenha que andar pelo vale da sombra da morte (Sl 23. 3,4).
O apóstolo Pedro, em I Pe 4.1, afirma que Cristo por nós padeceu em Sua carne, sofrendo todas as mais excruciantes dores, o maior martírio já visto em toda a história da humanidade. Aconselha que devemos refletir sobre a validade do padecimento na carne, a qual resultou em abandono completo do pecado. Isto, também, coincide com o pensamento paulino que nos recomenda a crucificar a carne com as suas paixões:
Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. (Gl 2:20)
E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. (Gl 5:24)
Quando o cristão decide sacrificar-se para viver com Cristo e para Cristo, ele abandona todos os costumes profanos e ímpios que adotava antes, para viver segundo a vontade de Deus. O Senhor Jesus Cristo nos alertou: “ E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. “ (Mc 8.34) A vontade humana deixa de ser evidenciada para dar o destaque à vontade divina. A carne é crucificada, Cristo é exaltado, o sacrifício é feito e, se for necessário padecer perseguições por amor a Ele, não há por que temer, nem se lamentar, mas prosseguir exaltando-o. O que faz diferença na vida do cristão é estar no centro da vontade de Deus, o que Deus quer o que o cristão seja, o que o cristão faça, não importa o que aconteça:
Senão o que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões e tribulações. Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E agora, na verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu rosto. (Atos 20:23-25)
Uma forte linha de pensamento judeu acredita que o sofrimento purifica a alma, segundo Barclay (2023). Vamos citar um trecho de II Macabeus para ilustrar o pensamento judeu:
Suplico aos que lerem este livro, que não se deixem abater por esses tristes acontecimentos, mas que considerem que esses castigos tiveram em mira não a ruína, mas a correção de nossa raça.É sinal de grande benevolência a seu respeito o fato de não suportar por muito tempo os maus e de, ao contrário, castigá-los imediatamente. Quanto às outras nações, o Senhor espera pacientemente, antes de puni-las, que tenham enchido a medida de suas iniquidades. A nós, porém, ele prefere não nos tratar assim, com receio de ter que nos punir mais tarde, quando tivermos pecado demasiadamente. Assim, não nos retire ele jamais a sua misericórdia e não abandone seu povo, no momento em que o corrige pela adversidade! (II Mc 6.12-16)
Mas este pensamento não está revelado apenas no trecho do livro apócrifo, onde aponta, de acordo com Barclay (2023) que “o sofrimento santifica e que o não ser castigado é a maior penalidade e castigo que Deus pode impor ao homem”; esta concepção também se encontra no Sl 94.12: “Bem-aventurado é o homem a quem tu castigas, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei;” (Sl 94.12); Elifaz, o amigo de Jó, ademais opina sobre o sofrimento: “Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso.” (Jó 5:17) O escritor da carta aos Hebreus, no Novo Testamento, prossegue reforçando o mesmo conceito:
Porque o Senhor corrige o que ama. E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? (Hb 12:6-9)
É factível que as dolorosas experiências da vida permitem diversas aprendizagens e nos capacitam a ver o significado que estão por trás delas, bem como agradecer ao Senhor por tudo que se aprendia/apreendia com o Pai Celestial. A persistência mantinha os discípulos centrados no propósito, porque o foco, o alvo, que buscavam, importava mais que todo o processo pelo qual estavam passando
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROFª. AMÉLIA LEMOS OLIVEIRA