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Lição 5 - Abigail: quando a sabedoria faz a diferença II

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QUARTO TRIMESTRE DE 2020

Jovens - Tema: Os bons e maus exemplos - aprendendo com homens e mulheres da Bíblia

Comentarista: Alexandre Coelho

COMENTÁRIO: PR. ALEXANDRE COELHO

LIÇÃO 5 - ABIGAIL: QUANDO A SABEDORIA FAZ A DIFERENÇA

4º Trimestre de 2020 - Data: 01/11/2020

INTRODUÇÃO

Uma das lições que nos traz as Sagradas Escrituras é a forma como a sabedoria — ou a falta dela — são perceptíveis na vida de homens e mulheres. A sabedoria tem tanta importância aos olhos de Deus que o Eterno não se nega a dá-la aos que o amam, temem e, acima de tudo, pedem a Ele. Todavia, nenhuma bênção recebida dEle é, por si só, para servir somente a nós mesmos. Se recebemos sabedoria da parte de Deus, é para que esta seja usada para a sua glória, para resolver conflitos e para ter uma existência que faça a diferença neste mundo decaído. Neste capítulo, trataremos da história de Abigail, uma mulher que usou um dos atributos mais preciosos — a sabedoria — e preservou a sua casa diante de uma ofensa que resultaria em mortes. Trata-se de um caso bíblico de uso da sabedoria para a resolução de um grave conflito.

MOMENTOS DIFÍCEIS EM ISRAEL

A história de Abigail está inserida em um contexto que se aproxima do fim do livro de 1 Samuel. Nessa história, são mencionados Davi, Samuel e Nabal. O profeta, que também era juiz e sacerdote, encerrou os seus dias tendo um histórico impecável de integridade como líder. Tal argumento pode ser visto quando, após a primeira batalha que Saul enfrentou, tendo sido vitorioso, Samuel reúne o povo e manifesta não apenas o desejo de prestar contas, como também a garantia de que ele havia sido um obreiro fiel no seu ministério aos olhos do povo (ver 1 Sm 12.3,4). Tal testemunho era adequado e mostrou-se necessário, pois, pouco tempo antes, o poder do mau testemunho foi visto quando os anciãos de Israel procuravam o profeta para dizer que os filhos dele não andavam no mesmo caminho do pai (1 Sm 8.1-5). O profeta não tinha quem o acusasse de ser desonesto, apesar de os seus filhos não seguirem os seus passos. Antes de ir para a eternidade, ele comprovou que o seu nome gozava de integridade; e, tendo partido Samuel para estar com o Senhor, o povo reuniu-se para sepultar o profeta.

O segundo personagem dessa história é Davi. Não há o registro de que ele tenha comparecido ao sepultamento de Samuel, pois se direcionou ao deserto de Parã. Ele era fugitivo, perseguido por Saul, o rei a quem poupara a vida. Davi teve em mãos a oportunidade de acabar com a perseguição que sofria e, ao mesmo tempo, receber o trono de Israel, pois ele havia sido ungido por Samuel para essa função. Se matasse Saul, certamente os seus problemas como o rei rejeitado por Deus acabariam. Ele, porém, sabia que era o Senhor quem julgaria o seu opressor. Davi era um fugitivo, passou tempo separado dos seus familiares, ficou cercado de pessoas desgostosas com a sociedade e foi ameaçado dia e noite pela espada de Saul. Ainda assim, não perdeu o temor a Deus. Ele sabia que somente o Senhor, no seu devido tempo, pagaria a Saul pelas suas maldades. O cenário pode ser pintado desta forma: um homem de Deus, Samuel, morre; um rei rejeitado ainda está no poder, Saul; e o novo rei escolhido por Deus está sendo caçado. É nesse contexto que Abigail é apresentada nas Escrituras.

Se as coisas iam aparentemente mal para Davi no aspecto político, para um homem chamado Nabal, elas aparentemente iam bem no aspecto financeiro. A Palavra de Deus, antes mesmo de falar de Abigail, fala do seu esposo. Nabal vivia em Maom e tinha propriedades no Carmelo. Esses lugares distavam dois quilômetros um do outro. Ele era rico (1 Sm 25.2). A Escritura realça que Nabal tinha “três mil ovelhas e mil cabras”, um rebanho realmente generoso, que aumentava naturalmente a cada ano, quando se reproduziam os animais. Todavia, a riqueza de Nabal não o tornou um homem sábio. O seu comportamento era grosseiro e mau. A descrição que a Bíblia faz de Nabal é a representação de um contraste: ele era um homem “duro e maligno nas obras” (1 Sm 25.3). O contraste é demonstrado quando a Escritura diz que Nabal era descendente de Calebe, amigo de Josué no evento da espionagem da Terra Prometida. Essa última descrição lança um peso sobre Nabal, pois ele vinha de uma linhagem de um homem de fé, um ex-escravo que foi livre por Deus e que confiou na promessa do Eterno para entrar na Terra Prometida. Da mesma forma como Josué, Calebe recebeu a garantia de que o Senhor preservaria a sua vida para que ele entrasse na Terra Prometida. Calebe foi um homem que creu no Senhor e agiu de acordo com a sua fé e a Lei de Deus. Nabal, o seu descendente, não era somente tolo. O seu proceder era mau, e isso se refletia nas suas relações pessoais. Pelo seu comportamento, ele agia como se Deus não existisse. Ele não contava que, um dia, ele mesmo seria julgado pelas suas obras más e pelo próprio Deus. Outra observação a ser feita é que tolice não escolhe condição social, estado civil ou sexo da pessoa. Nabal era um homem reconhecidamente próspero, só que a sua prosperidade não fez dele um homem sábio e tratável. O exemplo de Nabal ensina-nos que filhos ou netos podem escolher não seguir o exemplo dos seus antepassados. Vergonhosamente, ele não herdou nem cultivou de Calebe o temor do Senhor. Nabal era um homem rude, grosseiro e mal-agradecido. Sobre Nabal, Josefo comenta: Um homem chamado Nabal, do país dos zifenianos, morava nesse tempo na cidade de Maom e era rico, principalmente em rebanhos: tinha três mil carneiros e mil cabras. Davi proibiu terminantemente aos seus soldados tocar em qualquer coisa que pertencesse a esse homem, por maiores que fossem as necessidades ou sob qualquer pretexto, porque ele sabia que não se pode tomar os bens alheios sem faltar aos mandamentos de Deus e, assim fazendo, julgava que agradaria a um homem de 62 | Os Bons e Maus Exemplos bem, que merecia as suas homenagens. Mas Nabal era um bruto, de mau caráter e muito cruel. Sua mulher, ao contrário, de nome Abigail, era gentil, prestimosa, virtuosa e além disso extremamente bela. Quando Nabal foi tosquiar as ovelhas, Davi enviou dez dos seus para saudá-lo, desejar-lhe toda sorte de prosperidade por muitos anos e rogar-lhe que o ajudasse com alguma coisa para a subsistência de seus homens, pois podia informar-se com os guardas do rebanho que desde que estava no deserto, e isso havia muito tempo, nem ele nem os seus homens lhe haviam causado o menor prejuízo. Poderiam até dizer o contrário, isto é, que ele os havia conservado. E Nabal agora, obsequiando-o, faria bem a um homem muito grato. Esse homem, porém, em vez de dar uma resposta, perguntou-lhes quem era Davi. Eles disseram-lhe que era um dos filhos de Jessé. Nabal exclamou: “Ah! Um fugitivo, que se esconde com medo de cair nas mãos de seu senhor, agora quer passar por ousado e corajoso”. Essas palavras, tão ofensivas, foram referidas a Davi e o deixaram tão encolerizado que ele jurou que antes de a noite acabar exterminaria Nabal e toda a sua família e destruiria a sua casa e todos os seus bens, pois, não satisfeito em demonstrar tanta ingratidão pelos favores recebidos, tivera ainda a insolência de ultrajá-lo daquele modo. Deixou para a guarda de sua bagagem duzentos dos seiscentos homens que então contava e partiu para executar a sua resolução.

Em nossos dias, em boa parte do mundo ocidental, os casais têm autonomia para escolherem os seus cônjuges, com o consentimento e aprovação dos pais. Há também casos de pessoas que se casam sem o consentimento dos pais, o que gera, no futuro, surpresa e desconforto para as famílias. Nos dias do Antigo Testamento, os casamentos eram geralmente arranjados pelos pais, e as mulheres não costumavam ter a oportunidade de escolher os seus maridos. Abigail, uma mulher bonita e sábia, era esposa de um homem mau e tolo. Não nos é dito como um homem com o perfil de Nabal casou-se com uma mulher como Abigail. Ela, contudo, não se deixou levar pelas características ruins do seu esposo. As riquezas de Nabal e a sua tolice não fizeram de Abigail uma mulher fútil, grosseira e tola. Ela manteve-se sábia a ponto de saber como agir diante do problema criado pelo seu marido. Da mesma forma como o comportamento de Nabal não tornou Abigail grosseira, a sabedoria e a gentileza de Abigail não tornaram Nabal um homem sensato e misericordioso. Nem sempre conviver com pessoas sábias traz sabedoria para quem não deseja mudar e aprender a ser melhor. Abigail também é descrita como uma mulher bela. Não desprezamos o fato de que a Palavra de Deus exalta a virtude de uma mulher sábia, mas ela também não condena a beleza feminina, e Abigail é um exemplo desse fato.

A INGRATIDÃO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

No Oriente Médio e em outros lugares onde a criação de ovelhas faz parte da economia local, a época da tosquia era um momento gratificante. Toda a lã que cresceu nos animais é retirada, e os donos dos rebanhos conseguem mensurar os lucros que terão com a tosquia. Foi nesse momento alegre que, de acordo com a Bíblia, Nabal chegou para acompanhar os trabalhos. O momento tornou-se de festa, de alegria, propício à generosidade e à misericórdia, mas Nabal, cujo nome significa “tolo”, vai demonstrar o motivo pelo qual era assim conhecido.

Ao saber que Nabal estava tosquiando as suas ovelhas e celebrando o momento, enviou Davi dez jovens, e disse aos jovens: Subi ao Carmelo e, indo a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está. E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz! Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores; ora, os pastores que tens estiveram conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo. Pergunta-o aos teus jovens, e eles to dirão; estes jovens, pois, achem graça a teus olhos, porque viemos em bom dia; dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão. (1 Sm 25.5-8) Graças a Davi, Nabal não tivera despesas para proteger os seus pastores e o seu gado. As suas ovelhas não foram roubadas, e nenhum dos seus empregados, feridos ou mortos. O seu patrimônio não havia sido afetado pela presença dos homens de Davi. Um pouco de comida do rico Nabal para os seus empregados não era nada, mas esse mesmo pouco de provisão para Davi e os seus homens era muita coisa aos olhos daquele descendente de Calebe. A mesquinharia de Nabal entraria em jogo nesse 64 | Os Bons e Maus Exemplos momento, e pedir alguma coisa a uma pessoa mesquinha desperta nela ações horríveis.

A resposta de Nabal, que foi dada em forma de pergunta, mostra a falta de sabedoria que teve diante do pedido educado que Davi fez. Nabal desprezou o fato de que Davi havia protegido os seus pastores, preservando os bens de Nabal sem que houvesse qualquer aliança entre eles, o que garantiria a proteção necessária e o respeito entre os dois homens, e Davi foi respeitoso sem que houvesse qualquer acordo entre eles. Ao invés de agredir, saquear e roubar, coisas comuns naqueles dias, aqueles homens serviram de proteção aos pastores de Nabal e receberam como paga o desprezo. Nabal sabia quem era Davi. Ele chega a mencionar o nome do pai de Davi, Jessé. O que ele deseja mesmo é humilhá-lo, atribuindo a ele o status de um fora da lei sem destino. Nabal não sabia que Davi estava debaixo da proteção do Eterno e aproveitou aquela situação para desonrar o escolhido de Deus. A situação em que Davi estava era temporária. Naquele momento, por circunstâncias contrárias à sua vontade, ele foi tido como um servo fugitivo de Saul, mas ele não demoraria a subir ao trono, e o seu status de persona non grata aos olhos de Saul logo seria mudado para rei de Israel.

Nabal estava numa posição de destaque em relação a Davi. Ele era um homem livre para ir aonde quisesse e não era perseguido por ninguém. Davi, por sua vez, passava por uma situação em que dependia muitíssimo da misericórdia de Deus, e a grande diferença entre eles dois era justamente a arrogância de Nabal. Se há um pecado que Deus odeia sobre todos os outros, creio que este é o orgulho. Em um dos meus livros anteriores, defino orgulho da seguinte forma: “O orgulho é a atitude que dá a nós mesmos o crédito por nosso êxito e culpa os outros por nossos fracassos”. Uma pessoa orgulhosa acredita que todas as coisas boas de sua vida são o resultado de seu trabalho árduo. Ela acredita que está certa em qualquer conflito, e que a outra pessoa está errada. Está convencida de que possui Abigail todas as habilidades necessárias para resolver todos os problemas que venham a ocorrer. Acha que não precisa de outras pessoas, e assim, certamente também acha que não precisa de Deus [...]. Quando penso nesta palavra, lembro-me sobre uma história de Muhammad Ali anos atrás, quando era o campeão mundial dos pesos pesados. Ele sentou-se na primeira classe de um avião comercial, que estava se preparando para decolar. A aeromoça passou e educadamente pediu-lhe que colocasse seu cinto de segurança. Muhammad olhou para a mulher e disse: “O Super-homem não precisa de cinto de segurança”. Isso é orgulho! Sem hesitar, a aeromoça respondeu: “o Super-homem não precisa de avião”.

ABIGAIL LIVRA A SUA CASA E TAMBÉM LIVRA A DAVI

Abigail é notificada de que um grande mal está por vir. O mensageiro testifica que Davi e os seus homens jamais lhes perturbaram: Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados deles, e nada nos faltou em todos os dias que conversamos com eles, quando estávamos no campo. De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas. (1 Sm 25.15,16) Mas com a resposta de Nabal, a ira de Davi é acesa, e a morte já ronda a casa de Abigail: “Olha, pois, agora, e vê o que hás de fazer porque já de todo determinado está o mal contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um tal filho de Belial, que não há quem lhe possa falar” (1 Sm 25.17). O empregado de Nabal não gastou tempo em uma conversa sem propósitos. Ele falou que Davi e os seus homens serviram de proteção enquanto eles cuidavam do rebanho e advertiu que a casa de Nabal estava condenada pelo fato de o seu líder não reconhecer a generosidade de Davi. Nabal não fora apenas deselegante para com Davi e os seus homens. Ele também agiu como um homem maligno, negando comida (que havia de sobra na festa) a pessoas que o ajudaram (JEFFRESS, Robert. Os Segredos de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 191,192. 66).

Abigail usa de sabedoria para com Davi e toma um pouco da farta provisão que tinha em casa e encaminha-se para encontrar com Davi e os seus 400 homens. Ela só leva consigo a esperança de que vai tentar falar com Davi e frear o seu impulso pessoal de justiça. Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. E lançou-se a seus pés e disse: Ah! Senhor meu, minha seja a transgressão; deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos e ouve as palavras da tua serva. Meu senhor, agora não faça este homem de Belial, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e eu, tua serva, não vi os jovens de meu senhor, que enviaste. (1 Sm 25.23-25) Mais que isso, Abigail demonstra saber que Davi seria rei no futuro: “há de ser que, usando o Senhor com o meu senhor conforme todo o bem que já tem dito de ti e te tiver estabelecido chefe sobre Israel” (1 Sm 25.30). Diferentemente do seu marido mesquinho e tolo, Abigail lembra a Davi que ele é escolhido de Deus para ser chefe em Israel e que, quando esse momento chegasse, não matar Nabal nem fazer justiça com as próprias mãos “não te será por tropeço, nem por pesar no coração o sangue que sem causa derramaste” (1 Sm 25.31). O julgamento de Nabal e a sua impiedade não viriam da espada de Davi, mas das mãos do próprio Deus.

É preciso saber discernir sobre o que falar e com quem falar. Abigail é notada como uma mulher sábia porque ela soube falar com a pessoa certa, na hora certa e da forma certa. Vejamos:

• Ela falou com a pessoa certa, Davi. Primeiro, porque Davi, dado à resposta vergonhosa que recebeu de Nabal, havia decretado o fim do rico dono de animais. A humilhação pela qual passou exigia uma reparação à altura. Ele havia condenado à morte todos os que habitavam na casa de Nabal e já se havia dirigido para lá a fim de executar a sentença. Segundo, porque somente Davi poderia ter o seu ânimo acalmado e o dos seus combatentes também. Não adiantava Abigail tentar falar com Nabal, pois este estava bêbado. Se ele era um homem grosseiro estando sóbrio, imagine embriagado, com o seu pensamento e corpo entorpecido pela bebida.

• Ela falou na hora certa. Ela dirigiu-se para tratar do assunto com Davi antes que o futuro rei de Israel chegasse até a casa dela. Se chegasse depois de Davi, a carnificina já teria começado e, certamente, não terminaria até que todos estivessem mortos. Quando Abigail interceptou Davi, ela garantiu não apenas que o ungido de Deus mantivesse as suas mãos limpas de sangue inocente, como também preservou a vida de Nabal, além da de todos os seus trabalhadores.

• Ela falou da forma certa. Se Davi precisava de alimentos para si e os seus combatentes, esses alimentos seriam dados a eles. Sem comunicar ao seu esposo, Abigail separou provisões para Davi e dirigiu-se a ele com humildade, rogando o perdão para o marido e apresentando alimentos para serem repartidos. Abigail proveu aquilo que Nabal negou a Davi. Abigail trouxe a solução para aquele conflito não apenas com palavras sábias, mas com uma atitude de generosidade, diferentemente da atitude de Nabal, sendo a sabedoria dela que lhe garantiu a vida. A ofensa de Nabal foi reparada não apenas com palavras, mas também com os alimentos que ele negara a Davi.

O FIM DE NABAL

Há um momento ideal para falarmos certas verdades e sermos entendidos. Pessoas entorpecidas raramente conseguem entender o que se passa à sua volta. Se Nabal tratou os enviados de Davi com grosseria estando sóbrio, imagine Abigail tentando conversar com o esposo bêbado. De maneira inteligente, Abigail não falou nada com o seu esposo até ele estar sóbrio. Quando a sobriedade retornou a Nabal, Abigail contou o ocorrido a ele. Não parece que Nabal estava esperando uma notícia dessas, talvez porque estivesse acostumado a ser grosseiro com as pessoas e não houvesse ninguém que decidisse tomar as dores das grosserias dele. A arrogância de pessoas como Nabal impede que elas percebam que as suas palavras grosseiras podem custar a vida. Por isso, a sua reação foi ficar paralisado. Ele não podia fazer nada. Davi tinha homens e armas. Nabal, pelo relato bíblico, era um homem de negócios, e não um combatente. Passados alguns dias, o próprio Deus julgou Nabal e matou-o. A história sagrada mostra o fim de Nabal, mas não o fim de Abigail. O futuro rei de Israel convidou a viúva para ser a sua esposa, e ela aceitou a oferta. É preciso notar igualmente a forma como o Senhor teve misericórdia de Davi. Em um relato próximo ao outro, Davi vê-se prestes a derramar sangue dos seus inimigos. No primeiro caso, o de Saul, Davi teve o discernimento de não matar o rei. No caso de Nabal, Davi foi preservado pela interferência de Abigail. Ela, de fato, foi usada por Deus para reter Davi.

Se precisamos de sabedoria, a recomendação do apóstolo Tiago é que peçamos a Deus: E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não o lança em rosto; e ser- -lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. (Tg 1.5-7) Aprendemos com este texto que:

• Nenhum servo de Deus tem desculpa para não ser sábio. Se alguém tem falta de sabedoria, deve pedir a Deus.

• Deus é quem nos dá sabedoria, e Ele não lança em rosto o presente que nos deu.

• Deus garante que dará sabedoria se pedirmos a Ele.

• O requisito para pedir sabedoria não é somente a certeza de que se precisa dela, mas, sim, o ato de pedir com fé.

• Se uma pessoa pede sem fé, não receberá do Senhor nem sabedoria, nem coisa alguma. O princípio vale para as duas coisas.

CONCLUSÃO

A sabedoria e a tolice fazem a diferença ao seu tempo. Podemos ser pessoas que escolhem ser sábias e aprenderão com isso, ou podemos ser estigmatizados por escolhermos ser pessoas que não aprendem a usar a sabedoria, ainda que o Senhor garanta que nos concederá se a pedirmos. Também é preciso lembrar que as palavras de uma pessoa podem selar o seu destino e o destino das suas famílias. Nabal não perdeu a sua vida porque Abigail interveio. As pessoas daquela casa foram salvas, mas Nabal morreu depois de quase dez dias (1 Sm 25.38). Que sejamos sensíveis à voz do Espírito Santo e guardemos nossas mentes em todos os momentos.

Fonte: http://www.escoladominical.com.br/home/licoes-biblicas/subsidios/jovens/2228-li%C3%A7%C3%A3o-5-abigail-quando-a-sabedoria-faz-a-diferen%C3%A7a-para-a-vida.html Acesso em 30 out. 2020

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