SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
TERCEIRO TRIMESTRE DE 2018
Adultos - ADORAÇÃO, SANTIDADE E SERVIÇO: Os princípios de Deus para a Sua Igreja em Levítico
COMENTARISTA: CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE
COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO
LIÇÃO Nº 9 – JESUS, O HOLOCAUSTO PERFEITO
[yt_youtube url="https://www.youtube.com/watch?v=Ii020f7tsXQ" width="600" height="400" responsive="yes" autoplay="no" ]INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos uma definição da palavra holocausto à luz das Escrituras Sagradas; veremos também, algumas características da oferta de holocausto dentro do sistema levítico; e por fim, destacaremos algumas marcas do sacrifício de Cristo, que o faz ser o holocausto perfeito.
I – A PALAVRA HOLOCAUSTO À LUZ DAS ESCRITURAS
1.1 Definição etimológica. Cerca de 290 vezes a palavra holocausto aparece nas Escrituras, englobando tanto a forma singular (199 vezes), como a forma plural (91 vezes), sendo que, a maior ocorrência do termo está no livro de Levítico (62 vezes) (OLIVEIRA, sd, pp. 532,533). A expressão holocausto aparece pela primeira vez na Bíblia, atrelada a história de Noé: “E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo o animal limpo e de toda a ave limpa, e ofereceu holocausto sobre o altar” (Gn 8.20). A palavra hebraica traduzida como holocausto é: “olah”, e significa literalmente: “aquilo que vai para cima”. O dicionário Vine (2002, p. 692), lembra que no grego o termo advém de: “holokautõma” c 12.33; Hb 10.6,8) e que denota: “oferta queimada por inteiro”, formado de “holos”, “inteiro”, e “kautos”, em lugarde “kaustos”, adjetivo verbal de “kaiõ”, que quer dizer: “queimar”.
1.2 Descrição bíblica. A oferta do holocausto, também chamada de oferta queimada (Lv 1.9), era inteiramente consumida sobre o altar (Lv 6.9), com exceção da pele do animal (Lv 7.8), e das entranhas com os resíduos de comida (Lv 1.16). Esse sacrifício era oferecido a Deus como ato de adoração (1Cr 29.20,21), em ação de graças (Sl 66.13-15), para obter algum favor (Sl 20.3-5) e, em diversos ritos de purificação (Lv 12.6-8; 14.19,21,22; 15.15,30; 16.24; Jó 1.5). Era o único sacrifício regularmente estabelecido para o culto no santuário e era oferecido diariamente, de manhã e à noite por isso era chamado de o sacrifício “tãmíd”, ou seja, perpétuo, contínuo (Êx 29.38-42; Ez 46.13; Dn 8.11; 11.31) (TENNEY, vl. 03, p. 63 – acréscimo nosso). Deveriam ser apresentados como sacrifício de holocausto, animais específicos (Lv 1.2,10,14), sendo macho ou fêmea sem defeito (Lv 1.3,10; 3.1; 4.28; 22.19;21).
II – CARACTERÍSTICAS DO SACRIFÍCIO DE HOLOCAUSTO
2.1 Voluntário. A oferta de holocausto como podemos notar, tratava-se de um sacrifício voluntário, isto é, a pessoa trazia de maneira livre e espontânea o animal que seria oferecido ao Senhor: “Quando algum de vós oferecer oferta ao SENHOR […]” (Lv 1.2; ver 1Sm 7.9; 13.9; Sl 20.3), conforme sempre são as ofertas mais altamente motivadas, e era apresentada pelo ofertante à porta da tenda da congregação (Lv 1.3,5).
2.2 Substitutivo. Um ato orientado por Deus no ritual da oferta de holocausto, era: “E porá a sua mão sobre a cabeça do holocausto […]” (Lv 1.4), prescrição essa determinada para todos os sacrifícios de animais. Compare a mesma ocorrência na oferta de paz (Lv 3.2), na oferta pelo pecado (Lv 4.4), no oferecimento do carneiro da consagração (Lv 8.22), no ritual do Dia da Expiação (Lv 16.21), e até na apresentação dos levitas (Nm 8.10), exceto quando o sacrifício era de aves (Lv 14.4,14-17,49). O adorador deveria colocar a mão sobre o animal a ser sacrificado (Lv 1.4), gesto que simbolizava duas coisas: (a) a identificação do ofertante com o sacrifício; e, (b) a transferência de algo para o sacrifício. No caso do holocausto, o ofertante estava dizendo: “Assim como esse animal é entregue inteiramente a Deus no altar, também eu me entrego inteiramente ao Senhor”. Nos sacrifícios que envolviam o derramamento de sangue, a imposição de mãos simbolicamente transferia o pecado e a culpa para o anima e morria no lugar do pecador (WIERSBE, 2006, p. 336).
2.3 Expiatório. O holocausto era uma dádiva que visava ganhar o favor divino para o adorador conforme é indicado na seguinte frase: “[…] para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação” (Lv 1.4-b), ficando claro textualmente o propósito de Deus na oferta de holocausto. Esta expiação significa “remissão da culpa através do pagamento ou cumprimento da pena”, nesse caso em particular por meio da morte do animal oferecido (Lv 1.3,9,13,17).
2.4 Provisório e repetitivo. Como já vimos o holocausto era um sacrifício contínuo (Nm 28.1-6; Ez 46.13; Dn 8.11), e embora os sacrifícios descritos em Levítico, tenham sido instituídos por Deus, eles não eram plenos: “nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam […]” (Hb 10.1), pois: (a) eram repetitivos (Hb 10.11); (b) não limpavam à consciência (Hb 9.9); e, (c) não purificavam os pecados (Hb 10.4).
2.5 Tipológico. Os holocaustos são sombra da disposição de Cristo em entregar a si mesmo (Hb 10.1). O animal inocente simbolizava a perfeição moral demandada pelo santo Deus, bem como a natureza perfeita do real sacrifício futuro, a saber, Jesus Cristo. O animal sacrificado pelos israelitas não apenas acalmava a ira de Deus ou se tornava um substituto para receber punição, mas sobretudo, prenunciava o dia em que o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo (Jo 1.29), morreria e venceria o pecado para sempre (Cl 2.13,14).
III – CARACTERÍSTICAS DO SACRIFÍCIO DE JESUS COMO O HOLOCAUSTO PERFEITO
3.1 Voluntário. Jesus não foi forçado a ir à cruz. Ele não foi à cruz contra sua vontade. Ele mesmo disse: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (Jo 10.17,18). A morte de Cristo não deve ser considerada como um acidente, mas algo intencional, como demonstração do Seu eterno amor pela humanidade (Jo 3.16; 10.11; Rm 5.6,8,15).
3.2 Substitutivo. Quando o homem caiu e se afastou de Deus, ficou em débito eterno para com Deus (Cl 2.14). O homem, por si só não poderia resolver seu problema ou pagar sua dívida diante de Deus, a não ser que um “substituto” fosse providenciado, o que está fora do alcance do homem conseguir. Essa atividade, dentro da Teologia, é chamada de “expiação vicária”, que pode ser entendida como “substituição penal” (2Co 5.14, 15,21). A Bíblia ensina que os sofrimentos e a morte de Cristo foram vicários por todos os homens, pois Ele tomou o lugar dos pecadores, e que a culpa deles lhes foi “imputada” e a punição que mereciam foi transferida para Ele (Lv 1.2-4; 16.20-22; 17.11; Is 53.6,12; Mt 20.28; Mc 10.45; Jo 1.29; 11.50; Rm 5.6-8; 8.32; 2Co 5.14,15,21; Gl 2.20; 3.13; 1Tm 2.6; Hb 9.28; 1Pd 2.24) (RYRIE, 2017, p. 331).
3.3 Expiatório ou Propiciatório. Deus demonstra sua justa ira para com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18-32; Ef 2.3; 1Ts 2.16; Ap 6.16; 14.10,19; 15.1,7; 16.1; 19.15), de forma que, qualquer que seja a atitude desse Deus absolutamente Santo contra o pecado, é completamente justo e aceitável, pois, devido a seu caráter Santo, não pode deixar impune o mal, nem tão pouco fingir que ele não existe, ou que não tem importância. Contudo, em Cristo por meio do seu perfeito sacrifício, é providenciada uma oferta “propiciatória” e assim a ira de Deus contra o pecado é apaziguada (Rm 3.25; 1Jo 2.1-2; 4.10 cf. Êx 25.17-22; Lv 16.14.15) (CHAFER, 2010, p. 99). A palavra propiciação significa: “aquilo que propicia, isto é, torna favorável”. O pecado separa o homem de Deus (Is 59.2; Rm 3.23; Ef 2.1-3), mas Jesus, o nosso cordeiro, morreu para tirar o pecado (Jo 1.29;1Jo 3.5) e, por causa dessa propiciação, a ira de Deus se retirou (Is 12.1-3) e aquele que crer em Jesus é livre de toda a culpa diante da Lei. Deus nos concedeu um sinal de sua aprovação a esta propiciação: na hora da morte de Jesus, o véu do templo se rasgou de alto abaixo (Mt 27.51). Assim, Deus mostrou que Jesus abriu um “novo e vivo caminho” (Hb 10.20).
3.4 Redentor. A redenção é mais um aspecto do sacrifício de Cristo sobre a cruz, que é ligado ao pecado e restrito em seu significado. Como substituição tem o sentido de assumir a culpa, já a redenção tem sentido de pagar essa culpa assumida. Ou seja, a redenção é aplicada no que diz respeito ao pecado e o débito que ele causa, que pode apenas ser pago com sangue (Hb 9.22 cf. Lv 17.11). Logo, para que o preço de pecado pudesse ser pago, era necessário derramamento de sangue de um cordeiro sem máculas (Jo 1.29; cf. Is 53.9; 1Pd 2.21-22). A ideia expressa nesse contexto é de prover liberdade através do pagamento de um resgate (Rt 3.9; Os 3.15; Is 43.3,10-14). Cristo é o Redentor da raça humana e a ideia expressa é de comprar (Mt 13.44, 46; 14.15; Mc 6.36; Lc 9.13; cf. Gn 41.57, 42.5,7; Dt 2.6). “Por que fostes comprados por preço […]” (1Co 7.23). A ideia presente neste texto aponta para uma compra de alto valor. Assim, podemos concluir que essa compra implicou no pagamento de um preço alto (1Pd 1.18,19), que é o sangue do próprio Messias (Ap 5.9,10). Assim, por meio do pagamento, o redimido é desatado e está livre (CHAFER, 2010, vol.3, p. 99).
3.5 Único e eficaz. Os sacrifícios de animais precisavam ser repetidos, mas Jesus Cristo ofereceu a si mesmo uma só vez (Hb 7.26,27). Por fim, os sacrifícios de animais não poderiam jamais apagar, pois, seu sangue apenas “cobriria” o pecado até que o sangue de Cristo “tirasse o pecado do mundo” (Jo 1.29). Seu sacrifício purifica a consciência (Hb 9.14); e uma vez que Cristo é “sem mácula”, pôde oferecer o sacrifício perfeito (Hb 10.10,14,18); de maneira que quando Jesus morreu na cruz, como oferta pelos nossos pecados, o véu do templo foi rasgado de alto a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45), ficando por meio de Cristo aberto o acesso a Deus (Hb 9.1-14; 10.19-22). Contrastando o acesso limitado a Deus que os israelitas tinham por meio do sistema sacrificial Levítico, Cristo, ao dar sua vida por nós como sacrifício perfeito, abriu o caminho para a própria presença de Deus e para o trono da graça (Hb 4.16).
CONCLUSÃO
O Senhor Jesus Cristo realizou muitas obras, porém, a obra suprema que Ele consumou foi a de morrer pelos pecados do mundo (Mt 1.21; Jo 1.29). O evento mais importante e a doutrina central da salvação, resumem-se nas seguintes palavras: “[…] Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Co 15.3).
REFERÊNCIAS
CHAFER, Lewis Sperry, Teologia Sistmática. HAGNOS.
OLIVEIRA, Oséias Gomes. Concordância Bíblica Exaustiva Joshua. Vol. 02. CENTRAL GOSPEL.
RYRIE, Charles. Teologia Básica. MUNDO CRISTÃO.
TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. Vol 3. EDITORA CULTURA CRISTÃ.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. PDF
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