ASSEMBLEIA DE DEUS - MINISTÉRIO DO BELÉM - SEDE - SÃO PAULO/SP
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
COMENTARISTA: Elienai Cabral
COMENTÁRIO: Pr. Caramuru Afonso Francisco
LIÇÃO Nº 8 – UMA LIÇÃO DE HUMILDADE
Jesus é manso e humilde de coração.
INTRODUÇÃO
- Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, analisaremos a lição de humildade dada por Jesus aos discípulos no lavapés.
- Jesus é manso e humilde de coração.
I – O QUE É HUMILDADE
- Na sequência do estudo do Evangelho segundo João, analisaremos a lição de humildade dada por Jesus aos discípulos no lavapés.
- Quando vamos ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, vemos que humildade é “qualidade de humilde; virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações; modéstia, simplicidade; sentimento de fraqueza, de inferioridade com relação a (alguém ou algo); reverência ou respeito para com superiores; acatamento, deferência, submissão; falta de luxo, de brilho; simplicidade, sobriedade”.
- A palavra latina “humilitas” significava “pouca elevação, pequena estatura; em sentido figurado, condição baixa, abatimento; sentimentos humildes, modéstia”. A raiz “hum-“, que, por sua vez, vem de “humus”, cujo significado é “terra”, de onde vem “humilis”, cujo sentido é “que permanece na terra, não se eleva da terra; humilde, baixo”.
- Como se pode verificar do significado que nos dá o lexicógrafo, a humildade é uma qualidade, uma boa característica de alguém que tem conhecimento de suas limitações, que se sente fraco, que reconhece a sua inferioridade com relação a alguém, que, por isso mesmo, inclina-se a se submeter a este alguém que é superior. É alguém que sabe que seu lugar, sua posição é pequena, é alguém de “pequena elevação”, alguém vinculado à terra, que fica abaixo dos céus.
- Em termos espirituais, portanto, vemos, com absoluta clareza, que o humilde é aquele que reconhece que se trata de uma criatura terrena, de alguém que foi criado por Deus e que, portanto, deve-Lhe deferência, honra, submissão, obediência. Trata-se de alguém que tem consciência de que depende do Senhor, que d’Ele precisa, que sem Ele nada poderá fazer (Jo.15:5).
- Ora, quando abrimos a Bíblia Sagrada e vemos, em seu introito, a narrativa da criação, logo percebemos qual é a posição do ser humano em toda a criação: alguém que é posto acima dos seres terrenos, coroa da criação terrena, mas que está, necessariamente, submetido ao seu Criador.
- Tanto assim é que o homem foi posto no jardim que Deus formou para ele no Éden e d’Ele recebeu ordem para que lavrasse e guardasse aquele jardim, como também não comesse da árvore da ciência do bem e do mal (Gn.3:15-17).
- Havia, portanto, uma clara demonstração por parte de Deus de que o homem, apesar do lugar singular que ocupava sobre a face da Terra, deveria submeter-se ao Senhor, deveria entender que sua posição era subalterna, de que ele estava vinculado à Terra (por isso o Senhor lhe lembraria, após a prática do pecado, que ele era pó e a ele deveria tornar – Gn.3:19) e, como tal, sempre dependeria da companhia, da orientação e da direção do seu Criador.
OBS: Por isso, no Pirke Avot, o tratado de sabedoria do Talmude, está escrito: “Sê muitíssimo humilde de espírito, pois o destino do homem é servir de alimento aos vermes” (4:3).
- Esta ideia de humildade está bem presente nos próprios termos utilizados em o Antigo Testamento para se referir a este conceito, como nos mostra o Dicionário VINE. O verbo “Kana>” (כוע), por exemplo, que encontramos em Lv.26:41, tem o sentido de rendição, de submissão a outrem, de aceitação do domínio por parte de alguém.
- A humildade apresenta-se, deste modo, como o reconhecimento da soberania divina, como a constatação de uma inferioridade, de uma necessidade de submissão a um ser superior, uma recusa de autonomia, de independência, uma assunção de dependência de Deus.
OBS: O Alcorão identifica os incrédulos como aqueles que se negam a entender Deus e chama isso de soberba: “Vosso Deus é um Deus Único! Porém, quanto àqueles que não creem na outra vida, os seus corações se negam (a entendê-lo) e estão ensoberbecidos. Indubitavelmente Deus conhece tanto o que ocultam, como o que manifestam. Ele não aprecia os ensoberbecidos” (16:22,23).
- Bem se vê que a humildade foi a proposta dada por Deus à humanidade, como já dissemos ao mencionarmos os parâmetros estatuídos entre Deus e o homem quando ele foi posto pelo Senhor no jardim do Éden, no estabelecimento da primeira dispensação, a dispensação da inocência.
- Assim, de pronto, vemos que a humildade representa uma atitude que é requerida por Deus ao ser humano, a qualidade que corresponde ao próprio anseio divino em relação ao homem.
- Não é por outro motivo, aliás, que, ao descrever as qualidades que deveriam ter Seus servos, o Senhor Jesus tenha iniciado, precisamente, pela humildade, pois é isto que significa a expressão “pobres de espírito” que retrata a primeira bem-aventurança, como se verifica em Mt.5:3 e que, em algumas versões, como a Versão Almeida Revista e Atualizada e a Tradução Brasileira, aparece como “humildes de espírito”.
OBS: “…Cada um dos elementos das bem-aventuranças resulta do olhar para os discípulos; descrevem o estado dos discípulos de Jesus: são pobres, famintos, que choram, odiados e perseguidos 9Lc.6:20ss). Trata-se não só de qualificações práticas, mas também teológicas dos discípulos — daqueles que passaram a seguir Jesus e se tornaram a Sua família.…” (BENTO XVI. Jesus de Nazaré: do batismo do Jordão à transfiguração, p.76).
- Em sentido diametralmente oposto a esta proposta divina da humildade, vamos encontrar a proposta satânica da soberba. Quando o adversário se encontrou com Eva, trouxe a ela uma outra mensagem, qual seja, a de se comesse do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, ela seria “igual a Deus”, sabendo o bem e o mal, teria uma vida independente, sem necessidade de recorrer ao Senhor, passaria a ter uma vida sem qualquer necessidade de Deus, poderia “viver como se Deus não existisse” (Gn.3:5).
- O diabo procura inocular no homem o mesmo sentimento que ele mesmo já tivera, quando quis se elevar acima do próprio Deus (Is.14:13,14) e temos aí precisamente o que se denomina de “soberba”, “orgulho”, “arrogância”.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. CARAMURU AFONSO FRANCISCO