Adultos

Lição 3 - As abominações do templo III

ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2022

Adultos - A JUSTIÇA DIVINA - A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel

COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA

COMENTÁRIO: EV. MARCOS JACOB DE MEDEIROS

LIÇÃO Nº 3 – AS ABOMINAÇÕES DO TEMPLO

Texto: Ezequiel 8.5,6,9-12,14,16

Introdução: O lugar mais sagrado da Terra Santa se tornou o centro das abominações e isso serve como prenúncio da apostasia generalizada do fim dos tempos

I – SOBRE A VISÃO

1- A segunda visão.

1.1. As visões dos capítulos 1-11 são partes de uma única unidade literária.

1.2. O profeta recebeu essa visão 14 meses depois da primeira

a. A primeira visão aconteceu ‘no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim’ (Ez 1.2)

1.3. No capítulo 8 introduz uma nova visão no “sexto ano, no mês sexto” (Ez 8.1)

a. foram vistas as abominações praticadas no Templo,

b. Razão pela qual a ira de Deus veio sobre Jerusalém (Ez 8.18)

c. Essa data mostra que a cidade e o Templo ainda não haviam sido destruídos

1.4. Essa visão é preterista porque se relaciona com os acontecimentos contemporâneos de Ezequiel,

a. A visão é também futurista, pois anuncia eventos que estavam para acontecer (Ez 8.18)

2- As visões das abominações do Templo.

2.1. A visão no capítulo 8 destoa das demais visões do próprio Ezequiel e do Antigo Testamento.

a. Ezequiel foi levantado pelo Espírito Santo entre o céu e a terra e levado a Jerusalém numa visão (Ez 8.1-3)

2.2. As visões de Deus mostram fatos que estão acontecendo:

a. No ato da revelação

b. Fatos que ainda vão acontecer, a curto, médio ou longo prazo

c. Fatos dentro do contexto escatológico

2.3. Dois exemplos das visões de Deus

a. Daniel teve visões de coisas futuras (Dn 7.1,15-28; 8.1,15-27)

b. João, teve visões que de fatos passados, presentes e futuros (Ap 1.19)

3- Como entender as visões de Deus?

3.1. Ezequiel foi transportado em espírito da Babilônia para o Templo de Jerusalém

a. Há quem afirme ter sido em corpo, incorpore.

3.2. Era uma visão em tempo real (Ez 11.1)

a. Mas não foi física, (Ez 8.3)

b. Depois ele retorna à Caldeia (Ez 11.24)

3.3. Essa é a mesma experiência do apóstolo João em Apocalipse (Ap 1.10).

3.4. Deus introduz o profeta no interior do Templo

a. Mostra-lhe quatro dos oficiais da Casa de Deus

b. Esses oficiais praticavam o mais baixo grau de idolatria junto com algumas mulheres

c. Essa era a razão da destruição do Templo e da cidade

II – SOBRE AS ABOMINAÇÕES (PARTE 1)

1- A imagem de ciúmes (Ez 8.5)

1.1. Ciúme (Hb: qi’nah’): “zelo, ciúme ardente, ira”

1.3. A imagem de ciúmes é identificada como sendo Aserá

a. Deusa também conhecida como “bosque, poste-ídolo”

1.4. O rei Manassés pôs, no Templo de Jerusalém, a imagem de madeira de Aserá (2Rs 21.3,7)

a. Foi destruída pelo rei Josias (2Rs 23.3)

b. Muitos acreditam que, nos dias de Ezequiel, ela tenha sido colocada de volta no Templo.

1.5. O uso da expressão “imagem de ciúme” se explica porque a idolatria provoca ciúme de Deus pelo seu povo (Ez 5.13; 16.38,42; 36.6; 38.19).

2- O culto aos animais e aos répteis (Ez 8.10).

2.1. Nessa visão, o profeta cavou um buraco na parede para ver o que se passava nas câmaras do Templo (Ez 8.7,8).

a. Ezequiel viu pintado, na parede no interior da Casa de Deus, toda sorte de animais abomináveis e répteis, além dos ídolos do povo (Ez 8.10)

2.2. A zoolatria significa adoração aos animais.

a. A zoolatria é típica dos egípcios

b. Os egípcios viam na zoolatria como receptáculos das formas do poder divino.

c. Esse culto pagão mostra o seu aspecto secreto e clandestino.

3- Os setenta anciãos (Ez 8.11)

3.1. O significado do termo ‘ancião’ no Antigo Testamento

a. Ancião (Hb: Zaqen): idoso

b. Se refere tanto a pessoas velhas como também a líderes comunitários (Ez 7.26; Êx 19.7; Is 24.23; Jr 19.1).

c. O termo é usado ainda para príncipes (Is 3.14)

3.2. O significado do termo ‘ancião’ no Novo Testamento

a. Ancião (Gr: presbyteros): o mais velho

b. Se refere tanto a pessoas velhas como também a líderes comunitários (At 14.23; 20.17).

3.3. Acerca dos setenta anciãos de Israel

a. Não se tem informação detalhada sobre os “setenta homens, dos anciãos da casa de Israel”, e nada há nas Escrituras que indique ser uma referência ao Sinédrio

3.4. Acerca de Jazanias, dilho de Safã

a. Quanto a “Jazanias, filho de Safã”, há pelo menos quatro personagens com esse nome no Antigo Testamento (Ez 11.1; Jr 35.3; 40.8).

b. Parece que Safã, nessa passagem, é o mesmo escrivão do rei Josias (2Rs 22.8-11).

c. Alguns estudiosos não veem motivos suficientes para distinguir esse Safã do escrivão.

d. Se isso puder ser confirmado, Jazanias seria uma ovelha desgarrada como acontece ainda hoje em boas famílias de igreja, de um filho ou filha que se apostatou da fé

III – SOBRE AS ABOMINAÇÕES (PARTE 2)

1- O ritual de Tamuz (Ez 8.14).

1.1. Tamuz era uma divindade babilônica de origem suméria, deus da vegetação e dos rebanhos.

a. A crença pagã era que ele ficava seis meses morto no submundo no período da seca; e seis meses vivo no período das chuvas.

b. Assim, era realizado, anualmente, um ritual de lamento pelas carpideiras, em favor de Tamuz no segundo dia do quarto mês para que ele ressuscitasse e fizesse chover.

. As carpideiras eram as pranteadoras profissionais, cuja função era lamentar nos velórios e enterros, para fazer com que os outros também chorem (Jr 9.17; Os 9.4; Mt 9.23; Mc 5.38; Lc 8.52).

. Parece que essas mulheres estavam envolvidas num culto sincrético, visto que a visão é do “sexto mês” (Ez 8.1); era uma adoração a Javé e ao mesmo tempo a Tamuz.

c. Os hebreus, depois do cativeiro babilônico, deram ao quarto mês do calendário religioso o nome de Tamuz, junho/julho

2- Os adoradores do sol (Ez 8.16)

2.1. Ezequiel viu cerca de 25 homens de costas para o Templo e virados para o Oriente adorando o sol.

a. Era uma afronta a Deus

b. Moisés havia alertado o povo a respeito dessa idolatria (Dt 4.19)

2.2. Havia, no Egito, o templo do sol, beth shemesh, em hebraico, “casa do sol” (Jr 43.13)

a. É termo traduzido por “Heliópolis ” na Septuaginta, vindo do grego, heliou póleõs, “cidade do sol”.

b. Se trata da antiga cidade egípcia de Om, seu nome hebraico, ou Heliópolis, em grego (Gn 41.45,50 – Septuaginta).

c. A cidade era dedicada ao deus-sol, conhecido também como Rá

d. Não confundir com a cidade de Bete-Semes, em Judá (2 Rs 14.11)

2.3. Todo esse ritual às falsas divindades revela a apostasia generalizada, todo o sistema estava corrompido, não havia outro remédio a não ser a destruição do Templo e da Cidade (2Cr 36.16)

3- Os anciãos na casa do profeta

3.1. Parece que esses anciãos exerciam autoridade espiritual sobre os exilados

3.2. O rei Joaquim estava na Babilônia, mas na condição de prisioneiro.

a. Foi libertado após vinte anos (2Rs 25.27-30; Jr 52.31-34).

3.3. Os anciãos vinham em busca da palavra com certa frequência à casa de Ezequiel (Ez 14.1- 3; 20.1)

a. No entanto, há quem afirme que não faziam parte da ala dos fiéis, mas que procuravam Ezequiel para se manterem informados.

b. Isso parece ser pouco provável (Ez 14.4,5)

3.4. Além disso, os falsos profetas atrapalharam a vida espiritual dos exilados assim como em Jerusalém (Jr 29.20-22)

4. Um pouco de história sobre os deuses falsos

4.1. Na religião babilônica, Marduque, deus principal dos caldeus, teria se casado com Semíramis, e desse casamento teria nascido Tamuz, também chamado Adônis pelos gregos. Osíris pelos egípcios. Nessa estrutura, ele é irmão da deusa Isthar, a mesma Astarte ou Astarote (1Rs 11.5,33). O sol era cultuado tanto na Babilônia como no Egito.

4.2. Outro conhecimento importante é a respeito da geografia religiosa. Por exemplo, a localização geográfica de Babilônia é na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque, a cerca de 1.500 quilômetros de Jerusalém. A cidade veio a ser o centro irradiador da idolatria para outros povos. Os babilônios adoravam a diversos deuses, que eram personificações da natureza, como Sin, o deus-sol de Ur e Harã e Isthar era a deusa do amor e da guerra, Enlil, deus do vento e da terra. Bel, era o nome de outra divindade, do acádico belo, “senhor”, equivalente a Baal, deus dos cananeus. Com o tempo Bel veio a ser identificado como Marduque ou Merodaque, o patrono da cidade de Babilônia, que se tornou o deus principal no panteão babilônico (Is 46.1; Jr 51.44) (por Esequias Soares).

Conclusão: Aprendemos, com as quatro cenas do pecado cúltico, que um Deus santo não tolera o pecado. Deus exige fidelidade de seu povo. O que aconteceu com Israel nos ensina sobre a responsabilidade na santidade com a adoração e o estilo de vida também para os dias atuais pelos crentes em Jesus.

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