ASSEMBLEIA DE DEUS TRADICIONAL - CEADTAM - CGABD
PORTAL ESCOLA DOMINICAL
SEGUNDO TRIMESTRE DE 2025
Adultos - E O VERBO SE FEZ CARNE – Jesus sob o Olhar do Apóstolo do Amor
COMENTARISTA: Elienai Cabral
COMENTÁRIO: EV. ANTONIO VITOR DE LIMA BORBA
LIÇÃO Nº 4 – JESUS, O PÃO DA VIDA
Nesta lição, veremos que Jesus é o pão vivo que desceu do céu e dá vida aos homens. Essa analogia foi aplicada pelo Mestre para ensinar a Seus discípulos e seguidores que, além do suprimento material, há uma fome na alma do ser humano que precisa ser saciada. Quando fez essa declaração, Jesus confrontou os discípulos, bem como os judeus que o seguiam, endossando que Sua carne verdadeiramente é comida, e Seu sangue verdadeiramente é bebida (Jo 6.55). Num primeiro momento, esse discurso chocou muitas pessoas que o seguiam, até mesmo os doze discípulos mais próximos.
O Objetivo deste comentário é contribuir para o preparo de sua aula, e apresentar um subsídio a parte da revista, trazendo um conteúdo extra ao seu estudo. Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
JESUS, A MULTIDÃO E O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO
O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes é o mais documentado e o mais público dos milagres. Está registrado em todos os evangelhos. Embora João omita vários detalhes do registro dos Evangelhos Sinóticos, oferece outros pormenores que não estão contemplados naqueles.
O milagre apresentou o grande poder do Mestre diante de uma grande multidão, trabalhando um aspecto importante na vida de todo cristão: a fé. A alimentação da grande multidão veio após uma longa jornada de ensinamentos e milagres, pois Cristo enxergou neles uma grande necessidade espiritual.
O cansaço físico e o esgotamento emocional sinalizam a necessidade do descanso. E nesse contexto que os discípulos saem com Jesus para um lugar deserto, com o propósito de descansarem. Eles vão para o lado oriental do lago, região conhecida como as montanhas de Golã. Ao desembarcarem, porém, uma numerosa multidão segue Jesus, porque tinham visto os sinais que ele fazia na cura dos enfermos. O evangelista João contextualiza esse trecho bíblico na proximidade da Páscoa e do célebre sermão de Jesus sobre o pão da vida. Os milagres de Jesus são pedagógicos. Jesus estava multiplicando os pães para ilustrar a gloriosa verdade de que ele é o pão da vida.
Antes mesmo de a grande multidão chegar, Jesus já tinha visto suas necessidades e decidido supri-las. Ele sabia que as pessoas estavam exaustas e sem rumo, como ovelhas sem pastor. E sabia que precisavam ser alimentadas.
A grande questão que podemos extrair do episódio que apresentou esse grande milagre, também remonta a um problema que temos no tempo presente: uma multidão que caminhava atrás do Mestre apenas por interesse naquilo que Ele pode fazer. Isso fez com que Jesus tentasse se exilar em um local isolado para um período de descanso e repouso, contudo, a multidão faminta por milagres não deixou de segui-lo.
Destaque
Essa multidão não seguia Jesus motivada pela fé, mas pela curiosidade acerca dos milagres que Ele havia realizado Jo 6.26). Mesmo assim, Jesus teve compaixão por essas pessoas, por isso curou os enfermos e os alimentou. Entretanto, quando Jesus saiu de Jerusalém, Ele desejava retirar-se para ficar longe do assédio da multidão com o intuito de estar um pouco a sós com seus discípulos para repousarem, mas as pessoas frustraram esse projeto (Jo 6.2).
JESUS DESAFIA A FÉ DOS DISCÍPULOS
A proposta apresentada com o milagre da multiplicação foi dupla: alimentar a grande multidão e apresentar um grande ensinamento a todos, principalmente aos seus discípulos. Jesus procurou desafiar a fé daqueles que caminhavam junto a Ele, e seu teste se deu diante de um grande problema: alimentar uma grande multidão.
Filipe era bom em economia. Sabia muito bem calcular valores para constatar que havia um gritante abismo entre a receita e as despesas. Mas no quesito fé ele estava reprovado, pois não tinha nenhuma visão espiritual. Ele só viu o problema, mas não divisou a solução. Só viu a limitação humana, mas não a onipotência divina. [...] Na mente pragmática de Filipe, eles estavam lidando com um problema sem solução. Havia uma multidão faminta, num lugar deserto, numa hora avançada, sem comida, sem dinheiro e sem lugar para comprar alimento.
O desafio era gigante para todos os discípulos. Aos olhos humanos era um pedido impossível, pois a necessidade de uma grande provisão parecia ilógica no local que estavam. Mas Jesus demonstrou que o milagre ocorre diante da impotência humana, demonstrando que a fé sempre será incompreendida pela razão.
André, irmão de Pedro, entra em cena para informar a Jesus que, no meio da multidão, havia um rapaz com uma pequena provisão de cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas ele mesmo, tomado pela lógica, deu seu parecer: [...] as o que é isso para tanta gente? Os pães nem sequer eram de trigo. Eram pães de cevada, um produto agrícola usado na época para alimentar os animais. Somente o quarto evangelho especifica que eram pães de cevada, o pão barato das classes mais pobres.
O milagre de Deus ocorre quando o homem decreta sua falência. Eles tinham um déficit imenso. Era um orçamento desfavorável: cinco pães e dois peixes para alimentar uma grande multidão. O rapaz entregou seu lanche a André, que o levou a Jesus, e Jesus então o multiplicou. Não podemos fazer o milagre, mas podemos levar o que temos às mãos de Jesus.
Destaque
Todos aqueles discípulos estavam sendo treinados para os desafios da missão que teriam depois da ressurreição de Jesus. Na verdade, Jesus queria mostrar aos seus discípulos a impossibilidade humana de prover pão para aquela multidão. Não só Filipe, mas também André ficaram imaginando como resolver o problema. Aqueles discípulos foram pelo meio da multidão em busca de algum tipo de alimento, mas ninguém estava naquele lugar preparado para tal, muito menos, com pão suficiente para alimentar mais de cinco mil homens, fora crianças, mulheres e jovens. Quando encontraram cinco pães e dois peixinhos entenderam que, humanamente, não podiam fazer nada. Mesmo assim, trouxeram o alimento e o colocaram nas mãos de Jesus.
JESUS - O PÃO QUE DESCEU DO CÉU
O milagre da multiplicação dos pães foi uma ilustração viva do sermão sobre o pão da vida. Esse sermão vem na forma de três discursos de Jesus. O primeiro deles é precedido por uma interrogação dos judeus (6.22-40). O segundo vem em resposta à murmuração dos judeus (6.41-51). E o terceiro decorre de uma disputa dos judeus (6.52-59). O sermão termina com duas reações: uma negativa, quando muitos dos discípulos saem escandalizados e cheios de descrença, abandonando as fileiras de Jesus, e outra positiva, quando Pedro, em nome de seus condiscípulos, reafirma sua confiança em Cristo como o único que possui palavras de vida eterna.
O grande sermão provocou um grande impacto negativo nos ouvidos daqueles que o ouviram. Ele pareceu uma grande afronta diante dos religiosos da época, pois as palavras do Mestre soaram como um grande escândalo diante de seus costumes.
A imagem não somente chocou os líderes judeus como os repeliu. De acordo com Levítico 17.11, a vida da carne está no sangue. O sangue pode ser derramado em sacrificio, mas beber sangue era completamente proibido, com a punição da expulsão do relacionamento do concerto. Embora Jesus claramente não pudesse estar falando literalmente, até mesmo a imagem era repulsiva para os judeus. Esta imagem também deve ter sido mal interpretada pelos cristãos. Alguns entenderam as palavras de Jesus no sentido literal e supuseram que Ele se referia aos elementos da Santa Ceia, que na tradição católica romana supostamente se transformavam no próprio corpo e sangue de Cristo, e na tradição luterana tornam-se uma única essência com o corpo e o sangue de Cristo. Entretanto, estas interpretações ignoram o uso metafórico de "pão" tanto aqui quanto no restante das Escrituras [...]. Assim, até mesmo os patriarcas da igreja veem aqui uma poderosa metáfora da fé, a apropriação de Cristo, a bênção de entrar em união com Ele e compartilhar sua vida.
Destaque
Ao observarmos a natureza da mensagem do Evangelho, fica claro que Jesus não estava falando do seu corpo físico, mas do memorial que lembraria Sua morte sobre a cruz (l Co 11.24, 25). Mas, pelo fato de o buscarem apenas pela comida que perece, muitos o abandonaram depois dessa mensagem. Como seus seguidores da era atual, somos confrontados a ter um relacionamento verdadeiro com Jesus. Se Suas palavras não nos confrontam ou não geram reflexões profundas sobre nosso modo de viver e o exercício da fé, há algo de errado. Jesus finaliza o seu discurso, dizendo que quem não participa desse baquete não tem a vida em si mesmo (v. 53). Somos desafiados diariamente a renunciar nossas vontades para fazer a de Cristo.
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. ANTONIO VITOR LIMA BORBA