ASSEMBLEIA DE DEUS EM SÃO GONÇALO DO AMARANTE/RN - IEADESGA
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2024
Jovens:ALCANCE UM FUTURO FELIZ E SEGURO- Conselhos de Salomão no livro de Provérbios: Um convite à sabedoria e às promessas de proteção.
COMENTARISTA: Marcelo Oliveira
COMENTÁRIO: Pr. Erivandro Galdino
LIÇÃO 9 - PROTEGENDO A SUA BOCA
A Palavra de Deus ensina-nos como usar a linguagem de modo coerente com os valores que cremos. Isso quer dizer que o ato de falar revela muito do que somos e, ao mesmo tempo, traz consequências para nós e para os outros; por isso, a linguagem aparece como um assunto importante na Bíblia. Em Provérbios, é ensinado que é sábio exercer domínio sobre ela. A Palavra de Deus também nos ensina a educar a língua. Isso mesmo, a língua deve ser educada, domesticada e disciplinada. Saber falar na ocasião adequada e da forma adequada revela um aspecto da sabedoria. Esse entendimento mostra-se compreensível quando nos conscientizamos de que com nossa língua podemos abençoar pessoas, edificar vidas e até animá-las para sair de uma situação difícil; em contrapartida, podemos amaldiçoar pessoas, desconstruir vidas e desanimá-las para afundar mais ainda em uma circunstância difícil. Teremos três pontos como bases bíblicos de Provérbios que têm em comum as palavras que saem da boca; trata-se dos capítulos 10, 15 e 17. Por meio deles, faremos um contraste entre a linguagem do tolo e a linguagem do sábio. Com base nesse contraste, perpassaremos toda nossa reflexão a respeito de como devemos usar nossa língua de modo que glorifique a Deus e edifique a vida de nosso próximo.
I- A BOCA DO SÁBIO E A BOCA DO TOLO.
1- O MODO DE FALAR DO SÁBIO E DO FALTO DE ENTENDIMENTO.
O capítulo 10 de Provérbios traz um contraste entre o sábio e o tolo. A ideia aqui é a de que é possível perceber o “modo tolo” de falar, bem como podemos distinguir o “modo sábio” de comunicar-se. Dessa maneira, a comunicação por meio da palavra revela muito quem somos. Ela revela o que pensamos, o que sentimos e o que desejamos. A linguagem revela nosso coração e, por isso, revela muitas vezes nossa verdadeira identidade. É verdade que há os que aprendem a maneira de simular e subverter sistematicamente a linguagem, escondendo-se por trás dela. São pessoas que usam expressões que comunicam algo que tenha duplo sentido, de modo que, logo em seguida, justificam-se de que não pensaram “assim” e não desejaram falar “assado”. A linguagem, principalmente na atualidade, tornou-se um instrumento de manipulação em que muitos procuram subvertê-la de todo modo, seja por interesses pessoais, seja por interesses políticos. Nesse aspecto, a linguagem é um instrumento de poder. Os versículos 11 a 14 de Provérbios 10 apresentam o contraste mais específico entre o modo sábio de falar e o tolo: “A boca do justo é manancial de vida, mas a violência cobre a boca dos ímpios” (v. 11). Aqui, há um ensino que revela uma dualidade: uma maneira de bem usar a linguagem e uma forma maligna de comunicar alguma coisa. O versículo 11 apresenta o discurso disciplinado, ordeiro, manso e celestial que promove a vida como a expressão do sábio, ao mesmo tempo que revela o discurso indisciplinado, terreno e contencioso como verdadeira expressão do tolo. Em linguagem do Novo Testamento, podemos dizer que a linguagem de maneira disciplinada, ordeira e equilibrada está na categoria do fruto do Espírito, em que o Santo Espírito domina nosso interior, nossa natureza. A vida no domínio do Espírito produz uma linguagem temperada (Rm 8.5). Por outro lado, a linguagem indisciplinada, desordeira e desequilibrada revela a obra da carne dominando o interior da pessoa. A vida na carne produz uma linguagem destemperada, centrada nos impulsos (Rm 8.6,7). Provérbios mostra-nos que o sábio tem um discurso disciplinado, ordeiro, manso, de caráter celestial, pois o seu coração tem como centro o temor do Senhor (Pv 1.7), estando acima das expressões malignas que revelam apenas o instinto mais primitivo do ser humano. Por isso, diferentemente do tolo, que deseja dirigir-se de maneira desaforada ao outro, o sábio está disposto a suportar os insultos e difamações sem reagir ou entrar no mesmo nível do agressor (Pv 10.12). Diferentemente do sábio, o falto de entendimento não perdoa; muito pelo contrário, inflama-se e produz palavras torpes, que incendeiam o ambiente, levando-o ao contexto de uma confusão generalizada (Pv 10.13,14).
2- O QUE OS LÁBIOS FALAM E O CORAÇÃO BUSCA?
O capítulo 15 de Provérbios, especificamente dos versículos 1-7 e 14, mostra algumas características da linguagem do sábio. Nesse trecho bíblico, temos algumas expressões que caracterizam essa linguagem: “resposta branda”, “adorno de sabedoria”, “língua saudável”, “prudentemente”. Essas expressões revelam um espírito humilde, terno e ponderado. O mesmo trecho de Provérbios também apresenta algumas expressões que caracterizam a linguagem do tolo: “palavra dura”, “derrama a estultícia”, “perversidade”, “perturbação”. Essas expressões revelam um espírito arrogante, desaforado e desponderado. Todas essas expressões em Provérbios revelam respectivamente o coração do sábio e o do tolo. Elas também revelam uma vida vivida no Espírito e uma vida vivida na carne. Dessa forma, os olhos do Senhor contemplam tanto os maus quanto os bons, principalmente a forma como cada um usa a linguagem (v. 3). O versículo 3 mostra que o Senhor enxerga de perto (contempla) nossas ações, comportamento e, nesse caso específico, o uso de nossa linguagem. Ele contempla de perto como fazemos o uso de nossa língua. A expressão “contempla” traz uma conotação de alguém que está “prestando atenção” para tomar uma ação a respeito do que fazemos — no caso desse trecho de Provérbios, uma ação a respeito do uso da linguagem. Isso significa que somos contemplados pelo Senhor enquanto falamos e que toda nossa linguagem será pesada na balança. O trecho bíblico de Provérbios 15 mostra que o sábio “observa prudentemente” a correção do seu pai (v. 5), que o andar com justiça fará com que ele encontre um grande tesouro (v. 6) e que os lábios de quem é sábio derramarão conhecimento (v. 7); por fim, o centro da sua vida, isto é, o coração, buscará esse conhecimento. Dessa forma, a linguagem do sábio revela um coração que busca sinceramente a sabedoria; já a do tolo, um coração completamente indiferente à busca do que faz bem à alma e eleva o pensamento (vv. 7,14).
3- É POSSÍVEL CONTROLAR A LÍNGUA.
Provérbios 17.27,28 mostra-nos o valor de uma fala ponderada, disciplinada e cuidadosa. Saber ficar calado, principalmente no presente século, é uma das disciplinas mais importantes para desenvolver um espírito manso, suave e pacífico sob a direção do Espírito Santo (Mt 5.9). Dependendo da intensidade, quanto mais se fala, mais a alma fica agitada e transtornada. Por isso, há sabedoria nesta expressão: “Retém as suas palavras” (v. 27). Faz parte da linguagem de uma pessoa sábia usar a língua no tempo certo e no ambiente adequado (v. 27). A prática de calar-se é tão “poderosa” que até mesmo o tolo se sai por sábio se agir dessa forma (v. 28). Por isso, o uso da língua pode revelar o que está no centro do coração de alguém, isto é, se a sua motivação é terrena, animal e diabólica, ou se pura, pacífica e moderada (Tg 3.17). A pureza, a paz e a moderação são características que identificam a linguagem sã de um sábio bíblico sob o domínio do Espírito Santo.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PB. ANTONIO VITOR LIMA BORBA