SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2017
Adultos - O caráter do cristão: moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro
COMENTARISTA: ELINALDO RENOVATO DE LIMA
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 12 – JOSÉ, O PAI TERRENO DE JESUS, UM HOMEM DE CARÁTER
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre um dos mais importantes personagens do NT – José o pai adotivo de Jesus; inicialmente traremos algumas informações detalhadas sobre ele; destacaremos importantes traços do seu caráter que denotam que este homem era um autêntico servo de Deus; e, por fim, pontuaremos que ele foi um excelente exemplo de marido e de pai.
I – INFORMAÇÕES SOBRE JOSÉ
Muito pouco se sabe sobre a vida de José. Seu nome só é mencionado nas narrativas sobre o nascimento de Jesus, em Mateus 1 e 2 e Lucas 1 e 2, bem como na árvore genealógica, em Lucas 3.23. Gardner (1999, p. 382) diz que: “a ausência do nome de José em Mateus 13.55 e João 2.1, passagens onde se esperaria que estivesse presente, implica que ele já havia falecido quando Jesus iniciou seu ministério público ou logo depois (Lc 3.23)”. Abaixo destacaremos algumas informações sobre este personagem:
1.1 Nome. O nome José vem de uma palavra hebraica que significa: “Yahweh acrescentará” ou então “que Yahweh adicionará” (CHAMPLIN, 2004, p. 591). José era um nome comum entre os hebreus (Nm 13.7; Ed 10.42; At 1.23; 4.36).
Talvez, este nome foi dado fazendo alusão ao grande patriarca José, o filho de Jacó, já que era comum na cultura hebraica colocar nome nos filhos em homenagem aos antepassados (Lc 1.60,61).
1.2 Família.
O texto bíblico nos informa que José estava noivo de uma moça chamada Maria (Mt 1.18; Lc 1.27) e que ele pertencia à “Casa e família de Davi” (Lc 2.4), a linhagem do Messias (2 Sm 7.12,16). José foi o pai adotivo e não biológico de Jesus (Mt 1.22-25). No entanto, com Maria, após o nascimento de Jesus (Mt 1.25) ele teve filhos, a saber: Tiago, José, Simão, Judas e algumas filhas (Mt 13.55; Mc 3.31; Lc 8.19; Jo 2.12; 7.3,5,10; At 1.14; Gl 1.19).
1.3 Profissão. José era um carpinteiro (Mt 13.55), um ofício que provavelmente ensinou a Jesus (Mc 6.33). Os carpinteiros eram operários especializados em madeira. José também era um homem de condição humilde. Isto fica claro pelo sacrifício que ofereceu a Deus, na ocasião em que levou Jesus ao templo para ser apresentado ao Senhor (Lv 12.1-8; Lc 2.24).
1.4 Lugar de origem. Embora fosse da tribo de Judá, da cidade de Belém, José não residia em Judá, pelo contrário, era de Nazaré uma aldeia da Galiléia (Lc 2.4,39), como também o menino Jesus (Lc 4.16). Foi ali que o anjo anunciou a Maria o nascimento do Messias (Lc 1.26-28). Após esta família ter passado algum tempo no Egito, eles voltaram a Nazaré (Lc 4.14). Posteriormente, Jesus ensinou na sinagoga de Nazaré (Mt 13.54; Lc 4.15). A associação de Jesus com a localidade o fez ser conhecido como Nazareno (Mt 2.23; Lc 18.37; 24.19; 2.22).
II – CARACTERÍSTICAS DO CARÁTER DE JOSÉ
José foi um homem escolhido para uma grande obra: ser o pai adotivo do Messias. Para tal precisava ter um caráter polido, santo, refinado. Vejamos quais as características do caráter de José, segundo a Bíblia:
2.1 Justo. José é declarado pelas Escrituras como sendo alguém justo (Mt 1.19-a). Tal virtude fica evidente pelas atitudes que tomara diante das circunstâncias que lhe sobrevieram. A expressão “justo” no hebraico é “hasid” que significa:“aquele que é piedoso, religioso, santo, justo”. No grego a expressão é “dikaios”. No Novo Testamento, denota “justo, íntegro”, um estado de estar certo, ter razão ou de conduta correta, julgada quer pelo padrão divino, quer de conformidade com os padrões humanos, do que é direito (VINE, 2005, pp. 163,734 – acréscimo nosso). Os servos de Deus em toda a Bíblia são chamados de justos (Sl 5.12; 11.5; 33.1; 34.17); e, Deus quer que nós O sirvamos em justiça e santidade (Sl 15.1-5; Mq 6.8; 1 Jo 2.29; Ap 22.11).
2.2 Prudente. Apenas Maria sabia que estava grávida por uma intervenção sobrenatural, portanto, ao vê-la nessa condição, é dito que José não querendo infamá-la “intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19-b). Aos olhos de José, parecia que Maria havia sido infiel, visto que estava “desposada” ou “noiva” dele (Lc 1.27). Esse compromisso de noivado era tão sério que “se houvesse o rompimento do noivado, tinha que haver o processo de divórcio” (LIMA, 2017, p. 133). A descoberta de que Maria havia engravidado, era o suficiente para que houvesse o pedido de divórcio por José, o que lhe garantiria o ressarcimento do dote e possivelmente o apedrejamento da noiva, por causa da infidelidade (Dt 22.20,21).Todavia, antes de agir José pensou: “E, projetando ele isto [...]” (Mt 1.20-a). O Aurélio (2004, p. 1651) define o adjetivo “prudente” como sendo alguém: “moderado, comedido, cauteloso, precavido, sensato”. A Bíblia faz severas exortações a sermos prudentes: (a) no falar (Pv 14.6; 21.23; 25.15) ; (b) no andar (Pv 14.15; Ef 5.15); (c) no agir (Pv 19.11; 22.3; Mt 7.24; 25.4); e, (d) no pensar (Pv 15.5; 16.20; 17.10).
2.3 Obediente. A obediência era um dos traços mais marcantes do caráter de José. Ao ver Maria grávida José intentou deixá-la secretamente, no entanto, quando projetava tomar esta decisão, um anjo do Senhor lhe apareceu, trazendo-lhe uma consoladora mensagem: “José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20). Diante disso, José, foi obediente a voz divina, recebendo Maria como sua esposa (Mt 1.24), e, não teve relações sexuais com ela até que Jesus nasceu (Mt 1.25). Com José, aprendemos que além de escutar a voz de Deus precisamos ouvir, ou seja atender. O verbo “ouvir” no hebraico “shãma” quer dizer “ouvir, dar atenção a, escutar, obedecer, publicar” (VINE, 2002, p. 210 – acréscimo nosso). A obediência é exigida por Deus (Dt 13.4), é essencial à fé (Hb 11.6); resultado para quem dá ouvidos à voz de Deus (Êx 19.5); é um dever que temos diante de Cristo (2 Co 10.5); o evangelho requer obediência (Rm 1.5); consiste em observar os mandamentos de Deus (Ec 12.13).
2.4 Temente a Deus. José demonstrou com suas atitudes, ser um judeu que temia ao Senhor, servindo a Deus com a sua família. A lei exigia que os homens judeus fossem a três celebrações em Jerusalém todos os anos (Dt 16.16,17). O registro bíblico diz que ele e Maria subiam anualmente a Jerusalém para a celebração da Páscoa como de costume (Lc 2.41). Como podemos ver o temor sempre está ligado há uma vida de comunhão e obediência a Deus (Pv 8.13; 16.6; 22.4); é uma atitude que devemos manter com constância (Dt 14.23; Sl 2.11; 86.11; Pv 23.17); devemos ensinar aos outros o temor a Deus (Sl 34.11); e, quem teme a Deus tem vários benefícios (Pv 15.16; 19.23; Ec 8.12,13).
2.5 Sensível a voz divina. José caracteriza-se também por ser um homem sensível a voz divina. Ele ouviu e atendeu orientação divina quando intentou deixar Maria secretamente (Mt 1.20-24); também na ocasião em que Herodes enfurecido mandou que matassem todas as crianças de Belém de dois anos para baixo, Deus lhe falou em sonhos dizendo: “Levantate, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito, e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para o matar” (Lc 2.13). Ele não hesitou, antes obedeceu a Deus (Mt 2.14); José ainda ouviu e se inclinou a direção divina, quando Deus o mandou retornar a Israel, porque Herodes já estava morto (Mt 2.19-21); e, por fim, quanto voltava do Egito intentou ir morar na Judeia, mas o Senhor lhe orientou ir para a Galiléia, habitar em Nazaré (Mt 2.22,23).
III – JOSÉ, UM EXEMPLO DE MARIDO E DE PAI
José não destaca-se na Bíblia apenas como um servo de Deus, mas também como um marido amoroso e um pai dedicado. Aprendemos com isso que, o nosso relacionamento com Deus, deve resultar em um estilo de vida que produza um relacionamento saudável com o próximo (Mt 22.37,39). Abaixo veremos como José foi um exemplo de esposo e pai:
3.1 Exemplo de esposo. Em toda narrativa neotestamentária observamos as atitudes de José que denotam que ele era um bom marido para sua esposa. Vejamos:
a) Quando viu Maria grávida não a acusou de fornicação, porque não queria infamá-la (Mt 1.19);
b) Após descobrir que o que na sua esposa estava gerado era do Espírito Santo, ela a recebeu (Mt 1.20,24);
c) Todas as vezes que se menciona Maria se diz que José está junto, pois era um esposo presente (Lc 2.4,5,16,33,41);
d) Trabalhava para sustentar seu lar (Mt 13.55; Mc 6.33).
3.2 Exemplo de pai. Champlin (2004, p. 13) nos diz que: “em Israel, o pai da família era o principal mestre de sua família e precisava levar a sério os seus deveres. Suas instruções incluíam tanto alguma profissão como a educação religiosa (Dt 4.9; 6.7; 31.13; Pv 22.6; Is 28.9)”. Deus concedeu a José uma missão muito mais elevada - ser o pai adotivo de Jesus, “o Filho do Altíssimo” (Lc 1.32). Pela narrativa dos evangelhos observamos que José foi um pai dedicado. Vejamos:
a) José levou Jesus ao templo para a circuncisão no oitavo dia (Lc 2.21);
b) Nesta mesma ocasião deu o nome a criança conforme orientação dada pelo anjo (Mt 1.21);
c) Levou a Jerusalém, junto com Maria, para as cerimônias da purificação (Lc 2.22);
d) Conduzia Jesus anualmente a Jerusalém para a comemoração das festas: “todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa” (Lc 2.41);
e) Aos doze anos, Jesus foi encaminhado por José para fazer o “Bar Mitzvah”, que é traduzido como “Filho do Mandamento” (Lc 2.42), uma “cerimônia judaica onde aos doze anos, o menino tornava-se diretamente responsável pela obediência à Lei, incluindo suas ordenanças e festividades prescritas (CHAMPLIN, 2014, p. 48);
f) Quando soube pelo anjo do Senhor que Herodes iria tentar matar o menino, José o protegeu, refugiando-se no Egito como havia sido orientado (Mt 2.13-15).
CONCLUSÃO
Observamos no caráter de José que ele fez jus a escolha de Deus de incumbi-lo de uma grande tarefa – ser o pai adotivo de Jesus, o Salvador do mundo. Tal missão, este nobre servo cumpriu, sob a graça de Deus, com muita dedicação, temor e amor. Portanto, para todos nós ele é um modelo de como devemos ser comprometidos com a vontade divina.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia. VIDA.
LIMA, Elinaldo R. de. O Caráter do Cristão. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 12 jun. 2017.