ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2022
Adultos - A JUSTIÇA DIVINA - A preparação do povo de Deus para os últimos dias no livro de Ezequiel
COMENTARISTA: ESEQUIAS SOARES DA SILVA
COMENTÁRIO: PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO
LIÇÃO Nº 2 – VEM O FIM
INTRODUÇÃO
- As primeiras mensagens do profeta Ezequiel lembram os judaítas de que era iminente o juízo máximo previsto na lei – o exílio.
- Ezequiel mostra que Deus sempre alerta antes de mandar o juízo.
I – A PRIMEIRA MENSAGEM PROFÉTICA DE EZEQUIEL
- Na continuidade do estudo do livro do profeta Ezequiel, sob o aspecto da preparação do povo de Deus para os últimos dias, estudaremos, nesta lição, as primeiras mensagens proféticas do profeta, constantes dos seus capítulos 4 a 7.
- Tendo ido ao vale, onde o Senhor reafirmou a sua chamada, o profeta Ezequiel ficou mudo, somente passando a falar quando Deus lhe trazia uma mensagem, numa espécie de sinal para que o povo tinha plena certeza de que as mensagens proferidas eram provenientes do Senhor, eram autênticas.
- Vemos, portanto, qual o verdadeiro papel que o sinal exerce na pregação do Evangelho. Ele serve de confirmação da Palavra (Mc.16:20), de autenticação daquilo que é dito, para que não paire qualquer dúvida sobre a veracidade da mensagem trazida da parte do Senhor para as pessoas.
- O sinal não tem o papel de fazer as pessoas acreditarem na mensagem, mas reforça a autenticidade e veracidade da mensagem, é um reforço para confirmar a fé que se lhe deu. É bem por isso que ninguém permanece na congregação dos justos por causa de milagres, mas os milagres dão firmeza a quem creu na pregação e, por isso, ingressou em tal congregação.
- Tendo ficado mudo, mandou o Senhor que o profeta tomasse um tijolo e o pudesse diante dele, gravando nele a cidade de Jerusalém e montasse uma espécie de “maquete” construindo um cerco e edificando uma fortificação, levantando contra ela uma tranqueira, pondo arraiais e aríetes em redor, ou seja, o profeta deveria fazer uma miniatura da situação de cerco que enfrentaria Jerusalém, a fim de encenar ao povo o que aconteceria com a capital de Judá (Ez.4:1,2).
OBS: “…A ligação sintática entre a descrição de Ezequiel sendo amarrado em 3.22-27 e o capítulo 4 cria a impressão que Yahweh não gastou tempo em dar a Ezequiel sua primeira responsabilidade ministerial. Por intermédio de uma série de dramatizações confusas, mas retoricamente fortes, deve falar diretamente sobre o inevitável destino de Jerusalém...” (BLOCK, Daniel Isaiah. Comentário de Ezequiel. Trad. de Marcelo Tollentino e Válter Graciano Martins. São Paulo: Cultura Cristã, 2021. v.1, p.176)
- O profeta, então, deveria pôr uma assadeira de ferro entre esta miniatura e o profeta e deveria se deitar ali, sobre o seu lado esquerdo, e isto faria durante trezentos e noventa dias, que seriam precisamente os dias que durariam a maldade da casa de Israel e, depois, deveria ele se deitar do lado direito por quarenta dias, para representar a maldade de Judá. O profeta também teria de pôr sobre si cordas e tomar trigo, cevada, favas, lentilhas, trigo miúdo e colocá-los numa vasilha e fazer deles pão naquele local, para ali se alimentar, comendo vinte siclos cada dia, de tempo em tempo, igualmente bebendo água sob medida, a sexta parte de um him de tempo em tempo, sendo que deveria utilizar como combustível esterco humano (Ez.4:3-12).
- Muitos interpretam essa assadeira de ferro como sendo a separação entre Deus e o povo por causa dos seus pecados (Cf. Is.59:2), outros como sendo a própria situação do cerco de Jerusalém.
- Muita discussão, também, se tem quanto aos “trezentos e noventa dias”, que corresponderia a trezentos e noventa anos. Este período seria apenas do reino de Israel, o reino do norte, ou englobaria todo Israel. Seria até a destruição de Jerusalém, englobando os 40 anos referentes a Judá, ou apenas um período antes destes 40 anos?
- O certo é que Deus não erra e a maldade de Israel perdurou por 390 anos e agora o Senhor iria retribuir tal impenitência. Se formos considerar que estes 390 anos se referem a todo Israel e que a destruição de Jerusalém se deu em 586 a.C., temos que o período se inicia em 976 a.C., quando se concluiu o templo de Jerusalém.
- Portanto, desde o momento da inauguração do templo, quando a glória de Deus se manifestou e o Senhor disse que o povo deveria servi-l’O, a maldade foi se acumulando dia após dia, sem que o povo se arrependesse e, conforme dito pelo próprio Senhor, o templo seria destruído por causa deste desvio espiritual (Cf. II Rs.9:6-9; II Cr.7:19-22).
OBS: “...A maioria dos eruditos concorda que os 390 dias de Ezequiel representam 390 anos de ‘^ãwõn [iniquidade, observação nossa], e que o cálculo do período em vista deve começar com a queda de Jerusalém, em 586. No entanto, os cálculos posteriores requerem duas modificações: ‘^ãwõn deve ser interpretado como uma designação para o comportamento dos israelitas, viz, “iniquidade”, não como punição por aquele comportamento, e o cálculo deveria ser retrospectivo em vez de olhar para o futuro. Calculando 390 anos no sentido contrário de 586 chega-se a um ponto de partida para o período da iniquidade de Israel em 976. Isto é impressionantemente próximo da data na qual a glória {kãbôd) de Yahweh havia mudado do tabemáculo e entrado no Santo dos santos do novo templo constraído.*^ De acordo com o historíador hebreu, no entanto Salomão, o monarca que dera a Yahweh seu templo, foi também responsável por começar a apostasia oficial patrocinada pela corte real.*® Por 390 anos a partir de então, Israel provocaria a ira de Yahweh, o Senhor do pacto, por meio da adoração simultânea a outros deuses e outros comportamentos apóstatas.…” (BLOCK, Daniel Isaiah. op.cit., pp.188/9)
- Já os quarenta anos referentes a Judá tem início em 626 a.C., quando tem início o ministério do profeta Jeremias, no décimo terceiro ano do reinado de Josias (Jr.1:1), logo após a abolição da idolatria por parte deste rei, que foi o último monarca de Judá fiel ao Senhor.
- Tendo retirado toda a idolatria tanto de Judá quanto de Israel, em o norte, Josias como que dava uma nova oportunidade ao povo, mas, lamentavelmente, o povo continuaria a praticar a idolatria e, diante disto, como anunciado por Jeremias, tanto Jerusalém quanto o templo seriam destruídos e o povo perderia a posse da terra de Canaã.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO