ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2025
Jovens: EXORTAÇÃO, ARREPENDIMENTO E ESPERANÇA: o ministério profético de Jeremias
COMENTARISTA: Elias Rangel Torralbo
COMENTÁRIO: PB. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA

LIÇÃO 4 - O VASO DO OLEIRO: A DESCRIÇÃO ESPIRITUAL DA NAÇÃO
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
A PARÁBOLA DA CASA DO OLEIRO
Deus ordenou que Jeremias fosse à casa do oleiro; aí observou que o oleiro fazia um vaso de barro. O vaso partiu-se nas mãos do oleiro, o qual o refez, porém, diferente do vaso anterior. Esta parábola nos ensina várias lições: nossa submissão a Deus como aquele que molda tanto o nosso caráter quanto o nosso serviço para Ele, determina, em grande parte, o que Ele pode fazer através de nós; falta de profunda dedicação a Deus, da nossa parte, pode estorvar seu propósito original para nossa vida; Deus, se quiser, pode mudar seus planos para nossa vida ("fazer dele outro vaso, conforme o que pareceu bem aos seus olhos fazer", Jr 18.4).
A mensagem do vaso sendo trabalhado pelo oleiro destaca o controle divino sobre as nossas vidas, bem como uma grande demonstração de amor e insistência que Ele tem em relação a nós. A parábola do vaso nas mãos do oleiro vai muito além do que apresentar o trabalho de um artesão, pois destaca o cuidado que o Deus Todo-Poderoso tem com a nossa vida.
Destacamos, também, que o vaso, nos dias de Jeremias, não servia apenas de recipiente ou de porta objetos ou valores, mas além disso, cumpria também o papel de ornamentar ambientes, tornando-os mais agráveis e atraentes. Deus levantou Judá para servir-lhe de instrumento pelo qual o seu nome fosse conhecido entre as nações, atraindo-as para Ele, além de ter o privilégio de carregar em si a sua presença. Indubitavelmente, Judá foi privilegiado por carregar em si os tesouros da presença de Deus e por ser responsável em refletir a glória de Deus. No entanto, a indiferença e a falta de compromisso de Judá com Deus os impossibilitariam de desfrutar esse privilégio, motivo pelo qual, à semelhança daquele vaso que se quebrou enquanto o oleiro o formava (Jr 18.4), Judá deveria se permitir ser trabalhado e refeito pelo Senhor, com vistas a cumprir o plano de Deus para a sua existência.
A mensagem que Jeremias recebeu através da imagem do oleiro trabalhando era destinada inicialmente a Judá, contudo, ela grita muito aos nossos corações no tempo presente. Mesmo que o barro seja intransigente e não deseje ser moldado pelo oleiro, a ponto de se desfazer em suas mãos, o grande oleiro não desistirá do vaso, reerguendo-o de uma maneira diferente conforme o seu grande amor.
O registro da parábola da Casa do Oleiro, conforme Jeremias 18, inclui a figura do oleiro que, à medida que se observa o seu trabalho, o controle que tem sobre o barro para dele fazer o vaso que desejar e o seu poder de refazê-lo, se conclui que trata-se de uma alusão à forma com que Deus lida com o seu povo, a sua soberania e o seu controle sobre o Judá, além do vaso que, claramente, representa o povo de Deus que carece de uma chance para se arrepender. Com esta composição, neste contexto e com este propósito, Jeremias recebeu a mensagem de Deus a ser entregue ao povo de Judá que, além de outras necessidades, carecia de arrependimento.
A SOBERANIA DE DEUS
A mensagem que Jeremias recebeu por ocasião de sua visita à casa do oleiro possui pontos fundamentais, dentre os quais a soberania de Deus ocupa posição central, o que implica na necessidade de uma atenção especial a esse tema de elevada importância, não só para a teologia, como também para a fé cristã. Estudar a respeito da soberania divina requer atitudes de reverência, temor e dependência do Espírito de Deus; em primeiro lugar, porque se trata de um tema sensível e, em certa medida, complexo, e, em segundo lugar, porque diz respeito a uma face admirável do caráter de Deus.
Compreender a pessoa de Deus é impossível, pois sua grandeza extrapola a limitadamente humana. Contudo, alguns elementos de sua natureza devem ser cuidadosamente percebidos e analisados pelo homem através da Bíblia Sagrada, e a soberania divina é uma delas. No caso da figura do oleiro entendemos que Deus é soberano para tratar com o vaso, como também é soberano para mudar o processo de modelagem conforme sua vontade.
Deus é livre para mudar suas decisões e ajustar seus assuntos conosco, conforme o nosso modo de considerar o seu perdão ou suas advertências de castigo. As coisas da vida não são pré-determinadas e inalteráveis, nem sequer na mente de Deus; Ele considera as mudanças espirituais da pessoa. Embora Deus, quanto à sua natureza, não mude em si mesmo (Nm 23.19; Tg 1.17), Ele muda, se quiser, de ideia e altera suas promessas e advertências já anunciadas. Nunca devemos aceitar uma teologia que negue a Deus essa sua liberdade soberana (Ez 18.2128; 33.13-16).
A soberania divina está sempre sendo observada, até quando a vontade permissiva do Criador está em ação. Isso Jeremias compreendeu e aprendeu durante a sua caminhada junto ao Senhor Deus.
As palavras que dirigiu a Deus demonstram o quanto Jeremias foi consciente sobre o Ser de Deus, em especial quanto à sua Soberania, inclusive em questões sensíveis como a aplicação de seu juízo como retribuição da maldade de seu povo, assim como no mistério que envolve o sofrimento humano, mas que mesmo diante de tudo isso, ele pôde perceber a mão graciosa do Senhor na condução perfeita da história da humanidade. Isso foi tão cristalino para ele que, até mesmo nas participações de Nabucodonosor, ele as teve como fruto da ação livre da Soberania de Deus (Jr 25.9)?
ADVERTÊNCIA SIM, ESPERANÇA E AMOR TAMBÉM
A ação do oleiro em sua obra, conforme registrado no Texto Sagrado, se ocupa em mostrar, parabolicamente, o equilíbrio das qualidades divinas em seu trabalho no ser humano, individualmente, ou em seu povo, coletivamente. O texto bíblico de Jeremias 18.4 transmite atitude de entrega, representada no ato do vaso se quebrar na mão do oleiro, resultou na ação divina em tornar a fazer, o que implica em um ato de insistência por parte do oleiro, remetendo à longanimidade de Deus e em sua misericórdia refletida em seu interesse e envolvimento com a confecção de um novo vaso.
A lição aprendida por Jeremias, e que também foi transmitida a nós através da Bíblia Sagrada, é que o amor do oleiro supera qualquer coisa. A insistência no mesmo vaso, mesmo sabendo que o próprio vaso se desfez em suas mãos, demonstra o quanto Deus está disposto a insistir para que venhamos estar vivendo debaixo de sua vontade.
O que se vê na mensagem da casa do oleiro é uma espécie de antecipação do equilíbrio entre o amor e a justiça de Deus, uma vez que essa mensagem não só advertiu Judá, mas o lembrou do plano divino de restaurá-lo, como reflexo de seu amor e misericórdia?
O amor de Deus está demonstrado no envio do seu Filho para morrer e pagar uma dívida que era nossa. O sangue derramado na cruz é o retrato do grande amor do Criador, que ultrapassa os limites da compreensão humana, e demonstra que Ele deseja que nós estejamos mais próximo de sua vontade.
Deus é soberano, por isso, baseado em sua perfeita vontade, ninguém o impede de fazer o que quer. Aliás, se desejar manter o que falou, assim o faz, mas, se o seu povo se converter e se arrepender, Ele pode mudar o previsto (Jr 18.5- I l). Dessa maneira, a partir da mensagem da casa do oleiro, conclui-se que, ainda que tenha sido advertido, Judá poderia se agarrar na certeza de que aí estava também a manifestação do amor de Deus, reacendendo a chama da esperança.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PB. ANTONIO VITOR LIMA BORBA
