Adultos

Lição 5 - Uma perspectiva pentecostal de Missões V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2023

Adultos - ATÉ OS CONFINS DA TERRA: Pregando o Evangelho a todos os povos até a volta de Cristo

COMENTARISTA: Wagner Tadeu dos Santos Gaby

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 5 – UMA PERSPECTIVA PENTECOSTAL DE MISSÕES

INTRODUÇÃO

Nesta lição faremos algumas considerações gerais sobre a origem do termo pentecostal e o que isso quer dizer em sua praticidade; veremos também, a importância dada pelas Escrituras sobre o Espírito Santo para a obra de missões; e por fim, relacionaremos as principais ações do Espírito de Deus na vida dos que estão comprometidos com a tarefa da evange-lização mundial.

I – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1.1 Definição da festa de Pentecostes. Era a segunda festa do primitivo calendário bíblico e possui três nomes no AT: (a) festa da colheita (Ex 23,16); (b) festa das Semanas (Êx 34,22); e, (c) dia dos primeiros frutos (Nm 28,26). O nome desta festa, entre os cristãos, é Pentecostes, cinquenta dias depois (da Páscoa). O nome colheita tem sua razão de ser, pois a festa acontecia no período da colheita dos grãos (trigo e cevada). Porém, a denominação, mais difundida no AT, é festa das Se-manas porque ela era realizada sete semanas depois da Páscoa (Dt 16.10-12). Originalmente, a festa da Colheita (Semanas ou Pentecostes) é uma celebração de produtores de grãos.

1.2 Definição do termo Pentecostal. O termo bastante conhecido em nossos dias, passou a ser utilizado a partir de 1907 na Grã- Bretanha, pelas igrejas históricas tradicionais, para se referir aos crentes que criam e recebiam o batismo no Espíri-to Santo, por causa da analogia entre o movimento e o dia de Pentecostes (At 2.1-13), isto é, por causa da efusão do Espíri-to e das manifestações de poder, que eram observadas por toda a parte nas ilhas britânicas. Por sua vez, “pentecostal” é o crente que crê na realidade de receber a mesma experiência do Espírito Santo que os discípulos receberam no dia de Pentecostes (ISAEL apud GABY, p.46, 2023 – grifo nosso).

1.3 Definição da expressão perspectiva Pentecostal. A palavra perspectiva diz respeito a: “o modo através do qual al-guma coisa é representada ou vista; modo como se concebe ou se analisa uma situação específica”. Associada ao termo Pentecostal, indica: “uma forma de se vê as atividades cristãs e suas principais doutrinas e desdobramentos para a vida diária, a partir da experiência da presença e capacitação do Espírito Santo no seio da Igreja”.

II – A IMPORTÂNCIA DA PESSOA DO ESPÍRITO SANTO PARA A OBRA MISSIONÁRIA

2.1 Prenunciada no Antigo Testamento. Desde o Antigo Testamento a pessoa do Espírito Santo é destacada, dando a capacitação necessária para a realização de determinadas tarefas. Na construção do Tabernáculo por exemplo, Deus diz de Bezalel, sobre quem repousava esta missão: “E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento e ciência em todo artifício” (Êx 35.31). Aos juízes que tiveram uma missão de libertação em momentos específicos na história de Israel, se é visto com frequência a atuação do Espírito de Deus agindo neles e através deles (Jz 3.10; 6.34; 13.25). Os profetas levantados por Deus para proclamar mensagens do Senhor para o povo, falaram impulsionados pelo Espírito Santo como reconhece o apóstolo Pedro: “porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens san-tos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pd 1.21; ver 2Cr 20.14,15; Ez 2.1,2; 3.12). Dessa forma, já no Antigo Testamento mostra-se a nossa total dependência para realizar qualquer tarefa: “[...] não por força, nem por violên-cia, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6).

2.2 Evidenciada na pessoa do Senhor Jesus. Com exceção da Segunda e Terceira Epístola de João, todos os livros do NT contém referências à pessoa e obra do Espírito Santo, onde podemos ler sobre a ação Dele na vida de Cristo. Vejamos al-guns exemplos. Notemos: (a) no seu nascimento (Mt 1.20; Lc 1.35), (b) no seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33), (c) no seu ministério (Mc 1.12; Lc 4.18,19; At 10.38), (d) na sua morte (Hb 9.14), e, (e) na sua ressurreição (Rm 1:4; 8:11). Em suma, podemos afirmar que Jesus foi concebido pelo Espírito (Lc 1.35); guiado pelo Espírito (Lc 4.1); ungido pelo Espírito (Lc 4.18; At 10:38); revestido com poder pelo Espírito (Mt 12.27, 28); ofereceu a Si mesmo pelos nossos pecados, pelo Espírito (Hb 9:14); foi ressuscitado pelo Espírito (Rm 8.11); e deu mandamentos por intermédio do Espírito (At 1.2). Ficando evidente, a importância da ação do Espírito Santo, que não foi em nenhum momento, dispensada a sua presença e capacitação até mesmo na vida do Deus encarnado.

2.3 Reafirmada nos escritos apostólicos. Os escritores do Novo Testamento deram ênfase a presença e capacitação do Espírito Santo na vida da Igreja. O Evangelista Lucas em seu registro dos Atos dos Apóstolos (também chamado de Atos do Espírito Santo), constantemente ressalta essa operação, tanto coletivamente (At 2.3,4; 10.44,45), como individualmente (At 9.17,18). O apóstolo Pedro, cuja vida foi impactada pela ação do Espírito Santo, que o capacitou a com autoridade trazer o primeiro sermão após o Pentecostes e ganhando quase três mil almas (At 2.14,37-41); em sua epístola entre outras coisas, ressalta a ação santificadora do Espírito Santo (1Pd 1.2), a presença na vida dos profetas que anunciaram de forma futurista, a graça de Deus em Cristo (1Pd 1.10-12; 2Pd 1.21). Por sua vez, o apóstolo Paulo, foi um incentivador para que os salvos desfrutassem desse poder do Espírito Santo na vida diária (Ef 3.14-16; 5.8), exortando também dos perigos de se negligenciar e apagar a ação divina: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (2Ts 5.19,20); não permitin-do que em razão de excessos ou mal uso por parte de alguns dos dons Espirituais, viesse a perder a sua devida importância para a edificação da Igreja (1Co 14.12,18,31,39,40). O escritor da epístola aos Hebreus, menciona a importância de se dar ouvidos a mensagem da salvação, que fora pregada pelo Senhor Jesus e pelos seus apóstolos; e ressalta que tais palavras foram chanceladas pela ação divina, entre elas, por meio dos dons espirituais (Hb 2.3,4). III – A AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA OBRA MISSIONÁRIA

A obra de missões está estreitamente ligada a ação do Espírito Santo. Shóstenes na sua obra: Fundamentação Bí-blica para a Evangelização (2022, p.116), afirma que: “É impossível pensar na obra da evangelização sem a presença do Espírito Santo na vida dos evangelizadores. Ele é a força motriz que impulsiona a propagação da Boas Novas a todos os povos, em todos os tempos, em todos os lugares e em todas as situações”. Vejamos ainda a ação do Espírito na obra mis-sionária:

3.1 Enviando e dirigindo os missionários. No relato de Lucas em Atos, fica claro a ação do Espírito ao revelar sua esco-lha e direção na obra de missões. O diácono Filipe, homem cheio do Espírito Santo (At 6.5), depois de ter pregado em Sa-maria de forma prodigiosa (At 8.5-8), se mostrou sensível à voz do Espírito que o direcionou a Gaza com o propósito de alcançar uma única pessoa (At 8.26-29). Na igreja de Antioquia, onde havia quebrantamento por parte de seus membros, que serviam a Jesus de forma piedosa (At 11.26), nesse ambiente espiritual, o Espírito Santo revela sua escolha missioná-ria: “[...] apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra que os tenho chamado. E assim estes, enviados pelo Espírito San-to, desceram a Selêucia [...]” (At 13.2,4). Na casa de Simão em Jope, depois de ter tido uma visão, até então incompreen-sível para o apóstolo Pedro; este recebeu a orientação do Espírito para acompanhar os soldados enviados pelo centurião Cornélio (At 10.19,20; 11.12). Ágabo, um profeta que havia descido de Jerusalém para Antioquia, pela direção do Espírito anunciou uma grande fome nacional, antecipando a necessidade de se provê um socorro para os que estavam na Judeia (At 11.27-30). São vários os textos que mostram a condução do Espírito na obra missionária (At 15.28; 16.6,7; 20.23; 21.4,11: Rm 8.16), cumprindo o que Jesus havia dito sobre o ministério do Espírito Santo: “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade [...]” (Jo 16.13).

3.2 Capacitando os missionários. Em razão da verdade prefigurada desde o Antigo Testamento, da necessidade da capaci-tação do Espírito de Deus, para a obra missionária é crucial a habilitação do Espírito Santo sobre os que fazem o trabalho de evangelização. Sobre a nossa total dependência, Jesus disse: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26). Antes da sua ascensão ao céu, o Senhor Jesus esteve durante quarenta dias falando do que respeita o Reino de Deus (At 1.3), en-tre as matérias ensinadas, o revestimento do poder do Espírito Santo sobre os crentes é algo destacado pelo Mestre (Lc 24.49; At 1.8). Os desafios na realização do trabalho missionário, só foram superados porque a capacitação foi evidente na vida da Igreja Primitiva: (a) dando discernimento (At 5.1-3; 16.16-18); (b) para pregar ousadamente (At 4.8-13,31); (c) para vencer a oposição de satanás (At 13.8-12); e, (d) para suportar a rejeição humana (At 13.44-52).

3.3 Consolando e fortalecendo os missionários. Um dos títulos dados ao Espírito Santo, é que ele é consolador: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Mas aquele Consolador, o Espí-rito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.16,26; ver Jo 15.26; 16.7), que naturalmente auxilia os que fazem o trabalho missionário nos momentos de maiores dificuldades (At 4.8,31). Podemos, portanto, contar com o auxílio do Espírito em nossas fraquezas: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a inten-ção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos” (Rm 8.26,27).

CONCLUSÃO

A teologia Pentecostal tem resgatado durante a história, o papel preponderante da pessoa do Espírito Santo para o dinamismo da Igreja, principalmente habilitando os crentes para a importante tarefa, que é a evangelização mundial: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).

REFERÊNCIAS

• GABY, Wagner. Até os confins da Terra. CPAD.

• GILBERTO, Antônio. A Prática do Evangelismo Pessoal. CPAD.

• HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.

• PAULA, Oséas. Manual de missões. CPAD.

• PEREIRA, Shostenes. Fundamentação Bíblica para a Evangelização. BEREIA.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 17 de out de 2023

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