Adultos

Lição 7 - A salvação pela graça V

SUPERINTENDENCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

PORTAL ESCOLA DOMINICAL

QUARTO TRIMESTRE DE 2017

Adultos - A OBRA DA SALVAÇÃO: JESUS CRISTO É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA

COMENTARISTA: CLAITON IVAN POMMERENING

COMENTÁRIO: SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM PERNAMBUCO

LIÇÃO Nº 7 – A SALVAÇÃO PELA GRAÇA

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INTRODUÇÃO

Nesta lição traremos a definição da palavra “graça” tanto no AT quanto no NT; destacaremos que Deus sempre se relacionou com o homem por Sua graça; destacaremos algumas características deste favor divino; e, por fim, pontuaremos que somente pelo favor imerecido de Deus o homem poderá ser salvo.

I – O QUE SIGNIFICA GRAÇA

A palavra “graça” aparece 217 vezes em toda a Bíblia. No AT: 73; no NT: 144 (JOSHUA, sd, p. 697). O conceito de graça é multiforme e sujeito a desdobramentos nas Escrituras. No AT, “hen”, significa: “favor”. É o favor imerecido de um superior a um subalterno. No caso de Deus e do homem, 'hen' é demonstrado por meio de bençãos temporais, embora também o seja por meio de bênçãos espirituais e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31,2; Êx 33.19). No NT, é “charis”, que indica “graciosidade”, “atrativo”, “favor” (WYCLIFFE, 2007, p. 876 – acréscimo nosso).

Em resumo esta palavra significa um: “favor imerecido concedido por Deus à raça humana” (ANDRADE, 2006, p. 203).

II – DEUS SEMPRE SE RELACIONOU COM O HOMEM POR SUA GRAÇA

Algumas pessoas têm limitado a palavra Lei ao AT e a palavra graça ao NT. Mas isso é um erro muito grave. A graça de Deus é vista ao longo de todas as dispensações na história, como veremos a seguir:

2.1 Antes da Lei. Já no Éden, vemos a manifestação da graça divina, pois mesmo quando Adão pecou sendo merecedor do juízo, Deus lhe fez a promessa da vinda do Redentor (Gn 3.15); lhe cobriu a nudez (Gn 3.21); e, vedou o acesso a árvore da vida a fim de que o homem não tivesse a sua situação irremediável (Gn 3.22-24). No período antediluviano, Deus decretou0 que daria um tempo aquela geração de 120 anos até que viesse o dilúvio e consumisse a todos (Gn 6.3). Noé achou graça aos olhos de Deus (Gn 6.8), e o Senhor o livrou junto com a sua família daquela catástrofe (Gn 6.9). Quanto a Abraão foi imputada justiça mediante a fé, evidencia-se um claro sinal da graça (Gn 15.6; Rm 4.3-5). Até o pacto que Deus fez com Ele, não foi baseado em méritos, pois na ocasião, somente Deus passou por entre as metades dos animais (Gn 15.8-17).

2.2 Durante a Lei. Deus deu a Lei ao povo de Israel, mas sabia da incapacidade deles de observá-la em Sua plenitude, por causa de sua natureza pecaminosa (Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 7.14-23). Por isso, instituiu o sistema cerimonial de sacrifícios, a fim de proporcionar-lhes perdão por Sua graça (Êx 30.10; Lv 1.4; 4.2,14,21,24). Portanto, a provisão da graça para com o indigno transgressor da Lei existia desde o Antigo Testamento (Êx 33.13; Jr 3.12; 31.2). A passagem de Atos 15.10,11 confirma isso também.

2.3 Depois da Lei. Apesar de Deus ter sido gracioso em todas as eras anteriores, sempre oferecendo novas oportunidades para a obediência sob Suas novas condições, a Sua benevolência ilimitada foi totalmente derramada por meio de Jesus, nos primórdios deste novo tempo chamado de “dispensação da graça” (Ef 3.2). João diz que “[...] a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17-b). Paulo ensinou que Deus manifestou a Sua graça em toda a sua plenitude na Pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo (2 Co 8.9; 13.13; Gl 1.6; 6.18; Ef 2.7; Fp 4.23). O apóstolo Pedro também falou da “graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo” (1 Pe 1.13).

II – CARACTERÍSTICAS DA GRAÇA DIVINA

Paulo foi o principal instrumento humano para transmitir o pleno significado da graça em Cristo. Não é de admirarque mais tarde ele viesse a ser conhecido como “o apóstolo da graça” (SWINDOLL, 2009, p. 19). Com maestria, ele nos falou sobre a graça de Deus de forma abundante. Quase dois terços das ocorrências neotestamentárias de “charis”, normalmente traduzida por “graça”, se encontram em suas cartas. O termo se encontra em todas as treze cartas paulinas tradicionais e é bastante repetido em Romanos. Ele confessou que para isto foi chamado “para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20.24). Abaixo destacaremos algumas verdades sobre este maravilhoso favor divino:

2.1 A graça é um ato soberano (Rm 1.7; 5.15; Tt 2.11). Nos referidos textos, Paulo nos diz que a graça procede soberanamente de Deus. Isto porque o favor lhe pertence e vem dEle, como sua fonte originária (1 Co 15.10; Tt 2.11; 1 Pe 5.10). A graça de Deus brilhou sobre os que estavam nas trevas e na sombra da morte (Mt 4.2; Lc 1.79; At 27.20; Tt 3.4). “A graça divina é, então, Deus mesmo renunciando ao exercício do justo castigo por sua livre e soberana decisão” (ALMEIDA, 1996, p. 28).

2.2 A graça é imerecida (Rm 3.24; Ef 2.5.7-8). Para falar sobre este favor imerecido ao pecador, Paulo usa a seguinte argumentação: “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.4,5). O apóstolo deixou claro que a salvação é concedida ao homem sem ele merecer. Não há nada que o homem faça para o tornar digno de ser salvo, pois a graça aniquila qualquer obra que visa receber a salvação por mérito (Ef 2.9). A salvação não é uma recompensa por bom comportamento e o homem não tem condições de cumprir a Lei, por causa de seu estado de pecado (Is 64.6; Rm 7.14-21).

2.3 A graça é suficiente (Rm 3.24; Ef 2.8). Paulo nos mostra que a Lei não é suficiente para salvar o homem. Até porque seu propósito é revelar o pecado e não extirpá-lo (Rm 7.7). Todavia, a graça de Cristo fez por nós aquilo que a Lei nunca poderia (Rm 8.3). Embora a fé seja o caminho dado por Deus para a salvação, não é ela quem nos salva, mas a graça “Porque pela graça sois salvos” (Ef 2.8-a). Portanto, é pela graça, o favor imerecido de Deus, que ele nos concede a bênção da salvação (At 15.11; Rm 11.6).

2.4 A graça é imparcial (Rm 1.16; 3.29; 9.24). Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). É errôneo pensar embora “todos pecaram” (Rm 3.23), somente os eleitos serão salvos. Em Tito 2.11 Paulo diz: “[...] a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. A vinda do Messias mostra claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; 1 Pe 1.17). Portanto, a graça de Deus que nos é oferecida mediante o evangelho, é derramada sobre todos em pé de igualdade, ou seja ela contempla tanto judeus como gentios (Gl 3.14; Ef 3.6).

2.5 A graça é resistível (At 7.51; 18.5,6). A ideia de que a graça é irresistível está ligada a Agostinho. “De acordo com ele, a graça de Deus atua incondicional e irresistivelmente nos eleitos, garantindo a salvação deles, produzindo a reação favorável dos homens para com o evangelho e garantindo que essa reação seja absolutamente completa e eficaz” (CHAMPLIN, 2004, p. 957). Nenhum apóstolo ou pai da igreja jamais ensinou tal heresia, pelo contrário, a Bíblia, nos mostra que o homem pode por seu livre arbítrio aceitar ou rejeitar o plano divino para a sua salvação (At 4.4; 9.42; 13.46; 17.4). O povo de Israel é a maior prova de que a graça não é irresistível, pois o apóstolo João diz: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Jesus quando estava em frente ao Monte das Oliveiras declarou: “Jerusalém, Jerusalém, [...] quantas vezes QUIS EU ajuntar os teus filhos, [...] e TU NÃO QUISESTE!” (Mt 23.37). O escritor aos Hebreus por mais de uma vez disse: “[...] se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação [...]” (Hb 3.15). Confira também (Hb 3.7,8; 4.7).

III – GRAÇA, A BASE DA SALVAÇÃO

Há quem defenda erroneamente que os crentes do AT eram salvos pela obediência a Lei, enquanto que os santos do NT são salvos pela graça, este é um grande erro. Nenhum homem poderá ser salvo por suas obras, mas somente e unicamente pela graça de Deus (At 15.11; Ef 2.8; Tt 3.7). Paulo enfatizou esta verdade citando dois exemplos do AT, a saber: Abraão e Davi (Rm 4.1-8). Jesus ensinou que: “aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mt 19.26). Paulo de igual forma asseverou: “Porquanto o que era impossível à lei, [...] Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne” (Rm 8.3). O escritor aos Hebreus também atestou: “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hb 10.4). Segundo Geisler (2010, p. 158), “apesar da fonte da salvação ser a decisão divina de nos salvar, a natureza da salvação é a graça de Deus. O dom magnífico da vida eterna somente chega até nós por intermédio da graça, e somente por ela”. É bom lembrar que todos os passos para a redenção do pecador são atribuídos à graça de Deus; a saber:

 A eleição (Rm 11.5,6; Ef 1.4);

 A regeneração (Gl 1.15,16);

 A justificação (Rm 3.24; 5,16,18; Tt 3.7);

 A santificação (1 Pe 5.10);

 A glorificação (1 Pe 5.10).

CONCLUSÃO

A graça imensurável de Deus, sempre foi manifestada em todo decorrer da história humana. No entanto, por meio de Cristo Jesus, este ato soberano de Deus em relação ao homem caído em pecado, foi mais expressamente demonstrado, a fim de mudar a sua sorte e restaurar o que a Queda causou.

REFERÊNCIAS

 ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça.CPAD.

 ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico.CPAD.

 CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.

 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.

 GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

 HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. CULTURA CRISTÃ.

 OLIVEIRA, Oséias Gomes. Concordância Bíblica Exaustiva Joshua. Vol. 03. CENTRAL GOSPEL.

 PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.

 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.CPAD.

 SWINDOLL, Charles R. Paulo. Paulo: um homem de coragem e graça. MUNDO CRISTÃO

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