Adultos

Lição 10 - Quando os pais sepultam os filhos V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2023

Adultos - RELACIONAMENTOS EM FAMÍLIA: Superando desafios e problemas com exemplos da Palavra de Deus

COMENTARISTA: Elienai Cabral

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

 

LIÇÃO Nº 10 – QUANDO OS PAIS SEPULTAM OS FILHOS

INTRODUÇÃO

Nesta lição falaremos sobre o luto; introduziremos o assunto trazendo uma definição e também destacaremos alguns efeitos que são consequentes da perde de um ente, destacando ainda que o parecer bíblico; pontuaremos ainda o que a Escritura nos diz sobre a morte física, destacando os mais diversos casos de luto nos relacionamentos interpessoais; concluiremos destacando qual deve ser a nossa postura quando enfrentarmos a perda de uma pessoa amada.

I – DEFINIÇÃO DE LUTO

Segundo o dicionário Houaiss (2011, p. 1794) significa: “profundo pesar causado pela morte de alguém”. O luto é, com certeza, algo que todos nós teremos que inevitavelmente enfrentar em algum momento da vida. O Dr. Gary Collins (2014, pp. 407,415) diz que o luto é “uma reação natural à perda de qualquer pessoa, objeto ou oportunidade que era importante para nós. Ele é uma sensação de privação e ansiedade que pode se manifestar através do comportamento, das emoções, dos pensamentos, da fisiologia, do modo como nos relacionamos com os outros e até da nossa espiritualidade”. Ele pontua ainda que o luto é ainda mais difícil quando a perda é inesperada, precoce, traumática e súbita. Suas consequências podem ter: a) Efeitos físicos: prejudicar a saúde; b) Efeitos emocionais: prejudicando a alma; c) Efeitos sociais: isolamento; e, d) Efeitos patológicos: dificuldade de aceitação a longo, acompanhado de sentimentos suicidas, culpa, depressão profunda e etc.

O Dr. Gary Collins afirma que: “quase todo mundo concorda que mesmo o luto mais intenso termina dentro de um ano ou dois” (2014, p. 416). A Bíblia nos diz que se houver morte de algum ente querido, o cristão deve viver o luto, porém não deve viver em luto. O apóstolo Paulo exortou os crentes de Tessalônica a não estarem permanentemente tristes com o falecimento dos seus entes queridos, semelhante aos incrédulos (1Ts 4.13).

II – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A MORTE

Embora, alguns creiam erroneamente que o homem foi criado mortal, a Bíblia liga a morte diretamente com o pecado (Gn 2.16-17). Portanto, a morte do hebraico: “wemuth” ou “maweth” e do grego “thanatos” teve sua origem no pecado, e é o resultado final da queda (Gn 2.17; 1Co 15.21,22,56). Com a entrada da morte no contexto humano, todas as consequências relacionadas: a dor da perda e a separação sobrevêm a todos. Destacaremos três verdades sobre a morte física:

2.1 Uma sentença devido ao pecado original. A morte veio como consequência do pecado: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23).

2.2 Alcança a todos. Porque todos pecaram em Adão e porque o salário do pecado é a morte, a morte passou a todos os homens, uma vez que todos pe-caram: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a TODOS os homens por isso que TODOS pecaram” (Rm 5.12 - grifo nosso). Veja ainda (Hb 9.27). A morte é democrática, atinge a todos sem distinção e sem exceção. Ela será o último inimigo a ser vencido (1Co 15.26).

2.3 Não é o ponto final da história do homem. A doutrina do aniquilacionismo diz que todas as almas estão sujeitas à extinção após a morte física. Tal doutrina não leva em consideração as verdades bíblicas e teológicas referentes à imortalidade da alma e a ressurreição dos mortos que, de forma tão clara e inquestionável, é ensinada pelos profetas, pelos apóstolos e por nosso Senhor Jesus Cristo (Dn 12.2; Jo 5.28; 1Co 15.58). Portanto, a morte não é o término de tudo, é o início da eternidade (Lc 16.22). Aos que morreram em Cristo, está reservada a bem-aventurança dos céus (Ap 14.13).

III – A PERDA DE UM ENTE QUERIDO

3.1 O luto por causa do cônjuge. A perda de um cônjuge é com certeza uma perda muito difícil. A Bíblia vários casos de viuvez: (a) Abraão. O grande patriarca perdeu a sua querida esposa Sara quando esta completou 127 anos de idade. Ela foi profundamente lamentada pelo nosso pai na fé (Gn 23.1,2), que adquiriu um valioso território para ali sepultá-la (Gn 23.16-18); (b) a viuvez de Rute e Noemi. Esse é um dos relatos mais tristes da Bíblia em termos de perdas familiares. Noemi e suas duas noras ficaram viúvas em um pequeno espaço de tempo nos campos de Moabe. O Senhor, porém, demonstrou com o passar do tempo não estar alheio às aflições dessas duas mulheres e provou ser o seu amparo. Rute, mesmo sendo gentia, contraiu novas núpcias com o judeu Boaz e o fruto dessa nova relação passou a ser contado na linhagem messiânica, sem contar que sua sogra Noemi também foi beneficiada por tal relação (Rt 1-4). O cristão que está enfrentando a viuvez deve fazê-lo consciente de que o Senhor não o desamparou. Ele é o juiz daqueles que estão viúvos (Sl 68.5); e os ampara (Sl 146.9). A Bíblia diz também que a pessoa viúva pode decidir casar outra vez, desde que queira, e assim, dar continuidade a sua vida, desde que seja no tempo certo (Ec 3.1); com alguém no Senhor (1Co 7.39).

3.2 O luto por causa do genitor(a). Há casos em que a perda é dos genitores. Esta com certeza é das grandes perdas para os filhos e demais parentes. A mãe e o pai são pessoas muito importantes no seio familiar. Isaque sofreu muito com a morte de sua mãe Sara, e só se consolou quando se casou com Rebeca, pois era mui apegado à sua mãe (Gn 24.67); José igualmente sofreu muito com a morte de seu velho pai Jacó (Gn 49.33; 50.1), um pranto de sete dias (Gn 50.10). É necessário atentar a importância que os pais têm quando ainda vivos. A Bíblia Sagrada, nossa única regra de fé e prática nos orienta quanto ao procedimento que devemos ter para os nossos pais, tais como: (a) honrá-los (Êx 20.12; Ef 6.2); (b) obedecê-los (Ef 6.1; Cl 3.20); (c) amá-los (Mt 10.37; Mt 22.39); e (d) assisti-los em suas necessidades (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13). Aborrecer os pais é antecipar-lhes a morte. Querer reparar isso após a partida deles, pode ser tarde demais (Ef 5.16).

3.3 O luto por causa do filho(a). Os pais esperam ser sepultados pelos filhos, mas, às vezes acontece o contrário. Tal experiência é bastante dolorosa. Um exemplo desta grande dor, é o patriarca Jó. O homem temente a Deus que possuía sete filhos e três filhas (Jó 1.2), recebeu a infeliz notícia que seus dez filhos foram mortos de uma vez só, num desabamento (Jó 1.18,19). Esse golpe foi tão forte que os bens que ele havia perdido antes não o fizeram sofrer tanto como o falecimento dos seus filhos: “Então, Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça [...]” (Jó 1.20). Satanás acusou Jó de que sua fidelidade era moeda de troca pelas bênçãos divinas, mas foi frustrado pela atitude do patriarca, que mesmo diante da perda inesperada de sua família, prostrou-se em terra e adorou a Deus: “o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR” (Jó 1.21). Deus tem o direito de pôr fim à vida humana quando desejar (Gn 1.26,27; Dt 32.39).

3.4 O luto por causa do amigo(a). A experiência humana mostra também como é dolorosa a perde de um amigo. Os amigos são pessoas com quem compartilhamos alegria e tristezas. Algumas vezes estão conosco desde a infância e isto faz com que eles façam parte da nossa vida. A Bíblia diz que: “há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24). A experiência de Davi ao ver seu amigo Jônatas falecer de forma trágica, lhe trouxe muita tristeza, que ele rasgou as suas vestes e ficou sem comer (2Sm 1.11,12). Mais à frente quando estabelecido no reino, honrou a memória do seu amigo, abençoando o seu descendente como havia prometido, quando ele ainda estava em vida (1Sm 20.13-17; 2Sm 9.1-13).

IV – O QUE FAZER QUANDO ENFRENTAMOS O LUTO

As Escrituras não se opõem ao luto, mas, sim, à atitude de se deixar ser consumido pelo luto. Nas palavras do apóstolo Paulo, podemos ficar “abatidos, mas não destruídos”. E mais: podemos ser “atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados” (2Co 4.8,9). Em Deus encontramos conforto para as nossas dores e sofrimentos (Sl 46.1; Na 1.7). Vejamos algumas atitudes que devemos tomar quando estamos enfrentando o luto:

4.1 Devemos buscar o consolo divino. Quando Jesus disse aos discípulos que estaria partindo, eles ficaram entristecidos, todavia prometeu-lhes que não os deixaria órfãos, prometeu-lhes enviar o Consolador (Jo 15.26). Do gr “parakletos” que significa literalmente “chamado para o lado de alguém”, ou seja, sugere a capacidade para prestar ajuda. Sob este título, o Espírito Santo apresenta-se como aquele que nos proporciona conforto (Jo 14.16). As consolações ministradas por ele, podem vir das seguintes fontes: Palavra de Deus, oração e comunhão com os santos (Sl 119.50; Fp 4.6; 1Pd 5.7; Rm 12.15; Gl 6.2).

4.2 Devemos aceitar a vontade de Deus. A vontade soberana de Deus pode ser definida como a predisposição inquestionável e irrevogável dele em fazer concretizar os seus planos e decretos na história e na vida particular de cada um dos seus filhos (Dt 32.39; 1Sm 2.6). Logo, se ele decide que alguém morrerá, não devemos questionar, pois é Senhor e faz o que quer, e os seus pensamentos são maiores que os nossos pensamentos (Jó 1.21; Is 55.8,9). Outra coisa deve ser destacada: é que Deus, embora permita a morte do ímpio, Ele não tem prazer nisso, antes seu desejo é que o ímpio se converta (Ez 18.32). Porém, quanto ao justo sua morte é preciosa (Sl 116.15).

4.3 Devemos ter esperança. O apóstolo Paulo quando escreveu aos tessalonicenses deixou claro que os discípulos de Cristo não devem se entristecer com a morte, como os demais homens que não tem esperança, pois a ressurreição de Jesus é a garantia de que nós ressuscitaremos (1Ts 4.13,14). A fé cristã transcende o túmulo, ela não está limitada as coisas desta vida (1Co 15.19). Ela nos remete a uma vida porvir onde a morte, o pranto, e a dor não mais existirão (Ap 21.4).

CONCLUSÃO

A morte é uma realidade para todo ser vivo inclusive para o cristão. Ela veio como resultado do pecado original no Éden, daí a morte passou todos os homens (Rm 5.12; 6.23). O cristão verdadeiro consegue entender que quando estiver enfrentando luto deve recorrer a Deus que consola, e assim aceitar a sua vontade e confiar em suas promessas de que os que morrerem em Cristo serão ressuscitados para junto com os que ficarem vivos estarem sempre com o Senhor nos céus, por ocasião do arrebatamento (1Co 15.51-55; Ts 4.16,17).

REFERÊNCIAS

• COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. VIDA NOVA.

• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e do NT. CPAD.

Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 29 de Mai. de 2023

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