Adultos

Lição 6 - Expressando palavras honestas IV

ASSEMBLEIA DE DEUS - IBOTIRAMA/BA

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

SEGUNDO TRIMESTRE DE 2022

Adultos - OS VALORES DO REINO DE DEUS: a relevância do sermão do monte para a Igreja de Cristo

COMENTARISTA: OSIEL GOMES DA SILVA

COMENTÁRIO: PR. JOSAPHAT BATISTA SOARES

LIÇÃO Nº 6 – EXPRESSANDO PALAVRAS HONESTAS

INTRODUÇÃO:

- Após tratar da sexualidade, o Senhor trouxe à lume, no Sermão do Monte, outra área extremamente significativa para os relacionamentos: a do compromisso com a palavra empenhada. Não poderia ter sido diferente porque a palavra é a força propulsora da engrenagem humana, tanto para o bem quanto para o mal. Ela é o instrumento que aciona grandes negócios, constrói sólidas amizades, aproxima as nações, mas, ao mesmo tempo, pode ter efeito devastador, dependendo da forma como é empregada. Daí a sua importância no contexto da ética pregada por Cristo.

I – TEXTO BÍBLICO

(Mateus 5.33-37)

...

II – ARGUMENTOS TEOLÓGICOS

- Nesta parte do Sermão do Monte, Jesus não está condenando a nossa obrigação de manter a palavra dada. O que Ele condena explicitamente é a forma abusiva com que os judeus utilizavam os juramentos para dar valor às suas palavras. Jesus não ensina “coisas novas”, mas parte de princípios que os judeus conheciam muito bem. Não era novidade o problema que Ele levantou. Observe: Números 30.2 diz: “Quando um homem fizer voto ao Senhor ou fizer juramento, ligando a sua alma com a obrigação, não violará a sua palavra. Segundo tudo o que saiu da sua boca, fará”. Não era uma regra, e sim uma exceção permitida por Deus como uma forma de proteção contra a desonestidade oriunda da natureza pecaminosa do homem. O homem deveria empenhar-se ao máximo para fazer valer a sua palavra e cumpri-la. Deus abomina o falso juramento em seu nome (Lv 19.12). Qualquer pessoa que jura, jura por uma terceira pessoa (“pelo céu, pela terra”), e nunca por si próprio. Apenas Deus jurou por si próprio, mas deixou claro que fez isso por ser soberano e não haver outro maior que Ele.

- Outro ato que Deus condenava era o tomar o nome dEle em vão. Isso poderia ser feito em juramentos rotineiros, e o Senhor deixou bem claro que quem pratica tal coisa não será tido por inocente (Ex 20.7). É evidente que a boca pode pronunciar o que, na verdade, não pretende cumprir. Deus adverte, em Jesus, que Ele se agrada de compromissos assumidos e cumpridos. Os cidadãos do Reino de Deus não podem ter meias palavras. A finalidade desse mandamento é demonstrar que a palavra do cristão deve ser a mesma em qualquer lugar e circunstância. Basta ao que segue a Cristo uma afirmação ou uma negação, e não juramentos.

III - A RELATIVIDADE DOS JURAMENTOS

1. Relatividade ante à grandeza divina. Na passagem bíblica em apreço destaca-se outra vez a expressão: “ouvistes que foi dito aos antigos” (v.33), em alusão à forma estritamente legalista como os fariseus interpretavam a lei mosaica, agora na questão dos juramentos. É tanto que o princípio farisaico ao qual Jesus se reporta nesse versículo não aparece daquela forma em nenhuma parte do Antigo Testamento (ver Êx 20.7; Lv 19.12; Nm 30.2; Dt 5.11; 23.23), constituindo-se, portanto, apenas numa interpretação estritamente jurídica que os doutores da lei tinham do Pentateuco. Quando o Mestre questiona essa abordagem, não está pondo em dúvida o dever de manter-se o compromisso com a palavra empenhada, nem está admitindo o perjúrio, isto é, o falso testemunho. O que está sendo arguido pelo Senhor é a vulgarização dos juramentos, isto é, a forma desrespeitosa de usar o sagrado (o nome de Deus, por exemplo, v.34) para legitimar situações da rotina diária (às vezes comprometedoras), onde a palavra de cada um deveria ter o peso do caráter de quem a profere. É o que a Bíblia identifica como tomar o nome de Deus em vão (Êx 20.7).

- Era comum, entre os judeus, jurar pelo altar, pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por Jerusalém, a cidade do grande Rei. Quanto mais importante o objeto do juramento, maior significado tinha o compromisso. Até mesmo o céu era invocado por testemunha entre as partes (ver Mt 23.16-22). Mas como pôr o trono do Altíssimo como avalista de nossas palavras, se apenas o Deus eterno tem o controle absoluto e soberano do tempo para determinar o rumo da história?

2. Relatividade ante às circunstâncias. Estas superam o poder das nossas palavras e nos colocam muitas vezes em situações que nos impedem de agir da forma como desejávamos. O próprio Mestre levanta a questão, quando afirma: “Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco em preto” (v.36). Ora, se nos faltam condições de determinar o efeito das circunstâncias do tempo sobre o nosso organismo, como firmar nossas palavras em nome de alguma coisa sobre a qual não temos controle? Chega-se, portanto, à seguinte conclusão: nenhum juramento garante que as nossas palavras serão cumpridas, por maior valor que tenha o símbolo sagrado para firmá-lo. Eis a razão pela qual o Senhor nos ensina a evitar esse recurso para garantir o que estamos falando. Ensino este que Tiago repete em sua epístola (Tg 5.5). A verdade é que já naquela época, como também nos dias de hoje, o uso indiscriminado dos juramentos tornou-se um recurso sem credibilidade porque passou a ser uma forma de tentar legitimar a mentira. Normalmente, quando alguém precisa “jurar” por alguma coisa é porque a “sua verdade” está desacreditada.

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