Juniores

Lição 5 - Apenas 300?

ASSEMBLEIA DE DEUS – MINISTÉRIO NO IPIRANGA - SEDE - SÃO PAULO-SP

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

TERCEIRO TRIMESTRE DE 2021

Juniores - Vitórias do povo de Deus

COMENTARISTA: CRISTIANE ALVES

COMENTÁRIO: PROF.ª JACIARA DA SILVA

LIÇÃO Nº 5 – APENAS 300?

Ao mestre

Prezado (a) na lição de hoje abordaremos os feitos de um dos heróis da fé – Gideão. Rapaz tímido e inseguro, que através da confiança em deus livrou seu povo da opressão midianita.

Os midianitas eram uma tribo nômade, aliados dos amalequitas, vindos da região de Neguete, ao Sul da Palestina (Gn 25.1-4). Seriam os beduínos (povos do Oriente) primitivos do deserto sírio. Midianitas e amalequitas se uniam em numero elevadíssimo, tornando-se capazes de saquear a agricultura e os rebanhos hebreus. Atacavam principalmente o território de Manasses, sem deixar de devastar também a Efraim, Aser, Zebulom, Naftali e Issacar (Jz 6.35; 8.1)

Objetivo

Professor (a) ministre sua aula de forma a conduzir seus alunos à conscientização de que Deus nos reveste de força e coragem para enfrentar todas as situações.

Memorizando

“Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera voltarei a você, e Sara terá um filho". (Gn 18.14 – NVI).

Gideão não se apresenta como um homem valente. O encontramos malhando trigo às escondidas. Ao saber de sua chamada para a missão, esquiva-se dizendo ser o menor da casa de seu pai. Humildade, qualidade essencial a todos os que deseja servir a Deus, unida a fé, resulta em grandes feitos.

Texto Bíblico: Jz cap.7.

Gideão, um líder tímido

Depois da morte de Josué, o povo de Israel passou por mais de três séculos nos quais "não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava certo" (Jz 17.6; 21.25). Durante esse período, se repetia várias vezes o mesmo ciclo:

1. O povo obedecia a Deus por algum tempo e,

2. Depois, afastou-se dele.

3. Como alerta ao povo rebelde, Deus permitia que um inimigo o oprimisse.

4. Quando o povo se arrependia e pedia libertação, 

5. Deus mandava juízes para livrá-lo das mãos dos inimigos.

6. O povo resgatado servia ao Senhor durante o resto daquela geração, assim começando, de novo, o ciclo.

Gideão foi o quinto dos juízes ou libertadores, apresentado em Juízes, capítulos 6, 7 e 8.

Os midianitas oprimiram os israelitas por sete anos. Eles subiam cada ano e tomavam os produtos alimentícios dos campos e todos os animais dos hebreus. Para sobreviver, os israelitas escondiam alimentos do inimigo. Gideão estava preparando comida para escondê-la quando o Anjo do Senhor apareceu.

Imagine este homem, trabalhando com medo do inimigo, quando ele ouviu as palavras do Anjo: "O Senhor é contigo, homem valente" (Jz 6.12). Pela resposta de Gideão, parece que ele nem pensou no significado da frase "homem valente". Ele entrou diretamente numa discussão com o anjo sobre a presença de Deus. Ele não entendeu como Deus, estando com o povo, deixaria Israel sofrer. Deus continuou a conversa, desafiando Gideão a resolver o problema. Já que ele duvidou da presença de Deus, devia ir na sua própria força (Jz 6.14). Isso não! Gideão, agora, sentiu tão incapaz que procurou uma saída da missão dada por Deus. Ele explicou que era uma pessoa pequena de uma família insignificante de uma tribo pouco importante. Gideão não veio ao Senhor como homem valente. Deus ia fazer dele um líder corajoso.

A força verdadeira do servo do Senhor não vem de si mesmo, e sim de Deus. Ninguém é forte o bastante para resolver seus próprios problemas sozinho, especialmente quando falamos sobre nosso problema principal: o pecado. Dependemos de Deus e de sua graça (Ef 2.8-9). Paulo disse: "tudo posso naquele que me fortalece" (Fp 4.13). Os homens valentes são aqueles que confiam no Senhor.

Nas conversas com Gideão, Deus afirmou sua presença repetidas vezes. Primeiro, ele afirmou por palavras: "Já que eu estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem" (Jz 6.16). Depois afirmou por sinais. Antes da primeira missão de Gideão, Deus lhe deu um sinal impressionante. O Anjo do Senhor fez subir fogo para consumir a oferta de Gideão. Enquanto pessoas faziam ofertas ao Senhor todos os dias, era muito raro o próprio Senhor mandar o fogo para as consumir.

Antes de sua missão, Gideão recebeu mais três sinais. Deus deixou o orvalho molhar uma porção de lã sem molhar a terra em volta dela (Jz 6.36-38). Na noite seguinte, ele fez ao contrário, deixando a lã seca no meio de terra molhada (Jz 6.39-40). Nas vésperas da batalha, Deus permitiu que Gideão ouvisse uma conversa entre dois soldados midianitas, confirmando a sua vitória iminente (Jz 7.9-15). Deus afirmou sua presença através de promessas cumpridas, principalmente no livramento do povo pela mão de Gideão (Jz 6.16; 7.7,22; 8.10-12). As demonstrações de Deus foram convincentes.

A maior bênção imaginável é a presença do Senhor em nossas vidas. Quando Jesus veio ao mundo para habitar entre os homens (Jo 1.14), foi lhe dado o nome Emanuel, "Deus conosco" (Mt 1.23). No final da sua missão terrestre, ele foi preparar um lugar para nós na presença de Deus (Jo 14.1-4). Ele prometeu fazer morada naqueles que o amam (Jo 1423).

A missão

Uma vez que Deus chamou a atenção de Gideão, lhe deu a sua primeira missão: destruir os ídolos do próprio pai e fazer um altar ao Senhor no mesmo lugar (Jz 6.25-26). Gideão levou dez homens consigo e cumpriu o mandamento do Senhor na mesma noite. Os vizinhos ficaram irados, mas o pai de Gideão entendeu o significado de seu ato e o defendeu. Um "deus" que não consegue se defender contra um punhado de homens não merece defesa pelos homens. Parece que Joás, pai de Gideão, foi o segundo convertido nessa história.

A nossa missão, como a de Gideão, começa em casa. Tanto no Velho como no Novo Testamento, Deus destaca as nossas responsabilidades em relação à própria família. Filhos devem obedecer e honrar aos pais (Ef 6.1-3). Maridos e esposas devem amar um ao outro (Ef 5.25; 1 Pe 3.7; Tt 2.4-5). Pais devem instruir os filhos, criando-os na disciplina e admoestação do Senhor (Dt 6.6-7; Ef 6.4). Um dos alvos de cada servo de Deus é de influenciar sua família para servir ao Senhor (Js 24.15).

Deus dá a vitória

Chegou o dia da grande batalha (Jz 7). Gideão conduziu seu exército de 32.000 israelitas para o campo de conflito contra 135.000 midianitas. Sua desvantagem militar era de 4 contra 1! Deus não deixou Gideão entrar na batalha com este número de soldados. Em duas etapas, ele diminuiu a força militar de Israel. Primeiro, 22.000 voltaram para casa, e os midianitas ficaram com uma vantagem de 13,5 contra 1. Na segunda etapa, Deus mandou embora mais 9.700 israelitas, deixando Gideão com apenas 300 soldados. Para vencer o inimigo, cada soldado israelita teria que vencer 450 do inimigo!

Deus, na sua perfeita sabedoria, tinha um propósito bem definido nesta redução das forças militares de Israel. Ele mandou seu exército à batalha com uma desvantagem tão grande que ninguém poderia dizer: "A minha própria mão me livrou" (Jz 7.2). Usando uma estratégia que não fez nenhum sentido, em termos militares, a pequena banda de israelitas venceu o exército dos midianitas.

Gideão e sua banda de homens cansados perseguiram os midianitas. Quando os soldados israelitas passaram nas cidades de Sucote e Penuel, eles pediram pão. Os homens dessas cidades não mostraram coragem para tomar uma atitude durante a batalha. Com medo de ofender os reis dos midianitas, eles recusaram ficar em pé com os homens de Deus. Só depois da batalha, quando baixar a poeira, apoiariam os servos do Senhor.

A decisão desses homens mostrou uma preocupação política ao invés de convicção espiritual. Pensaram mais na influência de homens importantes do que na palavra do Senhor. Gideão não aceitou tal postura. Ele voltou às mesmas cidades e castigou os covardes que recusaram apoiar os servos do Senhor na hora da batalha.

Gerações antes, Josué chamou o povo para tomar uma decisão para Deus e contra os falsos deuses (Js 24.14-16). Séculos depois, Elias desafiou o povo indeciso com estas palavras: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém, o povo nada lhe respondeu" (1 Rs 18.21).

Apesar de sua ilustre carreira militar, Gideão não era perfeito. O povo lhe agradeceu com um presente: argolas de ouro do despojo da batalha. Gideão usou o ouro para fazer uma estola sacerdotal que ele colocou na cidade dele. Não sabemos a intenção dele, mas os resultados são evidentes. O povo usou aquela estola como um tipo de ídolo, e logo iniciou o próximo ciclo de apostasia. Leia o relato em Juízes 8.22-35.

Aplicação da Lição

Enfatize aos pequenos que Gideão será lembrado eternamente como exemplo de fé (Hb 11.32). A grandeza desse homem não se encontra na sua força física, nem na sua inteligência, nem na sua auto-confiança. A Bíblia não comenta sobre sua aparência física nem sobre seu jeito de falar. Gideão se destacou na História, não por ser um grande homem, mas por ter um grande Deus. Deus é capaz de transformar os fracos, os tímidos e os abatidos para dar grandes vitórias ao seu povo. Como Gideão disse: "O Senhor vos dominará" (Jz 8.23).

Fontes Consultadas:

BÍBLIA. Português. Bíblia Shedd. Tradução João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada. São Paulo, Edições Vida Nova, 1ª Edição, 1889.

BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional. São Paulo, Editora Geográfica, 9ª Edição, 2001.

HARRIS, R. Laird; JR, Gleason L. Archer; WALTKE, Bruce K.Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo, Edições Vida Nova, 1ª Edição 1989, Reimpressão 2008.

ELWELL, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. São Paulo, Reimpressão em 1 volume, 2009.

Colaboração para Portal Escola Dominical – Profª. Jaciara da Silva.

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