ASSEMBLEIA DE DEUS EM MUNDO NOVO - BA
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
QUARTO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - CORPO, ALMA E ESPÍRITO: A restauração integral do ser humano para chegar à estatura completa de Cristo
COMENTARISTA: Silas Queiroz
COMENTÁRIO: PR JOSAPHAT BATISTA SOARES

LIÇÃO Nº 12 – O ESPÍRITO HUMANO E O ESPÍRITO DE DEUS
INTRODUÇÃO
- O espírito no homem é a parte mais profunda e íntima do ser humano. Scofield comentou nas notas de sua Bíblia que “sendo o homem espírito é capaz de ter conhecimento de Deus e comunhão com ele. Sendo alma, tem conhecimento de si próprio. Sendo corpo, tem, através dos sentidos, conhecimento do mundo”. Já no caso do Espírito Santo, em razão de suas operações dinâmicas (Gn 1.2), o Espírito Santo é mais mencionado no Antigo Testamento como “Espírito”. Já no Novo, Ele é citado como “Espírito Santo”, o que destaca seu principal ministério na igreja: santificar o crente. Esta distinção de ofício do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento é claramente percebida em 2 Coríntios 3.7,8. O versículo 8 assevera: “Como não será de maior glória o ministério do Espírito?”.
I - TEXTO BÍBLICO
(Romanos 8.14-16; 1 Coríntios 14.14; Gálatas 5.22,23)
II - QUE É O ESPÍRITO HUMANO
- Na Bíblia, a palavra espírito deve ser interpretada dentro do seu contexto para que seja entendido o seu real significado (Mt 27.50; Lc 8.55; 24.39; Jó 12.10; 32.8; 1Co 14.15 e Is 26.9).
1. A distinção do espírito humano. O espírito humano é mais que a simples respiração ou fôlego de vida. É parte principal que o habilita a ter comunhão pessoal com seu Criador, mediante a salvação em Cristo e agência do Espírito Santo. É o espírito que vivifica a alma e dá-lhe consciência de Deus. Mediante Cristo, é ele que nos relaciona com Deus na oração, na adoração e na comunhão. Das criaturas de Deus só o homem possui espírito, o que o torna singular no reino físico (Jó 12.10). “A diferença não está na formação orgânica do homem, mas na sua constituição interior. Os animais são seres vivos, mas não possuem espírito. Comunhão íntima com Deus só é facultada ao ser humano pelo espírito de Deus que habita nele. O espírito é a faceta do homem interior que tem a capacidade de se relacionar responsavelmente com Deus e conhecê-lo porque nele residem a consciência e a fé.
2 - A consciência é o ‘tribunal’ que há dentro de cada um de nós, que condena ou aprova as nossas ações, motivadas e instigadas pela alma, e que pode ser cauterizada ou arrefecida pela prática constante do pecado, bem como pode vir à tona pelo toque inconfundível do Espírito Santo. A consciência age na mente humana. Consciência é a ação do espírito na mente, que é uma das facetas da alma.
3 - Fé é a capacidade de crer, religiosamente falando. Ao referirmo-nos à fé, falamos não da fé que é obtida pela ministração do Evangelho, não da fé sobrenatural, mas de uma característica inata, congênita, inerente a todos os seres humanos, uma capacidade de crer religiosamente falando, uma tendência natural que todos possuem para religiosidade e para a adoração — a fé natural” (Reflexões sobre a Alma e o Tempo, CPAD, pp.29,30).
III - AS MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO DE DEUS NA VIDA DO HOMEM
- Muitas ministrações divinas são atribuídas simultaneamente ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo: A vocação para a salvação é atribuída ao Pai (1 Co 1.9; 1 Ts 2.12), ao Filho (Mt 11.28; Lc 5.32) e ao Espírito Santo (Jo 16.8-11; 15.16; At 5.32). De modo semelhante, a santificação é operada por Deus (1 Ts 5.23; Ez 37.28), por Cristo (Hb 13.12; Ef 5.26) e, mediante o Espírito Santo (1 Pe 1.2; 1 Co 6.11). No entanto, uma das primeiras ministrações do Espírito no homem, não ocorre quando este é salvo, mas quando ainda está morto em delitos e pecados (Ef 2.1; Jo 3.5-8). Esta ministração ao pecador é dupla: convencer (do pecado, da justiça e do juízo, Jo 16.7-11) e restringir ou deter o mal no mundo (2 Ts 2.6-9). Portanto, a obra inicial do Espírito de Cristo no homem é o convencimento — ato magnânimo operado pelo Espírito na comunicação da graça de Cristo, a fim de que o pecador aceite inteligentemente a Cristo como Senhor e Salvador. A segunda ministração não se restringe ao pecador como indivíduo, mas a totalidade deles sendo guardados da operação do mal no mundo. É evidente de que não se trata de eliminar o mal, mas limitá-lo, restringi-lo, diminuir-lhe a eficácia de acordo com os propósitos divinos, como demonstram o texto citado. Somente então, quando o tempo predeterminado por Deus for cumprido, é que o iníquo se revelará e, durante sete atribulados anos, os pecadores sofrerão, até que o Rei dos reis retorne para exercer total autoridade.
OBS: ARGUMENTO DOUTRINÁRIO - “A Operação do Espírito Santo é Condicional - 1. Ministrações do Espírito. As obras e ministrações do Espírito Santo provam a sua divindade, assim como as obras que Jesus realizou como homem provam que Ele é o Filho de Deus (Jo 5.36; 10.25,38; 14.11). Portanto, o Espírito Santo sempre opera em conjunto com a Trindade, pois é o ativador de todas as coisas. 2. Soberania do Espírito. O Espírito Santo é soberano. Ele opera como o vento, isto é, ‘assopra onde quer’ (Jo 3.8). Aquele que se coloca à inteira disposição do Espírito Santo experimentará a sua operação poderosa e irresistível (cf. At 6.10). A Bíblia diz: ‘Operando eu, quem impedirá?’ (Is 43.13). Assim aconteceu nos dias dos apóstolos; apesar de os inimigos os perseguirem, procurando impedi-los de agir, o Espírito Santo operava por meio deles de tal maneira que o Evangelho se espalhou vitoriosamente por toda a parte (At 4.33; 5.40-42; 6.7)”. (BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. 4.ed., RJ: CPAD, 2005, pp.88,120.)
IV - O ESPÍRITO SANTO DE DEUS PRODUZ O FRUTO NA VIDA DO CRENTE
- O termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original karpos , que tanto pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12.33; 13.23; At 14.17). Na Bíblia, também é empregado em sentido figurado para indicar o resultado de algo, por exemplo: o produto do ventre e dos animais (Dt 28.11); o caráter do justo (Sl 1.30; Pv 11.30); a índole do ímpio e as atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); a mentira (Os 10.13); a santificação (Rm 6.22); a justiça (Fp 1.11), o arrependimento (Lc 3.8) etc. No texto de João 15, Jesus se apresenta como a Videira Verdadeira e utiliza-se de uma simbologia já existente no Antigo Testamento, onde a árvore representa o homem (Jz 9.7-15; Sl 1.3), e a vinha, Israel (Is 5.1-7; Jr 2.21; Os 10.1). A árvore produz fruto segundo a sua espécie (Gn 1.11). Espécie, no original, mim , designa “especificação” ou “ordem”, portanto, a qualidade do fruto aponta para o caráter de sua árvore (Gn 1.12; Mt 7.17,18). Logo, o crente regenerado pelo Espírito Santo deve originar fruto que dignifique e reflita o caráter moral de Cristo.
- Num de seus últimos ensinamentos aos discípulos, Jesus discorreu sobre a importância da frutificação espiritual (Jo 15.1-5). O Mestre fez uma analogia da videira e seus ramos com Ele e o crente, para ensinar que este precisa daquEle, a fim de tornar-se semelhante a Cristo. É o Espírito Santo que produz o fruto em nós à proporção que lhe entregamos a vida. Para que o fruto seja gerado, é necessário que haja uma relação de interdependência entre o tronco e seus ramos. Jesus declarou aos discípulos que viera ao mundo com a missão de revelar-lhes o Pai. E que, ao partir, enviaria o Espírito Santo para estar com eles, ajudando-os em todas as coisas. Assim como Jesus fez-se homem para revelar o Pai à humanidade, o Espírito habita no crente a fim de que Cristo seja conhecido (1Co 6.19).
OBS: ARGUMENTO DIDÁTICO - “O ESPÍRITO NOS AUXILIA - Como cristão, você não depende de seus recursos para lidar com os problemas. Mesmo quando não souber as palavras certas para orar, o Espírito Santo ora com e por você, e Deus responde. Com o Espírito o ajudando a orar, você não precisa ter receio de aproximar-se de Deus. Peça ao Espírito Santo para interceder por você segundo a vontade de Deus. Então, quando levar seus pedidos ao Pai, confie que Ele sempre faz o melhor. […] Mas essa promessa não é para todos, é apenas para os que amam a Deus e são chamados por Ele; é somente para aqueles a quem o Espírito Santo convenceu de receber a Cristo. Tais pessoas têm uma nova perspectiva, uma nova maneira de pensar.” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, pp.1566).
IV - O ESPÍRITO HUMANO CONTROLADO
- Para isto, sabemos que nada mais é do que uma acão do Santo Espírito de Deus na vida do crente gerando frutos (Gl 5:22).
1. Vida frutífera. Quando o crente não se submete ao Espírito, cede aos desejos da natureza pecaminosa. Mas, ao permitir que Ele controle sua vida, torna-se um solo fértil, onde o fruto é produzido. Mediante o Espírito, conseguimos vencer os desejos da carne e viver uma vida frutífera.
a) Segredo da batalha espiritual. Para ser vencedor nesta batalha, o segredo é andar no Espírito (Gl 5.24,25). Como fazemos isto? Ouvindo a sua voz, seguindo a sua liderança, obedecendo às suas ordens, confiando nEle e dependendo dEle.
b) Fruto e obras. Para mostrar o quanto é acentuado o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito, o escritor aos Gálatas alistou-os no mesmo capítulo (Gl 5). Desde que o Espírito Santo dirija e influencie o crente, o fruto se manifestará naturalmente nele (Rm 8.5-10). Da mesma maneira acontece ao ímpio, cuja natureza pecaminosa é quem o governa.
c) Fruto conforme a espécie. Cada um produz fruto segundo a sua espécie. Em João 14.16, lemos as palavras de Jesus aos discípulos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre”. A palavra outro, no original, denota “outro da mesma espécie”. O Espírito Santo é da mesma espécie que Jesus. Logo, é de sua natureza produzir um caráter semelhante ao de Cristo no crente. É da natureza da carne pecaminosa produzir maldade.
- A Palavra de Deus é absoluta ao declarar que “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b). Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20).
2. Maturidade e equilíbrio cristãos. A Palavra de Deus afirma que o crente é recompensado ao dar toda a liberdade ao Espírito Santo para produzir, em seu interior, as qualidades de Cristo. O capítulo 1 de 2 Pedro trata da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais da vida cristã. Com este crescimento, vem a maturidade e a estabilidade fundamentais para uma vida vitoriosa sobre a natureza velha e pecaminosa do homem (2Pe 1.10b.11).
V - GUIADOS PELO ESPÍRITO
“A vida na carne e a vida sob a lei são ambas sujeitas à stoicheia , ou “princípios básicos” da vida (Gl 4.3,9). Estar debaixo da lei é estar sujeito a um pedagogo severo (3.24). Deste modo, aqueles que são guiados pela carne e são sujeitos à lei continuarão a experimentar o fracasso moral e um medo terrível do juízo. Nada disso se aplica àqueles que são guiados pelo Espírito Santo, porque a natureza e a função do Espírito são opostas à lei e à natureza pecaminosa [...]. O Espírito não ministra opressão e escravidão, mas liberdade e poder. O Espírito unge para libertar os cativos e para adotar os fiéis na liberdade gloriosa dos filhos de Deus (Lc 4.18; Rm 8.15,16,21). Em contraste com a impotência da lei, o Espírito nos capacita a realizar o reino na terra (At 2.4; 1Co 2.4; 12.1-31; 14). Embora a lei tenha sido enfraquecida devido à natureza pecaminosa, o Espírito mortifica as ações daquela natureza (Rm 8.3,13). A lei acentua nossas fraquezas (7.8-10), mas o Espírito administra força em lugar destas (8.26). Portanto, o crente cheio do Espírito não está debaixo da lei, e consequentemente não é guiado pela natureza pecaminosa (Gl 5.18).
- Os judaizantes não só minaram a sã doutrina na Galácia, mas também destruíram a atmosfera espiritual das igrejas (5.15). Toda a sua pauta era baseada na natureza pecaminosa, não no Espírito (4.8-10,17). Por estas razões, Paulo começa a contrastar as obras da natureza pecaminosa com o fruto do Espírito em 5.19-23. Tais listas de virtudes e vícios são encontradas ao longo de todo o Novo Testamento (Rm 1.24-31; 1Co 5.9-13; 6.9-11; 2Co 12.20,21; 1Ts 4.3-6). Estas também eram comuns no mundo antigo, especialmente entre os filósofos estóicos. Paulo reconhece que até mesmo os gentios podem discernir entre o certo e o errado. Neste sentido, tornam-se parte da lei (Rm 2.26,27). [...] Paulo continua a contrastar ‘o fruto do Espírito’ com as obras da natureza pecaminosa. Assim como a natureza pecaminosa se manifesta de diferentes modos, o fruto do Espírito tem uma variedade de expressões. O termo ‘fruto’ ( karpos ) está no singular e mostra a unidade essencial do fruto do Espírito. Em outras palavras, o crente cheio do Espírito deve demonstrar todas as características do Espírito, não apenas esta ou naquela virtude” (ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. RJ: CPAD, 2003, pp.1180-1182.)
VI - AS MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO E A SALVAÇÃO
1. O novo nascimento pelo Espírito (Jo 3.3-8). O novo nascimento abrange a regeneração e a conversão, que são dois lados de uma só realidade. Enquanto a regeneração enfatiza o nosso interior, a conversão, o nosso exterior. Quem diz ser nascido de novo deve demonstrar isso no seu dia-a-dia. A expressão “de novo” (v.3), de acordo com o texto original, significa “nascer do alto, de cima, das alturas”. Isto quer dizer que se trata de um nascimento espiritual realizado pelo Espírito Santo. O homem natural, portanto, desconhece esse novo nascimento (vv.4-12; ler Jo 16.7-11; Tt 3.5).
2. A habitação do Espírito no crente (Jo 14.16,17; Rm 8.9). No Antigo Testamento o Espírito agia entre o povo de Deus (Ag 2.5; Is 63.11b), mas com o advento de Cristo e por sua mediação, o Espírito habita no crente (Jo 20.21,22). Este privilégio é também reafirmado em 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; Gl 4.6.
3. O testemunho do Espírito de que somos filhos de Deus (Rm 8.15,16). Esse testemunho é uma plena convicção produzida no crente pelo Espírito Santo de que:
a) Deus é o nosso Pai celeste. “Pelo qual clamamos: ‘Aba, Pai’” (v.15).
b) Somos filhos de Deus. “O mesmo Espírito testifica... que somos filhos de Deus” (v.16). É pois, um testemunho objetivo e subjetivo, da parte do Espírito Santo, concernente à nossa salvação em Cristo.
4. A fé pelo Espírito Santo para a salvação. É a vida de fé (Rm 1.17), “pelo Espírito” (Gl 5.5). Tal fé, segundo At 11.24, procede do Espírito a fim de que o crente permaneça fiel por meio da manifestação do fruto do Espírito (Gl 5.22b). Uma coisa decorre da outra. Os heróis de Hebreus 11 venceram “pela fé”, porque o Espírito a supria (2 Co 4.13; Hb 10.38).
5. A santificação posicional do crente. A santificação sob este aspecto é perfeita e completa “em Cristo”, mediante a fé. Ela ocorre por ocasião do novo nascimento (1 Co 1.2; Hb 10.10; Cl 2.10; 1 Jo 4.17; Fp 1.1), sendo simultânea com a justificação “em Cristo” (1 Co 6.11; Gl 2.17a).
VII - AS MINISTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO E OS SALVOS
1. O batismo “do” ou “pelo” Espírito Santo para o crente (1 Co 12.13; Gl 3.27; Rm 6.3). Este batismo “do” ou “pelo” Espírito é algo tão real, apesar de ser espiritual, que a Bíblia o denomina como “batismo”. Em todo batismo, como já afirmamos, há três pontos inerentes: um batizador; um batizando; e um meio em que o candidato é imerso. No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o Espírito de Deus (1 Co 12.13); o batizando é o novo convertido; e, o elemento em que o recém-convertido é imerso, é a igreja, como corpo místico de Cristo (1 Co 12.27; Ef 1.22, 23). Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na igreja (Mt 16.18). Logo, todos os salvos são batizados “pelo” Espírito Santo para pertencerem ao corpo de Cristo — a Igreja, mas nem todos são batizados “com” ou “no” Espírito.
2. O batismo “com” ou “no” Espírito Santo (At 1.4,5,8; 2.1-4; 10.44-46; 11.16; 19.2-6). A evidência física desse glorioso batismo são as línguas sobrenaturais faladas pelo crente conforme o Espírito concede. É uma ministração de poder do alto pelo Espírito, provida pelo Pai, mediante o Senhor Jesus (Jo 14.26; At 2.32,33).
3. O fruto do Espírito através do crente (Gl 5.22,23; Ef 5.9; Jo 15.1-8,16). A evidência de que alguém continua cheio do Espírito é a manifestação do fruto do Espírito em sua vida (Mt 3.8; 7.20). Um cristão que afirma ser nascido de novo, mas seu modo de viver dentro e fora da igreja desmente o que ele afirma, é uma contradição; um escândalo e pedra de tropeço para os descrentes e os cristãos mais fracos. É pela sua habitação e presença permanente no crente, regendo-o em tudo, que o Espírito produz o seu fruto, como descrito em Gl 5.22.
4. A santificação progressiva do crente (1 Pe 1.15,16; 2 Co 7.1; 3.17,18). Essa verdade é declarada no texto original de Hebreus 10.10,14. No versículo 10, a ênfase recai sobre o estado ou a posição do crente — santo: “Temos sido santificados”. O versículo 14, no entanto, não só reafirma o estado anterior, “santo”, como declara o processo contínuo de santificação proveniente de tal posição: “sendo santificados” (v.14). Aqui temos a santificação posicional e progressiva.
5. A oração no Espírito (Rm 8.26,27; Ef 6.18; Jd v.20; Zc 12.10; 1 Co 14.14,15). Esta ministração do Espírito no crente, capacita-o a orar, inclusive a interceder por outros. Logo, só podemos orar de modo eficaz se formos assistidos e vivificados pelo Espírito Santo. A “oração no Espírito” de que trata Jd v.20, refere-se a essa capacidade concedida pelo Espírito.
6. O Espírito Santo como selo e penhor (2 Co 1.22; Ef 1.13,14; 4.30; 2 Co 5.5). Devemos observar que nos tempos bíblicos, o selo era usado para designar a posse de uma pessoa sobre algum objeto ou coisa selada. Por conseguinte, indicava propriedade particular, segurança e garantia. Este selo, portanto, não é o batismo com o Espírito Santo, mas a habitação do Espírito no crente, como prova de que o mesmo é posse ou propriedade particular de Deus. Juntamente com o selo é mencionado o “penhor da nossa herança” (Ef 1.14). De modo semelhante ao selo, o penhor era o primeiro pagamento efetuado a fim de se adquirir uma propriedade. Mediante esse “depósito”, a pessoa assegurava o objeto como propriedade exclusiva. Assim, o Senhor deu-nos o Espírito Santo, como garantia de que somos sua propriedade exclusiva e intransferível. O Senhor Jesus “investiu” em nós imensuráveis riquezas do Espírito como penhor ou garantia de que muito em breve Ele virá para levar para Si sua propriedade peculiar, a igreja de Deus (Tt 2.14).
7. A unção do Espírito para o serviço. Jesus, nosso exemplo, foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18,19). Assim também a igreja recebeu a unção coletiva do Espírito (2 Co 1.21,22), mas alguns de seus membros são individualmente ungidos para ministérios específicos, segundo os propósitos de Deus. Vejamos a unção do Espírito sobre o crente, conforme 1 João 2.20,27.
a) “Tendes a unção do Santo”. Esta unção santifica e separa o crente para o serviço de Deus.
b) “E sabeis tudo”. Também proporciona conhecimento das coisas de Deus em geral.
c) “Fica em vós” (v.27). É permanente no crente.
d) “Unção que vos ensina todas as coisas” (v.27). É didática, pois possibilita ensino contínuo das coisas de Deus.
e) “É verdadeira” (v.27). Não falha, pois procede da verdade, que é Deus.
f) “E não é mentira” (v.27). É sem dolo; sem falsidade. É possível que houvesse entre certos líderes daqueles dias uma falsa unção, que imitava a verdadeira.
CONCLUSÃO
- A mordomia do espírito humano implica, portanto, na administração das faculdades que expressam as ações do espírito. A manutenção das nossas relações espirituais com Deus é de fundamental importância para uma vida feliz. Na conclusão do capítulo em (2 Co 3), prorrompe jubiloso o sacro escritor, a respeito da glória do ministério do Espírito: “Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (v.18). São, portanto, maravilhosas as ministrações e dádivas do Espírito Santo, dispensadas aos filhos de Deus (2 Co 3.8).
- Bibliologia
- Bíblia de Estudo Gesiel Gomes
- Bíblia Cronológica
- Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
- Apontamentos Teológicos do autor
- Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 1º Trimestre de 2005 - Título: O Fruto do Espírito — A plenitude de Cristo na vida do crente - Comentarista: Antonio Gilberto - Lição 1: O Fruto do Espírito e o caráter cristão - Data: 2 de Janeiro de 2005 https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2005/2005-01-01.htm
- Lições Bíblicas CPAD - Jovens e Adultos - 3º Trimestre de 2006 - Título: As Doutrinas Bíblicas Pentecostais - Comentarista: Antonio Gilberto - Lição 7: As ministrações do Espírito Santo ao crente - Data: 13 de Agosto de 2006
Comentário: Pastor Josaphat Batista – Pr. Presidente da Assembleia de Deus em Mundo Novo-Ba. Pós-graduado em Docência do Ensino Superior - Bacharel em Teologia convalidado pelo MEC – Graduado em História pela Faculdade KENEDY -Pós-Graduando em História, Membro da academia Pré-Militar (ACPMB) – Pós-Graduando Ciências da Religião (Famart) – Juiz de Paz (CONAJ), Graduando História (Facuminas), Formação da Alfabetização da Língua Grega (Koiné), DIRETOR do CTEC VIDA CRISTÃ (Centro Teológico de Educação e Cultura), Autor do livro 1000 Esboços Bíblico para Sermões – Autor da Revista de Estudo Bíblico acerca de João Batista – Autor da Revista acerca de Absalão, Autor do Livro Evidências Reais do Apocalípse - Autor do Livro Escatologia Bíblica Panorâmica, Conferencista, Seminaristas, Escritor e fundador dos Congressos EBD no Campo de Camaçari-Ba. - Aproveite e estude cursos gratuitos no CTECVIDACRISTA.COM e comentários anteriores das Lições Bíblicas EBD. Ver outros comentários (anteriores) do trimestre em vigor no Site: www.portalebd.org
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. JOSAPHAT BATISTA
