ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2022
Adultos - A JUSTIÇA DIVINA - A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIO: PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
LIÇÃO Nº 7 – A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do livro do profeta Ezequiel, estudaremos seu capítulo 18.
- Cada um dará conta de seus atos perante Deus.
I – A RESPONSABILIDADE É INDIVIDUAL
- Deus continuava a dar mensagens ao povo cativo que estava em Babilônia por intermédio do profeta Ezequiel.
- Estava a mostrar que a ira divina viria sobre o povo por causa de suas transgressões ao longo dos séculos. Desde que o templo fora construído, Israel insistira em desobedecer a Deus e, assim, como determinado no “pacto palestiniano”, haveria de perder a posse da terra de Canaã, como, aliás, já havia acontecido com as dez tribos do reino do norte.
- Em virtude de toda a pregação a respeito do juízo iminente sobre o povo de Judá, intensificada após o início do ministério profético de Jeremias, que já durava 36 anos, o qual dizia que, por causa dos erros de Manassés, avô do rei Josias, o povo seria levado cativo (Jr.15:4), passou a ter acolhida no meio do povo um provérbio, a saber: “Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram”.
- Este dito popular era uma espécie de autojustificação da geração dos dias do profeta Ezequiel. Em suma, estavam eles a dizer que o povo estava pagando pelos pecados dos seus pais, dos seus antepassados, que o castigo que estava sendo anunciado era em virtude dos pecados das gerações anteriores, em suma, que os judaítas do tempo de Ezequiel não eram culpados, estavam respondendo pelos males cometidos pelos seus pais.
- A ideia de que há uma espécie de “castigo hereditário” caminhou no meio dos israelitas. Mesmo diante do esclarecimento que será dado por Deus na mensagem que analisaremos hoje, o fato é que, mesmo nos dias de Jesus, havia este pensamento, como se vê no episódio narrado pelo evangelista João a respeito da cura do cego de nascença, quando os discípulos perguntam ao Senhor Jesus porque aquele homem nascera cego, e uma das hipóteses era porque seus pais haviam pecado (Jo.9:2).
- Esta ideia de que os filhos respondem pelos erros dos pais parece ter tido origem na afirmação do Senhor a Moisés de que “visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até a terceira e quarta geração” (Ex.34:7).
- Tal afirmação, porém, em momento algum estava a dizer que o Senhor puniria os filhos por causa do pecado dos pais. É preciso verificar o contexto da afirmação.
- Por primeiro, devemos lembrar que este dito do Senhor se deu quando Deus desceu numa nuvem esse pôs junto a Moisés, quando este havia subido ao monte para clamar por misericórdia pelo povo que havia acabado de cometer o pecado do bezerro de ouro.
- Deus Se apresenta a Moisés como “JEOVÁ, o SENHOR, Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade, que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão, e o pecado: que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos até à terceira e quarta geração” (Ex.34:6,7).
- Notemos, a princípio, que, em resposta à intercessão de Moisés (Cf. Ex.32:30), Deus Se apresenta como um Deus de misericórdia, como o Deus que perdoa o pecador, como Aquele que é longânimo e que limita a ação da Sua ira, ao contrário da ação de Sua beneficência, que é ilimitada.
- Portanto, este texto não está, de modo algum, a dizer que Deus irá punir os filhos e os filhos dos filhos pelos pecados de seus pais, de seus ascendentes, mas, sim, que irá limitar as consequências destes pecados até a terceira e quarta geração. O Senhor mostra aqui que Sua justiça é cercada da misericórdia e que não tem prazer algum que as consequências dos pecados de outros se perpetuem entre as gerações vindouras.
- O pecado gera consequências que abalam as gerações futuras. O próprio Deus, ao lançar o juízo sobre o primeiro casal, lançou consequências daquele primeiro pecado que acompanhariam toda a humanidade durante toda a sua história, como, por exemplo, a morte física e a necessidade do trabalho para a sobrevivência.
- No entanto, em virtude da misericórdia divina, os pecados subsequentes teriam consequências que não iriam alcançar senão a terceira e quarta geração. Ademais, o texto é bem claro ao mostrar que se está diante de um Deus que não tem o culpado por inocente, ou seja, não iria permitir que alguém fosse punido por culpa de outrem.
- Tanto que é neste texto que se encontram os famosos “treze atributos da misericórdia divina” (piedoso, aberto ao arrependimento, perdoador, compassivo, gracioso, tardio em irar-Se, magnânimo em Sua bondade, verdadeiro, preservador da bondade para milhares de gerações, perdoador da iniquidade se houver arrependimento sincero, perdoador da rebeldia quando houver arrependimento sincero, perdoador do erro quando houver arrependimento, purificador do arrependido). Portanto, não seria num texto em que Deus mostra a Sua misericórdia que Ele diria que viria a punir alguém por algo que não fez.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO